sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

ANGOLANOS QUE ESTÃO MUITO BEM... POR ROUBAREM À MAIORIA DA POPULAÇÃO




Este cartoon do Folha 8 Digital, edição de 28 de fevereiro de 2015, é baseado em humor negro, só pode ser. Principal razão: por corresponder à realidade do quotidiano angolano. Poucos com milhões. Milhões sem nada. Eles dizem "estamos bem", indiferentes à miséria que causam.

Imagem Escolhida, no PG

Angola. OGE FEITO À MEDIDA E POR MEDIDA



REGIME BRINCA COM COISAS SÉRIAS E TRANSFORMA ASSEMBLEIA NACIONAL EM TEATRO

O Orçamento Geral do Estado, na versão rectificada, é só por si uma brilhante peça, dir-se-ia que é mesmo uma obra-prima, do anedotário internacional. Mas como é para matumbos, siga a farra que o bordel precisa de bobos que animem a corte.

Oswaldo Calonda e Kuiba Afonso - Folha 8 (ao) Digital - 28 fevereiro 2015
  
A bancada maioritária do MPLA, como era de esperar, no cumpri­mento das orientações expressas e expressivas do Titular do Poder Executivo, José Eduardo dos Santos e, na prática, o verdadeiro Presidente da Assem­bleia Nacional, cumpriu a rigor o previsto e sem pestanejar aprovou, na generalidade, o rectifica­do Orçamento Geral do Estado, fundamentado na crise da baixa do preço do petróleo, no mercado internacional.

Este acto, para desgraça colectiva não tem ne­nhum significado, nem relevância, para a melho­ria da vida da maioria dos angolanos, pelo contrário, uma vez ser mero rega­bofe, porquanto, diferen­temente, do normal em qualquer parlamento de­mocrático, a Assembleia Nacional de Angola é in­competente para fiscali­zar os actos do Executivo.

Se assim é, que interesse tem este exercício, senão o de se assemelhar a um “teatro de fantoches”, que aprova algo relevante, mas que não pode fiscali­zar, nem questionar, pelo facto de uma engenharia “gabinetal constitucio­nal de cariz partidocra­ta”, com a chancela do Tribunal Constitucional colocar o Presidente da República como órgão de soberania, quando nunca foi nominalmente eleito, pelo povo soberano e o sistema de governo a luz da actual constituição ser parlamentar, pois os elei­tores elegem a lista dos partidos políticos ou co­ligação de partidos, que têm um cabeça de lista...

Mas essa é a postura do MPLA e, com este parti­do, toda batota ou inter­pretação fraudulenta da norma, parece valer a jus­tificação dos meios, para atingir os fins.

Desta forma o OGE retifi­cado, prevê, para as des­pesas com os “serviços públicos gerais”, na visão dos peritos do regime, uma reserva de 15,32% do orçamento, sendo que para os “órgãos exe­cutivos” estão previstos 11,02% e para os “órgãos legislativos” a colossal ci­fra de 0,38%. No caso dos “serviços gerais da admi­nistração pública não es­pecificados”, a percenta­gem é de 0,81%, a quarta maior fatia desta rubrica.

A “defesa militar” conta com 7,79%, acima da “se­gurança e ordem pública” para que estão reservados 7,59% do OGE. Anote-se, contudo, que só os “servi­ços de segurança e ordem pública não especificados” contam ainda com uma percentagem de 7,11%.

Em matéria dita de “educa­ção”, o OGE prevê 8,59% e 1,18% para o “ensino supe­rior”. O “ensino primário” é o principal privilegiado com 5,79%, estando pre­visto para o “ensino pré­-escolar” a enorme per­centagem de 0,02%.

Quanto à “saúde”, sector onde o país não enfrenta – na versão do governo – problemas especiais, o or­çamento aponta despesas de 4,95%. A prova de que tudo está bem nesta maté­ria é que aos “serviços de saúde ambulatórios” toca 0,03%.

Relativamente à “protec­ção social”, o OGE prevê despesas de 12,97%, caben­do a maior fatia (7,12%) aos ditos “serviços de protec­ção social não especifica­dos”.

De acordo com o OGE, a “habitação e serviços co­munitários” conta com 4,67%, cabendo ao “desen­volvimento comunitário” a importante percentagem de… 0,01% e de 0,06% ao “saneamento básico”.

Para a rubrica de “recrea­ção, cultura e religião” o Executiva aponta 0,84%, cabendo a fatia de leão aos “serviços de difusão e pu­blicação” com 0,39%.

Mostrando uma rara va­lentia, os peritos do regime apostam forte (à sua medi­da, é claro) nos “assuntos económicos”, com 10,72%. Revela-se, aliás e de forma clara, a decisão paradig­mática feita na agricultura, sector para o qual o OGE prevê nada mais nada me­nos do que… 0,45%.

E na previsão do “boom” da agricultura, o Gover­no atribui ao sector dos “transportes” 1,26%.

Na mesma linha, a rubri­ca dos “combustíveis e energia” terá à sua dis­posição 3,07%.

Os “assuntos económi­cos gerais, comerciais e laborais” são dotados com 4,94%, sendo 4,79% para os “assuntos eco­nómicos e comerciais em geral”, 0,05% para os “assuntos laborais em geral” e 0,10% para o “tu­rismo”.

Outra grande e decisiva aposta do Governo é nas “comunicações e tecno­logias da informação”, sector para o qual o OGE aponta 0,30% das despe­sas. Igualmente relevante é a “protecção ambiental” que conta com 0,49%, ten­do – a título de exemplo – a rubrica “gestão de águas residuais” orçamentada despesas de 0,01%.

Por último, o OGE prevê para as “operações da dívi­da pública interna” 12,70% e 13,23% para as “operações da dívida pública Externa”.

O OGE, revisto devido à quebra da cotação do petróleo no mercado in­ternacional, implicará um corte de um terço nas des­pesas totais. O documento define que a previsão da cotação do barril de crude para exportação, necessá­ria para a estimativa das receitas fiscais, desce de 81 para 40 dólares. Esta revi­são fará reduzir o peso do petróleo nas receitas fis­cais angolanas de 70% em 2014 para 36,5% este ano.

Em resultado da quebra do preço do petróleo, as difi­culdades sentem-se, designadamente, no envio de divisas em moeda estran­geira para fora de Angola, num contexto de acentua­da diminuição das receitas fiscais e da escassez de di­visas estrangeiras, nomea­damente dólares.

A proposta fixa um défice orçamental de 7% do Pro­duto Interno Bruto (PIB), face aos 7,6% do documen­to que entrou em vigor a 01 de Janeiro. O “buraco” nas contas públicas angolanas de 2015 está agora avaliado em 806,5 mil milhões de kwanzas (6,7 mil milhões de euros). O limite da re­ceita e da despesa do OGE desce de 7,251 biliões de kwanzas (60,7 mil milhões de euros) para 5,454 biliões de kwanzas (45,6 mil mi­lhões de euros), na versão revista (corte de 25% nas despesas correntes).

A previsão da taxa de cres­cimento do PIB angolano é reduzida de 9,7 para 6,6%, enquanto a inflação esti­mada sobe de 7 para 9%.

A bancada parlamentar da CASA-CE, a segunda força da oposição, diz-se excluí­da de participar no debate, por ter sido convocado para um período que coin­cide com as suas jornadas parlamentares.

Já a UNITA acusou o Governo, liderado pelo MPLA, de “não aprender a lição” da crise petrolífe­ra de 2009 e que a revisão que agora chega ao parla­mento confirma as críticas de “falta de realismo” que o partido lançou aquando da discussão do Orçamen­to ainda em vigor.

