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segunda-feira, 18 de abril de 2016

É GOLPE SIM! DILMA MAIS PRÓXIMO DE SER DESTITUÍDA



Dilma Rousseff, presidente da República do Brasil, está mais próximo da destituição através do golpe da extrema direita brasileira que ao longo de mais de dois anos tem contado com o apoio da mídia saudosista das tenebrosas ditaduras que prevaleceram no país.

Seguindo o exemplo do que tem sido praticado na América Latina em outros países, o Brasil está na mira dos golpistas praticantes dos golpes de Estado suaves que institucionalmente se sobrepõem a governos legitimamente eleitos, a presidentes legitimamente eleitos, depois de campanhas de difamação através da mídia e conluio da componente judiciária que serve os grandes grupos económicos, a extrema direita, a corrupção. Assim tem acontecido em outros países de governos progressistas, marcados como de esquerda, que combatem as desigualdades, a pobreza extrema, a exploração dos trabalhadores e descriminações tão peculiares nos regimes ditatoriais que a América Latina tem experienciado com o custo de muitas vidas dos que se opõem. Em todos estes processos os EUA não estão inocentes, o método do golpe brando está a resultar. Substituindo os golpes violentos e sangrentos, mortais, dos militares. Esta é mais uma situação de golpe no Brasil. Não há como negar. É golpe sim!

Do Correio do Brasil retiramos e apresentamos o que é de referência ao acontecimento. (FM - PG)

Câmara autoriza que Senado prossiga com o golpe de Estado

A votação deixou claro que os parlamentares ligados à extrema direita formam maioria de 2/3 da Câmara para o prosseguimento do golpe de Estado, em curso

Correio do Brasil – de Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo


No escore de 127 votos contra o golpe de Estado, em curso no país, e 342 a favor do prosseguimento da ação contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff, a Câmara dos Deputados – sob a presidência de Eduardo Cunha, réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção e formação de quadrilha – autorizou que o Senado passe, agora, conduzir a tentativa de derrubar o governo eleito em 2014.

A votação deixou claro que os parlamentares ligados à extrema direita formam a maioria de dois terços da Câmara. Muitos votaram em respeito aos seus netos, Pedro, Bruno, Felipe, “pela minha mãe Nega Lucimar”, “pela família Quadrangular”, “pela renovação carismática” e tantos outros motivos, alheios ao real motivo que seriam as supostas ‘pedaladas fiscais’ da presidenta Dilma. O fato foi lembrado por aqueles parlamentares que votaram contra a continuidade do processo.

‘Efeito manada’

“Apesar de você, amanhã há de ser outro dia” afirmou, lembrando a canção de Chico Buarque, a ativista e blogueira Conceição Oliveira, do blog Maria Frô, em referência aos deputados que votaram favoravelmente ao prosseguimento do processo deimpeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. Para a ativista digital, a votação do processo do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, no Plenário da Câmara neste domingo, foi tomada por um “efeito manada”, levando parlamentares a ampliar a votação pelo impeachment.

– Um Congresso fisiológico, votando só pelos seus próprios interesses e se dizendo em nome do povo – afirmou ao site de notícias Rede Brasil Atual (RBA), para explicar que muitos parlamentares acabam seguindo a maioria em sua votação pelo prosseguimento do afastamento de Dilma.

Fazem isso, de acordo com Conceição, pois não possuem ideologia. “Precisamos ter clareza que não tem como funcionar um governo progressista com um Congresso deste jeito. Esses caras não podem ser eleitos novamente”, disse.

– Isso era esperado, é um salve-se quem puder – lamentou a ativista.

Entretanto, em sua avaliação, haverá forte reação por parte dos setores da sociedade que se colocam em defesa da democracia.

– Não vamos deixar o Cunha em paz. O Temer não tem legitimidade. Não respeitaremos este governo. Se eles não respeitam a regra, acabou, não tem como as pessoas acatarem um governo assim – afirmou.

Para Conceição, a saída para preservar a democracia, contra o golpe, continuará sendo em mobilizações em massa. Ela disse ainda que os parlamentares que votam pelo prosseguimento do impeachment sem base jurídica, “jogam 54 milhões de votos no lixo (…) e devem ir para o lixo da história. Nossa força está na nossa mobilização, que não vai parar.”

– Esses indivíduos merecem o lixo da história. Eles não representam o povo. Insisto, mobilização. Nos sentimos roubados, roubaram nosso voto, a democracia e a cidadania – afirma Conceição.

Ponto alto

Em um dos momentos mais exaltados da votação, na Câmara, o deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ) voltou a proferir um duro discurso contra o presidente da Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), responsável pela condução do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

Segundo o parlamentar, o rito é um “farsa conduzida por um ladrão”, “apoiada por covardes, canalhas”. A declaração foi concedida no plenário da Câmara, neste domingo, dia da votação do impeachment da presidente. Em vídeo publicado na internet, Wyllys já havia dito que o peemedebista é um “gângster”.

– Eu sou oposição ao governo Dilma, mas ela foi legitimamente eleita. Questionar a eleição dela é questionar a minha eleição. Qualquer alternativa contrária, é golpe e oportunismo. Não estou em defesa da Dilma nem do PT, estou em defesa da democracia – concluiu.

PG / Correio do Brasil

Fotos: 1 – Deputados da extrema direita em êxtase. 2 - Temer posa para foto, com um sorriso, enquanto assiste à votação na Câmara

sábado, 19 de março de 2016

GOLPE E CRISE NO BRASIL. É VER, OUVIR, LER E NÃO DEIXAR QUE A MANIPULAÇÃO PENETRE




No Brasil o golpe da direita continua em curso. Objetivo é derrubar o governo através de processo característico de quem perde nas eleições mas não se conforma e reage. Processo ilícito mas que acreditam poder resultar. O governo de Dilma tem vindo a ser sistematicamente enxovalhado, difamado, perseguido. A figura predominante de Lula da Silva, ex-presidente da República, que tirou da pobreza muitos milhões de brasileiros tem vindo a ser igualmente perseguida pela justiça. O juiz Sérgio Moro é o cabeça de cartaz da matilha que o persegue, assim como a Dilma. A Globo e a comunicação social brasileira ao serviço da direita cria os casos, empola, manipula, constrói ódios e divisões, achaca Lula, atira-se ao governo Dilma como gato a bofe. Imensos brasileiros, fruto da manipulação, vão atrás e manifestam-se contra os que em quase duas décadas proporcionaram aos brasileiros mais desfavorecidos dignidade e usufruto de cidadania, alguma democracia. Nada que a classe economicamente dominante, racista, esclavagista, fascista, ou daí próximo, visse e veja com bons olhos. Esta é a vingança servida a semi-morno e também a escaldar.

