sexta-feira, 27 de maio de 2022

Os EUA apoiaram o massacre de mais de um milhão de indonésios... Há dúvidas?

O livro, editado em português em Abril pela Tema & Debates

VINCENT BEVINS: “A CIA ATUAVA SEM SUPERVISÃO E CONSEQUÊNCIAS. ISSO EXPLICA OS SEUS EXCESSOS BIZARROS”

João Biscaia | Setenta e Quatro

O jornalista californiano falou com o Setenta e Quatro sobre o seu livro O Método Jacarta, recentemente editado em Portugal. Das origens da CIA aos métodos de extermínio aplicados pelos EUA no mundo inteiro, passando pela possibilidade de um golpe bolsonarista no Brasil, Vicent Bevins avisa para o perigo global das superpotências em declínio.

ENTREVISTA

Entre 1965 e 1966, os Estados Unidos apoiaram o massacre de mais de um milhão de indonésios. Com apoio material e propaganda, ajudaram a inflamar por toda a Indonésia uma purga anticomunista que não se limitou aos militantes ou simpatizantes do terceiro maior partido comunista no mundo na altura, o PKI, com cerca de três milhões de filiados.

Os militares, os seus esquadrões de morte e assassinos contratados, a quem a CIA forneceu listas com milhares de nomes, executaram igualmente por todo o país centenas de milhares de outros esquerdistas, feministas, javaneses muçulmanos e indonésios de ascendência chinesa.

No final, Washington conseguiu o que queria: o PKI foi dissolvido e banido, o presidente Sukarno, nacionalista moderado e proeminente líder do movimento anticolonial terceiro-mundista, foi destituído e posto em prisão domiciliária e a Indonésia tornou-se num importante aliado dos EUA. Sob a liderança ultraconservadora do general Suharto, o país abriu a sua economia ao mercado livre. Ainda hoje é ilegal na Indonésia contar a verdade dos factos.

A operação de mudança de regime na Indonésia correu tão bem - o número de baixas norte-americanas foi zero, ao contrário do que se passava ao mesmo tempo no Vietname - que a CIA decidiu replicar essa estratégia noutras partes do mundo. Deu-lhe o nome “método Jacarta” e seguiram-se Brasil, Chile, Timor-Leste, Colômbia ou Sri Lanka. Nas fileiras anticomunistas, o nome da capital indonésia passou a equivaler ao desejo de extermínio em massa de todas as forças e militantes de esquerda. 

É esse o nome do livro de Vincent Bevins, jornalista norte-americano, correspondente no Sudeste Asiático e na América do Sul. A partir da análise de diversos documentos desclassificados pelo governo dos EUA e de dezenas de entrevistas com testemunhas e sobreviventes, Bevins esquematizou um “programa de assassínio maciço” da política externa dos Estados Unidos. Esse programa foi alimentado pelo anticomunismo e “moldou o nosso mundo”, sendo uma peça chave da vitória norte-americana naquilo que se chama de Guerra Fria.

Como conseguiram os Estados Unidos (EUA) abafar um massacre de mais de um milhão de pessoas na Indonésia? Houve um plano? 

Não creio que tenha sido metódico. Aconteceu de maneira mais orgânica, resultado da configuração particular dos aparatos que produzem conhecimento em língua inglesa, ou pelo menos nos EUA. O facto de tão poucas pessoas saberem o que se passou é, antes de mais, resultado do sucesso da operação na Indonésia. 

No fim de 1966, o general Suharto assumiu [o controlo de] todos os meios de comunicação no país e estabeleceu uma história propagandística que construiu com a ajuda dos Estados Unidos e do Reino Unido. Não tenho a certeza se estes países ajudaram a escrever essa história, mas ajudaram a espalhá-la.  

