quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Negociações intensivas para estender a trégua à medida que o prazo se aproxima

ISRAEL - HAMAS

Usaid Siddiqui  e  Mersiha Gadzo | Al Jazeera | # Traduzido em português do Brasil

Analistas dizem que as negociações de trégua entraram numa fase “pragmática” envolvendo vários mediadores e partes interessadas, com o Hamas alegadamente a sinalizar a vontade de prolongar a pausa nos combates.

Trinta mulheres e crianças palestinianas foram libertadas das prisões israelitas depois de 10 israelitas e dois cidadãos estrangeiros terem sido libertados de Gaza .

O exército israelita cercou hospitais e bloqueou o trabalho das equipas médicas durante um grande ataque em Jenin, na Cisjordânia ocupada.

Mais de 15 mil palestinos foram mortos em Gaza desde 7 de outubro. Em Israel, o número oficial de mortos é de 1.200.

Ler/Ver em Al Jazeera:

Trégua Israel-Hamas: quanta ajuda entrou em Gaza?

A ajuda chegou, parte dela também chegando ao norte de Gaza. Mas é muito pouco, alertam as agências humanitárias.

ASSISTIMOS A UM GENOCÍDIO E NÃO FIZEMOS NADA PARA O TRAVAR

DIMA MOHAMMED: “COMO VAMOS VIVER SABENDO QUE ASSISTIMOS A UM GENOCÍDIO E NÃO FIZEMOS NADA PARA O TRAVAR?”

ENTREVISTA

A investigadora palestina denuncia o projeto colonial do Estado de Israel e defende que a única solução para se parar a mortandade na Palestina é pôr um fim à ocupação e ao apartheid. A linguagem que usamos, argumenta, é essencial para se compreender a realidade que se vive em Gaza.

João Biscaia | Setenta e Quatro

Há um mês que a guerra em Gaza abre os telejornais portugueses, mas nem sempre nesses termos. Por vezes “conflito”, por vezes “guerra”, os bombardeamentos da população da Faixa de Gaza têm tido vários nomes. “Invasão” saiu do léxico, “incursão” voltou a ser admitido. Explicou-se o que era a punição coletiva, segundo o direito internacional. Perante imagens de bombardeamentos ininterruptos sob um povo forçado a um êxodo, esclareceu-se como é maleável a definição de limpeza étnica.

Peritos debatem se bombardear um hospital é ou não crime de guerra, se estão presentes as dez fases de um genocídio, tal como estabelecidas pelo especialista em genocídios Greogry H. Stanton em 1996, para podermos usar o termo “genocídio”. Entretanto, o número de palestinos mortos é atualizado todos os dias na casa das centenas, ultrapassando neste momento os dez mil. 

“O que está a acontecer na Palestina não é um conflito. É apartheid. Não estamos a assistir a uma auto-defesa, mas ao genocídio do povo palestiniano.” Foi com esta clarificação que a palestina Dima Mohammed, coordenadora do laboratório de investigação ArgLab do Instituto de Filosofia da NOVA e professora na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da mesma universidade, começou a sua intervenção na concentração contra a agressão a Gaza no dia 18 de outubro, em Lisboa.

“Há uma luta semântica a ser travada”, diz  a investigadora ao Setenta e Quatro, duas semanas depois, em frente à mercearia Zaytouna, uma das várias embaixadas informais da diáspora palestina em Portugal. No último mês, essa luta travada ao nível da retórica, da argumentação e da propaganda agudizou-se. 

Discute-se se os milhares de mortos em Gaza configuram um genocídio ou não e se cânticos que clamam pela libertação de um povo serão, afinal, apelos ao extermínio de judeus. Para não ferirem as suscetibilidades do Estado de Israel, líderes mundiais preferem dizer “pausa humanitária” a “cessar-fogo”. Há um uso abusivo da memória do Holocausto e das acusações de antissemitismo. Para Dima Mohammed, é a evidência de que “a linguagem também é um dos lugares onde temos de lutar contra a colonização.” 

Nascida e criada na Argélia, filha de “refugiados filhos de refugiados” que hoje vivem na Cisjordânia ocupada, Dima Mohammed doutorou-se em Estudos da Argumentação e dá aulas sobre filosofia da linguagem, argumentação política e retórica. Já ensinou na Palestina, na Suíça e no Canadá e veio para Portugal trabalhar no ArgLab, que hoje coordena e onde investiga interdisciplinarmente as ligações entre argumentação, linguagem e cognição.

As suas investigações têm-se debruçado ultimamente no uso da argumentação dentro do conceito de injustiça epistémica, um tipo de injustiça relacionada com o conhecimento que se liga às restantes injustiças (económicas, sociais, políticas). A injustiça epistémica evidencia-se através da exclusão e do silenciamento de certos conhecimentos e das pessoas ou dos grupos que os carregam.

É  um conceito fulcral, continua a investigadora, para entender o silenciamento dos palestinos e a negligência perante os seus testemunhos, quando “aquilo que dizemos não é considerado credível”. E também, considera, torna claras as estruturas coloniais: “a epistemologia não tem as ferramentas necessárias para dar sentido às experiências que vivemos ou para considerar o conhecimento de alguns grupos desprivilegiados”.

Podemos falar de injustiça epistémica em relação ao que tem acontecido, no último mês, ao povo palestino. mais especificamente o de Gaza?

Sim. A voz palestina é silenciada. O sofrimento do povo palestino não é recebido como o sofrimento de outros povos pelos media ou os políticos. A resistência palestina é desconsiderada. Assim, uma grande parte da experiência palestina torna-se completamente invisível para o resto do mundo. E enquanto for invisível não será compreensível.

Isto não é coincidência. O Estado de Israel tem isolado os palestinos ao longo de décadas, desde o início da ocupação. Não o faz apenas fisicamente, como vemos no cerco de Gaza ou na dificuldade que qualquer palestino tem em sair para o estrangeiro. Também isola as vozes palestinas. Isto torna as nossas experiências incompreensíveis para o resto do mundo.

Vou à Palestina todos os anos. Tento sempre levar amigos, pessoas que considero saberem muito sobre a Palestina. Ao sair de lá dizem-me sempre, sem exceção, que nada os havia preparado para a experiência de lá estar. O isolamento físico torna-se isolamento psicológico, emocional, mental, intelectual — e também epistémico.

Creio fazer um bom uso da linguagem, mas nem eu consigo explicar o que é ter os colonatos a sufocar as vilas palestinas na Cisjordânia. Em Ramallah, considerada uma das cidades mais seguras, não há nada que proteja os palestinos da violência dos colonos. Maltratam e assediam pessoas nas nossas ruas, nas nossas cidades.