Depois das manifestações da direita contra Lula, Dilma e governo, vem o tempo de manifestarem-se os que reconhecem a obra meritória de Lula da Silva e da democracia que instituiu no Brasil mais que ninguém. A direita acusa Lula, Dilma e o PT de corrupção. Nada está provado, a não ser o que é construído na comunicação social inundado de mentiras com alguns pormenores de verdade (para uma mentira ter crédito convém conter alguma pormenor de verdade, nem que seja ínfimo e sem importância). A justiça, pela mão do juiz Moro e outros capangas baralha tudo e dá cartas. Ataca e contra-ataca os rechaços ao seu jogo sujo de golpe. Pela segunda vez – prevê-se já a próxima – a justiça impede Lula de exercer o ministério de Chefe da Casa Civil do governo Dilma Rousseff para que foi nomeado e chegou a tomar posse. O Brasil está a saque, só governável devido à enorme tenacidade de Dilma, a presidente. A terrível novela vai prosseguir, produção da Globo e da direita mais radical existente no Brasil. Atente-se às manipulações da comunicação social, não só a do Brasil, também em Portugal e por todo o mundo a que chamam livre e/ou ocidental. A democracia está a ser destruída no Brasil. Coronéis sem farda nem galões querem a todo o custo tomar posse dos poderes. É sabido que com esses nos poderes o p´re-sal, o petróleo, ficará nas mãos dos gringos, dos EUA. Coisa que Obama, há anos, na sua visita ao Brasil, não conseguiu. Lula, então presidente, respondeu-lhe que não, que o pré-sal é brasileiro e só brasileiro. Petróleo, sempre esse elemento desestabilizador devido à ganância dos EUA e outras médias potências ou grandes aglomerados da alta finança global. Petróleo e tantas outras riquezas naturais brasileiras são uma tentação que supera um quadro de moralidade e de decência dos que por mais ricos que sejam mais riqueza querem. É nisso tudo que os brasileiros devem pensar muito bem antes que seja tarde demais.

Seguidamente, para atualização dos que querem olhar e saber mais um pouco sobre a “crise no Brasil” facultamos a compilação de informes da Agência Brasil. É ler e não permitir que a manipulação penetre.

Redação PG / Fernando Silva / Flávio Mattel

Na Paulista, Lula defende a democracia e diz que é preciso restabelecer a paz

Bruno Bocchini - Repórter da Agência Brasil*

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (18), no manifesto que a Frente Brasil Popular promove na Avenida Paulista contra o impeachment e a favor da democracia, que os brasileiros precisam aprender a conviver com a diversidade. Em discurso, no carro de som posicionado em frente ao Museu de Arte de São Paulo, sob aplausos, ele defendeu a democracia e disse que o tempo que resta ao final do governo Dilma é “suficiente para virar a história do país”.

Além de pedir respeito à democracia e às eleições, Lula criticou os partidos que concorreram contra o PT nas últimas eleições presidenciais. Segundo ele, os adversários não aceitaram a derrota nas urnas e agora se prestam a "atrapalhar" o governo da presidenta da República Dilma Rousseff.

“Quero dizer para aqueles que não gostam de nós, talvez falte informação, mas temos que convencê-los que democracia é acatar o voto da maioria do povo brasileiro”, destacou. Durante o discurso, Lula juntou-se ao coro dos manifestantes gritando a frase: “Não vai ter golpe”. “Não vamos aceitar o fim da democracia e nenhum golpe no país”.

O ex-presidente destacou a importância de se restabelecer a paz no país e lembrou que perdeu as eleições muitas vezes, mas nunca protestou contra quem ganhou. “Tem gente nesse país que falava em democracia da boca para fora. Eu perdi eleições em 89, eu perdi eleições em 94, em 98, e já havia perdido em 82 para o governo de São Paulo e, em nenhum momento, vocês viram eu ir para a rua protestar contra quem ganhou”, disse Lula a uma multidão na Avenida Paulista reunida para o ato batizado pelos organizadores de Pela Democracia, Contra o Golpe.

“Quando a presidenta Dilma ganha, eles que se dizem sociais-democratas, eles que se dizem pessoas evoluídas, pessoas estudadas, eles não aceitaram o resultado. E faz um ano e três meses que eles estão atrapalhando a presidenta Dilma a governar esse país”, disse.

Lula defendeu um país sem ódio, mas criticou as pessoas que participaram das manifestações em favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. “Eles são o tipo de brasileiro que gostariam de ir para Miami fazer compra todos os dias, e a gente compra na 25 de Março”, referindo-se à rua de comércio popular que fica no centro de São Paulo.

“Este país precisa voltar a crescer. Tem que ter uma sociedade harmônica. Voltar a entender que democracia é a convivência da diversidade. Eu não quero que quem votou no Aécio goste de mim, ou quem votou na Dilma goste dele. O que eu quero é que a gente aprenda a conviver de forma civilizada com as nossas diferenças”, disse.

Para Lula, a democracia é a única possibilidade de fazer um governo com a participação do povo. “Eles têm que saber que essas pessoas que estão aqui de vermelho são parte daqueles que produzem o pão de cada dia do povo brasileiro”.