A suposta discussão do novo OGE tinha a apro­vação garantida à partida, desde logo porque o presi­dente do MPLA é também, para além de Presidente da República, Titular do Poder Executivo e, bem vistas as coisas, Presidente da Assembleia Nacional, já que esta não tem sequer capacidade de fiscalizar os actos do executivo, por o seu titular se chamar, nada mais nada menos que o ci­dadão super especial, José Eduardo dos Santos.

ATAQUE SELVÁTICO AO DIÁRIO FOLHA 8 “ATIROU-O AO TAPETE MAS NÃO O PÔS KO”




Ataque à página do diário angolano Folha 8 online priva milhares de leitores de acederem àquele órgão de informação. Essa impossibilidade já ocorre há algumas horas. O ataque teve origem em forças antagónicas às denuncias que aquele orgão de informação torna públicas sobre o défice de democracia existente em Angola.

Em contacto com a redação do Folha 8 foi-nos afirmado que ocorreu "um feroz e coordenado ataque em diferentes frentes. Mas estamos a dar a volta. Mandaram-nos ao tapete mas não vão conseguir um KO." Sendo previsto que a página diária do Folha 8 online fique ainda hoje disponibilizada ao acesso dos leitores.

O Página Global solidariza-se com o Folha 8 e repudia o ataque. Sendo o PG uma página online com elevado grau de amadorismo e que na sua prática corrente publica compilações de notícias veiculadas por agências e jornais, assim como artigos de opinião, usando comummente o Folha 8 em suas compilações por considerar importante divulgar aos que possam desconhecer a parte de negritude do regime angolano e as injustiças e crimes de homicídio contra elementos da população (como foi recentemente considerado pela Amnistia Internacional) reitera a sua reprovação na generalidade pelos ataques à liberdade de informação e muito especialmente este ataque ao Folha 8.

EDIÇÃO DE HOJE DO FOLHA 8 DIGITAL VAI ESTAR PARCIALMENTE NO PÁGINA GLOBAL

A espetativa é a de que o diário Folha 8 online retome a sua atividade e possa cumprir a sua missão de informar ainda hoje. Enquanto tal não acontecer, por parte do PG, nem por isso vai grande mal ao mundo. O Folha 8 Digital também existe e ainda hoje publicaremos compilações da edição de 28 de fevereiro (a sair) daquele órgão de informação angolano.


edição 28/2 - clicar para ampliar

Finalmente, como nos foi dito pela redação do Folha 8 sobre incessantes ataques: “Não somos derrotados porque nunca deixaremos de lutar. Em breve estaremos de volta. Não é uma promessa. É uma certeza.

A liberdade de informação deve ser respeitada e, se não o for, a solidariedade para com os que são atacados e remetidos selvaticamente ao silencio deve emergir espontaneamente como ponto de honra e ativa defesa da democracia.

Redação PG

Moçambique. Agricultura não alimenta o povo mas enriquece governantes e investidores



Verdade (mz), em Tema de Fundo

Os camponeses do norte de Moçambique têm vindo a travar batalhas para manter as suas terras perante a apetência de governos e empresas estrangeiras que, agressivamente, criam projectos de agro-negócio em larga escala, supostamente para o benefício daquela camada. Mas, até agora, a experiência com os países que investem na agricultura é desastrosa. Na realidade, notam-se novas formas de imperialismo, exploração e, acima de tudo, o regresso de plantações coloniais na célebre “Pérola do Índico”, um cenário espevitado pela nossa elite política, da qual faz parte gente que não passa de aventureira na agricultura, pois não tem formação.

O quadro negro deste sector no país, que à luz da Constituição é a “base do desenvolvimento nacional”, mas na prática acontece o contrário, tem como epicentro o Corredor de Nacala. Sem surpresas, o antigo Presidente da República, Armando Guebuza, e a sua família são alguns que não passam despercebidos na usurpação subtil da terra para benefícios próprios. Guebuza é, por exemplo, um dos investidores na AgroMoz, uma firma bastante activa na transformação em curso no Corredor de Nacala e que opera no coração da zona produtora de soja da região. O seu filho, Mussumbuluko Guebuza, tem ligações com a Agro Alfa.

“A AgroMoz não cumpriu a promessa que fez à comunidade de construir uma clínica e uma escola” e “já está a afectar gravemente a saúde das populações locais. Na época passada, a empresa começou a pulverização aérea de agro-tóxicos sobre as lavouras de soja”, alude o relatório da GRAIN, uma organização internacional sem fins lucrativos que apoia os pequenos agricultores, movimentos sociais na sua luta para que se implementem sistemas alimentares baseados na biodiversidade controlada pela comunidade, e a União Nacional de Camponeses de Moçambique (UNAC).

“Na campanha agrícola de 2013/2014, um grupo de trabalhadores da AgroMoz veio informar-nos que durante a pulverização, realizada por um avião de pequeno porte, as pessoas tinham de abandonar as suas casas, de forma a evitar possíveis danos causados pelo produto químico. Depois de alguns dias, quase todos os moradores começaram a apanhar gripe e as colheitas morreram”, indica a GRAIN. A lista dos mentores da usurpação da terra, com o beneplácito do Governo, é extensa e inclui o Corredor Agro, a Mozambique Agriculture Corporation (Mozaco), a JFS Holding, a Agro Alfa, a Rural Consult Lda, e a Tsemba Sociedade de Desenvolvimento Lda.

A Corredor Agro é uma empresa moçambicana controlada por duas famílias ricas da Europa: a Von Pezold, da Alemanha e da Áustria, e a dinastia de transporte marítimo, Hoegh, da Noruega. A firma começou recentemente a explorar duas farmas em Nampula: a Meserepane, de 2.200 hectares, onde cultiva culturas extensivas, e a Metocheria, de 6.000 hectares, onde produz banana. Também explora projectos de produção por contrato, nomeadamente para a produção de mandioca com base num acordo com a empresa de cerveja SAB Miller, de acordo com a GRAIN.

“Hoje, 40 anos após a independência, a visão revolucionária do movimento de libertação nacional está em frangalhos e o Governo de Moçambique está completamente dominado por uma ideologia neoliberal que depende estritamente do investimento estrangeiro para o desenvolvimento de todos os sectores económicos, sejam estes a agricultura, infra-estrutura, pesca, o turismo, a extracção de recursos, ou ainda os sectores sociais como a saúde e a educação”.

Aquela organização indica que a Lei da Terras de Moçambique dá às comunidades posse sobre terras que já cultivam há mais de 10 anos, o que significa que as antigas fazendas coloniais já deviam formalmente ter revertido para os camponeses. “Mas como a área voltou a ser alvo de investimento estrangeiro na agricultura, o Governo moçambicano conspira com os investidores estrangeiros para lhes poder oferecer concessões a longo prazo destas mesmas terras.

“Este eco dos tempos coloniais é mais forte pelo facto de que alguns dos investidores são famílias portuguesas que enriqueceram durante o período colonial e estão agora a voltar para Moçambique para começar a fazer plantações exactamente nas mesmas terras de onde colonialistas portugueses fugiram há 40 anos. Poucos destes têm formação em agricultura, mas muitos têm ligações a membros influentes do partido no poder, a Frelimo, que os ajudam a adquirir as terras e a gerir qualquer oposição das comunidades locais”.