Estabeleceu-se uma determinada verdade sobre o que aconteceu e essa história tornou-se hegemónica. Tornou-se a única versão que se podia contar, tirando os "sussurros" daqueles que fugiam de esquadrões da morte. Depois, a questão do Vietname, onde as coisas se passaram de forma muito diferente. Ainda que os funcionários de política externa dos Estados Unidos acreditassem que a Indonésia era muito mais importante que o Vietname, no contexto da Guerra Fria, este último tornou-se um grande problema político para os norte-americanos ao se tornar um problema doméstico. Era um atoleiro de dinheiro onde jovens norte-americanos iam morrer.

Por outro lado, a Indonésia saltou muito facilmente do campo anticolonial e de esquerda, que liderava, para o lado anticomunista. Tornou-se uma nação aliada dos Estados Unidos sem qualquer custo para os norte-americanos. Não foi grande notícia no meio da guerra do Vietname.

FÓRUM GUERREIRO DE DAVOS – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Os que me querem calar dizem que sou anti-americano. Todos Eram Meus Filhos, de Arthur Miller, é a peça teatral da minha vida. No Clube da Terra Nova tentei levá-la à cena, com o Mesquita Brehm (dramaturgo, escritor e filósofo), a Lisete Furtado D’Antas, a Fernanda Alpoim, o Ilídio Alves e o César Teixeira. Durante um ensaio, alta noite, apareceram lá uns senhores com passada de quadrupedes e rosto patibular. Um deles berrou: Não entram mais aqui! Miller ensinou-me a gostar de teatro. Mas entre Lóvua e Cassai apaixonei-me pela arte de Talma. Até hoje.

Dos EUA recebemos John dos Passos e o seu Manhattan Transfer. Hemingway  e O Sol Também Se levanta ou Por Quem os Sinos Dobram. Ângela Davis e os Black Panters.  Armstrong, Billie Holiday ( Lady Day), Parker, Coltrane, Mingus, eu sei lá. Anti-americano eu? A minha Mamã nasceu e cresceu em New Bedford, estado de  Massachusetts. Anti-americano, nunca. Mas sim, sou contra o estado terrorista em que os políticos de turno (republicanos e democratas) transformaram os EUA. Ontem, duas professoras e 19 crianças foram massacradas numa escola primária. A cidade de Uvalde, no Texas, fala por mim.

A Itália, através do fascista Mário Draghi, apresentou um plano de paz para a Ucrânia. Como disse a vice-ministra russa das relações exteriores, com a outra mão Roma manda armas para os nazis de Kiev.

Biden, para justificar a continuação da guerra, recorre impudicamente à mentira. Em Davos, Úrsula von der Leyen apelou “à derrota de Putin”. O terrorista mais perigoso do mundo, George Soros, patrão do condecorado Rafael Marques, disse isto aos milionários que participaram no fórum mundial: “A melhor - e talvez única - forma que temos de preservar a nossa civilização é através da derrota de Putin, o mais rápido possível”. Uns quantos ricaços agitaram-se, incomodados nas cadeiras e o multimilionário rematou: “A nossa civilização pode não sobreviver, caso as forças russas não sejam derrotadas, o mais rápido possível”.

Ainda em Davos, o ministro das relações exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, o tal que na reunião da OTAN (ou NATO) disse que a agenda dele é armas, armas, armas, sentenciou cruelmente: “A NATO não faz literalmente nada para travar a Rússia. Como aliança, como instituição, está completamente marginalizada e não faz literalmente nada. Lamento dizer isto”. Os ricaços agitaram-se, incomodados, nas cadeiras. O Fórum Económico Mundial tornou-se o palco da exaltação belicista. Eles querem guerra, desde 2014, quando os nazis de Keiv, embalados pelo triunfo no golpe de estado, iniciaram o genocídio dos russos no Leste da Ucrânia. O terrorista Soros tem razão. Os ricaços perderam o amor ao dinheiro, logo a civilização deles está no fim.

