segunda-feira, 24 de março de 2025

FIQUEM COM ESTA E MEDITEM!

Queda do Imperialismo dos EUA: Uma Frente Unida Contra a Agenda Desesperada de Trump

Prof. Ruel F. Pepa* | Global Research | # Traduzido em português do Brasil

O mundo está em uma encruzilhada histórica. O domínio unipolar dos Estados Unidos, construído em décadas de coerção econômica, intervenções militares e subjugação política, está desmoronando. À medida que as marés da história mudam em direção à multipolaridade, com a Rússia e a China liderando o caminho, Washington se encontra em um momento de crise existencial. E no centro dessa turbulência está Donald Trump — uma figura errática que se agarra desesperadamente aos vestígios do poder imperialista dos EUA, usando suas agendas comerciais pessoais e esquemas geopolíticos para prolongar a hegemonia americana. A única maneira de realmente desmantelar essa agenda é por meio de um esforço coordenado entre Europa, Rússia e China, forjando uma nova realidade geopolítica que consigne o imperialismo dos EUA ao passado.

Trump: Um homem desesperado lutando por uma causa perdida

As manobras políticas e econômicas de Donald Trump não são meramente explosões erráticas de um líder desequilibrado; em vez disso, são tentativas deliberadas e calculadas de manter a supremacia global americana em uma era em que o domínio dos Estados Unidos está se erodindo constantemente. Sua presidência, assim como suas estratégias políticas pós-presidência, foram definidas por políticas econômicas protecionistas agressivas, esforços para semear discórdia entre aliados europeus e um antagonismo implacável em relação a rivais geopolíticos como China e Rússia.

A agenda econômica de Trump estava profundamente enraizada na retórica nacionalista, enfatizando tarifas, guerras comerciais e uma rejeição de acordos multilaterais em favor de uma doutrina “America First”. Sua retirada de tratados globais importantes, como a Parceria Transpacífica (TPP) e o Acordo Climático de Paris, sinalizou um recuo da liderança global cooperativa em favor do isolacionismo econômico. Seu desdém aberto pela OTAN e pela União Europeia tensionou ainda mais as alianças transatlânticas, criando fissuras que adversários como a Rússia buscavam explorar.

Além da política, os envolvimentos financeiros pessoais de Trump desempenharam um papel significativo na formação de suas decisões. Suas profundas conexões com o complexo militar-industrial dos EUA significaram que sua administração buscou políticas que sustentaram conflitos perpétuos, desde tensões crescentes no Oriente Médio até o aumento dos gastos militares sob o pretexto de segurança nacional. A promoção de vendas de armas, particularmente para regimes autoritários, consolidou ainda mais a relação entre seus interesses econômicos e uma política externa de agressão.

Trump se transformou em uma figura de mobilização para forças reacionárias e nacionalistas dentro dos EUA, canalizando as frustrações de conservadores desiludidos em um movimento que defende um retorno ao unilateralismo agressivo. Sua retórica contínua contra os aliados da OTAN, abordagem errática às guerras comerciais e hostilidade em relação ao conceito de uma ordem mundial multipolar servem como evidência de seu compromisso duradouro em reforçar as ambições imperiais dos EUA. No entanto, em vez de fortalecer a posição dos EUA, suas ações expuseram a fragilidade inerente da hegemonia dos EUA.

Ao alienar aliados, minar instituições globais e priorizar ganhos nacionalistas de curto prazo em detrimento da estabilidade de longo prazo, o legado de Trump é de desespero — uma tentativa desesperada de se agarrar a uma visão ultrapassada do domínio americano em um cenário global em rápida mudança. Sua influência, embora potente, é, em última análise, um sintoma do declínio mais amplo da hegemonia dos EUA, em vez de um caminho viável para recuperá-la.

Política de Trump para a América Latina: Sanções contra Cuba, Venezuela e Nicarágua

Steve Ellner* | Global Research | # Traduzido em português do Brasil

Durante seu primeiro mandato, o presidente Donald Trump exerceu uma campanha de “pressão máxima” contra adversários percebidos dos EUA na América Latina e em outros lugares. Entre outras políticas de linha dura, ele nivelou sanções paralisantes contra a Venezuela — levando, ironicamente, a um êxodo em massa de venezuelanos para os Estados Unidos — e reverteu a reaproximação do ex-presidente Barack Obama com Cuba. Mas quão comprometido está Trump em combater o comunismo na América Latina neste momento em particular — na Venezuela, Cuba e Nicarágua? Hoje, ninguém sabe.

As recentes ameaças de Trump contra o Panamá, Canadá e Groenlândia, além de seu choque com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky , tiram os holofotes dos “verdadeiros inimigos”, como geralmente definidos por Washington. Nesse sentido, as ações de política externa de Trump nos primeiros dois meses de sua segunda administração estão muito longe de sua primeira, quando a mudança de regime era o objetivo inconfundível.

Em nítido contraste com a retórica de sua primeira administração, em seu discurso de 4 de março na Sessão Conjunta do Congresso, Trump não fez nenhuma referência a Nicolás Maduro, Miguel Díaz-Canel ou Daniel Ortega. Não está claro se Trump buscará o uso de sanções internacionais, que ele aumentou contra a Venezuela e Cuba em seu primeiro governo. Até agora, Trump indicou que seu uso de “tarifas como punição” pode ser preferível a sanções internacionais, que, como uma fonte interna declarou , o presidente “preocupações estão fazendo com que os países se afastem do dólar americano”.

Ao contrário das políticas de Trump sobre imigração, direitos trans e tributação, sua política latino-americana é atormentada por vacilações e incertezas, um sinal de sua dependência cada vez maior de uma abordagem transacional para a política externa. Os linha-dura anticomunistas dentro e fora do partido Republicano não estão satisfeitos.

Plano da Europa para substituir os EUA na OTAN ignora os interesses de cinco países-chave

Andrew Korybko * | Substack | opinião | # Traduzido em português do Brasil ---

Está fortemente implícito que a Polônia, os Estados Bálticos e a Romênia preferem permanecer sob o guarda-chuva de segurança dos EUA.