Casa Civil

Sobre o cargo de ministro-chefe da Casa Civil, que assumiu nesta quinta (17), Lula disse que relutou muito em aceitar ir para o governo, desde agosto do ano passado. “E, ao aceitar, veja o que aconteceu comigo, virei outra vez 'Lulinha paz e amor'”. Ele garantiu que vai integrar o governo para ajudar a fazer o país voltar a crescer. “Não vou lá para brigar, vou lá para ajudar a fazer as coisas que tem que fazer nesse país. Não vou achando que os que não gostam de nós são menos brasileiros que nós".

Ele relembrou os momentos desta semana, principalmente depois que foi anunciada sua ida para o governo, em que alguns setores, segundo ele, pregaram que os simpatizantes do PT seriam violentos. "Acho muito engraçado que essa semana inteira, alguns setores ficaram dizendo que nós somos violentos. E tem gente que prega a violência contra nós 24 horas por dia."

“Eu não vou lá para brigar, eu vou lá para ajudar companheira Dilma a fazer as coisas que ela tem que fazer nesse país, e não vou lá achando que aqueles que não gostam de nós são menos brasileiros que nós, e que nós somos menos brasileiros que eles”.

Golpe Militar

As falas do presidente Lula foram interrompidas diversas vezes durante seu discurso pelos manifestantes que faziam coro com a palavra de ordem “Não vai ter golpe, vai ter luta” e “Lula voltou”. O próprio ex-presidente gritou, algumas vezes, junto com a multidão “Não vai ter golpe”.

Lula lembrou que parte das pessoas presentes no ato da Paulista haviam lutado contra o golpe militar de 1964 e também para reconquistar a democracia. E que, agora, não permitiriam que o resultado das últimas eleições não fossem respeitados.

“Nós precisamos recuperar o humor desse país, a alegria de ser brasileiro, a autoestima de ser brasileiro, isso que está em jogo, não é tentar antecipar as eleições dando um golpe na Dilma. Nós temos que dizer para eles: nós que estamos nessa praça lutamos para derrubar o regime militar, para conquistar a democracia e não vamos aceitar fazerem um golpe nesse país”, disse.

Em determinado momento, Lula pediu aos manifestantes que levantassem o braço para que eles tirassem uma foto para a presidenta Dilma Rousseff. "Para ajudar que ela tenha tranquilidade", afirmou. Lula havia chegado à Paulista por volta das 19h, ao lado do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, do presidente do PT, Rui Falcão, do ministro do Trabalho e Previdência, Miguel Rossetto, e do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel.

Manifestação reuniu público e entidades contra o impeachment na capital paulista
  
Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil

Manifestantes estiveram hoje (18), na Avenida Paulista, para protestar contra o impeachment da presidenta Dilma Roussef e em defesa da democracia. Desde as 17h30, os participantes se reuniram em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp) e se espalharam pela avenida.

Vestidos predominantemente de vermelho, o público carregou bandeiras também vermelhas, bexigas e faixas que pediam democracia e repudiavam o golpe, referindo-se ao impeachmentde Dilma. A palavra de ordem mais gritada na manifestação, convocada pela Frente Brasil Popular, foi “não vai ter golpe”.

A presença de jovens no protesto foi notável, porém havia pessoas de diversas faixas etárias. O estudante João Carlos Martins, 20, acredita que o país está “à beira de um caos, de uma guerra civil”, caso haja impeachment. “Eu vim para a defesa da democracia no país, que está sendo afetada por pessoas que não aceitam a eleição que teve no passado”, disse. Ele lamentou ainda a intolerância e o ódio que se vê nas ruas por divergências políticas. “As pessoas nem podem mais andar vestidas com roupa vermelha na rua que são espancadas”.

Renato Zapata, 27, jornalista, criticou a política desenvolvida pelo governo atualmente, no entanto, manifestou-se “em defesa da democracia, contra o que temos visto esses dias, as pessoas agredindo as outras só porque elas estão de vermelho”. Ele é contra o impeachment e acredita que isso significaria um golpe.

“Hoje o governo precisa ser defendido em relação ao meu voto, ao voto de todo mundo. As pessoas vêm para defender seu voto e não o governo em si”, disse ao explicar que a questão não é simplesmente partidária.

O pesquisador Alexandre Ferro Otsuka, 27, disse que foi à Avenida Paulista em defesa da democracia. “O que o [juiz Sérgio] Moro está fazendo no Judiciário, inorando as leis, passando por cima do processo jurídico que deveria ser feito, coloca em risco nosso Estado de Direito e a nossa democracia”, avaliou.

Segundo levantamento da Polícia Militar, 80 mil pessoas estavam presentes na manifestação às 18h45, horário considerado de pico pela corporação.

Diversas entidades apoiaram o ato de hoje, entre elas a Central Única dos Trabalhadores; Central de Trabalhadores do Brasil (CTB); Frente Brasil Popular; sindicatos, como bancários e professores; e Movimento dos Trabalhadores Sem Terra.

Mais cedo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou em um carro de som posicionado em frente ao Museu de Arte de São Paulo. Sob aplausos, ele defendeu a democracia e disse que o tempo que resta ao final do governo Dilma é “suficiente para virar a história do país”.

“Quero dizer para aqueles que não gostam de nós, talvez falte informação, mas temos que convencê-los que democracia é acatar o voto da maioria do povo brasileiro”, destacou. Durante o discurso, Lula juntou-se ao coro dos manifestantes gritando a frase “Não vai ter golpe”.

O ex-presidente destacou a importância de se restabelecer a paz no país e lembrou que perdeu as eleições muitas vezes, mas nunca protestou contra quem ganhou. "Tem gente que fala em democracia da boca pra fora. Perdi as eleições em 89, em 94 e em 98 e em nenhum momento vocês viram eu ir pra rua protestar contra quem ganhou”.

Brasília

Na capital federal, manifestantes a favor do governo Dilma Rousseff e contra o processo de impeachment se reuniram no Museu da República, no início da Esplanada dos Ministérios. O ato foi organizado pela Frente Brasil Popular, e os manifestantes levaram cartazes com frases de apoio a Dilma e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e contra o que chamam de golpe.