Em Davos, pasmem-se, apenas houve uma voz sensata, a de Henry Kissinger! Ele avisou os ricaços que o melhor é negociarem imediatamente a paz com a Federação Russa porque se a operação militar continuar mais três meses, “passa a ser uma guerra da NATO contra os russos”. Kissinger a falar de paz e os mabecos ladrando à guerra. Só faltava esta.

E quanto aos valores da democracia? A primeira-ministra sueca hoje explicou tudo bem explicado: “A Suécia não apoia nem arma organizações terroristas. A Turquia pode aceitar-nos na NATO”. Os meus amigos do PKK (curdos) que fujam rapidamente dos países nórdicos. Um dia destes são todos presos e entregues em Ancara, com um embrulho bonito, de lacinho e tudo. Washington, Paris e Londres andaram anos pressionando os países nórdicos para não apoiarem o MPLA. Mas nunca conseguiram. 

Olof Palm foi um grande amigo de Angola. Os seus sucessores entregam os lutadores da liberdade a troco do negócio da guerra. Para que serve esta civilização? Nítido nulo! Conhecem? À lista dos laços que me ligam profundamente a Portugal acrescentem Vergílio Ferreira, o genial autor de Manhã Submersa. 

Comentadores e “jornalistas” portugueses ficaram ante as câmaras da RTP (canal oficial) discorrendo sobre os mercenários na Ucrânia. Sabem quem incluíram no pacote do mercenarismo? As tropas da Chechénia! Assassinos do jornalismo, professoras e professores universitários analfabetos ainda não sabem que a República Autónoma da Chechénia pertencesse à federação Russa. Como o Texas faz parte dos EUA. Quanto ao presidente Ramzan Akhmadovich Kadyrov eles simplesmente dizem que é “o chefe dos mercenários que combatem na Ucrânia”. Às costas de tanta ignorância, a CIA e o Pentágono vão facturando com a tragédia humana em terras ucranianas.

Enlouqueceram completamente. Agora puseram os Media ocidentais a dizer que a Federação Russa perdeu a guerra na Ucrânia. Em Portugal a loucura ultrapassa tudo. A CNN Portugal pôs o major-general Isidro Morais Pereira a dizer isto: “Aquilo em Mariupol ainda não está resolvido, há indícios de que existe sabotagem de 300 insurgentes na cidade. Eles só se renderam em Azovstal por decisão política do governo de Kiev. Caso contrário ainda estavam a combater”. Uma especialista em assuntos loucos, Sónia Sénica, acrescentou: “Em Mariupol aconteceu uma derrota militar e moral dos russos”. Pagam-lhes para dizer estas coisas.

A ONU também entrou na espiral de loucura. António Guterres disse que em África a fome vai apertar porque a Ucrânia não exporta cereais! É a tempestade perfeita, diz o secretário-geral. Antes da operação militar russa, mais de dois terços dos ucranianos passavam fome. Eram pobres de pedir. Mas o país é que alimentava África! Grande maluco, este Guterres.

Michelle Bachelet, alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos recebeu ordens do estado terrorista mais perigoso do mundo para ir a Pequim ameaçar os chineses. O presidente Xi Jinping disse à moça de recados: “Minha senhora, não precisamos cá de pregadores!” Ela, coitada, pensava que estava em Caracas, Damasco ou Teerão. Levou uma corrida das antigas. O dono do Rafael Marques, George Soros, tem razão. A civilização deles está feita em fanicos. Nem a ONU escapa. Como diz o meu amigo Nando Contra Ataque, quando eles perceberem que a federação Russa não fabrica panos e latas de sardinhas, será demasiado tarde.

Uma informação que todos esconderam. O Zelensky mandou fechar uma das torneiras do gás que segue para os países da União Europeia. Mais de um terço da energia ficou pelo caminho. A inflação sobe. Os preços trepam que trepam. E as armas não chegam às mãos dos nazis. Tempestade mais do que perfeita! 