O Financial Times (FT) citou quatro autoridades europeias não identificadas para relatar que “ as potências militares europeias trabalham em um plano de 5 a 10 anos para substituir os EUA na OTAN ”. O Reino Unido, a França, a Alemanha e as nações nórdicas são nomeados como aqueles que querem apresentar esta proposta aos EUA durante a próxima Cúpula da OTAN em junho. Eles também relataram que alguns países se recusaram a participar dessas negociações por medo de que isso pudesse encorajar os EUA a se moverem mais rápido a esse respeito ou devido à crença de que não abandonarão a Europa.

O FT provavelmente está se referindo à Polônia , aos Estados Bálticos e à Romênia , os países mais importantes no flanco oriental da OTAN, todos os quais preferem permanecer sob o guarda-chuva de segurança dos EUA. O flerte recente da Polônia com a França pode anunciar uma mudança radical se os liberais-globalistas governantes vencerem a eleição presidencial de maio, mas, por enquanto, funciona como uma tentativa de reequilibrar os laços com os EUA em meio à incerteza sobre seus planos futuros. Também pode ser visto como uma tática de negociação equivocada para manter e expandir a presença militar dos EUA.

Quanto aos Estados Bálticos, eles têm uma elite pró-americana ferrenha, e eles só se realinharão em direção à UE no caso de serem forçados a fazê-lo por Trump restringindo unilateralmente ou mesmo removendo totalmente as tropas americanas de seus territórios como parte de um grande acordo com a Rússia. Enquanto isso, a Romênia rejeitou notavelmente a proposta da França de estender seu guarda-chuva nuclear sobre o resto do continente, o que pode ser interpretado como colocar mais fé nos EUA do que na Europa no cenário de uma crise com a Rússia sobre a Moldávia .

MENTIRA COMPARADA -- Jacaré Dá Aula Magna

<> J. Bazeza, Luanda ---

As coisas na República da Sanzala estão muitas confusas. Cada um passa a sua mensagem à vontade do freguês. A auxiliar Teresa Dias diz que os reformados não são funcionários públicos nem coisa nenhuma. Foram funcionários. Eram! Agora são cadáveres esquisitos e adiados. Não têm nada que exigir ajustamentos à inflação nem pedir aumentos. Mulher inteligente! 

Boca Azul é exigente na cama mas diz que se a auxiliar do soba grande pagar por fora, marcha no leito do amor: Nem tenho de vendar os olhos. Para quem tem língua dourada em boca azulada é serviço de vida fácil. Mas a auxiliar tem de pagar bem. Eu não sou reformado!

O Mafioso anda muito activo no Muceque. Deita abaixo, impiedosamente, a auxiliar Vera Daves e jura mesmo que vai despedir o marido dela, quando for dirigente em 2025. Acabaram os negócios por baixo da mesa. A auxiliar fica na ala feminina e ele no Bentiaba. 

Na lista dos despedimentos também está o filho de enfermeiro e o Homem. Mas estes não vão para o Bentiaba, porque correm o risco de serem violados sexualmente. De marcha atrás. Outra reivindicação do Mafioso tem muito apoio do povito. No Muceque anda todo mundo agitado porque ele promete uma terra com eira e beira para todos, a partir de 2025. Tudo à custa dos activos recuperados ao soba grande e seus auxiliares. Crianças, velhos, zungeiras e jovens passam a ser respeitados pelo Estado.

Eleitores portugueses têm tendência para elegerem trapaceiros e eventuais criminosos

Olha que dois e mais outros tantos


Ao fim da noite de ontem os resultados das eleições regionais na ilha da Madeira deram a vitória a Miguel Albuquerque, do PSD, como chefe do governo regional. Uma reeleição após o governo dele ter caído perante moção de censura no parlamento regional. A acrescentar Miguel Albuquerque está a contas com a justiça por suspeitas de durante o desempenho do seu cargo como presidente do governo madeirense poder ter cometido irregularidades ou talvez crimes. Não se sabe, o que se sabe é que ele está a contas com a justiça depois de uma espetacular operação do Ministério Público/Polícia Judiciária. Porém mesmo assim, ontem, foi reeleito para continuar como chefe do governo regional da Madeira. Lá vamos ter novamente o referido sujeito a assumir o cargo e tomar posse brevemente em chefe do governo daquela ilha portuguesa.

Entretanto no continente português, no cargo de primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, agora em gestão por ter sido derrubado através de uma moção de confiança que demonstrou que nele não confia Portugal inteiro vai a eleições legislativas em 18 de maio próximo. A acusação nacional é a de falta de ética e de explicações exatas, realmente esclarecedoras, sobre a acumulação do cargo de primeiro-ministro com proprietário e dirigente principal da empresa Spimnumviva, o que eventualmente resulta em falta de ética e de conflitos de interesses. O assunto está sob uma grande embrulhada por explicar devidamente e por isso a queda do governo Montenegro.

Muito está por esclarecer. O setor da Justiça, titubeante, parece, sobre o caso, mal atuar num ritmo de devagar, devagarinho e parado. Quase nada os portugueses sabem e Montenegro, chefe do PSD, assume novamente a sua candidatura a primeiro-ministro nas eleições legislativas de 18 de maio. Tal qual como Miguel de Albuquerque da Madeira o fez e foi novamente eleito. É perspetiva que o que aconteceu na ilha da Madeira com Albuquerque se repita nas próximas eleições legislativas nacionais. Então Luís Montenegro voltará a ser eleito para ser empossado como primeiro-ministro apesar de o caso que levou à queda do seu  governo não estar esclarecido e ainda envolto em muitas suspeições e desconfianças. Acontecerá o mesmo que na Madeira? Em 18 de maio os eleitores portugueses reporão Luís Montenegro/PSD/CDS a voltar a governar Portugal?

Assim sendo, se isso acontecer, e é o mais provável, podemos concluir que os portugueses têm a sua grande dose de percentagem de masoquismo, têm prazer em sofrer e de fazer outros (milhões) sofrerem. É como quem diz, entregam irresponsavelmente o ouro ao bandido.