A GRAIN indica que muitas vezes as comunidades nem sequer sabem quem é que está a usurpar as suas terras. As empresas que tomam posse das terras estão geralmente registadas em paraísos fiscais como as Ilhas Maurícias, onde a identidade dos proprietários das empresas e os registos financeiros são mantidos em segredo. Isto deixa às autoridades moçambicanas e às comunidades afectadas poucas opções para exigirem uma prestação de contas destas empresas relativa às suas actividades ou para garantir que uma fracção mínima dos lucros permaneça no país.

O investimento estrangeiro no país tem aumentado rapidamente nos últimos anos. Com base nos dados do Banco de Moçambique, a GRAIN refere que a entrada líquida de Investimento Estrangeiro Directo (IED) em 2013 atingiu os 5,9 mil milhões de dólares norte-americanos, um aumento de 15,8% comparado com 2012, tornando Moçambique o terceiro maior destino de IDE em África.

“Grande parte deste capital foi canalizada para a extracção de recursos naturais, como a mineração e a exploração de hidrocarbonetos. Mas a agricultura também começa a emergir como um alvo importante de empresas estrangeiras, especialmente no Corredor de Nacala, uma vasta extensão de terras férteis que cobrem o norte de Moçambique, onde milhões de famílias de camponeses vivem e praticam a agricultura”.

Outrossim, estes investimentos resultam de uma aliança muito forte entre o capital internacional por via das grandes corporações multinacionais com o apoio dos governos dos seus países de origem, e da elite político-económica local com vista à exploração das principais regiões agro-ecológicas locais e o potencial mineiro e de hidrocarbonetos.

“O crescente interesse estrangeiro por terras agrícolas não é exclusivo a Moçambique. Todo o continente Africano foi tomado pela corrida a terras agrícolas. Desde 2008, empresas estrangeiras andam a vasculhar o continente em busca de terras férteis para a produção de commodities agrícolas para exportação. Centenas de acordos já foram assinados, abrangendo milhões de hectares”.

Segundo a organização que temos vindo a citar, o Governo de moçambicano tem descaradamente procurado atrair esta onda de investimento agrícola estrangeiro, particularmente para o Corredor de Nacala, em parceria com governos de outros países e doadores internacionais, com destaque para o Japão e o Brasil, num programa de grande escala conhecido como ProSavana, que visa explorar cerca de 14 milhões de hectares de terras actualmente cultivadas pelos camponeses que abastecem os mercados locais da região do Corredor de Nacala (...).

Jovens esperam do Governo moçambicano mais atenção para os seus problemas




População moçambicana espera muito do novo Governo principalmente no que diz respeito à implementação de políticas para a juventude: Educação de qualidade, mais emprego e habitação, equidade do género, entre outros.

Em Moçambique, o facto de alguns ministérios serem tutelados por jovens constitui um ponto de partida para a implementação efetiva das políticas da juventude no país, segundo pessoas entrevistadas pela DW África.

Um dos aspetos a ser destacado na composição da nova máquina governativa de Moçambique é a relativa representatividade de jovens nalguns ministérios considerados importantes para o desenvolvimento do país.

Implementação acelerada de políticas para a juventude

Para algumas agremiações juvenis, estas nomeações vão impulsionar a implementação acelerada das políticas para a juventude, que nos últimos anos foram praticamente relegadas para um terceiro plano. Mas para outras, nada poderá mudar, enquanto as pessoas nomeadas continuarem subservientes ao seu partido – a FRELIMO.

Salomão Muchanga, Presidente do Parlamento Juvenil, considera que a presença de jovens na liderança das instituições públicas ainda está aquém do desejado em Moçambique, mas refere contudo que algo poderá mudar com a nova composição do governo. “Devemos saudar a nomeação desses jovens para cargos ministeriais porque vejo isso como uma janela para um diálogo necessário com vista à prossecução de políticas públicas favoráveis à juventude, para o cruzamento de políticas multi-sectoriais e uma abordagem multi-disciplinar para que os programas e planos do Governo possam de facto dar a adequada resposta aos desafios que a juventude enfrenta em Moçambique. Portanto é um ponto de partida”, concluiu Muchanga.

Jovens ministros no Governo devem servir o povo

Entretanto Salomão Muchanga lembra que os jovens atualmente na liderança, embora pertencentes à uma força política, foram indicados para servir o povo.E Muchanga apela a esses jovens para que “não façam do Governo uma sala de espera e que representem condignamente a maioria que está deste lado. Nós estamos abertos para criar esta aproximação que será uma espécie de ponte de compreensão sobre os programas e desafios nacionais. Só assim questões como educação de qualidade, mais emprego, melhor habitação, participação nos processos de tomada de decisão, equidade do género e acima de tudo a da voz da juventude em Moçambique possa ter o seu espaço”.

Para Percina Meque, de 34 anos de idade e residente em Maputo, a visão governativa e de liderança destes e de outros jovens continuará a ser influenciada por orientações partidárias. “Alguns dos jovens que estão no Governo cumprem sómente o que já está escrito e não constroem o seu próprio argumento e repetem o que já existe. Agora, os da sociedade civil são um pouco mais agressivos. São donos da sua própria opinião, constroem os seus próprios argumentos, têm uma forma diferente de ver as coisas e por vezes muito crítica. De uma forma geral, vivencia-se tudo isto mais na cidade de Maputo ou nas cidades capitais, mas é um número ainda bastante reduzido. Por isso a impressão que se tem dos jovens é que eles não têm nenhuma responsabilidade. Mas não é bem assim. Esses jovens têm responsabilidade e se conseguiram chegar onde estão é porqaue passaram pela juventude porque na vida tudo tem etapas e fases”.

MDM não espera grandes avanços nas políticas para a juventude

Fiel à sua convicção partidária na análise deste assunto é também Lutero Simango, do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), que não espera por grandes avanços na implementação das políticas da juventude com estas nomeações.” Ficou bem claro que este executivo apresenta uma única cor partidária e não são os jovens que apresentam esta cor partidária e também não são eles que representam a inclusão de todaa juventude no processo. E quando é assim, os nossos comentários são sobejamente conhecidos”.

Várias vozes em Moçambique defendem a adopção de uma postura inclusiva e de respeito pelas diferenças nas organizações e instituições directa e indirectamente ligadas à juventude . Só assim, é possível a construção de um país cada vez mais próspero.

Ernesto Saul (Maputo) – Deutsche Welle

Zimbabwe. ROBERT MUGABE CELEBRA 91 ANOS COM FESTA POLÉMICA E OPULENTA




O Presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, no poder desde 1980 e que completou na semana passada 91 anos, enfrenta uma nova polémica em torno dos custos dos festejos que terão lugar no sábado.

As celebrações do aniversário do governante africano há mais tempo no poder estão agendadas para amanhã, sábado (28.02). A polémica e opulenta festa terá lugar nas Cataratas Vitória. Para o evento foram abatidos dois elefantes e outros 100 animais.

Segundo estimativas, os custos da festa de aniversário do Presidente Mugabe, no poder desde 1980, rondam um milhão de dólares. Diz-se que o montante veio de doações privadas.

A grandiosa festa será realizada num hotel de cinco estrelas nas margens das célebres Cataratas Vitória.

Tendai Musasa, presidente da Woodlands Wildlife Conservancy, uma reserva na região das Cataratas Vitória, é um dos muitos zimbabueanos que doaram dinheiro ou animais para garantir que os cerca de 20 mil convidados desfrutem da festa dos 91 anos de Mugabe. "A minha mensagem de aniversário para o Presidente é simples. Desejo-lhe muitos mais anos de vida. Que deus o abençoe pelos sacrifícios que fez pela generalidade dos africanos e dos zimbabueanos. Sou um daqueles cujas vidas mudaram com a vida deste homem, em termos de educação e também dos recursos que hoje tenho. Sim, ele é meu herói" disse Tendai Musasa.

