sábado, 12 de julho de 2025

A Bandeira de Lumumba -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda >

O canal de notícias pan-árabe Al Mayadin foi bombardeado pelos nazis de Telavive na Cisjordânia. Um maravilhoso bombardeamento planeado na Casa dos Brancos e executado pelo assassino Donald Trump, chefe da Internacional Fascista. A diplomacia anda lentamente e os palestinos continuam a ser massacrados diariamente na Faixa de Gaza. Se resistem à morte são castigados com taxas de 500 por cento, impostas por Washington. 

Meu velho coração não aguenta tantas emoções. A União Africana fez uma maravilhosa homenagem a Patrice Lumumba no dia do centenário do seu nascimento, 2 de Julho passado. O presidente em exercício anunciou que África vai cortar relações com os assassinos do líder anticolonialista, que foi o Herói dos jovens da minha geração. É verdade. Antes de Agostinho Neto e Holden Roberto, o orgulho de ser angolano era alimentado por Lumumba. A esperança de Liberdade soprava de Léopoldville (Kinshasa), onde ia com meu Pai vender malas de peixe seco da candonga. Fuga aos impostos (sem o selo do grémio).

Lumumba foi assassinado em 17 de Janeiro 1961 (poucos dias antes da Revolução do 4 de Fevereiro em Luanda) pelos belgas e norte-americanos quando estava sob protecção da ONU, após ser derrubado do cargo de primeiro-ministro da República do Congo (RDC), em Setembro de 1960. Os assassinos foram John Fitzgerald Kennedy e Balduíno Alberto Carlos Leopoldo Axel Maria Gustavo, rei da Bélgica. Cúmplice: Secretário-Geral da ONU, Dag Hammarskjöld. 

Patrice Lumumba foi derrubado e levado para o Katanga onde oficiais belgas o fuzilaram depois de lhe infringirem cruéis torturas. Um dos executantes, Gérard Soete, cortou o corpo de Lumumba em pedaços e dissolveu-os em ácido. Como troféus ficou com dois dentes do fuzilado e desmembrado. Desapareceu o corpo. Mas os guerreiros da UPA durante a Grande Insurreição em 15 de Março 1961, no Norte de Angola, gritavam o seu nome quando atacavam os alvos coloniais: Lumumba! Lumumba! Lumumba! Foi maravilhosa a homenagem que João Lourenço fez ao revolucionário africano! Os fundos da festa saíram dos lucros da Cimeira de Negócios EUA-África. Muito bonito.

Dag Hammarskjöld, Secretário-Geral da ONU, morreu num desastre de aviação na Rodésia do Norte, colónia do Reino Unido, hoje Zâmbia. António Guterres, como bom sacristão quer que o mundo conheça as causas da morte do diplomata sueco. Cuidado! Leva com taxas de 500 por cento impostas pelo chefe da Internacional Fascista, Donald Trump.

Eu não tenho nada a perder. Os caloteiros da Empresa Edições Novembro não pagam o que me devem há dez anos. Mesmo que o assassino Trump me imponha taxas milionárias, não tenho como pagar. Por isso vou dar uma ajuda ao sacristão que faz de Secretário-Geral da ONU, António Guterres. 

Dag Hammarskjöld quis saber o que tinha acontecido com Lumumba no Katanga. Exigiu relatórios oficiais. Nada. Ele próprio foi indagar. E concluiu que o revolucionário africano tinha sido torturado cruelmente e assassinado com requintes de malvadez. Abriu uma investigação. Ameaçou impor taxas de 500 por cento a Bruxelas e Washington. 

No dia 18 de Setembro 1961, Dag Hammarskjöld ia a bordo do DC6 da ONU numa missão para a paz no Katanga. Ao sobrevoar a colónia inglesa Rodésia do Norte (Zâmbia), a aeronave foi derrubada. Londres colocou as suas impressões digitais na morte de Lumumba e Dag Hammarskjöld. Gente maravilhosa! Grandes democratas! Matavam os pretos como quem mata mosquitos. Mas se brancos saíam em defesa dos negros tinham o mesmo destino. O colonialismo tem coisas boas e más, segundo Marcelo Rebelo de Sousa. É preciso ter lata!

Portugal está em plena guerra civil contra os imigrantes negros. As matilhas nos Media mostram polícias atacando negros, “imigrantes ilegais”. Há cabeças que só têm mesmo cornos no exterior e merda lá dentro. Não há seres humanos ilegais, seus monstros! No planeta Terra somos todos legais no acto do nascimento. Os milhões de portugueses que passaram por África, Ásia e América Latina eram legais. Os milhões de portugueses que foram “a salto” para França, eram legais ainda que vivessem em tugúrios de lata. 

Os clientes da Spinumviva deram ordens ao Governo Montenegro para atacar os pretos. Pretos fora! A partir de agora ó aceitam imigrantes brancos, de preferência loiros e de olhos azuis. Ucranianos e outos eslavos.

Os Media portugueses estão nas mãos de um barqueiro, uma empesa de secos e molhados, os herdeiro do capitão de jornais Pinto Balsemão. Os merceeiros vão na dianteira porque os donos do Pingo Doce dominam o canal público de televisão (RTP) através da  Fundação Francisco Manuel dos Santos. Os clientes da Spinumviva exigiram a Montenegro que entregasse a “Reforma do Estado” a um empregado dos merceeiros: Gonçalo Saraiva Matias. O moço já deu provas nas caixas dos supermercados e na RTP mostrou ser melhor do que António Barreto. Nada de admirar. O antigo ministro de Mário Soares tem os dois pés na cova e a terra já tapa a zona onde antigamente tinha pénis e testículos. 

Aviso à navegação. Não abram a caça aos imigrantes negros. Já não são dóceis e obedientes como no tempo do colonialismo. Caça chama caça e amanhã pode ser que abra a caça aos brancos. Não se metam nisso. Os 60 deputados assumidamente fascistas mais os votantes do partido Chega não chegam para enfrentar as revoltas que fatalmente vão surgir. A estupidez é uma doença social altamente contagiosa. Não se deixem contaminar até à morte. Não queiram a guerra colonial em Portugal à beira mar plantado. Viver, mesmo à rasca, é muito bom.

Andam no ar, críticas contra o futebolista Cristiano Ronaldo. Os críticos dizem que ele é o capitão da selecção portuguesa e devia comparecer no funeral do seu colega Diogo Jota. Engano de alma. O craque que arranjou uma reforma dourada na Arábia Saudita não é o capitão da selecção portuguesa. É o dono. E ele mandou os seus serviçais ao funeral. Se fosse em carne e osso era uma chatice. Os jornalistas em vez de entrevistarem Diogo Jota, caíam em cima do Ronaldo. Em vez de filmarem Diogo Jota filmavam o Cristiano. Ia dar cabo do brilho da festa do colega de selecção. O funeral era do Diogo, não era do Ronaldo.

Os Houthis fizeram um acordo de cessar-fogo com Donald Trump. Traiçoeiros! Estão a bombardear Israel e impuseram uma taxa de 500 por cento à Casa do Brancos. Ainda agora atacaram com drones e foguetes o navio graneleiro Magic Seas. A tripulação abandonou o barco e foi uma tragédia. O chefe da Internacional Fascista está a encontrar dificuldades inesperadas. Os BRICS vão urinar na tumba de Trump!

* Jornalista

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