A guerra que também apaga vidas de jornalistas e trabalhadores humanitários

Cristina Pombo, coordenadora da secção internacional | Expresso (curto)

Bom dia.

A trégua acordada pelo Hamas e Israel para permitir a libertação dos reféns presos na Faixa de Gaza deverá terminar hoje. Inicialmente prevista para durar quatro dias, foi anunciado na segunda-feira que seria estendida por mais dois, com as partes em conflito a acusarem-se mutuamente de ações de desrespeito ao cessar-fogo. Desde sexta-feira foram libertados perto de 80 reféns dos cerca de 240 que Israel diz terem sido raptados a 7 de outubro. Em contrapartida, as autoridades israelitas terão libertado, até ao momento, pelo menos 180 prisioneiros palestinianos. Dos 12 reféns que voltaram para casa esta terça-feira, dez eram mulheres entre os 17 e os 84 anos. As negociações com vista a um novo prolongamento da trégua prosseguem, e segundo noticia o jornal “Haaretz” as autoridades israelitas já possuem a lista com os nomes dos reféns que serão libertados pelo Hamas esta quarta-feira.

Em sete semanas e meia - desde 7 de outubro -, morreram perto de 15 mil pessoas no estreito retângulo de Gaza, onde vivem mais de dois milhões de palestinianos. Um número que choca, mais ainda quando o comparamos com os mortos em conflitos no Médio Oriente durante todo o ano passado: 6359.

Apesar da dificuldade em verificar os números que têm vindo a ser divulgados pelo Ministério da Saúde de Gaza, a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (URNWA) garante que não andarão longe da verdade. Contas feitas pela agência da ONU apontam para uma percentagem idêntica de vítimas.

Novembro foi “o mês mais mortífero para os jornalistas” (e outros profissionais dos media) em Israel e na Palestina, desde 1992, ano em que Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) iniciou a recolha destes dados. Desde o início do conflito Israel-Hamas, pelo menos 50 profissionais de meios de Comunicação Social perderam a vida em Gaza e Israel, palestinianos na sua maioria. O cenário é igualmente atroz entre os trabalhadores humanitários das Nações Unidas: mais de uma centena tombaram desde 7 de outubro na Faixa de Gaza e a URNWA reitera que “é o maior número de trabalhadores humanitários mortos num conflito em tão pouco tempo — e é provável que o número seja ainda maior”.

No Expresso poderá acompanhar ao longo do dia o evoluir deste conflito.

Angola | A Aldrabice da Guerra Civil -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Milhares de angolanos deram a vida pela paz e a reconciliação nacional durante a guerra contra os invasores estrangeiros. O preço foi muito elevado, mas para os combatentes, a Independência Nacional, a liberdade e a dignidade estavam acima de tudo e nada paga esses valores. Assinar no Luena a declaração do fim da rebelião armada foi muito mais do que esse gesto simples. O abraço entre os generais Armando da Cruz Neto e Abreu Muengo Kamurteiro na Assembleia Nacional encerrou o período dos anos de chumbo. Em Nova Iorque o regime racista de Pretória rendeu-se. Aí sim, acabou a guerra. O último acto foi a Batalha do Cuito Cuanavale, no Triângulo do Tumpo.

Antes da Paz do Luena existiram operações militares estrangeiras em Angola, executadas pela mais agressiva coligação que alguma vez se formou no mundo, para submeter um povo. O seu fracasso foi a vitória de todos os angolanos, mesmo os que se sentem derrotados e continuam a identificar-se com os invasores e agressores estrangeiros. Habituados a alugar armas e consciências, não são capazes de aceitar o regime democrático. Querem saber o que foi a “guerra entre filhos da mesma pátria?”. Esta lista foi preparada para os arquivos da Presidência da República. Revelo as agressões estrangeiras depois do 11 de Novembro de 1975

Após a Independência Nacional tudo começou com a “Operação Protéa”, no dia 23 de Agosto 1981, com um ataque aéreo contra vários objectivos económicos e sociais nas proximidades de Xangongo e Ondjiva. As forças da SWAPO e os seus postos de comando na província do Cunene, também foram bombardeadas. Centenas de angolanos, militares e civis, morreram durante estes ataques de surpresa. 

A comunidade internacional nem sequer quis saber do número de mortos nos campos de refugiados namibianos ou nas aldeias angolanas da Huíla, Cunene e Cuando Cubango. Mas o regime de apartheid da África do Sul estava sujeito a sanções severas, que as grandes potências nunca respeitaram, dando assim o seu acordo a um regime que foi o mais grave crime que alguma vez foi cometido contra a Humanidade. 

A invasão estrangeira foi feita às claras e com meios abundantes. Era impossível esconder a agressão. Pretória atacou o Sul de Angola com 11.000 homens, 36 tanques “Centurion M41”, 70 blindados “AML90”, 200 veículos de transporte de tropas tipo Rattel, Buffel e Sarracen. Um número indeterminado de canhões G-5 e de 155 milímetros. Mísseis terra-ar Kentron de 127 milímetros, 90 aviões de guerra e helicópteros. A comunidade internacional, sobretudo as grandes potências mundiais, não viram este movimento maciço de tropas. Estes foram os meios dos crimes contra Angola. 

Os mandantes são conhecidos por todos: EUA, Reino Unido, França e Alemanha. Os cúmplices, hoje são íntimos dos angolanos: UNITA, seus kaxikos do Bloco Democrático ou Abel Chivukuvuku, o galo negro com muitas vidas. Como ditam as regras do Direito Internacional, os que foram coniventes com o regime de apartheid e fizeram a guerra a seu lado, têm as mesmas responsabilidades e qualquer Tribunal independente condena com a mesma pena, os autores materiais dos crimes e os seus cúmplices conscientes, directos e voluntários.

Angola | Sucesso por Geração Espontânea – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Um camarada de profissão analisou o mundo desportivo angolano e particularmente o futebol. Concluiu que o sucesso vem por geração espontânea. Cada cabeça, sua sentença. Se fosse eu o autor do texto escreveria que o fomento desportivo entre nós é à balda. Ou todos ao molho e fé em Deus. Só não é diferente porque os agentes desportivos não querem. No início dos anos 60, era Angola uma colónia, Luanda e outras províncias do litoral tinham campeonatos para as camadas jovens. Na capital, o professor Daniel Leite promovia o desporto escolar em várias modalidades, sobretudo futebol e atletismo.