Existem os que afirmam que os povos estão cada vez mais estupidificados e que a queda dos regimes democráticos é mais que evidente. Caminhamos para a bandidagem nos poderes, para os autoritarismos, para as desonestidades de elites corruptas e corporativistas. Sem ética. Compreende-se? Evidentemente que não. Extremamente preocupante.

Portugal - Madeira | A BANANEIRA

Henrique Monteiro | HenriCartoon

Portugal - Madeira - Eleições Regionais | O que a vitória de Albuquerque nos indica

Filipe Alves*, opinião | Diário de Notícias

A vitória de Miguel Albuquerque nas eleições na Madeira, ficando a um deputado apenas da maioria absoluta, insere-se na realidade específica da região autónoma, pelo que qualquer ilação que se possa retirar para o todo nacional deve ser encarada com cautela. É prematuro concluir que, em nome da estabilidade, nas eleições de 18 de maio o resultado será um reforço da votação na AD. Mas há uma conclusão que, muito provavelmente, poderemos retirar para o contexto nacional, sem correr o risco de dar um passo maior que a perna: as questões relacionadas com temas de natureza ética ou jurídica podem ser mais ou menos relevantes, consoante as preocupações do eleitorado em determinado momento histórico, mas frequentemente não são determinantes.

Quer isto dizer que, no contexto nacional, o que o desfecho das eleições da Madeira nos confirma é que, muito provavelmente, o PS e a restante oposição terão de ter algo mais a apresentar do que simplesmente as questões que ficaram por esclarecer no caso da empresa familiar do primeiro-ministro.

A fazer fé nas últimas sondagens, o trabalho realizado pelo Governo liderado por Luís Montenegro é bem visto por uma parte significativa do eleitorado, pelo que, para se afirmar como alternativa credível, o PS terá de, entre outras coisas, apresentar soluções em áreas como a saúde, o acesso à habitação e os salários baixos que se praticam em Portugal. Com a dificuldade acrescida que advém do facto de o eleitorado se recordar ainda - demasiado bem - que o PS esteve no governo durante oito anos e que o seu líder, Pedro Nuno Santos, foi ministro ao longo da maior parte desse período, tendo por isso responsabilidades políticas na forma como se lidou com esses problemas na última década. A este desafio junta-se o facto de o país ter virado à direita nos últimos anos e de o PS de Pedro Nuno Santos ter dificuldade em conquistar votos no centro e no centro-direita.

P.S. - Voltando à Madeira, o outro vencedor das eleições deste domingo foi o Juntos Pelo Povo (JPP), que conseguiu ficar em segundo lugar, com 21% dos votos, superando o PS (15,6%). O CDS, com 3%, teve uma importante prova de vida, ao ir a votos sozinho, assegurando assim o regresso ao governo como parceiro do PSD. Já o Chega caiu de 9% nas últimas eleições para 5,5%. A bandeira do combate à corrupção parece não ser suficiente para convencer o eleitorado.

* Diretor do Diário de Notícias

Portugal-Dinamarca: Trincão vestiu por uma noite a pele de CR7 e salvou Portugal em Alvalade

Extremo do Sporting marcou os primeiros golos pela seleção ante a Dinamarca, em jogo da 2.ª mão da Liga das Nações.

Com enorme sofrimento à mistura, Portugal conseguiu, este domingo, derrubar a resistência da Dinamarca, ao vencer por 5-2, no segundo jogo dos quartos de final da Liga das Nações, revertendo, assim, a desvantagem (0-1) trazida de Copenhaga, há três dias.

A seleção nacional nem sempre teve a tranquilidade necessária para conseguir dar a volta ao texto no no Estádio José de Alvalade. O encontro até começou com um mau presságio, após penálti desperdiçado de Cristiano Ronaldo. Ainda assim, os lusos foram em vantagem para o intervalo.

O segundo tempo trouxe muito sofrimento para os comandados de Roberto Martínez. Apesar da redenção de Cristiano Ronaldo, os dinamarqueses aproveitaram as fragilidades defensivas dos locais.

No assalto final, Roberto Martínez apostou em Trincão e Gonçalo Ramos e a dupla resolveu o jogo. O primeiro anotou um bis, enquanto o segundo selou as contas da partida em cima do apito final.

Vamos as notas da partida.

Portugal | À terceira é de vez na Madeira?

João Silvestre, editor executivo | Expresso (curto)

Bom dia,

Sem grandes surpresas, Miguel Albuquerque voltou a vencer as eleições na Madeira com 43,43% dos votos. Mas, desta vez, com um resultado expressivo: teve o seu maior número de votos de sempre naquela que foi a sua segunda vitória desde que foi constituido arguido em janeiro de 2024 e a terceira no espaço de ano e meio. Albuquerque diz que o povo quer “estabilidade e um governo por quatro anos”, “não quer brincadeiras”. Com o deputado que o CDS elegeu, José Manuel Rodrigues, consegue maioria no parlamento regional. Marcelo Rebelo de Sousa fala em ”maioria absoluta".

Luis Montenegro fala em “vitória extraordinária” e faz uma leitura nacional dos resultados: “Na Madeira, como já tinha acontecido nos Açores, e como estou em crer acontecerá em todo o país, as pessoas põem em primeiro lugar o crescimento da economia, o equilíbrio das contas públicas, as políticas que diminuem os impostos, que aumentam os rendimentos, que resolvem os seus problemas.” Já o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, recusa leituras nacionais dos resultados: “É uma derrota do PS da Madeira. Não há como ignorar. Lamento apenas que tenha ganhado o PSD/Madeira e Miguel Albuquerque em particular.”

Recorde
 tudo o que se passou na noite eleitoral madeirense no direto do Expresso. Foi a primeira de quatro eleições em Portugal no espaço de um ano. As próximas serão as legislativas marcadas para 18 de maio. Em setembro/outubro teremos autárquicas e no início de 2026 escolheremos o sucessor de Marcelo Rebelo de Sousa em Belém.