Elefantes, búfalos, impalas e antílopes fazem parte da ementa

Tendai Musasa, que se formou em engenharia na Alemanha, doou dois elefantes da sua quinta. Da ementa do festim constam ainda dois búfalos, cinco impalas e dois antílopes negros, além de dezenas de outros animais.

Os habitantes da região criticaram a oferta, dizendo que os animais foram doados sem os consultar. A oposição do país também ficou indignada com a opulenta festa no Zimbabué, um dos países mais pobres do mundo.

O Movimento para a Mudança Democrática (MDC) sugeriu que todo o dinheiro recolhido para a festa, que considera "obscena ", deveria ser doado "para a reabilitação de hospitais públicos , clínicas e escolas rurais na província do Matabeleland do Norte". Propôs ainda que os pratos que serão servidos no banquete sejam distribuídos por orfanatos e instituições de solidariedade da região.

MDC considera "obscena" o dinheiro recolhido para a festa

Apelos que não parecem ter chegado aos ouvidos de Innocent Hamandishe, membro sénior da União Nacional Africana do Zimbabué - Frente Patriótica (ZANU-PF), o partido no poder, e chefe do comité organizador das celebrações. "As Cataratas Vitória vão ser o ponto central das atividades. Para homenagear o ícone, a maravilha do mundo Robert Mugabe e as Cataratas Vitória, uma das sete maravilhas do mundo, achamos que as celebrações deveriam ter lugar aqui" sublinhou Innocent Hamandishe:

O mais velho chefe de Estado africano é conhecido por dirigir o país com mão de ferro. Os seus opositores consideram-no um ditador, acusam-no de fraudes eleitorais e de ter adotado uma política económica desastrosa.

Mugabe acredita que tem motivos para celebrar

Mas, apesar das críticas, Robert Mugabe acredita ter motivos para celebrar. Está no poder há 35 anos, desde a independência do Zimbabué. Em 2013, após anos de críticas, a União Europeia (UE) começou a normalizar as relações com o país e a levantar longas sanções. E no início de janeiro assumiu a presidência da União Africana (UA).

O homem que costuma afirmar que vai viver até aos 100 anos também já desmentiu a eventual intenção de deixar a cadeira do poder. Teoricamente, a Constituição zimbabuena permite-lhe manter-se à frente dos destinos do país até aos 99 anos.

UE retomou ajuda direta ao Zimbabué com 237 milhões de euros

A União Europeia (UE) concedeu no passado dia 16 de fevereiro uma ajuda de 237 milhões de euros aos setores agrícola e de saúde do Zimbabué, que marcou o reinício do financiamento direto do país depois de dez anos de sanções. A ajuda destina-se a fomentar a produção agrícola e a melhorar os serviços de saúde ao longo dos próximos seis anos.

As relações entre a UE e o Zimbabué degradaram-se após as eleições de 2002, marcadas, segundo observadores estrangeiros, por uma série de fraudes que garantiram a vitória do Presidente Robert Mugabe.

A UE aprovou na altura uma série de sanções contra Mugabe, familiares e colaboradores, mas, nos últimos anos, Bruxelas tem vindo a levantar sanções e proibições de viajar. Mugabe, continua no entanto sujeito a sanções europeias, assim como a mulher, Grace, que determinam o congelamento de todos os bens e proibição de viajar para a Europa.

No início deste mês de fevereiro, Mugabe assumiu a presidência rotativa da União Africana, levando Bruxelas a admitir autorizá-lo a viajar para países europeus nessa qualidade.

Na foto: Robert Mugabe no dia em que completou 91 anos (21.02.2015)

Columbus Mavhunga / Madalena Sampaio / Lusa – Deutsche Welle

CONFERÊNCIA DE BERLIM: PARTILHA DE ÁFRICA FOI HÁ 130 ANOS




Há 130 anos, em 1885, terminava na Alemanha um encontro de líderes europeus que ficou conhecido como Conferência de Berlim. O objetivo era dividir África e definir arbitrariamente fronteiras, que existem até hoje.

Tinha cinco metros o mapa que dominou o encontro em Berlim, que teve lugar na Chancelaria do Reich. Mostrava o continente africano, com rios, lagos, nomes de alguns locais e muitas manchas brancas.

Quando a Conferência de Berlim chegou ao fim, a 26 de fevereiro de 1885, depois de mais de três meses de discussões, ainda havia grandes extensões de África onde nenhum europeu tinha posto os pés.

Representantes de 13 países da Europa, dos Estados Unidos da América e do Império Otomano deslocaram-se a Berlim a convite do chanceler alemão Otto von Bismarck para dividirem África entre si, "em conformidade com o direito internacional". Os africanos não foram convidados para a reunião.

À excepção da Etiópia e da Libéria, todos os Estados que hoje compõem África foram divididos entre as potências coloniais poucos anos após o encontro. Muitos historiadores, como Olyaemi Akinwumi, da Universidade Estatal de Nasarawa, na Nigéria, consideram que a Conferência de Berlim foi o fundamento de futuros conflitos internos em África.

"A divisão de África foi feita sem qualquer consideração pela história da sociedade, sem ter em conta as estruturas políticas, sociais e económicas existentes." Segundo Akinwumi, a Conferência de Berlim causou danos irreparáveis e alguns países sofrem até hoje com isso.

Novas fronteiras

Foram definidas novas fronteiras e muitas rotas de comércio desapareceram porque já não era permitido fazer negócios com pessoas fora da sua própria colónia.

Em muitos países, como foi o caso dos Camarões, os europeus desconsideraram completamente as comunidades locais e as suas necessidades, lembra o investigador alemão Michael Pesek, da Universidade de Erfurt.

"Os africanos aprenderam a viver com fronteiras que muitas vezes só existiam no papel. As fronteiras são importantes para a interpretação do panorama geopolítico de África, mas para as populações locais têm pouco significado", defende.

Na década de 1960, quando as colónias em África começaram a tornar-se independentes, os políticos africanos tiveram a oportunidade de rever os limites coloniais. No entanto, não o fizeram.

"Em 1960, grande parte dos políticos africanos disse: se fizermos isso, então vamos abrir a caixa de Pandora", explica Michael Pesek. "E provavelmente tinham razão. Se olharmos para todos os problemas que África teve nos últimos 80 anos, vemos que houve muitos conflitos internos, mas muito poucos entre Estados por causa de fronteiras."

Compensações pelo colonialismo

Em 2010, no 125º aniversário da Conferência de Berlim, representantes de muitos países africanos em Berlim exigiram compensações para reparar os danos do colonialismo. A divisão arbitrária do continente africano entre as potências europeias foi um crime contra a humanidade, disseram em comunicado.

Defendiam, por exemplo, o financiamento de monumentos em locais históricos, a devolução de terra e outros recursos roubados e a restituição de bens culturais.

Mas, até hoje, nada disso foi feito. O historiador Michael Pesek não se mostra surpreendido. "Fala-se muito em compensações por causa do comércio de escravos e do Holocausto. Mas pouco se fala dos crimes cometidos pelas potências coloniais europeias durante os anos que passaram em África."

O investigador nigeriano Olyaemi Akinwumi também não acredita que algum dia haverá qualquer tipo de indemnização.