No Uíge existia o complexo desportivo que inclua uma quadra para patinagem e piscina. No Negage ringue de patinagem e o velho campo de futebol nas traseiras da serração Santex. Professores de educação física, nem um. Mesmo em Luanda, o Liceu Salvador Correia tinha apenas dois professores. A Escola Industrial e a Escola Comercial tinham um, cada. Estádio, só o dos Coqueiros. Pavilhões gimnodesportivos, o luxuoso do Sporting de Luanda, o mais pobrezinho do Benfica, a quadra do Atlético e o quintal da Liga Africana onde o Simões fabricava campeões de basquetebol do Vila Clotilde. O complexo da Cidadela só apareceu no início dos anos 70. Desporto escolar acontecia no meio desta pobreza.

Mas existia. As provas das camadas jovens existiam. O grande dinamizador do desporto jovem foi o Mais Velho Demóstenes de Almeida. Com ele nada era de geração espontânea. Tudo passava por muito esforço, muito trabalho e muita disciplina. Treinar todos os dias com afinco. Melhorar, melhorar sempre a técnica e o físico fosse no atletismo, no futebol, no hóquei ou no basquetebol. Estas modalidades exigem muito trabalho, nada acontece por geração espontânea. 

No basquetebol feminino Angola conquistou o honroso título de campeã nacional. Este “nacional” incluía também Portugal. As basquetebolistas do Lubango e do Benfica de Luanda eram as melhores do mundo. Muito trabalho, muita prospecção, muito treino. No hóquei em patins Angola atingiu níveis supremos. Primeiro o Desportivo de Lourenço Marques arrebatou todos os títulos nacionais e internacionais. Depois os hoquistas angolanos deram cartas e continuam a dar. Muito trabalho de base há muitas décadas. 

Benfica, Sporting, Ferroviário e BCA (equipa de um banco) tinham atletas de eleição. Mas não chegaram ao topo por geração espontânea. Muito trabalho, muito sacrifício, muito treino. A província do Namibe era uma espécie de viveiro dos melhores hoquistas!

O Jornalismo Desportivo Angolano tinha um nível supremo. E isso ajudou ao fomento do desporto. Aníbal de Melo, Luís Alberto Ferreira ou Rebelo Carvalheira foram referências no sector. Hoje temos muitos mais jornalistas e de elevado nível. Não é por aqui que o desporto angolano está entregue à geração espontânea. 

Chuvas em Angola provocam cinco mortos da mesma família

Deutsche Welle | Lusa

O balanço das chuvas em Angola nas últimas horas aponta para um total de cinco mortos, todos membros de uma família, na província do Cuanza Norte, anunciou o porta-voz do Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros.

As mortes foram registadas no município do Cazengo, província do Cuanza Norte, na sequência do desabamento de uma parede, esclareceu Félix Domingos. 

O porta-voz do Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros disse que também as províncias do Moxico, Cabinda e Cuanza Sul registaram fortes chuvas, com ruas intransitáveis e casas inundadas, sublinhando que a província de Luanda foi a que apresentou um quadro bastante preocupante em termos de infraestruturas.

Frisou ainda que são atípicas as chuvas que caem este mês em quase todo o país, "porque não tem sido habitual", sendo que as previsões do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica de Angola apontam "que vai chover bastante" e haverá ventos fortes.

terça-feira, 28 de novembro de 2023

'O horror! O Horror!' Revisitado na Palestina

A selva está aqui – rastejando dentro de todos nós.

Pepe Escobar* | Strategic Culture Foundation | # Traduzido em português do Brasil

“Senhor Kurtz – ele está morto.”
Joseph Conrad, Coração das Trevas

Joseph Conrad disse uma vez que antes de ir ao Congo ele era um simples animal. Foi numa dessas terras parcialmente mapeadas pela crueldade e hipocrisia do ethos imperial que Conrad descobriu o colonialismo europeu na sua mais pura e terrível encarnação, devidamente retratada em Heart of Darkness – um dos grandes épicos de sensibilização da história . da literatura.

Foi no Congo que Conrad, um polaco étnico nascido no que ainda hoje é conhecido como “Ucrânia”, então controlado pela Polónia, e que só começou a escrever em inglês aos 23 anos, perdeu para sempre qualquer ilusão sobre a missão civilizadora da sua raça.

Outros europeus eminentes do seu tempo experimentaram perfeitamente o mesmo horror – participando no Conquest Atrocity Spectaculars; ajudar a Metrópole a hackear e saquear África; usar o continente como pano de fundo para as suas – assassinas – aventuras juvenis e ritos de passagem; ou apenas testando sua coragem enquanto “salvam” as almas dos nativos.

Eles atravessaram o coração selvagem do mundo e fizeram fortuna, reputação ou penitência apenas para voltar ao doce conforto da inconsciência – quando não foram enviados de volta em um caixão, é claro.

Para dominar diversos povos “primitivos”, a Britânia substituiu o ferro e a espada pelo comércio. Como qualquer fé monoteísta, eles acreditavam que só havia uma maneira de existir; uma maneira de beber seu chá; uma maneira de jogar – qualquer jogo. Todo o resto era não civilizado, selvagem, bruto e, na melhor das hipóteses, fornecia matérias-primas e dores de cabeça agudas.

HOJE: REFÉNS ISRAELITAS E PRISIONEIROS PALESTINOS FORAM LIBERTADOS

Militares israelitas dizem ter informações de que 12 prisioneiros foram libertados

Os militares de Israel disseram ter recebido a notícia da Cruz Vermelha de que os reféns libertados a caminho de Israel incluem 10 israelitas e dois estrangeiros.

Al Jazeera publicará mais informação sobre esse assunto assim que conseguirmos.

Catar diz que 30 prisioneiros palestinos serão libertados

Majed al-Ansari, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, disse em uma postagem no X que 30 prisioneiros palestinos serão libertados hoje.

Isto é em troca da libertação de 10 prisioneiros israelitas detidos em Gaza, que foram agora entregues à Cruz Vermelha, disse ele.

Entre os que são libertados de Gaza incluem-se um menor e 9 mulheres.

Um deles possui cidadania austríaca, dois são argentinos e um é cidadão filipino.

Prisioneiros palestinos chegam em casa após após prisioneiros israelitas serem libertados

O serviço penitenciário israelense liberta 30 prisioneiros palestinos depois que 10 israelenses e dois estrangeiros foram entregues pelo Hamas em Gaza.

Os chefes das agências de inteligência dos EUA e de Israel chegaram a Doha para conversações com autoridades do Catar; o chefe da espionagem egípcia também está na capital do Catar.

Mais pessoas poderão morrer de doenças em Gaza do que de bombardeamentos se o sistema de saúde não for reparado, diz a OMS.