"Esse é um ato em defesa da democracia, contra o golpismo e o fascismo que está explodindo no país. Estamos defendendo a mudança de discurso no Congresso, que pare de discutir só o golpe e que encaminhe avanços nos direitos da classe trabalhadora", disse o secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores do Distrito Federal (CUT-DF), Rodrigo Rodrigues.

Com gritos de ordem e críticas ao juiz Sérgio Moro, aos partidos de oposição e ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), os manifestantes marcharam em direção ao Congresso Nacional. Eles ficaram concentrados por cerca de duas horas em frente ao Museu da República, onde foi projetada a frase "Não vai ter golpe!!!". A máquina de laser usada para a projeção estava em um carro de som. À medida que o carro andava, a frase ia sendo projetada em outros prédios da Esplanada.

Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal, mais de 4 mil pessoas participam do ato.

o Rio de Janeiro, a manifestação contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseffreuniu manifestantes na Praça XV, no centro do Rio. Eles carregavam cartazes e defendiam a permanência da presidenta. Os manifestantes também fizeram atos de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: "Ministro Lula estamos com você", dizia um dos cartazes.

Para a atriz Letícia Sabatella, que participou do ato no Rio, o objetivo em comum entre todos os movimentos presentes nas manifestações de hoje é a luta pela democracia e o combate à corrupção, mas não a que atinge apenas um grupo. "Vamos fazer uma reforma política, vamos lutar por esta reforma para que a gente limpe todos os focos de corrupção. E não apenas pegar um bode expiatório e dizer que esse é o grande corrupto. Vamos olhar onde está a corrupção, ver porque ela existe e porque o sistema funciona desta maneira".

Salvador e Fortaleza

Em Salvador, militantes, estudantes e representantes de centrais sindicais e movimentos sociais da Bahia fizeram um ato contra o impeachment desde o início da tarde em Campo Grande, região central da cidade. Eles gritavam palavras de ordem como "Não vai ter golpe" e seguravam cartazes de apoio a Dilma. Segundo a Polícia Militar, mais de 70 mil pessoas acompanharam a passeata que seguiu em direção à Praça Castro Alves, onde o evento foi encerrado.

Em Fortaleza, a manifestação organizada pela Frente Brasil Popular começou à tarde e percorreu as ruas do centro da capital cearense até chegar à Praça do Ferreira no começo da noite. Segundo a PM, 7 mil pessoas compareceram ao ato.

Porto Alegre

Na capital gaúcha, cerca de 10 mil pessoas se reuniram na Esquina Democrática, no cruzamento entre a Avenida Borges de Medeiros e a Rua dos Andradas.

Entre um e outro discurso de lideranças partidárias e de movimentos sociais, a multidão gritava “Não vai ter golpe, vai ter luta”. A maioria dos participantes vestia roupas vermelhas e muitos carregavam bandeiras do Brasil, de partidos políticos (PT e PCdoB) e de movimentos sociais, entre eles o MST e a CUT.

Os manifestantes elegeram a Rede Globo como um dos principais alvos do protesto em Porto Alegre. A atuação da emissora na divulgação das notícias envolvendo o ex-presidente Lula foi encarada como “orquestração” para forçar a derrubada do governo Dilma.

A empregada doméstica Lídia dos Santos disse temer que a instabilidade política do país permita que um governo de exceção seja instaurado, como em 1964. “Estou aqui porque quero lutar por um Brasil livre para meus filhos. Eu vivi durante a ditadura e reconheço o golpe quando vejo um em curso”, disse Lídia.

Recife e Manaus

No Recife, a manifestação ocupou as ruas do centro da cidade e tomou a Avenida Conde da Boa Vista, uma das maiores da região. Entre os manifestantes, se destacava a presença de grupos de maracatus, de caboclinhos (manifestação cultural popular de Pernambuco), bonecos gigantes de Olinda até o dragão de pano do bloco de carnaval Eu Acho é Pouco.

A maior parte das pessoas vestia vermelho, mas muitos optaram pelo verde e amarelo, entre bandeiras do Brasil e de Pernambuco. A mobilização reuniu partidos, movimentos sociais e sindicais e também pessoas sem ligação com entidades organizadas.

Em Manaus, a manifestação contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff levou cerca de 3.000 pessoas à Avenida Sete de Setembro, no centro da capital do Amazonas, conforme cálculo da Polícia Militar (PM) do Amazonas. Os participantes do ato defendem ainda a democracia e os direitos sociais.

Vestidos de vermelho e branco, usando apitos e carregando bandeiras do Brasil, de movimentos sociais, sindicais e do PT, os manifestantes gritam, a todo momento, “não vai ter golpe”. A presidenta da Associação Afrodescendente e Indígena do Amazonas, professora Elisoneide Rodrigues, foi prestar apoio à presidenta Dilma Rousseff.

“Nós, mulheres negras, a partir dos governos de Lula e da presidenta Dilma, tivemos mais oportunidade de fazer nossas propostas, porque a população negra é uma parcela excluída da sociedade e, no governo deles, teve essa abertura”, disse a professora.

Edição: Fábio Massalli

domingo, 15 de março de 2015

Brasil. PROTESTOS CONTRA DILMA E CORRUPÇÃO FORAM GIGANTESCOS




RENÚNCIA DE DILMA ASSEGURA PROCESSO ELEITORAL QUE SALVE A DEMOCRACIA

Flávio Mattel, Brasília

Foi visível que existiu inflação dos mídia nas contagens de manifestantes. As estimativas estavam bem acima dos números reais. Apesar disso deve ser reconhecido que mais de dois milhões de manifestantes estiveram presentes em suas cidades, por todo o país, a se manifestar contra Dilma e a corrupção. Este dia de protestos quase não tem história, para além do que vale como elemento de pressão com objetivo da presidente renunciar.