O resultado madeirense deste domingo parece confirmar a ideia de que, na hora de votar, talvez as questões éticas não sejam as mais relevantes para os eleitores. Vimo-lo no passado em várias eleições e vemo-lo também na última sondagem SIC/Expresso onde, apesar de 64% dos inquiridos considerar que Luis Montenegro ainda deixou explicações para dar sobre a sua empresa Spinumviva, a AD continua na frente das intenções de voto (20% dos votos brutos) e a avaliação do governo é positiva.

domingo, 23 de março de 2025

EMIRADOS NA VANGUARDA DO “NOVO MÉDIO ORIENTE”

Damir Nazarov, opinião | South Front em Opera, censurado em Google | # Traduzido em português do Brasil

O sionismo retomou o seu genocídio contra a Faixa de Gaza. O criminoso Netanyahu foi guiado por duas razões inter-relacionadas. 1 – o renascimento da aliança com os radicais de direita, 2 – a etapa seguinte de preparação para o estabelecimento do “ corredor indiano ”.

Mas com o início da próxima etapa da destruição dos palestinianos, o sionismo aposta fortemente no seu aliado de longa data, os EAU.

Vejamos a cronologia dos acontecimentos. À partida, parece que os EAU estão a desenvolver todos os esforços para combater o plano do Egipto de reconstruir a Faixa de Gaza. De seguida, a Somália e o Sudão rejeitam o realojamento forçado de palestinianos e o seu realojamento no seu território. Depois disso, há uma tentativa de assassinato do presidente da Somália. É alarmante que os EAU não hesitem em utilizar os métodos mais terríveis para atingir os seus objectivos. Por exemplo, a tentativa de assassinato do chefe da Somália faz lembrar a história da misteriosa morte do sultão de Omã, onde a reacção do primo do falecido, Haitham, se tornou um indício indirecto do envolvimento dos Emirados no “assassinato”.

Tal como no primeiro mandato de Trump, os Emirados fizeram o seu melhor para agradar ao líder da MAGA fechando uma variedade de acordos que acreditavam que levariam a “grandes mudanças no Médio Oriente”. Os EAU estão a ajudar activamente Trump nos seus próprios esforços para expulsar os palestinianos das suas terras, enquanto o Presidente dos EUA está a bajular as ambições dos EAU na política externa, onde a Somália e o Sudão ocupam um lugar de destaque.

Angola | BATALHAS NO TRIÂNGULO DO TUMPO -- Artur Queiroz

Hoje é o dia da Libertação da África Austral. Em 2010, a 23 de Março, publiquei no “Jornal de Angola” o texto que se segue. A reportagem fotográfica é de Paulino Damião (50), entretanto falecido. Aí vai o texto na íntegra. Para ajudar os esquecidos e distraídos (sobretudo as distraídas Vera Daves e Teresa Dias) a respeitarem-se respeitando quem se bateu na Guerra Pela Soberania Nacional e Integridade Territorial, publico o texto na íntegra.Com a esperança de que ele ajude os sicários da UNITA a serem cidadãos angolanos, já que mentalmente continuam ligados ao defunto regime racista de Pretória e ao terrorismo. 

BATALHAS NO TRIÂNGULO DO TUMPO

Portas Abertas à Paz e Reconciliação Nacional

Uma Extensa Planície Limitada por Três Rios É a Catedral da Liberdade

ARTUR QUEIROZ* (TEXTO)

PAULINO DAMIÃO (FOTOS)

A manhã está fria apesar do sol aberto. Na aldeia de Samaria algumas crianças brincam no areal. Junto a dois gigantescos eucaliptos três famílias esperam transporte para Mavinga. Depois da ponte do rio abre-se a imensa planície do Triângulo do Tumpo. Acabámos de chegar à Catedral da Liberdade. Aqui as tropas sul-africanas foram derrotadas pelos angolanos e assim o mundo foi libertado do regime de apartheid, o maior crime que alguma vez se abateu sobre a Humanidade.

A catedral tem duas paredes: uma pequena colina à esquerda, que é o território com mais minas do mundo. E uma elevação mais pequena, à direita, que poisa suavemente no rio. Os vitrais são os rios Cuito, Cuanavale e Tumpo. Uma Bandeira Nacional tremula à suave brisa da manhã.    

General Nando Cuito, então chefe do estado-maior da IV Região (Cuando Cubango), fala do Triângulo do Tumpo:

(A 47ª Brigada foi derrotada no Lomba, em 1987. Saí da V Região e fui ocupar o cargo de chefe do estado-maior da VI Região Militar, Cuando Cubango. Fiquei aqui até finais da Batalha do Cuito Cuanavale, em Junho de 1988. Para mim, o nosso êxito deveu-se à limpeza da estrada entre Menongue e o Cuito Cuanavale. O abastecimento logístico era feito a partir dos portos de Luanda, Lobito e Namibe. Armas, munições e víveres chegavam ao Cuito Cuanavale por terra. Limpar a estrada foi fundamental). 

Entre Menongue e Cuito Cuanavale são 200 quilómetros. No tempo da guerra, a via já era asfaltada. A estrada é uma imensa recta, aqui e ali com pequenas elevações. A vegetação da savana engoliu os destroços da guerra. A imensa chana do rio Longa está cultivada com arroz. Crianças e jovens tomam banho no rio. As mulheres lavam a roupa. O tempo desliza tão lento como a corrente do rio.

(Kuhumwangele ndyileke nane, ndyileke nane Kuhumwangele, ndyileke nane linga ndyileko. Diz-me onde está a minha mãe, diz onde está a minha mãe para eu lá ir).

Aqui estou, no Triângulo do Tumpo que tem três mães que são três rios. A Catedral da Liberdade a céu aberto foi construída com sangue, músculos, inteligência, coragem, amor, milhares de vidas jovens, na belíssima flor da vida. À boca dos pântanos bandos de aves voam rentes à massambala e perdem-se no horizonte das imensas chanas que em breve vão ficar alagadas. Sim, aqui já foi o fim do mundo para milhares de jovens que ofereceram as suas vidas pela Paz e a Reconciliação Nacional. Mas acima de tudo, para libertarem a Humanidade da vergonha do apartheid. Angola é a mãe de todos os heróis.

Os pássaros cantam trovas dolorosas por essas vidas que jazem nas terras sagradas do progresso: O Cuando Cubango. Chorar os nossos mortos é um imperativo. Por isso aqui a vida é um hino sagrado que se esvai em pequenos poemas ritmados pelo sol.