O mediador Qatar diz que Israel e o Hamas concordam em interromper os combates por mais 48 horas, a partir de terça-feira.

Grupo de direitos humanos afirma que duas crianças palestinas foram mortas pelas forças israelenses na Cisjordânia ocupada.

Mais de 15 mil palestinos foram mortos em Gaza desde 7 de outubro. Em Israel, o número oficial de mortos é de 1.200.

Al Jazeera | # Traduzido em português do Brasil 

Caça às Bruxas: PCP denuncia acção da PSP contra associações pró-palestinianas

PORTUGAL

Entre os dias 20 e 24 de Novembro, agentes da PSP exigiram, presencialmente, a identificação de dirigentes de entidades e organizações pró-palestinianas. PCP exige saber «de quem partiu a ordem».

Entre os dias 20 e 24 de Novembro, várias entidades e associações na cidade de Lisboa terão sido alvo de intervenções por parte de agentes da Polícia de Segurança Pública. A PSP queria encontrar os responsáveis destas organizações para lhes pedir a identificação e os contactos. Em causa estará, alegadamente, o facto de essas organizações tomarem «posições em defesa da Palestina», refere o Grupo Parlamentar do PCP.

«À luz da Constituição da República Portuguesa e dos Direitos Fundamentais nela consagrados, é forçoso que uma acção deste tipo mereça da parte do Ministério da Administração Interna (MAI) os devidos esclarecimentos».

Os deputados comunistas anunciaram hoje ter endereçado um conjunto de perguntas ao Governo, através do MAI, para «esclarecer de quem partiu a ordem para levar a cabo estas acções», e se o MAI foi directamente «responsável por esta intervenção».

É fundamental compreender «que enquadramento operacional foi transmitido» à polícia para agirem desta forma persecutória, visando diversas associações e organizações pelas suas posições. Ainda não são conhecidos todos os alvos da PSP. 

Tem o MAI «conhecimento de alguma ameaça à segurança daqueles que se manifestam em defesa da paz na Palestina e pelos direitos do seu povo?» questiona o PCP.

AbrilAbril

Ler mais em AbrilAbril:

«É urgente pôr fim ao massacre» em Gaza

PSD: eles pensam, mas não na pensão

Depois de privatizada, Efacec ganha contratos de 2,3 milhões e 100 milhões de euros

Portugal | A insustentabilidade de Montenegro

Fernanda Câncio | Diário de Notícias | opinião

Em 2015, o PSD defendia que para a Segurança Social ser sustentável tinha de "ganhar" 600 milhões anuais. Em 2023, o PSD faz promessas que implicam gastar muito mais que isso - sem sequer fazer as contas. E pede: "Acreditem."

Nós temos as contas feitas e vamos apresentá-las com detalhes, acreditem."

A frase é de Luís Montenegro este sábado, no congresso do PSD, depois de prometer que, se o PSD sair governo das eleições de 10 de março, aumentará o Complemento Solidário para Idosos (CSI) para 820 euros até 2028.

820 euros, recordemos, é o valor fixado para o salário mínimo em 2024. Montenegro também disse que quer que em duas legislaturas o valor mínimo das pensões (todas?) iguale o salário mínimo - o que significa uma de duas coisas: ou se for primeiro-ministro não tenciona pugnar por mais aumentos do salário mínimo (criticou-os, de resto) ou está ainda mais mãos largas do que parece à primeira vista.

E à primeira vista já parece mesmo muito. Desde logo porque, como se percebeu nas horas e dias seguintes ao anúncio, ninguém no PSD parece fazer ideia ou quer dizer a quanto orça a medida.

Vejamos: Joaquim Miranda Sarmento, o presidente da bancada parlamentar do PSD, por acaso doutor em finanças, tem dito que o universo de beneficiários é de 170 mil, mas afirmou à CNN que a medida "custará dezenas (ou poucas centenas) de milhões de euros"; em conferência de imprensa esta segunda-feira, António Leitão Amaro, vice-presidente do partido, fala de "uma massa de despesa com um valor contido".

Comecemos pelo número de beneficiários: em agosto, de acordo com o que foi noticiado, eram 131 mil, e é pouco provável que tenham aumentado tanto (para 170 mil) em tão poucos meses. Mas vamos partir do princípio de que Miranda Sarmento está já a contar com o facto de que, crescendo o valor de referência para a prestação, mais gente "caberá" no critério, o que é correto.

Portugal | JUSTIÇA MANIETADA


Vasco Gargalo | Sábado (título PG)

Espera-se que a Arábia Saudita retome as negociações de normalização com Israel

Andrew Korybko* | Substack | opinião | # Traduzido em português do Brasil 

Para se desviar das previsíveis acusações de “venda aos sionistas”, Mohammed Bin Salman poderá fazer com que o seu país se ofereça para financiar a reconstrução de Gaza.

Biden especulou na sexta-feira que “não posso provar o que estou prestes a dizer. Mas acredito que uma das razões pelas quais o Hamas atacou foi porque sabia que eu estava a trabalhar em estreita colaboração com os sauditas e outros na região para trazer a paz à região através do reconhecimento de Israel e do direito de Israel existir.” Apesar das suas gafes bem conhecidas, desta vez ele tem razão, uma vez que não há como negar que o ataque furtivo do Hamas a Israel serviu para inviabilizar a expansão planeada pelos EUA dos Acordos de Abraham.

Relatórios anteriores indicam que esta operação foi planeada ao longo dos últimos dois anos , período durante o qual já tinham sido divulgadas informações aos meios de comunicação sobre a existência de conversações secretas entre Israel e Arábia Saudita, facilitadas pelos EUA. A indicação mais clara de que as partes estavam a fazer progressos impressionantes e estavam provavelmente à beira de algo grande foi o anúncio do Corredor Económico Índia-Oriente Médio-Europa IMEC ) durante a Cimeira do G20, em Setembro, em Deli.

Este megaprojecto prevê que Israel funcione como o nó intermodal central para facilitar o comércio europeu-indiano através da Ásia Ocidental, o que exigiria a normalização das relações israelo-sauditas devido ao papel associado do Reino neste quadro. O IMEC não teria sido anunciado se as partes não estivessem prestes a chegar a um acordo nesse sentido, embora muitos estejam agora a debater se o progresso que fizeram até agora está simplesmente congelado ou arruinado para sempre.

A punição colectiva de Israel aos palestinianos enfureceu os muçulmanos em todo o mundo e, como Guardiã das Duas Mesquitas Sagradas, a Arábia Saudita acredita que tem a responsabilidade moral de defender os seus correligionários oprimidos, pelo menos interrompendo estas conversações por agora de acordo com fontes. Continuar com eles sob estas condições brutais equivaleria a uma flagrante traição à causa palestiniana que é tão cara aos muçulmanos por razões religiosas e humanitárias, daí essa decisão.