Hilke Fischer / Madalena Sampaio – Deutsche Welle

Angola. AMNISTIA INTERNACIONAL ACUSA POLÍCIA ANGOLANA DE HOMICÍDIOS




Organização diz que autoridades continuam a desfrutar de impunidade e que liberdades são reprimidas.

Voz da América

A Amnistia Internacional acusou hoje, 25, a policia angolana de desfrutar de impunidade em casos de homicídios.

No seu relatório anual sobre a situação dos direitos humanos à escala global, a organização afirma que em Angola a liberdade de associação e de reunião continua a ser suprimida  e que milhares de famílias perderam as suas casas em remoções forçadas.

O documento relata incidentes de violações dos direitos humanos em Angola sem fazer qualquer comentário sobre os mesmos.

Por exemplo, no que diz respeito às remoções forçadas, a Amnistia Internacional relata como 4.000 famílias tiveram as suas casas demolidas e foram removidas à força e que pelo menos 700 dessas famílias não receberam uma “moradia adequada”.

O documento diz que “as forças policiais e de segurança utilizaram a força ou ameaça de força, bem como detenções arbitrárias para reprimir manifestações pacíficas” e fez notar que em diversos incidentes a polícia deteve e espancou manifestantes.

A organização acusa a polícia e as forças de segurança l de continuarem a desfrutar de impunidade em alguns casos de homicídios ilegais.

Esses homicídios ilegais, diz a Amnistia internacional, ocorreram em diversas províncias como Luanda, Malanje, Lunda Sul e Lunda Norte, fornecendo exemplos de diversos dessas casos.

Segundo a Amnistia Internacional, continua a ocorrer em Angola  “desaparecimentos forçados” e as autoridades reprimem a liberdade de expressão com processos em tribunal contra jornalistas por difamação de personalidades do Governo ou qualquer autoridade.

A polícia, diz o documento, espancou e prendeu jornalistas que denunciaram violações de direitos humanos.

O relatório anual da Amnistia Internacional faz no entanto notar que Angola aceitou 192 das 226 recomendações feitas na revisão periódica da ONU sobre os direitos humanos em Angola.

Outras 34 recomendações, incluindo algumas relacionadas com a liberdade de expressão, associação e reunião, foram aceites, mas para “maior análise”.

Angola. Guarda Presidencial acusada de impedir prisão de suposto assassino de Hilbert Ganga




Denúncia foi feita pelo advogado da família do activista Manuel Hilbert Ganga

Manuel José - Voz da América

Elementos ligados à Guarda Presidencial impediram a prisão do presumível assassino do activista da Casa-CE morto por um agente daquela instituição em Novembro de 2013 quando colava cartazes nas imediações da Presidência da República.

A informação foi avançada pelo advogado da família de Manuel Hilbert Ganga, Miguel Francisco, que citou a oitava secção, do cartório judicial.

Segundo Francisco, há três meses que o mandado de captura foi exarado pelo tribunal contra o presumível assassino de Hilbert Ganga, mas apenas na semana passada os agentes da investigação criminal de Luanda foram ao local onde eventualmente encontra-se o soldado da Guarda Presidencial responsável por atirar contra o activista.

A resposta das tropas, segundo Miguel Francisco não foi nada amigável.

“Deslocaram-se à Guarda Presidencial e houve uma resistência activa para não capturar o indivíduo, protagonizada por soldados da Guarda Presidencial onde se encontra o arguido", denunciou Miguel Francisco.

Nesta ordem de ideias, o causídico acredita que a única maneira de se contornar a situação é através da imprensa e da pressão da opinião pública.

"Temos de publicitar isso para que haja mecanismos de pressão para que as pessoas cumpram a lei porque ninguém está acima da lei, o próprio Presidente disse isso, num estado de Direito como o nosso, pela gravidade da situação e tratando-se de um homicídio”, diz Francisco, que espera saber também, no tribunal, se houve um autor moral da acção.

Manuel Hilbert Ganga, activista da Casa-CE foi morto a 23 de Novembro de 2013 quando, com outros colegas, afixava cartazes com imagens dos activistas Isaías Cassule e Alves Kamulingue.

Angola. (IM)POLUTOS JUÍZES




Sabendo de ginjeira o que a casa gasta e, ao mesmo tempo, o poder de quem manda, o juiz conselheiro do Tribunal Constitucional (TC), Onofre dos Santos, disse hoje não antever pedidos de verificação da constitucionalidade do Orçamento Geral do Estado para 2015.

Orlando Castro

Só faltava essa. Alguém se atreve a pensar que Angola é uma democracia e um Estado de Direito? Não. Ninguém porá em causa o poder, considerado aliás divino, do monarca nunca nominalmente eleito e no poder desde 1979, José Eduardo dos Santos.

A posição do juiz Onofre dos Santos foi assumida, em Luanda, durante a conferência “Limites constitucionais às reformas em tempos de crise”, promovida pela Universidade Católica de Angola, tendo sublinhado que, apenas se solicitado, aquele órgão, composto por onze elementos, se poderá pronunciar sobre o OGE.

“Daquilo que resulta deste Orçamento não há nada que permita pensar sequer que vai haver algum pedido de declaração de inconstitucionalidade. Porque é verdade que porventura qualquer de nós estivesse no Governo, ou se fosse outro partido a governar, provavelmente a afectação das verbas era diferente. Se todos os programas fossem iguais, só havia um partido”, apontou o juiz conselheiro.

E não tem sido isso que acontece num país que é (des)governado desde 1975 pelo MPLA, que é dirigido desde 1979 por José Eduardo dos Santos, por sinal e desde a mesma altura Presidente da República e líder do Governo?

O novo OGE para 2015, revisto pelo Governo angolano para acomodar a forte quebra nas receitas fiscais petrolíferas, prevê um corte de um terço nas despesas totais, afectando todos os sectores, tendo sido anunciado o congelamento das admissões para a Função Pública, alvo de concursos anteriores.

No Parlamento, onde se fez um simulacro de democracia com o recurso a uma encenação de discussão na generalidade, a oposição encarnou o papel de figurante e criticou, duramente segundo o guião aprovado pelo MPLA, o documento e as opções do Executivo para contrariar a crise.

A veleidade de pedir a verificação da constitucionalidade do OGE pode ser protagonizada, entre outros, pelo Presidente da República, pelas bancadas parlamentares, por um terço dos deputados eleitos à Assembleia Nacional, pelo Provedor de Justiça ou pela Ordem dos Advogados.

Ninguém de bom senso o vai fazer. Os que não são figurantes são sipaios ao serviço de sua majestade. Os figurantes sabem que o seu papel é mesmo esse: figurantes. E assim sendo, ficarão calados e quietinhos.

“Se porventura se dá mais dinheiro para a habitação do que para o saneamento básico, onde é que está inconstitucionalidade? Pode é ser uma má medida do Governo, mas não é uma inconstitucionalidade e o TC não está aqui para governar, independentemente daquilo que eu posso pensar que é melhor”, sublinhou Onofre dos Santos.

Façamos um pequeno exercício de memória… constitucional. Com a sua sisudez soviética onde aprendeu tudo o que sabe, José Eduardo dos Santos disse a propósito da Constituição, que “o povo angolano conquistou pela primeira vez uma Constituição genuinamente nacional que assinalou o fim do período de transição em que vivíamos (desde 1991, com a abertura ao multipartidarismo) e que instaura definitivamente um Estado democrático e de direito”.

Para os leitores menos habituados a esta linguagem figurativa do dono de Angola, importa fazer a tradução. “Constituição genuinamente nacional” significa que foi exclusivamente feita pelos angolanos de primeira e para os angolanos de primeira, ou seja os do MPLA.