Os que esperavam o apelo ao golpe se desiludiram. Não houve. Nem vai haver. Haverá muitas mais investidas mas queremos acreditar que a democracia está segura. A renúncia de Dilma será o mais conveniente. Assim deixa completa abertura para assegurar logo de seguida novas eleições sem que o regime democrático sofra realmente um golpe da direita radical com suas manobras características e antidemocráticas. Direita radical que falsamente se insinua democrática mas que está sendo o motor principal das contestações, aglutinando o descontentamento geral. É essa a direita que os Estados Unidos patrocina com todo o fervor, com seus dólares, especialistas em agitação desestabilizadora e toda a espécie de operacionais que venham a contribuir para o baquear do processo democrático em curso. Mascarando posteriormente o regime atual com outro de sua conveniência e vantagens económicas para os Estados Unidos.

Nos protestos ocorreram tentativas de apelo ao golpe militar. Poucos foram os casos. Nos registrados os cartazes ostentavam apelo aos militares para o golpe. Motivo por que chegou a acontecer agressões aos que os exibiam. Brasil não quer mais ditaduras. O Brasil não quer mais os coronéis nem a direita depravada e assassina que está se aproveitando dos descontentamentos dos brasileiros - empurrada por Aécio, Marina e os Estados Unidos. Obama encetou uma política de repetir o que seus antecessores tiveram em prática na América Latina. Avançou para sul com intuito de ocupar e explorar novamente em pleno aquilo a que chamam seu quintal das traseiras. Mas os do sul não estão pelos ajustes. Os indícios é que o Brasil também não.

Da Agência Brasil a mostra dos acontecimentos em referência para Página Global. (FM / PG)

Protestos ocorrem em todas as regiões do país

Agência Brasil* Com edição de Lílian Beraldo

As manifestações contra a corrupção e contra o governo da presidenta Dilma Rousseff ocorreram em todas as regiões do país e reuniram milhares de pessoas. Não houve registro de confrontos e os protestos foram pacíficos.

Em Goiânia, 60 mil pessoas caminharam entre a Praça Tamandaré e o Parque do Areião, num percurso de cerca de 4 quilômetros. Segundo a Polícia Militar de Goiás, não foram registradas ocorrências de violência e os manifestantes se dispersaram por volta das 16h.

Em Campinas (SP), 5 mil pessoas se reuniram pela manhã e mais de 10 mil na parte da tarde para os protestos. Os manifestantes também já se dispersaram sem que episódios de violência ou enfrentamento fossem registrados pela polícia. Na capital paulista, a Polícia Militar informa que pelo menos 1 milhão de pessoas se reuniram na Avenida Paulista.

Na Região Norte manifestantes também foram para as ruas. Em Manaus, 22 mil pessoas se juntaram aos protestos, de acordo com a PM estadual. A passeata começou na Praça do Congresso e seguiu pelas principais avenidas do centro da capital amazonense. Em Belém, os manifestantes caminharam pelo centro da cidade até o Theatro da Paz, um dos símbolos da capital paraense, também vestidos de verde e amarelo e levando faixas com críticas ao governo Dilma e pedidos de impeachment da presidenta.

Em Porto Alegre, houve dois pontos principais de concentração de manifestantes, o Parcão, no bairro Moinhos de Vento, e o Parque da Redenção. De acordo com a Brigada Militar do Rio Grande do Sul, até as 17h, cerca de 100 mil pessoas haviam participado dos protestos na capital gaúcha. A polícia não registrou incidentes. Ainda na Região Sul, 80 mil pessoas se reuniram na Praça Santa Andrade, em Curitiba, e seguiram para o Centro Cívico, onde o protesto deve se encerrar. Assim como nas outras cidades, a manifestação não tem registro de violência.

No Nordeste, foram registrados protestos no Recife, em Salvador, em Aracaju e em outras capitais.

Em Fortaleza, a manifestação se concentrou na Praça Portugal, na Aldeota, bairro nobre da capital. A PM contabilizou 15 mil pessoas no protesto. Já a organização do ato estimou em 20 mil pessoas. Assim como em outros locais do país, a maioria dos participantes vestia roupas com as cores da bandeira brasileira e levantavam faixas com frases de rejeição ao PT e à presidenta Dilma. O ato seguiu pela Avenida Beira Mar, na Praia de Iracema, e terminou no Jardim Japonês, na Avenida Beira-Mar, onde os participantes cantaram o Hino Nacional e trechos da música Pra dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré, considerada símbolo da resistência contra a ditadura militar.

No Rio de Janeiro, a primeira grande manifestação do dia ocorreu na orla da Praia de Copacabana. A polícia não informou os números oficiais, mas, segundo estimativa de organizadores, 15 mil pessoas participaram do ato. As duas pistas da Avenida Atlântica chegaram a ser fechadas no meio da manhã e a passeata recebeu apoio de moradores dos prédios da orla.

À tarde, o local escolhido para a concentração do protesto foi a Igreja da Candelária, no centro do Rio. Duas pistas centrais da Avenida Presidente Vargas e a confluência com a Avenida Rio Branco foram fechadas. Acompanhados por carros de som, os manifestantes criticavam o governo e a corrupção. Também havia grupos que defendem a volta dos militares ao poder e marchavam cantando hinos do Exército Brasileiro.

Em parte do país, as manifestações ocorreram pela manhã, como em Brasília, onde o protesto juntou 45 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios, segundo estimativa oficial. Com faixas pedindo desde o fim da corrupção ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff, os manifestantes caminharam pela avenida e se posicionaram em frente ao Congresso Nacional. Uma enorme bandeira do Brasil foi estendida e os manifestantes cantaram o Hino Nacional. Algumas pessoas chegaram a entrar no espelho d'água do prédio.

Em Belo Horizonte cerca de 24 mil pessoas se reuniram na Praça da Liberdade. A manifestação seguiu até por volta das 13h, quando os manifestantes se dispersaram sem ocorrências que merecessem registro da Polícia Militar.