Forças israelitas violam cessar-fogo e abrem fogo em Gaza

Os tanques israelitas alegadamente abriram fogo no norte e no sul de Gaza, em violação dos termos da trégua de Gaza.

Palestine Chronicle | # Traduzido em português do Brasil

As forças de ocupação israelitas violaram o cessar-fogo na manhã de terça-feira, ao disparar tiros de artilharia no norte de Gaza, particularmente no bairro de Sheikh Radwan, e no sul de Gaza, a leste das cidades de Rafah e Khan Yunis. 

O correspondente de Al-Mayadeen em Gaza confirmou que as forças de ocupação israelenses dispararam artilharia e bombas de fumaça a oeste do bairro Sheikh Radwan durante a sua retirada, com o objetivo de cobrir a sua retirada da parte central do bairro em direção à Rua Rashid.

Além disso, foram disparadas rajadas de fumo contra edifícios residenciais civis no Campo de Refugiados de Al-Shati, a norte de Gaza, informou Al-Mayadeen.

Entretanto, o canal de televisão Al-Arabiya informou que os tanques israelitas abriram fogo no sul do enclave sitiado, a leste das cidades de Rafah e Khan Younis. 

O canal de TV também disse que as forças de ocupação israelenses usaram granadas de efeito moral.

A Resistência Palestina e o governo israelense concordaram com uma trégua de quatro dias com início na sexta-feira, 24 de novembro. A trégua foi prorrogada por um período de dois dias na segunda-feira.

De acordo com o Ministério da Saúde palestino em Gaza, o número de mortos na guerra de Israel aumentou para mais de 15 mil palestinos, incluindo mais de 6.150 crianças e mais de 4.000 mulheres.

Palestine Chronicle 

Imagem: Tanques israelenses ao longo da fronteira de Gaza. (Foto: via Twitter)

Ler/Ver em Palestine Chronicle:

BLOG AO VIVO DE GAZA: Trégua estendida | Israel viola cessar-fogo | Forças israelenses invadem cidades da Cisjordânia – DIA 53

'De Danielle e Emilia' - Mulher israelense libertada agradece às Brigadas Qassam

Elon Muskencontra-se com Netanyahu e promete apoio a Israel

Os Meninos Palestinos na Prisão -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Nas prisões de Israel estão 250 crianças palestinas sem culpa formada e sem julgamento. Os ocupantes dizem que os reféns cometeram injúrias físicas e morais contra soldados e polícias de Israel. Este crime contra o que de mais precioso tem a Humanidade (as crianças) é conhecido de todos os líderes e todos os governos do mundo. Ninguém faz nada.

A agência da ONU UNICEF publicou um relatório onde está escrito que, “desde 2000 até agora, 13 mil crianças palestinas foram detidas, interrogadas, julgadas e presas”. Isto, sim, é anti-semitismo cruel e desumano. Ninguém quer saber porque os palestinos, como disse o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, “são animais sub-humanos”.  O genocídio em Gaza só é possível porque os líderes e governos do mundo permitem. Estão de acordo com os nazis de Telavive. Colaboram. Ou fecham os olhos. Todos criminosos!

A organização Save the Children, escreveu num relatório divulgado em todo o mundo: “Desde o ano 2000, 12 mil crianças palestinas foram detidas pelas forças israelitas na Cisjordânia e mantidas no sistema prisional militar de Israel. Muitas têm apenas 12 anos de idade. Em alguns casos, até crianças de 6 e7anos foram detidas. Israel julga nos tribunais militares entre 500 e 700 crianças palestinas por ano e outras centenas são presas e soltas sem processo judicial. Entre 200 e 300 crianças são presas por Israel, todos os meses”.  

A Amnistia Internacional denunciou, no ano passado, que “a guerra em solo ucraniano expôs a hipocrisia dos Estados ocidentais que se mobilizaram contra a agressão do Kremlin, mas toleraram ou foram cúmplices de graves violações de direitos humanos, cometidas noutros países, como Arábia Saudita ou Israel”. 

O relatório 2022/23 da organização sobre “O Estado dos Direitos Humanos no Mundo” diz isto: “A duplicidade de critérios e as respostas inadequadas às violações de direitos humanos, ocorridas a nível global, fomentaram a impunidade e a instabilidade. Alguns exemplos são o silêncio ensurdecedor sobre as violações de direitos humanos na Arábia Saudita, a falta de actuação no Egipto e a recusa em confrontar o sistema de apartheid de Israel contra os palestinos.” E remata assim: “A resposta robusta do Ocidente à agressão da Rússia contra a Ucrânia contrasta fortemente com a falta de actuação relativa a violações graves de direitos humanos por parte de alguns dos seus aliados, como Israel”.

Este relatório é de uma organização financiada pelo ocidente alargado. Não consta que seja anti-semita. Nem defende o terrorismo. Se o fizesse, todos os dias emitia um comunicado denunciando o estado terrorista mais perigoso do mundo. Não pode. Se o fizer caba. Vocês sabem tudo. O trio assassino Biden, Blinken e Austin foi a Telavive dar força aos nazis que prendem crianças palestinas em masmorras militares. Continuem a prender, torturar e matar. Úrsula von der Leyen seguiu o mesmo caminho. Sunak igualmente. Macron também. Sholtz foi dar a táctica do extermínio. Todos assassinos. Todos vermes.

Até ontem os nazis de Telavive mataram na Faixa de Gaza e na Cisjordânia 6.150 crianças e 4.000 mulheres. Sortudos os que vão presos! Desde 7 de Outubro os nazis de Telavive mataram 65 profissionais da comunicação social dos quais 43 jornalistas. Eles odeiam quem informa o mundo sobre os seus crimes. Até hoje, mais de 500 profissionais de saúde foram mortos na Faixa de Gaza e Cisjordânia. Os directores do maior hospital da cidade de Gaza estão desaparecidos. O mundo finge que não sabe. Todos cúmplices dos nazis de Telavive. Todos têm as mãos manchadas de sangue inocente.

E se matassem as vossas crianças à bomba? E se matassem as vossas Mamãs, irmãs, esposas, namoradas ou amigas? Quando o nazismo estiver instaurado no mundo, à boleia da múmia apodrecida da Casa Branca e outros líderes do ocidente alargado, estes crimes vão tocar a todos os que amam a Liberdade e não abdicam da Dignidade. Mortos à bomba, para não ficarem restos nem registos. Todos assassinos, da Casa Branca ao Eliseu, de Downing Sreet ao  Bundeskanzleramt em Berlim. 

