MENTIRA COMPARADA | Empregado Justifica Fraude

< J. Bazeza, Luanda >

O ditado popular “mais vale tarde do que nunca" entrou na mente do nosso empregado mais enganador e mentiroso. O povo da República da Sanzala encomendou-lhe um hino aos 50 anos da Independência Nacional e o mimoso, antes que fosse tarde, mil veze pior do que nunca, fez um hino a ele próprio: “O meu patrão é o povo! Eu sou empregado do Povo!” O chefe Miala e a sua turma de mixas que facturam fortunas na TPA entram na lista dos bilionários. Nem precisam de participar na fraude dos negócios África-EUA. Até entregam as comissões ao Trump para ele ficar manso e não mandar os sicários da UNITA bombardear as plataformas petrolíferas. Cada povo tem os nazis de Telavive que merece.

O empregado fraudulento finge que ouve os alertas do patrão. Chora as nossas lamentações enquanto conta o dinheiro desviado, subtraído, abafado, expropriado, ajustado directamente, roubalheirado. É só mesmo para enganar os incautos, sobretudo aqueles que querem disputar a liderança do partido que é o povo, no próximo congresso. 

Este nosso empregado tem ouvidos de mercador e jeito de branco comilão de vidas, vendedor de escravos. E ninguém o trava. Qualquer dia despede o povo, rouba-lhe os teres e haveres. Depois proclama: O povo sou eu! O Estado sou eu! Eu sou a única cabeça, todos os outros são cus. Aka! Este mesmo vai continuar a ser nosso empregado? – Perguntou incrédulo Boca Azul ao seu amigão Mafioso. 

Resposta pronta, directa e objectiva: Todos os patrões têm direito a um empregado desalmado! Mas o mimoso é mesmo usurpador.

Boca Azul diz que foi muito enganado. Acreditou na sinceridade do empregado quando deu uma entrevista ao seu canal privado de televisão, a TPA. Falou assim o boqueiro:

- O nosso empregado não viu a igreja mas ouviu o sino. Já não é mau. Pode ser que a partir de agora se entretenha a disparar contra os seus camaradas de partido e deixe o patrão em paz. Circulam mujimbos que o Carrinho vai mesmo entregar comida ao patrão, mas dentro do prazo de validade, para ninguém morrer envenenado. A ministra das doenças e da construção de grandes hospitais vai guardar um bocadito de dinheiro das comissões, para comprar e distribuir remédios. Assim as nossas crianças não morrem de diarreia, malária e doenças respiratórias. Um comprimido uma vida salva! Isso da Cimeira de Negócio com os EUA vai dar mesmo muito kumbu. 

Na entrevista ao seu canal privativo, a TPA, o nosso empregado enganador falou mesmo muito bem quando reconheceu que é preciso estudar e pôr em prática, minuto a minuto, o programa do partido que é o povo, deixado por Manguxi e Ngazuza. Há sinceridade nosso? Sei lá, sei lá. 

Sim há dificuldades. Há entraves e críticas da Oposição. Falam mal quando o empregado de estimação quer construir mais escolas e hospitais. E ainda pior quando se trata de criar uma nova divisão administrativa.

O patrão, que é o pobre povito, gostou de ouvir o empregado enganador e mixeiro. Mas esperava mais. Esperava que ele explicasse o negócio da privatização de empresas recuperadas activamente, que estavam a funcionar bem e são fechadas na hora pelos novos donos. Porque ganham mais dinheiro a comprar e importar do que a produzir e exportar. 

E como vão os processos contra contrabandistas de combustíveis? O empregado mimoso nem uma palavra sobre isso. Essa parte está guardada para abater mais um político que lhe faça frente. Também é segredo porque o empregado enganador tem protegidos, metidos no roubo. Ele mesmo metido até ao pescoço. Qualquer dia elimina a concorrência e vende combustíveis por ajuste directo. Já faltou mais. Um dia morre por asfixia. Excesso de dinheiro rapinado!

Os patrões, os filhos pequenos, os jovens e velhotes, aguardam uma explicação decente. O propagandeado programa alimentar ainda não chegou a todas as escolas, principalmente aos becos. Porquê?

O desemprego continua a subir. Os subsídios aos desempegados, nada! Ma essa protecção social foi anunciada e garantida, depois de uma reunião do conselho de ministros. Está onde o kumbu? Garantiram aos jovens que iam frequentar centros de formação profissional. Mentira! As pensões dos ngavives não acompanham a subida dos preços da cesta básica. Vigarice! 

Mafioso diz que se o empregado em vez de corrigir o que está mal só escreve e fala reticências! Vai ser ruado sem apelo nem agravo. Venha outro empregado mais honesto, mais decente, mais lúcido, mais inteligente. Boca Azul, sobre o assunto, prefere não dar palpites, nem fazer comparações. Apenas disse que o pobre e humilde povito da Sanzala está cansado de parlapié. Quer saúde, escolas, condições sociais e bem-estar. Uma vida digna.

Mafioso atira:

- Estamos cansados de ver crianças mendigar nas ruas. Escolas sem carteiras nem professores. Hospitais sem medicamentos e falta de técnicos. Jovens a viverem de biscates, muitos com cursos superiores. Mamãs a serem agredidas e roubadas pelos fiscais, quando estão à procura de sustento para os filhos e netos, porque são viúvas ou os maridos não têm emprego. Velhotes com míseras pensões, que só chegam para comprar cinco pães para os netos. Para comprar 20 litros de água suja. Rama ou kizaca para dez dias. Rua com o empregado!

Pelo contrário, os bandidos ganham, gamam, gamam e pululam á vontade, porque a Justiça está na outra faixa. 

A mentira comparada com o empregado traiçoeiro é mais do que verdade!