“Estado democrático e de direito”, quer dizer um reino onde o clã Eduardo dos Santos dá total liberdade aos súbditos para seguiram o MPLA, bem como para perceberam a filosofia democrática do regime: “quero, posso e mando”.

Respondendo a críticas, com destaque para a UNITA, Eduardo dos Santos disse, diz e dirá que a Constituição “é fruto de um prolongado debate aberto, livre e democrático com todas as forças vivas da Nação”.

Tem razão. O debate foi aberto, livre e democrático. Todos puderam falar do assunto, propor alternativas e contestar. Todos aqueles que ainda não tinham percebido que esse debate era folclore e que a Constituição seria aprovada segundo as regras e interesses do regime. Tal como o actual OGE.

O presidente lembrou ainda que esta Constituição “reafirma e consagra” entre os seus princípios estruturantes a democracia pluralista e representativa, o carácter unitário do Estado, a valorização do trabalho e o respeito pela dignidade da pessoa humana, a livre iniciativa económica e empresarial, a justiça social, a participação dos cidadãos e o primado da lei.

Esta foi aquela parte tirada de outras leis fundamentais que ficam sempre bem, mas que não são para cumprir. Além disso dão sempre um jeitão aos juízes do Tribunal Constitucional.

Se a existência de partidos é, só por si, sinónimo da de democracia, se calhar o regime de Salazar também era democrático. Para haver democracia, julgam alguns peregrinos das causas humanas, é preciso que o poder não esteja na mão de uma só pessoa, é preciso que o poder legislativo seja eleito, que o poder executivo seja eleito, ou que emane do poder legislativo eleito, que o poder judicial seja independente, que o Povo saiba quem elege ou quem não elege. Nada disto é verdade em Angola.

Assim, o presidente da República é o “cabeça de lista” do partido mais votado, mesmo que só consiga – por exemplo – 25% dos votos (não será o caso do MPLA que é bem capaz, sempre que entenda necessário, de passar os 100%).

Além disso, o presidente nomeia o Vice-Presidente, todos os juízes do Tribunal Constitucional, todos os juízes do Supremo Tribunal, todos os juízes do Tribunal de Contas, o Procurador-Geral da Republica, o Chefe de Estado Maior das Forças Armadas, os Chefes do Estado Maior dos seus diversos ramos .

Melhor do que isto não se conhece. Ou melhor, conhece-se na Coreia do Norte. Nem mesmo Jean-Bédel Bokassa, Idi Amin Dada ou Mobutu Sese Seko fizerem algo de semelhante.

Folha 8 Diário (ao)

Portugal: INCAPAZES DE PROTEGER OS MAIS POBRES



Afonso Camões – Jornal de Notícias, opinião

A crise económica fraturou a sociedade e desfigurou a pirâmide social, ao romper a utopia de que todos éramos classe média. As estatísticas já nos tinham confirmado, em janeiro, que o risco de pobreza continua a aumentar, atingindo os dois milhões de portugueses. Desta vez, o retrato negativo vem da Comissão Europeia. Bruxelas diz que os cortes impostos pelo Governo de Lisboa nas prestações sociais tiveram um impacto desproporcionado sobre os já muito pobres, que o sistema de proteção é inadequado e não tem sido capaz de lidar com a subida do desemprego.

Ora, sabendo nós que a proximidade de eleições levanta sempre mais poeira do que uma manada em transumância, é crucial que os partidos se comprometam com o tema que mais interessa a portugueses e europeus: como voltar a criar riqueza e emprego.

Da esquerda à direita, as alternâncias entre PS e PSD sempre foram mais ou menos conflituais e desabridas, mas nunca esteve em causa o regime saído da revolução e da normalização democrática.

Acontece que, por toda a Europa, os anos de austeridade estão a implodir o centro, onde outrora se ganhavam as batalhas eleitorais, e a pulverizar os partidos do "arco do poder", incapazes de responder à desilusão.

Como se a crise não bastasse, os frequentes episódios de corrupção no sistema põem em evidência a promiscuidade entre a política e o dinheiro e romperam o vínculo de confiança com a cidadania. Isto, enquanto a fobia da insegurança está a fazer renascer os nacionalismos radicais.

A erupção de novos partidos desperta novas fantasias, mas agora à custa do colapso ou do esvaziamento dos partidos do centro, em especial os que se reclamam da social-democracia. Vejam-se os sinais que vêm da Grécia, de Espanha, de França...

Por cá, onde os ventos de mudança chegam quase sempre mais tarde, é tempo de os partidos do "arco da governação" se confrontarem com os seus destinos. São, como todos nós, livres para fazerem as suas escolhas, mas serão prisioneiros das consequências.

POUPANÇA OBRIGA. IDOSOS REFORMADOS MORREM QUE SE FARTAM EM PORTUGAL




Gripe e frio causaram número recorde de mortos em Portugal

A subdiretora-geral da Saúde justificou, esta sexta-feira, a elevada mortalidade por gripe e doenças relacionadas com o frio este ano, o valor mais alto nos últimos 15 anos, com o crescimento da população idosa e das próprias patologias.

De acordo com o último boletim de Vigilância Epidemiológico do Instituto Ricardo Jorge (INSA), entre dezembro de 2014 e 22 de fevereiro deste ano, registaram-se mais 4625 mortes do que era esperado, o maior registo dos últimos 17 anos, superado apenas na época gripal 1998/1999, na qual se verificaram 8514 óbitos acima do previsto.

Em declarações à agência Lusa, a subdiretora-geral da Saúde, Graça Freitas, admitiu que os problemas que se têm registado nos hospitais, nomeadamente de falta de pessoal, têm influência na oferta e na procura, mas realçou que a realidade de há 20 anos era bem diferente da que existe hoje.

"Obviamente que quando há problemas nos serviços, há sempre duas vertentes: uma que é a procura e outra que é a oferta. Mas, o que é preciso realçar é que em 1998, já lá vão quase 20 anos, a realidade era outra. Hoje temos uma população muitíssimo mais idosa, a viver isolada, com múltiplas patologias e múltipla medicação", salientou.

De acordo com Graça Freitas, atualmente verifica-se que muitas das patologias destes idosos estão descompensadas e o seu sistema fisiológico já não funciona como quando eram mais novas.

"Ou seja, há aqui fatores, nas pessoas que vão às urgências, que fazem com que elas tenham situações mais graves do que acontecia anteriormente", sublinhou.

Por isso, disse Graça Freitas, "mesmo que os números de afluência às urgências e centros de saúde não sejam extraordinariamente grandes, o tipo de patologias e de cuidados que estas pessoas precisam é muito mais intenso".

A atividade gripal em Portugal manteve-se moderada durante a semana passada, refere o Boletim de Vigilância Epidemiológica, apontando que desde o início do ano houve 848 casos e que a mortalidade continua acima do esperado.

Os dados constam do Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe, referente à semana entre 16 a 22 de fevereiro, que mostra que nesse período a taxa de incidência foi de 44 casos por cada 100 mil habitantes, "encontrando-se acima da zona de atividade basal, com tendência decrescente".

Segundo o relatório, publicado à quinta-feira pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, desde o dia 01 de janeiro houve registo de 848 casos de síndroma gripal, 16 dos quais na semana entre 16 e 22 de fevereiro. Dentro destes 16, dois deram positivo para o vírus da gripe.

Em declarações à Lusa, a subdiretora-geral da Saúde disse que o pico da gripe já terá passado, adiantando que vão ser mantidos os horários alargados nos centros de saúde.