Ontem foi libertada uma Mamã palestina. Prenderam-na no controlo da fronteira entre a Cisjordânia e Israel, há nove anos. Face aos abusos e humilhações da soldadesca nazi, ela reagiu. Fez de uma botija de gás um lança-chamas! Os abusadores e humilhadores nada sofreram mas ela ficou com o rosto deformado. À espera da Mamã Jabees estava o seu filho que na época tinha cinco anos e agora 14. Que feliz estava aquela mulher! Disse aos repórteres: “O meu filho chamou-me Mamã! Sou a mulher mais feliz do mundo”. Como as nossas Mamãs de Samaria, à vista do Cuito Cuanavale.

O rosto deformado pelas queimaduras é sinal de suprema beleza. Seus olhos emitem chamas de dignidade e amor. Seu nariz sabe distinguir o aroma da liberdade e do amor. Seus lábios beijam com amor. Ontem saiu da prisão a mais bela Mamã do Mundo.

Um dos meninos libertados tem 15 anos. Foi preso há oito, era criança de escola com sua sacola e bata. Preso porque injuriou um soldado nazi. As crianças presas nas masmorras militares de Israel são acusadas de danos morais e físicos. Os morais: insultos e cuspidelas. Os físicos: Pedradas aos ocupantes. Os reféns palestinos de ontem estavam todos na prisão há mais de sete anos! O nazismo avança em todo o ocidente alargado.

Os chefes dos governos de Espanha e da Bélgica deram sinais de que não querem continuar a ser cúmplices. Pedro Sanchez, na qualidade de presidente da União Europeia em exercício, anunciou que vai bater-se pelo reconhecimento da Palestina por todo o cartel. Sinais de humanidade.

O HAMAS é uma organização terrorista, dizem os propagandistas dos nazis de Washington e Telavive. O Papa Francisco disse que em Gaza “não há uma guerra mas terrorismo”. Sendo o meu líder favorito, fiquei feliz com a sua posição. O HAMAS é extremista. E os partidos da coligação do Governo de Telavive o que são? Sionistas e racistas. Estão convencidos de que um livro com milénios fez deles o “povo escolhido” e de Israel “a terra prometida”. Nazis e loucos. Quem fala com Deus é crente. Quem diz que Deus fala com ele é louco. Netanyahu foi à Faixa de Gaza dizer à soldadesca nazi que a guerra vai continuar até o HAMAS ser exterminado. Por piedade, expliquem a esse monstro que primeiro vai ele.

O Presidente João Lourenço vai à Casa Branca prestar vassalagem à múmia apodrecida. Angola merecia melhor sorte com os sues líderes. Esta visita é o regresso à dominação estrangeira.

* Jornalista

GAZA

Saad Almuhannadi, Catar | Cartoon Movement

UM CESSAR FOGO EM TEMPOS DE GENOCÍDIO

O povo de Gaza não se contentará com nada que não seja o fim do cerco, a ocupação e o apartheid.

Haidar Eid* | Al Jazeera | # Traduzido em português do Brasil

Os corpos dos palestinos mortos pelo bombardeio e fogo israelense são enterrados em uma vala comum, depois de serem transportados do Hospital al-Shifa, na cidade de Gaza, para Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, em 22 de novembro de 2023 [Reuters/Mohammed Salem]

Mais de 7.000 ainda estão desaparecidos, incluindo 4.000 crianças – a maioria delas mortas, enterradas sob os escombros das suas casas.

Mais pessoas morrem em hospitais bombardeados que ficaram inoperantes e nos poucos que ainda funcionam, mas não conseguem lidar com as dezenas de milhares de feridos devido à falta de pessoal e de material médico. Em breve, ainda mais pessoas morrerão de doenças, fome e frio do inverno.

O ataque deliberado de Israel a casas de civis eliminou completamente centenas de famílias do registo populacional. Cerca de 1,7 milhões de pessoas foram deslocadas.

Durante 45 dias, os palestinos foram deixados sozinhos para enfrentar o ataque do quarto exército mais forte do mundo, que possui 200 armas nucleares, centenas de jatos F-16, helicópteros de ataque, canhoneiras, tanques de batalha e veículos blindados, e centenas de milhares de soldados e reservistas.

À medida que a tragédia humanitária em Gaza atingiu níveis inimagináveis, alguns regimes árabes nada mais fizeram do que emitir declarações tímidas, denunciando e condenando. Nada mais.

Guerra Israel-Hamas: Trégua para os residentes de Gaza com a extensão da trégua

Mersiha Gadzo  e  Usaid Siddiqui | Aljazeera | # Traduzido em português do Brasil

O mediador Qatar diz que Israel e o Hamas concordam em interromper os combates por mais 48 horas.

Três mulheres palestinas e 30 crianças foram libertadas das prisões israelenses na quarta troca desde que a trégua em Gaza entrou em vigor na semana passada.

A Cruz Vermelha também afirma ter facilitado com sucesso a libertação e transferência de 11 prisioneiros israelitas detidos em Gaza.

Um palestino morto pelas forças israelenses na cidade ocupada de Beitunia, na Cisjordânia.

Mais de 15 mil palestinos foram mortos em Gaza desde 7 de outubro. Em Israel, o número oficial de mortos é de 1.200.

- em atualização

Países europeus e árabes pedem criação de dois Estados no Médio Oriente

Para o MNE espanhol, a solução dos dois estados "contribuirá decisivamente para a paz e a segurança em toda a região".

A reunião de 43 países europeus e árabes arrancou esta segunda-feira em Barcelona com um apelo à mobilização da comunidade internacional em torno da "solução dos dois Estados", israelita e palestiniano, no Médio Oriente.

A solução dos dois estados "contribuirá decisivamente para a paz e a segurança em toda a região", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha, José Manuel Albares, na abertura do encontro da União pelo Mediterrâneo (UpM), uma organização intergovernamental de que faz parte a Comissão Europeia, os 27 estados-membros da União Europeia (UE) e mais 16 países do Mediterrâneo, incluindo Israel, que decidiu, porém, não estar em Barcelona esta segunda-feira.

Albares, o anfitrião do encontro, apelou à comunidade internacional para "não perder mais tempo" e mobilizar-se em torno de uma conferência de paz para o Médio Oriente.

"Reunimo-nos hoje com uma chamada à ação, a mobilização pela paz, uma paz que desta vez tem de ser definitiva, nunca mais devemos ver tantos civis inocentes mortos", disse o ministro espanhol.

A reunião da UpM é co-presidida pelo chefe da diplomacia da UE, o espanhol Josep Borrell, e pelo ministro da Jordânia Ayman Safadi.