Angola | Saga do Refém e Preso Político – Artur Queiroz

<> Artur Queiroz*, Luanda ---

Os factos pesam insuportavelmente nos que só sabem construir mentiras. Os que fabricam ocorrências fantasmagóricas. Os peritos em distorções (lembram-se do “banquete” da TPA?). Os manipuladores. Os caluniadores. 

Carlos São Vicente foi vítima de todo esse arsenal da infâmia. A solução para tanta baixeza moral e política não é, seguramente, o silêncio. Entre nós, quem devia estar na linha da frente combatendo as injustiças, ilegalidades, inconstitucionalidades e falsidades à medida, remeteu-se ao silêncio. Porque estava muito dinheiro em jogo. Tudo mudou quando acabaram os rendimentos fáceis de um Decreto Presidencial, que oferecia dez por cento por cada sentença que confirmasse a “recuperação de activos”. Revelar a verdade dos factos é um imperativo ético.

No julgamento de Carlos São Vicente apareceram papéis falsos. Mentiras encomendadas. Valeu tudo para lavrar uma sentença condenatória que permitiu “legalizar” o esbulho de todo o seu património. Abocanhar o produto do trabalho de uma vida. 

Nada justifica o silêncio. Os recursos para tribunais superiores de nada valeram porque o Decreto Presidencial dos dez por cento pesou mais do que a Justiça e a consciência de magistrados judiciais em toda as instâncias da injustiça. 

Hoje já não há decreto, foi atirado pra o lixo pelo Tribunal Constitucional. Mas ninguém pediu desculpas públicas às vítimas. Dessa infâmia só ficou um ser humano despojado de todos os seus bens: Carlos São Vicente. Como não aceitou as injustiças confiscaram-lhe também a liberdade. Como continua a não aceitar, negam-lhe a liberdade condicional. Condenação a prisão perpétua não escrita, longe de um Tribunal.

O RELATÓRIO CHRIS HEDGES: A CRISE CONSTITUCIONAL DOS EUA (vídeo)

“Um exercício abusivo de poder acompanhado de humilhação” — Katherine Franke, ex-professora de direito na Universidade de Columbia, sobre a forma como a universidade lidou com Mahmoud Khalil, para quem atuou como conselheira disciplinar.

Chris Hedges | ScheerPost | em Consortium News | # Traduzido em português do Brasil

A prisão e detenção de Mahmoud Khalil em uma unidade do ICE na Louisiana é um prenúncio de uma nova era autoritária nos Estados Unidos.

A prisão de Khalil, a capitulação da Universidade de Columbia contra a dissidência e os protestos de seus próprios estudantes e a ameaça do governo Trump de retirar da universidade US$ 400 milhões em bolsas se ela não atender às suas solicitações são apenas alguns lugares onde os tentáculos do fascismo apertam seu controle.

Katherine Franke, ex-professora de direito da Columbia, está na linha de frente desse ataque. Seu apoio aos protestos estudantis e sua condenação da universidade por não abordar o assédio de estudantes pró-palestinos renderam o que ela chamou de "uma demissão disfarçada em termos mais palatáveis".

Franke se junta ao apresentador Chris Hedges neste episódio do The Chris Hedges Report para abordar a crise constitucional que os EUA enfrentam, como ela se manifestou nos campi universitários e quais são os próximos passos para desafiá-la.

“Eles estão usando leis de imigração agora para perseguir manifestantes ou pessoas que estão expressando opiniões críticas à administração Trump que não são cidadãos dos EUA. Eles virão atrás de nós, os cidadãos dos EUA, com a lei criminal”, Franke alerta.

Quanto às universidades e à Columbia especificamente, Franke aponta para a mudança na integridade institucional dentro das escolas. Gerentes de fundos de hedge, capitalistas de risco e advogados corporativos agora administram essas instituições e seus objetivos não são manter os princípios da educação e da democracia, mas sim o resultado financeiro.

Franke diz que a Columbia “está se humilhando nesse processo de negociação com um valentão que não vai acabar porque é aquela prova repetida de 'Eu tenho todo o poder e você não tem nenhum'. É assim que a governança se parece neste momento. Não há princípio em jogo aqui. É sobre um exercício abusivo de poder acompanhado de humilhação.”

Portugal | O CARTOON DO ENGANO, DA PEDINCHA E DA FORTUNA

Imagem em Negócios | Texto em 'balóes' Redação PG

Portugal | QUANTO PESA PASSOS NESTAS ELEIÇÕES?

Filipe Alves*, opinião | Diáriode Notícias

Na guerra naval, o conceito de fleet in being (que poderíamos traduzir para algo como “frota em presença”) corresponde a ter uma força que, mesmo sem deixar o respetivo porto, constitui uma ameaça que condiciona a estratégia e as ações do adversário, obrigando-o a destacar ativos que poderiam ser mais úteis noutros teatros de operações. A Alemanha e a Itália fizeram uso desta estratégia na II Guerra, bem como a Argentina durante o conflito das Falkland/Malvinas, dificultando a vida à Royal Navy. E embora o ataque japonês a Pearl Harbour e o afundamento do General Belgrano por um submarino britânico tenham demonstrado as fragilidades desta estratégia, o princípio permanece válido. Enquanto uma força tiver a opção de atacar ou não, a outra tem de ajustar a sua estratégia de forma a contemplar este risco.

Na política portuguesa, o mais significativo exemplo de uma força “em presença” chama-se Pedro Passos Coelho. O antigo primeiro-ministro, que continua a ser o líder natural da direita portuguesa, só precisa de estar vivo para condicionar a atual liderança do PSD. Um só homem assombra todo um aparelho partidário. Passos tem afirmado repetidamente que não tem interesse em intervir na vida política, mas o seu nome continua a ser falado nos bastidores como potencial sucessor de Montenegro na liderança, caso este perca as eleições antecipadas que terão lugar em maio, ou ainda que as vença e, mesmo assim, não consiga formar governo.