"Neste momento, todas as indicações que temos é que o pico terá ocorrido na semana cinco, e agora estamos na semana oito. Tudo indica que dentro de duas a três semanas deve baixar. Vamos acompanhar o evoluir da situação", disse.

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge sublinha, no entanto, que este aumento no número de óbitos "não pode ser atribuído a nenhuma causa específica, podendo estar associado ao frio extremo, ao aumento da incidência das infeções respiratórias agudas e à atividade gripal".

Segundo os dados do Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (SICO), disponível no "site" da Direção-geral da Saúde, no decorrer da semana entre 16 e 22 de fevereiro, houve 2741 óbitos, menos 265 do que na semana anterior.

Na foto: Ministro da Saúde, Paulo Macedo, entre o diretor-geral da Saúde, Francisco George, e a subdiretora Maria da Graça Freitas – Natacha Cardoso / Global Imagens

Jornal de Notícias - Título PG

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O TERROR NUM EXPRESSO CURTO A HORAS TARDIAS. REVOLTEM-SE, PORRA!




O Expresso Curto de hoje não podia começar pior: a falar-nos de uma má realidade. Lá vem a selvajaria do terror jiadista puxar-nos para um mal desnecessário, que não tem ponta por onde se lhe pegue em termos de lógica. É terror, pelo terror. É de doidos, de subhumanos, atroz. Que foi o ocidente que lhes deu “corda” ou o cordão umbilical por onde lhes sopraram vida. Pois. Não admira. O ocidente tem vindo a eleger para os poderes todo poderosos doentios presidentes das repúblicas e primeiros-ministros e coadjuvantes que se vêm revelando criminosos a soldo do capital. E nesta coisa do capital cabe a industria do armamento, os países que querem explorar pelo petróleo, os povos que significam possibilidades de esclavagismo, como o terceiro mundo, como até Portugal, Espanha, a Grécia… Se assim é na Europa o que não fará pelo médio-oriente, pela Índia, por África. É um fartar vilanagem de que quem serve o Expresso Curto de hoje não refere objetivamente.

Para centenas de milhares este dia nada diz sobre o fim-de-semana. Uns estão desempregados. Outros trabalham que nem mouros a vencer 300 euros por mês por 10 horas ao serviço de empresários negreiros (onde anda a fiscalização do trabalho?), sem direito a intervalo para uma refeição, nem para ir defecar, urinar. Nada. Ali, nos “quiosques” dos centros comerciais sozinhos(as) com instruções do empresário negreiro para “nunca abandonar a loja”. Se falhar é despedido(a). Nos centros comerciais é frequente este desbundar de fartar vilanagem. Jovens a serem tratados como escravos que nem se atrevem a defecar nas trombas dos negreiros, quanto mais mijarem-lhes para cima. Mas é o que merecem. Já que as leis laborais não são para todos nem para cumprir. Para os negreiros não, apoiados que estão nos negreiros que são governo em Portugal, ou na Presidência da República.

Este  Expresso Curto já está a ser servido a horas tardias, desculpem. Não se fale em mais desgraças. Vamos ao Expresso Curto do Martim e leia-se o que de bom vai por esta Europa, por Portugal, pelo mundo. Aborda o "caso António Costa" também. Uma maravilha de candidato à continuação deste caos em que mal sobrevivemos. Tenham um bom dia, se conseguirem. Diria para se portarem mal (revoltem-se, porra!) mas já sei que não o vão fazer. A vida não está para disparates e mais complicações. Fiquemos todos muito quietinhhos a deixar que nos pisem e repisem. Eles, os do capital e do Arco da Governação adoram. E já o vêm fazendo há décadas. Não se cansam. (MM / PG)

Da banalidade do mal

Bom dia, 

Se o mal tem hoje um rosto, ele é um homem vestido de preto dos pés à cabeça, no meio do deserto, empunhando uma faca e com um sequestrado ao lado, de joelhos, vestido com um macacão cor de laranja e o ar vazio de quem sabe que vai morrer. Todos vimos estas imagens no último ano. Imagens do terror semeado pelo Estado Islâmico. O mal tem mesmo um rosto. O rosto que se esconde por trás da máscara de Jihadi John, de que agora se conhece a identidade. 

O assunto faz capa dos principais jornais ingleses de hoje. E também do Expresso Diário, que além de contar a história de Jihadi John revela as ligações com os jiadistas portugueses.

O choque aumenta à medida que os detalhes são conhecidos e que percebemos como o mal mais absoluto se pode esconder no meio de nós. É a banalidade do mal, conceito cunhado por Hannah Arendt. Jihadi John, aliás Mohammed Enzawi, é um jovem britânico de família de classe média, integrado, com um curso superior, que gosta de roupa de marca e vivia integrado na comunidade.

Deixo-lhe vários artigos sobre a história dele. Destaco em primeiro lugar o do Telegraph, que começa precisamente por afirmar que o mais impressionante na história do terrorista mais procurado do mundo é o facto de parecer um tipo banal e normal. O da Vox também vale a pena ler.

E aqui podemos perceber um pouco melhor os esforços vários que a comunidade muçulmana e os Estados Unidos estão a fazer paratravar o avanço do Estado Islâmico.

Por cá, está longe de terminar a polémica a propósito da gaffe de António Costa, que hoje é destaque na imprensa nacional (capa do i, do DN, do Público). Destaco as opiniões, à esquerda e à direita, de Daniel Oliveira e Henrique Raposo, no Expresso Diário. Se é certo que a direita está a usar o caso o mais que pode para inflingir danos aos socialistas, não o é menos que o próprio Costa quanto mais se tenta desenvencilhar do nó que criou, mais enleado parece ficar. Ele diz que está perplexo. Nós percebemo-lo. Também estamos.

Aliás, o que parecia um fósforo a arder está agora a transformar-se num incêndio. Costa já se dirigiu aos militantes do PS por sms a explicar a situação (sinal de desespero) e até a Reuters anda a escrever sobre esta “chinesice”.

No i, faz-se um balanço dos primeiros 100 dias de liderança de Costa, com a pergunta “E o PS está bastante diferente do que estava há cem dias?”.

Que pensará Seguro sobre o que se passa?

By the way, referir que desde ontem o PS tem um… diário digital.

No Expresso Diário de hoje pode saber tudo sobre a sondagem da Eurosondagem em que se traçam cenários eleitorais para as legislativas, com e sem coligação entre PSD e CDS. O que é melhor para direita, ir junta ou separada a votos? E em qual dos cenários o PS fica mais próximo da vitória?

OUTROS ASSUNTOS CÁ DENTRO

Por cá, o INE deve confirmar hoje o que já se sabia, ou seja que o crescimento da economia portuguesa no ano passado se fixou em 0,9%.

Em Alvalade, a noite não se pintou de verde e o Sporting ficou pelo caminho frente aos alemães (no final ganham sempre eles) do Wolfsburgo, depois de um empate a zero. 
Assim, já só resta uma equipa nacional nas provas europeias de futebol, e a situação dos clubes portugueses no ranking europeu fica pior. Quem sorri são os italianos, que ainda têm cinco equipas em prova.

Ontem foi dia de Zeinal. Zeinal Bava. O sr. falta de memória - deve aliás estar nos livros de gestão: se o negócio corre bem, bate no peito e grita que o fizeste; se correr mal, mal te lembras do teu nome. Enquanto em Alvalade o marcador ficou em branco, em São Bento, vitória de Mortágua. Mariana Mortágua. As comissões de inquérito parlamentares continuam a revelar-se uma espécie de Academia de Alcochete para a revelação de novos “craques”na política. Ontem, a deputada bloquista (para mim, a melhor deputada do ano) não poupou o antigo líder da PT, acusando-o diretamente de amadorismo. Isto enquanto Zeinal se defendia com os habituais pôncio pilatianos “não sei”, “não me lembro” e outras expressões do mesmo calibre. 