Imagem: Manifestação contra o governo e a corrupção na Esplanda dos MinistériosJosé Cruz/Agência Brasil

*Colaboraram Mariana Jungmann e Luana Lourenço

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Brasil – Eleições: PACOTE REACIONÁRIO, JACARÉ MARINA NA HORA DA REFEIÇÃO




Está comprovado que as intenções da candidata Marina Silva se assemelham a jacaré que está na hora de se alimentar e que vai daí se dispõe a trucidar tudo, a comer até se fartar. Ela quer mesmo tomar brasileiro eleitor por lorpa, se embatucar de comidinha, junto com seus amiguinhos, e depois se aprontar para repousar de barrigaço ao sol.

Em Luís Nassif Online, no Jornal GGN, escrito por Ricardo Amaral, vem expresso o pacote reacionário de Marina. Tem ali tradução para desalojar o embrumar do jacaré. Só tem de ler e meditar. É isso que aqui merece destaque no Página Global para os que ainda se não decidiram em mandar jacaré Marina pra jejum compulsivo. Nem precisa de mais fala-fala. – Flávio Mattel, do PG

O pacote reacionário de Marina, por Ricardo Amaral

Nada é mais antigo e reacionário nessa campanha eleitoral do que as propostas de Marina Silva, do PSB, para “uma nova política”. São seis pontos apresentados no primeiro capítulo do programa de governo divulgado sexta-feira. Cinco deles formam um conjunto de retrocessos democráticos e casuísmos. A agenda da direita está toda lá, do voto distrital ao financiamento privado de campanhas. O sexto ponto, em contradição, copia propostas do PT.

Marina “inova” a agenda da direita com a proposta de só realizar eleições a cada cinco anos, para todos os cargos de uma vez. Nem a ditadura militar calou a voz das urnas por períodos tão longos.  É uma ideia típica de quem tem um conceito “gerencial” do Estado e do processo democrático. É como dizer: “Não perturbem o país com eleições de dois em dois anos; isso atrapalha o governo dos bons e dos eficientes”.

As propostas reacionárias da “nova politica” vêm embrulhadas num texto de chavões “modernos”: “Estado e Democracia de Alta Intensidade”. Democracia não combina com adjetivos. Houve um tempo em que o Brasil era uma “democracia relativa”, e não passava de uma ditadura. Democracia é algo substantivo; ou se pratica ou não se pratica. No Brasil, custou vidas, lágrimas e luta. Não é pra brincar.

Assim como o título, o texto é vazado em embromation castiço. Aqui vão as seis propostas da candidata, traduzidas para o mundo real:

Proposta 1: “Unificação do calendário geral das eleições, o fim da reeleição e a adoção dos mandatos de 5 anos”.

Tradução: Fazer menos eleições (e não perturbar o governo dos bons)

Durante 5 anos o eleitorado simplesmente não se pronuncia sobre nada. E de uma só vez troca o executivo em todos os níveis (pois não há reeleição), ao mesmo tempo em que elege vereador, deputado estadual, deputado federal e senador.  Nem na ditadura o Brasil passou cinco anos seguidos sem ter eleições em algum nível; sem ouvir a voz das urnas.

A fórmula Marina implica necessariamente em alguma prorrogação de mandatos (dos atuais prefeitos e vereadores, ou dos parlamentares governadores e presidente eleitos este ano). Só a ditadura fez isso, ao prorrogar por dois anos os mandatos de prefeitos e vereadores, quando adiou as eleições municipais de 1980.

O fim da reeleição é hoje uma bandeira do PSDB, que a implantou corrompendo o Congresso em 1997. O argumento para extingui-la é que o governante cuidaria apenas da administração, sem desvirtuá-la com o propósito de buscar a reeleição. E o que o impediria de “desvirtuá-la” para eleger o sucessor?  Marketagem reversa de tucano. Demagogia de sonhático.

Proposta 2: “Fortalecimento dos mecanismos de transparência nas doações para campanhas eleitorais”.

Tradução: Financiamento privado de campanhas (inclusive por empresas)

O documento original da campanha (as “Diretrizes” do PSB) dizia que tais mecanismos seriam necessários para “baratear as campanhas”. A expressão grosseira saiu do texto, mas o caráter da proposta não mudou: Marina é contra o financiamento público de campanhas, uma proposta do PT, e a favor das doações de empresas.

O financiamento público de campanha é a proposta mais radical e eficaz para reduzir a influência do poder econômico no processo eleitoral. Marina rejeita doações da indústria bélica e de bebidas, mas não vê problema em ser financiada por um grande banco e por uma indústria de cosméticos com interesses diretos na administração federal.

Em abril deste ano, seis ministros do STF (a maioria) votaram favoravelmente à proibição de doações de empresas. Mesmo com o placar definido, o julgamento foi suspenso por um pedido de vistas de Gilmar Mendes, ministro indicado pelo PSDB, partido que é contra a proibição e contra o financiamento público. O vice de Marina, Beto Albuquerque, também se manifestou em abril contra a proibição.

Ao longo da última década, o TSE vem apertando os mecanismos de controle das campanhas, com as prestações de contas antecipadas e registro on-line de doações. São esses mecanismos que ameaçam o registro da candidatura do PSB, por não ter declarado à Justiça Eleitoral o uso (Por empréstimo? Doação irregular? Aluguel no fiado?) do avião que caiu em Santos. Antes de propor “mais transparência” seria melhor esclarecer esse caso.

Proposta 3: “Novos critérios na ordem dos eleitos para cargos proporcionais, buscando aproximação da “Verdade Eleitoral”, conceito segundo o qual os candidatos mais votados são os eleitos”.

Tradução:  Adotar o Voto Distrital Puro (e despolitizar o Legislativo)

“Verdade Eleitoral” é o nome falso para voto distrital puro, que o programa de Marina não tem coragem de mencionar.

O voto distrital é o único sistema que permite a eleição do candidato mais votado, sem levar em conta a votação de seu partido ou coligação. É o modelo do “ganhador leva tudo”, típico da cultura política dos EUA e matriz de seu Congresso paroquial e reacionário, com representantes altamente vulneráveis ao poder econômico.

É uma proposta francamente despolitizadora, defendida no Brasil pelo PSDB e pela direita.  Um retrocesso que rebaixa a disputa politica geral ao nível das questões locais.