Ontem, a hipótese levantada por Pedro Duarte, de deixar para “quem estiver à frente do PSD” a decisão de tentar formar governo se a AD ficar em segundo lugar nas eleições, foi interpretada como um sinal de que haverá a possibilidade de uma aliança com o Chega, já com Passos na liderança, que permita à direita formar governo sem necessidade de nova votação. Porém, é pouco provável que Passos queira voltar ao poder sem ir a votos.

Independentemente da forma como possa ocorrer, este regresso tem sido falado tanto por apoiantes como por adversários. Os primeiros querem Passos e a união das direitas, com o Chega a acabar por ser mais ou menos diluído na AD; os segundos agitam o fantasma do Chega, que assusta muitos eleitores do centro e da direita moderada.

Podemos questionar-nos, porém, se com o eventual regresso de Passos - e havendo novas eleições - o Chega continuaria a ter votações nos dois dígitos, ou se perderia uma boa parte do seu eleitorado para o PSD, talvez mesmo ao ponto de este último poder governar com a IL. Note-se que, segundo o Observador, no Chega haverá quem queira formar governo com Passos em caso de derrota de Montenegro, mas sem novas eleições. Ou seja, por alguma razão, não quererão ir a votos se Passos estiver à frente do PSD.

No entanto, Montenegro ainda pode surpreender e ser reconduzido com legitimidade reforçada, tal como, de resto, a sondagem divulgada esta sexta-feira sugere. Nesse cenário, a manter-se o “não é não” ao Chega, o PSD continuará a assumir-se como o partido-charneira, ocupando o centro e tentando governar como se não existisse nada à sua direita. As próximas semanas serão decisivas.

* Diretor do Diário de Notícias

Portugal | Eleições na Madeira: Urnas já abriram, podem votar 255 mil eleitores

Os madeirenses vão a votos este domingo para escolher um novo governo regional. É a terceira vez em quase dois anos.

As urnas das legislativas regionais antecipadas da Madeira, nas quais podem votar mais de 255 mil eleitores, abriram hoje às 08:00, encerrando às 19:00. De acordo com dados da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, o número de inscritos "habilitados para votar" no sufrágio é de 255.380, dos quais 249.840 na ilha da Madeira e 5.540 na ilha do Porto Santo.

Em comparação com as anteriores regionais, em maio de 2024 (também antecipadas), com base no mapa oficial de resultados, hoje podem votar mais 858 cidadãos. Nas eleições do ano passado, a abstenção foi de 46,60%. O valor recorde da abstenção desde 1976, ano das primeiras eleições para a Assembleia Legislativa da Madeira, registou-se em 2015, quando não foram votar 50,42% dos 256.755 eleitores inscritos.

Ao círculo eleitoral único do arquipélago, com 47 assentos parlamentares, concorrem hoje 14 listas: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.

No sufrágio anterior, o PSD conseguiu eleger 19 deputados, o PS 11, o JPP nove, o Chega quatro (mas, uma deputada tornou-se, entretanto, independente) e o CDS-PP dois. PAN e IL garantiram um assento cada. As eleições antecipadas ocorrem na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional minoritário, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) - e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.

Nas legislativas regionais, o representante da República, cargo ocupado por Ireneu Barreto, convida uma força política a formar governo em função dos resultados (que têm de ser publicados), após a auscultação dos partidos com assento parlamentar na atual legislatura.

Pedro Correia | Diário de Notícias | Lusa

Todas as famílias do Reino Unido "estarão em pior situação até 2030"...

Todas as famílias do Reino Unido "estarão em pior situação até 2030", já que os pobres são os que mais sofrem, alertam novos dados

Toby Helm , editor político | The Guardian | # Traduzido em português do Brasil

Keir Starmer recebeu um novo golpe em sua promessa de padrões de vida antes da declaração de primavera

Os padrões de vida de todas as famílias do Reino Unido devem cair até 2030, com aqueles com rendas mais baixas diminuindo duas vezes mais rápido que aqueles com renda média e alta, de acordo com dados que levantam sérias questões sobre a promessa de Keir Starmer de melhorar a vida dos trabalhadores .

A análise econômica sombria, produzida pela respeitada Joseph Rowntree Foundation (JRF), foi divulgada antes da chanceler, Rachel Reeves, fazer sua declaração de primavera na quarta-feira, na qual anunciará novos cortes nos gastos públicos em vez de aumentar os empréstimos ou impostos, de modo a se manter dentro das regras fiscais "rígidas" do governo.

Em dezembro, o primeiro-ministro anunciou uma série de “marcos ” que, segundo ele, seriam aprovados antes das próximas eleições gerais, que provavelmente serão realizadas em 2029. O primeiro deles foi “colocar mais dinheiro nos bolsos dos trabalhadores”.

Mas com muitos parlamentares trabalhistas já profundamente preocupados com o plano de Reeves de arrecadar cerca de £ 5 bilhões cortando benefícios , inclusive para pessoas com deficiência, as evidências de que os padrões de vida estão a caminho de cair acentuadamente sob um governo trabalhista — e declinar principalmente para os menos favorecidos — aumentarão o clima de crescente inquietação nas fileiras do partido.

CUMPLICIDADES DA GRÃ-BRETANHA COM ISRAEL NO GENOCÍDIO DOS PALESTINOS*

 "Profundamente preocupante": trabalho de general britânico em armas israelenses é criticado

O general Carter assinou um tratado militar com Israel. Agora ele aconselha empresas de armas israelenses

PHIL MILLER* | Declassified UK | # Traduzido em português do Brasil

O ex-chefe das forças armadas britânicas está prestando consultoria a empresas de armas israelenses, levantando questões sobre seu papel em um país cujo primeiro-ministro é procurado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI).

O general Sir Nick Carter foi chefe do estado-maior de defesa – a posição militar mais alta da Grã-Bretanha – de 2018 a 2021. Meses antes de deixar o cargo, ele assinou um acordo de cooperação militar com Israel.

Esse pacto nunca foi publicado – apesar dos pedidos de liberdade de informação e perguntas no parlamento – mas foi saudado como um momento marcante nas relações entre os dois exércitos.

Carter já havia visitado Israel no início de seu mandato, visitando bases militares e apertando a mão de seu homólogo, o general Aviv Kohavi .