Aliás, Cristina Ferreira escrevia no Público como os deputados perderam a paciência pela forma como Zeinal se comportou.

Para o Ricardo Costa, o problema de Zeinal é mesmo a fama de super-gestor.

Ainda a propósito da Comissão de Inquérito ao descalabro no BES, amanhã tem de ler a reportagem sobre os bastidores dos trabalhos parlamentares, na Revista E, escrita pelo Filipe Santos Costa.

Sobre o enriquecimento ilícito, que vai voltar a ser debatido para a semana no Parlamento, os partidos da maioria ainda não se entenderam.

Hoje é dia de abertura oficial do Fantasporto, e no Expresso Diário vamos contar-lhe tudo, pela pena do Rui Cardoso e do Valdemar Cruz. Toda a produção fantástica deste ano é precisamente marcada pela,,, banalidade do mal.

OUTROS ASSUNTOS LÁ FORA

Hoje é o dia em que o Parlamento alemão tem de votar a extensão do programa de ajuda à Grécia por mais quatro meses. A extensão deve ser aprovada mas o clima político não está famoso e parece que Varoufakis voltou a irritar Schauble. Ao mesmo tempo, surgiu a primeira manifestação em Atenas contra a atuação do Syriza.

Sobre a crise e a descida generalizada das taxas de juro na Europa, com exceção na Grécia, atingindo mínimos históricos, vale a pena ler estas linhas do Jorge Nascimento Rodrigues no Expresso Diário.

Ainda sobre a situação grega, vale a pena passar os olhos por este texto do FT para percebermos melhor as resistências levantadas pelo FMI à extensão do programa. 

Mas agora leia este alerta. Que nos diz? Basicamente, que se pensamos em Grécia quando pensamos em crise se calhar estamos a olhar para o sítio errado. Isto porque a situação orçamental no Japão é hoje crítica e pode mesmo descambar numa grave crise mundial. Ou não estivéssemos a falar da terceira maior economia do mundo.

Aliás, os sinais de alertas parecem multiplicar-se. A Bloomberg traça mais um, dizendo que se pode aproximar nova crise financeira mundial. Oh não, outra vez não, apetece dizer. Entre as razões para tal estão a queda do preço do petróleo e a volatilidade bolsista.

Sobre o conflito no leste da Ucrânia não pode perder este artigo em que se explica como o uso pelos dois lados do conflito de milícias e grupos armados pode vir a originar uma nova guerra, em que Moscovo e Kiev já não têm mão. E ainda este, sobre o conflito Kiev-Moscovo, mas na perspetiva energética, leia-se gás.

No New York Times, é George Clooney quem escreve um artigo hoje chamando a atenção para a situação no Darfur.

Mas se de um lado há crise, do outro surgem boas notícias. Sabia que 2014 foi o melhor ano de sempre para o mercado mundial de arte? As vendas ascenderam a 15 mil milhões de dólares. A obra mais cara que mudou de mãos tem a assinatura de Giacometti.

Na Argentina, a justiça considera que não há provas para se abrir uma investigação à presidente Cristina Kirchner, na sequência da denúncia do falecido procurador Nisman.

No último fim de semana viu a cerimónia dos Óscares? Se viu, vai querer ler isto. Se não viu, também. É uma ótima explicação para aqueda constante das audiências da cerimónia nos últimos anos. Ou, de como os Óscares premeiam filmes para adultos numa era em que os adultos vão cada vez menos ao cinema.

A internet é um bem público? Nos Estados Unidos, o tema é polémico, com a aprovação de uma lei que impede os grandesgigantes tecnológicos de poderem pagar para o acesso aos seus serviços seja mais rápido. Aqui tem uma boa explicação para o caso. E aqui um olhar americano para o que se está a passar.

Álcool, marijuana, estimulantes, analgésicos… qual adiferença no consumo de geração para geração?

Já recebeu o convite da Apple para o evento de 9 de março? Não, pois claro. Mas vem aí gadget novo. O iWatch?

E o que faria se o seu dia tivesse mais 40 minutos? É que se vivesse em Marte, ele tinha mesmo.

Este fim de semana começa o circuito mundial de Surf. As primeiras ondas vão ser surfadas na Austrália, com o campeão em título, o brasileiro Gabriel Medina, a querer confirmar que o domínio de americanos, havaianos e australianos já passou à história. Este ano não há portugueses, depois de Tiago Pires não conseguir a nona qualificação seguida para a elite mundial do surf. Mas a prova de Peniche mantém-se, e será lá para o final de outubro.

FRASES

“Eu não sabia de nada”, Zeinal Bava, na Comissão de Inquérito ao caso BES, citado na capa do JN

“Não me sinto numa geração à rasca”, Maria Nunes Pereira, investigadora portuguesa recentemente destacada pela Forbes na sua lista de talentos com menos de 30 anos, no Jornal de Negócios

“O autocrata de hoje já não é o czar Nicolau II, nem Lenine, nem Estaline, nem Khruschev, nem Brejnev. É um antigo membro da polícia secreta e, por consequência, um dissimulador, um mentiroso, um torcionário e um assassino, que dá pelo nome de Putin e que preside a uma cleptocracia”, Vasco Pulido Valente, no Público, lúcido como sempre, ácido como nunca

O QUE ANDO A LER

A edição de março do Courier internacional já está nas bancas e este mês o olhar mais profundo vai para Israel. Com eleições internas já em março, que influência terão os recentes acontecimentos, com os atentados terroristas na Europa e o apelo de Netanyahu para o regresso dos judeus a Israel, nos resultados eleitorais? E a política de crescente isolamento do país?

“À Procura de Respostas” é o título da reflexão sobre o mundo atual e caminhos a seguir que nos propõe o mais carismático dos chefes de governo espanhóis, Felipe Gonzalez. Com prefácio de António Costa, a obra é das edições Matéria Prima.

Do autor de “O Fim da História e o Último Homem” está já disponível o segundo volume da sua história da ciência política. “Ordem Política e Decadência Política – da revolução industrial à globalização da democracia”. A obra é longa longa, mas Francis Fukuyama merece seguramente a melhor atenção ou não fosse ele um dos mais influentes pensadores das últimas décadas.

Ainda não a tenho, mas a edição de The Economist desta semana promete. O Brasil está na capa, mas pela bagunça em que o país está mergulhado.

Na televisão não esqueça que estreia a terceira temporada da super-série House of Cards, com Kevin Spacey e Robin Wright como protagonistas. Hoje na Netflix e amanhã, sábado, por cá no TVSéries, no cabo. Mas antes de ver o primeiro episódio, relembre aqui todas as pessoas que ele foi triturando e lixando ao longo da série.

Tenha uma excelente sexta-feira.

Mais logo não esqueça que temos Expresso Diário pelas 18.00. Amanhã está nas bancas a edição semanal do Expresso, que tem como um dos pratos fortes uma entrevista exclusiva ao primeiro-ministro, Passos Coelho. Na capa da Revista E está o código que lhe permite ter acesso ao Expresso Diário ao longo da próxima semana.

Voltamos segunda-feira para novo Expresso Curto, tirado pelo Pedro Candeias, coordenador de Desporto do Expresso (aposto que vai esmiuçar o Porto-Sporting de domingo…)

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