O programa da candidata sequer  apresenta o argumento (legítimo) dos que defendem o voto distrital:  este modelo  supostamente aproxima representantes de representados, o que não ocorreria com o voto proporcional, adotado no Brasil..

Proposta 4: “Inscrição de candidaturas avulsas aos cargos proporcionais, mediante requisitos a definir”.

Tradução: Enfraquecer os partidos (e fortalecer candidatos antipolíticos).

Na versão original do programa, as “Diretrizes” do PSB, não estava limitada às eleições proporcionais. Houve um recuo aí. O argumento a favor da candidatura avulsa é “quebrar o monopólio dos partidos na representação política”.

Idealmente, permite a eleição  de candidatos apoiados por movimentos e setores sociais. Na prática, favorece candidatos com alta exposição pública, grande poder econômico, ou  representantes de “causas”, que hoje se elegem dentro da estrutura partidária. A diferença é que seus votos não contribuiriam mais para a formação do quociente eleitoral dos partidos, não somariam para eleger candidatos menos votados. 

A candidatura avulsa existe na maioria dos países, normalmente limitada ao Legislativo. Não é uma ideia antidemocrática em si, mas é uma resposta enganosa e despolitizada à questão da representatividade do Legislativo.

Proposta 5: “Redefinir o tempo de propaganda eleitoral com base em novos critérios, visando a melhorar a representatividade da sociedade brasileira nos parlamentos”.

Tradução: Tratar igualmente os desiguais (e valorizar o mercado de TV).

O critério hoje é: parte do tempo de propaganda eleitoral é distribuída igualmente entre os partidos com funcionamento na Câmara. Ao tempo mínimo de cada um acrescenta-se um tempo proporcional ao tamanho das bancadas e coligações.

Pode-se rediscutir a proporção entre o tempo mínimo e o tempo  proporcional ao tamanho das bancadas, mas não há critério mais democrático do que o vigente.

Mudar o critério só pode levar a dois caminhos:

1)    Distribuir todo o tempo de acordo com o tamanho das bancadas.

2)    Distribuir o tempo em fatias iguais, desde o PPL até o PMDB.

Ambos são menos democráticos que o critério atual, e nenhum deles nos levaria a “melhorar a representatividade da sociedade brasileira nos parlamentos”.

É  lícito supor que Marina se incline pelo segundo caminho.  Nesse caso, estaria igualando os desiguais, desrespeitando a representatividade conquistada por cada partido nas urnas.  O PT, que é o alvo implícito da proposta, já foi um partido pequeno, com pouco tempo de TV, da mesma forma que DEM e PSDB foram grandes um dia. Quem definiu o tamanho das bancadas atuais foi o eleitor.

Na prática, a proposta beneficiaria as pequenas legendas, tanto as ideológicas quanto as legendas de aluguel, que teriam seu capital muito valorizado.

Em Português dos tempos da luta contra a ditadura:  é um casuísmo.

Proposta 6: “Permitir a convocação de plebiscitos e referendos pelo povo e facilitar a iniciativa popular de leis, mediante a redução de assinaturas necessárias e da possibilidade de registro das assinaturas eletrônicas.”

Tradução: Enfeitar o pacote conservador (com propostas copiadas do PT)

Plebiscitos e referendos são instrumentos históricos da democracia, previstos na Constituição, porém raramente praticados no Brasil. Hoje, quem tem poder convocá-los é o Congresso. A ideia de convocá-los por iniciativa popular consta do programa do PT desde os tempos em que Marina era filiada ao partido. O PT também propõe incentivar a proposição de leis por iniciativa popular.

Na campanha de 2010, Marina Silva recorreu ao plebiscito para se livrar de questões embaraçosas, como a descriminalização do aborto. Cuidado: plebiscito não é Doril, que se toma pra qualquer dor-de-cabeça. É para decidir sobre grandes questões nacionais, e não para lavar as mãos do governante que não tem coragem de assumir suas posições.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

AZAR, SER LUSO-BRASILEIRO E SOFRER A DOBRAR




Flávio Mattel, Rio de Janeiro

Ainda o jogo do Mineirazo decorria e o marcador não somava 7 golos da Alemanha ao Brasil, mas só 5, e já a revolta, a frustração e os distúrbios aconteciam um pouco por todo o Brasil. Foi então que aos 7 golos jorrou a indignação.

O Brasil chorou e enraivecido, humilhado, libertou sua paixão pelo futebol de modo negativo. O fair play foi mandado de escanteio e em São Paulo se registaram saques, agressões, incêndios, como é mostrado em manchetes da comunicacional. As lágrimas e o vandalismo soltaram-se e não tem sido mole apaziguar a torcida fanática em contato com a realidade devastadora e frustrante.

Aqui para nós confesso: sou um indivíduo com muito azar. Nesta Copa, futebolisticamente, fui humilhado duas vezes. Azar o meu de ser luso-brasileiro.

Primeiro sofri e me envergonhei com a humilhação que o time da Alemanha infligiu a Portugal e agora os mesmos (Alemanha) causam esta hecatombe ao Brasil. Primeira reação foi gritar que a Alemanha não presta. É malvada. Fascista, nazi, hitleriana, velhaca, filha de bruxa horrível apoderada do corpo de Merkel e deste time que devastou as duas equipas da lusofonia presentes na Copa2014. A Alemanha odeia lusófonos e quem fala português e até na UE se manda a torturar Portugal e os portugueses, atirando-os para a miséria. É isso.

Depois pensei melhor e dividi as responsabilidades. Caí sobre o teimosamente estúpido Paulo Bento. Essa besta. Esse mixuruca de selecionador. E sobre Felipão, o incompetente selecionador do Brasil. E os times, de Portugal e do Brasil. Esses vadios que não jogam nada!

Azar mesmo, essa de ser luso-brasileiro de alma e coração. Bento e Felipão me infligiram vergonha de monstruosas dimensões. A Alemanha só jogou, e bem. Selecionadores e times do Brasil e de Portugal é que foram (são) umas bestas. Sofro a dobrar. E vocês?