Também Borrell disse, na sessão de abertura do encontro, que a paz e a segurança a longo prazo no Médio Oriente, incluindo a própria segurança de Israel e do povo israelita, só será possível com o estabelecimento e o reconhecimento do estado palestiniano.

Para Borrell, um exército não consegue manter a segurança a longo prazo, só a paz o consegue.

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Cessar-fogo entre Israel e Hamas prolongado por mais dois dias

A troca de prisioneiros e de reféns prossegue no Médio Oriente. Siga em direto na TSF.

Lusa

Guterres pede "cessar-fogo humanitário definitivo" na Faixa de Gaza

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu esta segunda-feira que o diálogo continue entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas para alcançar um "cessar-fogo humanitário definitivo" na Faixa de Gaza e pôr fim ao conflito na região.

Guterres elogiou o papel desempenhado pelo Egito, Qatar e Estados Unidos na obtenção de uma trégua temporária de quatro dias, que permitiu a entrada de mais ajuda humanitária no enclave palestiniano e a libertação de mais de 50 reféns (israelitas e cidadãos estrangeiros) raptados pelo grupo armado palestiniano durante a sua ofensiva de 7 de outubro contra o território israelita, que deixou 1200 mortos.

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Maria Ramos Santos

Cessar-fogo entre Israel e o Hamas prolonga-se por mais dois dias

O Catar anuncia, através de uma publicação na rede social X (antigo Twitter), que o cessar-fogo entre Israel e o Hamas vai prolongar-se durante mais dois dias.

The State of Qatar announces, as part of the ongoing mediation, an agreement has been reached to extend the humanitarian truce for an additional two days in the Gaza Strip.

— د. ماجد محمد الأنصاري Dr. Majed Al Ansari (@majedalansari) November 27, 2023

"O Catar anuncia, como mediador do conflito, que foi alcançado um acordo para prolongar a trégua humanitária por mais dois dias na Faixa de Gaza", pode ler-se.

O grupo terrorista, citado pela agência France-Presse, confirma a decisão.

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Lusa

NATO pede extensão da trégua para ajudar Gaza e libertar mais reféns

O secretário-geral da NATO pediu esta segunda-feira uma extensão da trégua entre Israel e o movimento islamita Hamas, que possibilitou o regresso de uma parte dos reféns e a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

"Faço um apelo para uma extensão da trégua que nos permitirá prestar mais ajuda à população de Gaza e a libertação de outros reféns", disse Jens Stoltenberg, em conferência de imprensa no quartel-general da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), em Bruxelas.

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Cristina Lai Men

MNE espanhol diz que autoridade palestiniana "é único parceiro possível para a paz"

José Manuel Albares, ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros, defende que a autoridade palestiniana é o único parceiro possível para alcançar a paz no Médio Oriente.

"O resultado desta reunião tem de ser também de oferecer o nosso apoio para acompanhar e tornar possível o restabelecimento da autoridade legítima em Gaza, a autoridade de um ator que é o nosso parceiro para a paz. A autoridade palestiniana é o único parceiro possível para a paz", afirmou José Manuel Albares na abertura do Fórum da União pelo Mediterrâneo.

Albares revelou que a Espanha propôs a realização de uma conferência internacional de paz o mais depressa possível.

"A única maneira de revitalizar a autoridade palestiniana é ajudá-la. E a maneira de o fazer é materializar, de uma vez por todas, a solução dos dois estados. É com esse objetivo que a Espanha propôs convocar, o mais depressa possível, uma conferência internacional de paz com as partes", adiantou.

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É hora de os EUA considerarem a sobrevivência do Hamas em Gaza

Sete semanas de guerra e uma trégua demonstraram que Israel não está nem perto do seu objectivo declarado de eliminar o Hamas.

Samer Badawi* | Al Jazeera | opinião | # Traduzido em português do Brasil

Três dias após o início da trégua de quatro dias entre Israel e o Hamas, o acordo parece manter-se e fala-se mesmo na sua prorrogação. Até segunda-feira, 50 mulheres e crianças israelitas deverão ter sido trocadas por 150 mulheres e crianças palestinianas, com mediadores insinuando que o acordo poderia continuar por mais alguns dias através da mesma fórmula.

Embora as condições da trégua se assemelhem às semelhantes apresentadas pelos mediadores do Qatar nas últimas semanas, o gabinete de guerra de Israel insistiu que foi o resultado da pressão militar que exerceu sobre o Hamas. Mas há apenas algumas semanas, o governo prometeu libertar os seus reféns pela força.

Ao concordar com os termos da libertação, Israel demonstrou que pode, de facto, negociar com o Hamas, admitindo tacitamente que não está mais perto de erradicar um grupo que se tornou, literalmente, clandestino. Na verdade, ao devastar grande parte da Cidade de Gaza e, com ela, as instituições de governação do Hamas, as acções de Israel apenas tornaram o grupo mais evasivo.

Isso ficou claro pelo cerco e ataque do exército israelita ao Hospital al-Shifa de Gaza, que não conseguiu produzir provas conclusivas de que ali existia um centro de comando operado pelo Hamas, como tinha alegado. Em vez disso, a operação contra al-Shifa, que foi, na melhor das hipóteses, anticlimática, somou-se ao crescente cepticismo de que Israel, com o apoio americano, possa arrancar o Hamas de Gaza.

É tempo de esta realidade ser reconhecida nos corredores do poder em Washington. A administração Biden deve abandonar a retórica irrealista israelita sobre “acabar com o Hamas” e abraçar uma solução política mais viável que tenha em conta a sobrevivência do movimento.

Guerra Israel-Hamas: Israel diz que o Hamas recebeu a opção de estender a trégua

Despejando dinheiro para que as forças ucranianas prolonguem a guerra

Hoje é claro para a maior parte do mundo, após o conflito na Ucrânia, que no final do confronto o regime de Kiev cairá ou será forçado a desistir da maior parte dos seus territórios. E depois de dois anos, uma coisa tornou-se clara: cada vez mais cidadãos ucranianos serão mortos em intermináveis ​​tentativas de contra-ofensivas, ao mesmo tempo que será lucrativo para a Rússia simplesmente manter as suas posições e realmente destruir os ucranianos que vierem para o ataque.