Essa experiência de conviver com o topo das IDF provavelmente será útil para seu novo emprego na Exigent Capital , uma empresa de serviços financeiros sediada em Jerusalém.

Carter é um dos dois “especialistas de domínio” da Exigent em sua ala de “consultoria estratégica”, com foco em “aeroespacial e defesa”.

Seu papel lá é “desenvolver estratégias de crescimento internacional para nossos clientes, bem como identificar e abrir portas para novas oportunidades de negócios que acelerem o crescimento”, de acordo com o site da empresa.

Ou, como disse o Jerusalem Post , Carter fornece “serviços de consultoria estratégica para empresas israelenses que operam no setor de defesa”.

Angola | O Poder ao Nível da Anedota -- Artur Queiroz

<> Artur Queiroz*, Luanda ---

O poder domiciliado no Antro da Cidade Alta e no Palácio da Justiça desceu ao nível da anedota o que é perigoso, porque o ridículo mata mais do que a cólera. Hoje tenho várias anedotas para partilhar. Funcionários da Direcção dos Serviços Prisionais submetidos às ordens supremas condenaram o empresário Carlos São Vicente à pena de prisão perpétua, porque não está arrependido de ganhar dinheiro com os seus negócios e a sua sabedoria, desde que Angola entrou no regime de democracia representativa e economia de mercado. Mas também porque não pagou uma indemnização ao Estado.

Ontem mostrei o ridículo desta anedota revelando uma lita (não completa) dos bens que lhe sacaram à má fila e que valem mais de cinco mil milhões de dólares. Descontam a indemnização fixada pelo Tribunal e ainda sobra uma fortuna. Mas a lista é muito maior. Tomem nota de alguns bens mobiliários sacados ao prisioneiro e refém do filho de enfermeiro.

O Duo Metralha (Hélder e Eduarda) apoderou-se de 49 por cento do capital social do Standard Bank Angola. Este património está (se ainda não voou…) com o Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE). Cheira a Vera Daves e a orações ao Espírito Santo! São muitos milhões.

Apoderaram-se de muito dinheiro depositado em bancos angolanos, nas contas da AAA Activos Lda. Esta empresa nunca foi acusada, pronunciada nem julgada. Os seus bens móveis e imóveis não podiam ser tocados pelo Duo Metralha e seus sequazes, inclusive a ministra cabeleireira e manequim, devota do Espírito Santo.

sábado, 22 de março de 2025

A ÁFRICA SEGUNDO O MAPA-MUNDO DE TRUMP

Retirada da “ajuda” norte-americana ao continente pode ser só início de hostilidades. EUA importam pouco dos países africanos. Ao verem a influência da China crescer, tendem a ações de fustigamento, como atacar os BRICS e acusar a África de “confisco de terras contra os brancos”

Fernanda Brozoskino Observatório Internacional do Século XXI | em Outras Palavras | # Publicado em português do Brasil

Relações comerciais assimétricas infimamente compensadas com políticas de desenvolvimento econômico local e pouca relevância na política externa são continuidades que podemos esperar do governo Trump 2.0 em relação à África. Surpreende, contudo, que os EUA, sem qualquer constrangimento, não se importem em manchar sua imagem de guardião dos valores democráticos e morais da humanidade. Ou não é isso que devemos pensar da suspensão dos financiamentos a programas cujo encerramento coloca milhares crianças em risco imediato de morte?

Em 26 de fevereiro, com pouco mais de um mês de governo, a gestão Trump anunciou uma drástica retirada dos EUA da assistência global, eliminando mais de 90% dos contratos da USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) e suspendendo 60 bilhões em recursos. Foram encerrados aproximadamente 5,8 mil projetos de saúde global incluindo iniciativas contra HIV, malária, tuberculose, poliomielite e desnutrição. Alguns dos principais projetos atendem refugiados em zonas de guerra ou operam em países africanos, como Nigéria, Congo, Quênia, Lesoto, Tanzânia, Uganda, África do Sul, Sudão, Etiópia e outros. Embora houvesse críticas à ineficiência de alguns projetos, nada justifica não planejar uma saída que no mínimo preserve vidas inocentes.

Angola | POBREZA PAGA AOS RICOS -- Artur Queiroz

<> Artur Queiroz*, Luanda ---

Angola tem um problema cabeludo. O petróleo não enche a barriga nem vai ao prato. O petróleo não é casa, nem cubata, nem palhota, nem casebre. O petróleo não é roupa nem calçado. O petróleo não é escola. O petróleo não é centro de saúde. O petróleo não é médico, nem enfermeiro. O petróleo só gosta do Pai Querido da Sonangol e dos bolsos de quem é rico. O Banco Mundial estima que a taxa de pobreza em Angola é superior a 30 por cento, mais de dez milhões de angolanos. O mundo está assim. 

Nos EUA, considerada a “maior potência global”, tiram petróleo até das pedras e mesmo assim há muita pobreza. A percentagem é de dez por cento. São 40 milhões de pobres. Mas um milhão vive ao relento. Nem têm cubata. Muitos morrem de frio.

Em Portugal, no ano de 2024, 20 por cento da população (mais de dois milhões de pessoas) viviam na pobreza ou de exclusão social. As crianças em risco de pobreza estão perto dos 20 por cento. Mais de 13 mil portugueses vivem na rua ao frio e à chuva. Já este ano a Caritas publicou um relatório com estes números: Mais de 460 mil portugueses “vivem em condição de privação material e social severa”. A este número juntam-se 266 mil que não têm acesso a uma alimentação adequada. Mais de um milhão de portugueses não consegue dispor de uma pequena quantia para gastos pessoais. Os cinco maiores bancos têm lucros de 13,6 milhões de euros por dia. Sempre a subir. Bolsos repletos.

O Reino Unido está malé malé malé.  As centrais electricas ardem de velhice. Os “bifes” estão piores que os meus irmãos cubanos. A luz vai à toa. Até fecharam o aeroporto de Londres (Heathrow) por falta de energia. O kumbu vai todo para a Ucrânia onde é queimado pelo drones russos.

ELEIÇÕES NA ALEMANHA -- nazis com o apoio de Elon Musk

Gerard Alsteens (GAL), Bélgica | Cartoon Movement

O partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) comemora um resultado recorde de segundo lugar de 20,8% após a eleição na Alemanha. Quanto o apoio de Elon Musk contribuiu para seu sucesso?