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Somos contra a Copa? Mas vamos ver, vibrar e torcer pelo Brasil



Flávio Mattel, Rio de Janeiro

Os protestos contra os bilhões  esbanjados na operação do evento para a realização da Copa do Mundo têm razão de existir. Jamais o Brasil verá o retorno do dinheiro gasto. E assim menos investimento será disponibilizado para uma melhor justiça social (que era possível), melhores equipamentos e infraestruturas de comodidade e benefícios da população. Todos sabemos isso. Até Dilma sabe, apesar de surgir dizendo o contrário.

Para agravar a contestação acresce o fato de sabermos que a FIFA não é mais que um abrigo de jacarés e jararacas mafiosos com poderes para além dos governos legítimos e eleitos democraticamente. A falta de credibilidade dos seus dirigentes e os casos nebulosos que apontam corrupções contribuem imenso para que os povos sobreponham seus protestos ao gosto pelo desporto que é rei: o futebol.

No Brasil existem as maiores injustiças sociais do mundo. Neste imenso país registam-se genocídios das tribos que compõem os verdadeiros, os originais brasileiros: os índios. Somando a isso os maus tratos, assassinatos, exclusões e comprovado racismo contra os que realmente construíram o Brasil vindo escravos (os negros)… Tanto que há para referir. Eta, que um dia o Brasil pode virar barril de pólvora.

Tudo isso dita que sejamos contra a Copa que está acontecendo neste país tropical esquecido por Deus. Não contra a Copa do futebol que adoramos. Sim contra a Copa que veio trazendo mais corruptores e corruptos, da FIFA e suas bandas largas. Olhem gente o dinheiro que corre como rios e sai das privações e carências dos brasileiros menos afortunados.

No Brasil estamos quase todos contra a Copa aqui, neste país do futebol. Mas vamos ver, vibrar e torcer pela nossa seleção e pelo bom futebol. Queremos encher a barriga de gols e tratar mazelas e doenças tão rápido e eficientemente como os jogadores. Mesmo o brasileiro sabendo que isso é um sonho impossível porque tratos de saúde impecável é para ricos. Para o povo quase está escrito na ordem do dia que se reservam os tratos de polé. E a educação? Dessa nem se fala porque mesmo melhorando ficará sempre de rastos, comparada com a educação comprada pelas elites. E o esclavagismo. E os assassinatos das chamadas forças da ordem, os políciais?

Existe razão para os protestos. Enfatizamos este aparente contrasenso: somos contra a Copa mas vamos ver, vibrar e torcer pelo Brasil, como nos tempos dos coronéis, da ditadura, em que tudo era muito pior. Brasil melhorou? Sim. Imenso. Mas podia ser muito melhor se não fossem as injustiças que pautam no quotidiano como peste ordenada por sicários do capeta protetor dos bandos de malfeitores de colarinho branco.

Não esqueçam o muito sangue que vai correr por tudo isto, nem esqueçam as mortes ao redor dos protestos contra a Copa. Mas isso é fruto deste país de  polícia tão violenta que atua tantas vezes fora da lei e disso faz sua cultura impunemente. Somos contra essa lamentável realidade. 

Contra a Copa… Mas a favor. Se não, não veríamos o futebol que nos vai mostrar.

quinta-feira, 20 de março de 2014

REFRESCA BRASIL!



Flávio Mattel, Rio de Janeiro

Chegou ao fim o verão carioca. A invasão das praias se mantém porque a temperatura ambiente é convidativa e assim se manterá por mais alguns dias ou semanas. Mas este foi o último dia de verão. Não o último de praia e de mar. Existem os que fazem praia todo o ano.

A reportagem de O Dia mostra o amor dos cariocas pela praia e pelo mar. O Rio de Janeiro ainda ferve. Céu limpo e graduação que vai dos 25 aos 35 graus. O caldeirão assim se manterá até que Deus queira. E a praia será sempre a fuga refrescante, saudável e recreativa dos habitantes do Rio. Mas não só no Rio. O litoral brasileiro é vasto e os que o preferem são em grande número. Fim do verão só para assinalar, não para dizer adeus à época balnear. Refresca Brasil! 

*Reportagem de Agência O Dia. Foto em PG de Alessandro Buzas

domingo, 2 de março de 2014

O MAIS FAMOSO CARNAVAL NÃO É O DO RIO DE JANEIRO...




O Carnaval do Rio recebe quase um milhão de visitantes. É a folia num país de apartheid racial e apartheid social, algo cada vez mais comum por todo esse mundo. O lema do carnaval não é "pobres cada vez mais pobres, ricos cada vez mais ricos", mas podia ser, que nem por nada se esquivava à realidade.

Dizem os cariocas, com graça, que não existe nada mais lindo no carnaval que ver um bumbum mascarado. Também a realidade é mascarada nesta quadra de folia, no Brasil e em quase todo o mundo. Três dias para esquecer a luta quotidiana dos que nada têm para comer, nem casa, nada podem fazer pela sua saúde por não terem adequadamente a que recorrer, desempregados ou mal-pagos e explorados por sem-vergonhas de multinacionais ou seus próprios compatriotas que servem o cifrão como se de religião sagrada se trate.

Diz-se pelo mundo que carnaval é todo o ano. Verdade. Mascarados são os políticos que mentem com o maior dos descaramentos. Que se fazem de honestos quando na verdade são uns paridos da corrupção e dos conluios que roubam aos povos o que lhes pertence - porque foram eles que produziram as riquezas surripiadas por elites de colarinhos brancos e vestidos de alta costura.

É este o mundo em que vamos sobrevivendo. O mais possível confundidos e prejudicados por uns quantos jornalistas, juízes, polícias, advogados, empresários e demais cáfila que em subserviência e conluio se mascaram de honestos para roubar os direitos de seus concidadãos. De fato é mesmo carnaval todo o ano e por todo o mundo. Os principais e mais exuberantes mascarados ocupam os poderes que dominam a população mundial. Este é, então, o mais famoso e global carnaval, não o do Rio de Janeiro.

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