South Front | opinião | # Traduzido em português do Brasil

Falando sobre os processos dos ucranianos na defesa da sua soberania e integridade territorial, importa referir que logo no início, quando as tropas russas acabavam de cruzar as fronteiras da Ucrânia, a população de forma independente e sem coerção aderiu à defesa territorial, alistando-se voluntariamente na AFU Agora já existe a 6ª ou 7ª onda de mobilização, que, segundo os mesmos voluntários dos primeiros dias, nem é necessária para Zelensky e principalmente para o povo da Ucrânia que o elegeu em 2019, mas apenas como uma desculpa para os países ocidentais que fornecem apoio financeiro. E mesmo aqui há muitas questões sobre a qualidade da ajuda militar e para que é realmente utilizada.

Mesmo no início, era óbvio que os países ocidentais que declararam o seu apoio à Ucrânia estavam a fornecer-lhe armas que há muito estavam condenadas a serem armazenadas em armazéns. Assim, desde o início, o desfecho bastante óbvio do conflito foi deliberadamente adiado, aumentando as baixas não só por parte da Rússia, mas também por parte da Ucrânia, que é abastecida por todo o mundo. E isto mesmo se não tivermos em conta a fase inicial da guerra, quando as partes estavam activamente a negociar e a discutir possíveis opções para reduzir as baixas, incluindo entre os militares e não apenas entre os civis.

Agora, quando ambos os lados mostram efectivamente a sua intenção de lutar até à vitória completa, o lado moral do conflito é o seguinte: todos os patrocinadores da guerra, apoiando a AFU, encontram-se numa situação de um terrível paradoxo ético: ao patrocinarem a lado que mais tarde perderá, prolongam a guerra, aumentando as baixas, tanto entre militares como entre civis, e não só por parte do inimigo, mas também por parte do lado apoiado, sem afectar o resultado da guerra. E vice-versa – ajudar o futuro vencedor aproxima o fim da guerra e reduz o sofrimento do perdedor.

Actualmente, depois de quase dois anos de conflito, é fácil calcular o preço da vida de um soldado ucraniano. O ex-ministro da Defesa Reznikov afirmou que o preço de um dia de guerra para a Ucrânia é de 100 milhões de dólares. Mesmo se considerarmos as perdas mínimas da AFU, de acordo com o Ministério da Defesa Russo, e dividirmos por dois, ainda teremos 200 mortos. No entanto, mesmo de acordo com fontes autorizadas como o Washington Post, as perdas totais excedem estes números. Ou seja, US$ 500 mil prolongam a guerra por 7 minutos, durante esse tempo um soldado ucraniano morre.

Cada US$ 500 mil enviados à AFU prolonga a guerra por 7 minutos, matando um soldado ucraniano. Cada 500 mil dólares enviados ao exército russo, pelo contrário, encurta a duração da guerra, salvando um soldado ucraniano. Por exemplo, a oposicionista russa e activista dos direitos humanos Nadezhda Tolokonnikova, que enviou 7 milhões de dólares às forças armadas ucranianas, é directamente culpada pela morte de 14 soldados ucranianos.

Imaginem, finalmente, por quantos soldados é responsável o governo americano, que imprime dinheiro numa máquina e já forneceu mais de 30 mil milhões de dólares em ajuda militar e financeira à Ucrânia. Muito provavelmente, tendo avaliado todas as desvantagens de uma nova escalada da situação de conflito, alguns países europeus já suspenderam o seu apoio ao lado obviamente perdedor e estão empenhados em resolver os seus próprios problemas que a maior parte do velho continente enfrenta.

Ler/Ver em South Front:

Propaganda ucraniana luta contra HSH em homenagem aos  tanques Abrams dos EUA – Relatório

Ameaça de guerra total paira sobre o Oriente Médio

Em Vídeos 18+: Crônicas da Batalha por Avdeevka, DP

SITUAÇÃO MILITAR NA UCRÂNIA EM 26 DE NOVEMBRO DE 2023 (atualização do mapa)

South Front | # Traduzido em português do Brasil

24 drones ucranianos foram abatidos por sistemas de defesa aérea russos nas regiões de Moscou, Tula, Kaluga, Bryansk, regiões de Smolensk, de acordo com o MOD russo;

Dois mísseis ucranianos S-200 atualizados foram interceptados no Mar de Azov;

O UAV de reconhecimento RQ-4 Global Hawk dos EUA foi localizado operando sobre o Mar Negro;

Em 25 de novembro, as forças russas atacaram Kiev com 75 drones, segundo o Estado-Maior da AFU. Em 26 de novembro, mais explosões estrondearam na cidade;

Um civil foi ferido como resultado de um ataque ucraniano do HIMARS MLRS em Makeyevka;

Os bombardeamentos ucranianos danificaram infra-estruturas energéticas, escolas e casas particulares em Donetsk;

Os UAV russos teriam atingido o campo de aviação Mirgorod, na região de Poltava;

Explosões trovejaram em Cherkassy;

As forças russas avançaram ligeiramente perto de Sinkovka e retomaram posições perto de Yagodnoe;

As forças russas avançaram ligeiramente perto de Krynki;

A AFU tentou ataques de pequenos grupos perto de Rabotino e Vebovoe;

A AFU teria enviado mais 5 brigadas de outras regiões para a área de Avdeevka;

As forças russas avançaram ligeiramente em Klescheevka;

As forças russas eliminaram 20 militares e duas picapes, um sistema de artilharia M777 e um sistema de artilharia Gvozdika na área de Kupyansk;

As forças russas eliminaram 60 militares e dois veículos motorizados na área de Krasny Liman;

As forças russas eliminaram 200 militares, um tanque, seis veículos motorizados, um Siriguejo, dois Akatsiya, um Msta-B, um D-20, um Gvozdika e um obuseiro M119 na área de Donetsk;

As forças russas eliminaram 80 militares ucranianos e três veículos motorizados na área de South Donetsk;

As forças russas eliminaram 35 militares, um tanque e dois veículos motorizados na região de Zaporozhye;

As forças russas eliminaram 55 militares, quatro veículos motorizados, um obus Msta-B, uma estação EW, um sistema de artilharia M109 Paladin na região de Kherson;

Os sistemas de defesa aérea russos abateram 53 drones ucranianos no último dia;

Os sistemas de defesa aérea russos derrubaram 17 projéteis HIMARS MLRS no último dia;

Os sistemas de defesa aérea russos abateram um avião de guerra Su-27 perto de Novoraisk;

Os sistemas de defesa aérea russos abateram um avião de guerra Su-27 perto de Velikaya Aleksandrovka;

Os sistemas de defesa aérea russos abateram um avião de guerra MiG-29 perto de Pyatikhatki.

Ler/Ver em South Front:

Situação militar na Ucrânia em 25 de novembro de 2023 (atualização do mapa)

Ucranianos fogem de Avdeevka, russos assumem o controle da área industrial (atualização de mapas, vídeos)

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