PRETENÇÃO, BRUTALIDADE E... DESCAMINHO!



 

Em dois meses, Trump abalou alianças essenciais a Washington, abraçou-se à imagem corroída de Israel e cortejou Putin, sem afastá-lo da China. Seu plano para reindustrializar os EUA é pobre. Seu slogan, MAGA, parece mais distante que nunca

Paulo Nogueira Batista Jr* | Outras Palavras | # Publicado em português do Brasil 

Trump conseguirá fortalecer os Estados Unidos? Conseguirá, pelo menos, deter o seu declínio relativo? Ou irá acelerar a decadência do Império? Transcorridos apenas dois meses desde a sua posse, falta evidentemente a famosa perspectiva história. Mas questões candentes nunca esperam essa perspectiva. Para elas, vale sempre o ante mortem,não o post mortem.

Feita essa ressalva, antecipo a conclusão do artigo: Trump não só será incapaz de deter o declínio dos EUA, como irá apressá-lo. Em vez de Make America Great Again (MAGA), ele deve Make America Weaker Still (MAWS). (Em vez de fortalecer os EUA, deve torná-los mais fracos.)

O seu slogan MAGA é revelador do que está acontecendo com os EUA: uma perda progressiva de expressão relativa, em termos econômicos, populacionais e políticos. O plano trumpista é restabelecer a hegemonia americana no mundo, custe o que custar. Mas isso é mais um sonho do que um plano realista, como tentarei argumentar.

Em primeiro lugar, a herança geopolítica que o novo governo americano recebe é altamente problemática. Superestimando o próprio poder e subestimando o de outros países, os americanos se meteram em uma guerra em três frentes.

TRUMP E PUTIN TÊM UMA VISÃO COMUM PARA A EUROPA

Entrevista com o pensador e teórico político russo Aleksandr Dugin sobre as relações Rússia-EUA

Aleksandr Dugin, entrevista | Substack | # Traduzido em português do Brasil

O Teori Dergisi, publicado na Türkia, conduziu uma entrevista abrangente com o pensador e teórico político russo Aleksandr Dugin sobre as relações Rússia-EUA.

A entrevista, que abordou muitas questões importantes, especialmente as relações entre Trump e Putin e a questão da Ucrânia, ainda é relevante.

Estamos publicando a entrevista completa conduzida pelo escritor e cientista político da UWI Onur Sinan Güzaltan em inglês. Os subtítulos pertencem a nós.

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Primeiro, você tem muitas declarações apoiando Trump, mesmo antes das eleições e mesmo antes depois. Por que exatamente você está apoiando Trump?

Primeiro, precisamos entender o que é Trump... Não apenas como uma figura política, mas também como uma tendência política e ideológica. Trump é símbolo do Trumpismo. E o Trumpismo é uma espécie de ideologia. Quais são as principais características dessa ideologia? Essa ideologia é oposta ao globalismo liberal, liberal de esquerda, que governou o Ocidente e toda a humanidade durante décadas.

Então essa não era apenas a ideologia política do Partido Democrata dos EUA, mas também era algo como sabedoria convencional, algo de evidência. Essa era uma ideologia com seus princípios; O princípio do progressismo coletivo da identidade individual do ser humano, libertação de todo tipo de identidade coletiva e promoção da cultura WOKE, globalismo, destruição de identidades tradicionais, estados-nação. Isso era antitradição. Essa ideologia progressista liberal era a ideologia dos principais oponentes ideológicos de Donald Trump. O trumpismo é uma ideologia alternativa. Trump é contra a antitradição e a favor da tradição. Ele é contra o progressismo e a favor do conservadorismo. Ele é contra a política de gênero e a existência de dois gêneros, homem e mulher. Ele é contra a globalização e a favor do nacionalismo. O trumpismo representa a ideologia alternativa ao globalismo.

E porque sou inimigo jurado da sociedade aberta de George Soros, desses globalistas e liberais de esquerda, apoio Trump…

Eu apoio uma pessoa ou movimento que coexiste com o que eu acho que é bom, justo e correto.

Eu apoio Trump porque ele luta contra algo que eu também estou lutando durante toda a minha vida.

A ADMINISTRAÇÃO TRUMP ESTÁ A PRATICAR O AUTORITARISMO

David Smith | The Guardian | # Traduzido em português do Brasil

Da mídia à cultura e às artes, passando pela recusa em cumprir ordens judiciais, estamos nos aproximando da 'Defcon 1 para nossa democracia', dizem especialistas

Ao entrar no magnífico grande salão do Departamento de Justiça dos EUA, Donald Trump parou por um momento para admirar seu retrato e então foi para um palco especialmente construído, onde duas estátuas art déco, representando o "Espírito da Justiça" e a "Majestade da Justiça", foram cuidadosamente escondidas atrás de uma cortina de veludo azul.

O presidente, que desde o ano passado também é um criminoso condenado, começou a expressar queixas , proferir palavrões e acusar a mídia de fazer coisas “totalmente ilegais”, sem oferecer evidências. “Só espero que todos vocês possam assistir”, disse ele aos funcionários do departamento de justiça, “mas é totalmente ilegal”.

A violação de Trump da independência tradicional do departamento de justiça na semana passada não foi nem chocante nem surpreendente. Seu discurso rapidamente desapareceu do ciclo de notícias rápidas e furiosas. Mas historiadores futuros podem considerá-lo um marco em uma estrada que leva a mais antiga democracia contínua do mundo a um destino antes impensável.

Eviscerar o governo federal e subjugar o Congresso; desafiar ordens judiciais e deslegitimar juízes; deportar imigrantes e prender manifestantes sem o devido processo; resfriar a liberdade de expressão em universidades e instituições culturais; intimidar veículos de notícias com o dividir para governar. Adicione um ecossistema de mídia de direita fabricando consentimento e obediência antecipadamente, junto com uma oposição fraca e dividida oferecendo resistência débil. Junte todos os pontos, dizem os críticos, e a América está sonâmbula em direção ao autoritarismo .

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