*Jornalista

EM CRISE, O CAPITAL ENSAIA A DESGLOBALIZAÇÃO

#Publicado em português do Brasil

Declínio econômico e tensões financeiras deflagraram disputas entre o centro e a periferia do sistema. Fragmentação dos mercados, aliada às disputas geopolíticas – e à crise climática –, indica que a noite econômica e social pode ser longa

Eleutério F. S. Prado no A Terra é Redonda | em Outras Palavras

Uma das contradições que sustentam a tese do ocaso do capitalismo se encontra na geopolítica do capital ou, o que é o mesmo, nas relações de concorrência – cooperação e competição – dos Estados nacionais que formam a atual economia globalizada. O desenvolvimento das “forças produtivas” – diz Murray Smith em Invisible Leviathan[i] – “extrapolou os confins do sistema de Estados-nações, mas são ainda as nações individuais que enfrentam os graves problemas”, isto é, os problemas causados pelo próprio processo contraditório de acumulação de capital.

Eis alguns deles: a emergência climática, as pandemias, a poluição dos oceanos, a manutenção das cadeias da produção de mercadorias, a inflação global etc. Nesta nota quer-se tratar apenas da estagflação que aparece agora como um fenômeno renitente e duradouro da produção capitalista. Baixo crescimento com inflação está aí como um novo “normal” que vai continuar assombrando o futuro das economias capitalistas em geral. Mas, para fazê-lo, é preciso dar dois passos iniciais com a finalidade de enquadrar esse fenômeno em suas condições objetivas.

O primeiro deles consiste em apresentar o atual estágio do processo de expansão da mundialização do capital. Um indicador desse processo histórico se encontra na figura abaixo; ele mostra graficamente a evolução da razão entre as exportações mundiais totais e o PIB mundial. Aparecem nesse perfil, notoriamente, três ondas de globalização que marcam a história do capitalismo: entre 1870 e 1914, entre 1945 e 1980 e entre 1980 e 2008; assim como, também, um período de desglobalização entre 1914 e 1945. Em adição, o gráfico indica o surgimento de um novo período de contração do comércio internacional, o qual ocorre após a grande crise de 2008.

Os períodos de globalização ocorrem sob hegemonia pouco contestada de uma potência imperialista. O primeiro deles acontece sob a supremacia inglesa e os dois seguintes sob a preeminência norte-americana. A desglobalização ocorrida no século XX adveio, como bem se sabe, do acirramento do conflito entre as potências imperialistas (Grã-Bretanha, Estados Unidos, Alemanha, Japão etc.) e, por isso mesmo, se inicia e termina com a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, respectivamente. Assume-se aqui que o ano de 2008 marca o início de um processo de desglobalização que se estenderá pelos próximos anos. Por quê?

Com a crise de lucratividade e a queda da produção dos anos 1970, a potência hegemônica passa a liderar um processo de abandono do keynesianismo no centro e do desenvolvimentismo na periferia do sistema, para substituí-lo pelo neoliberalismo assimétrico, mas generalizado. Agora, para elevar a taxa de lucro, a lógica da concorrência não podia mais ser contida pelas políticas estatais de proteção da classe trabalhadora. Foi feito, ademais, um esforço para engajar todos os países, inclusive a Rússia (após 1990) e a China (após 1978) na economia mundial comandada pelas empresas multinacionais e pelos bancos internacionais do centro capitalista. Algumas economias da Ásia, em especial a China, foram assim privilegiadas como fontes dinâmicas de acumulação já que poderiam contribuir de modo excepcional para a elevação da taxa de lucro mundial.

TAMBORES DE GUERRA SOAM A OCIDENTE – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Os beneficiários dos diamantes de sangue em Portugal inundam-me de mensagens insultuosas e ameaçadoras. Dizem que sou anti-português e essa parte não admito. O meu avô materno era pastor na serra do Barroso, quando aos 14 anos emigrou para os EUA, onde nasceu a minha Mamã. A minha avó materna é do Couto d’Ervededo, onde se venera o bendito São Caetano. O meu avô paterno era produtor de vinho fino no Douro Vinhateiro. Quando tinha 18 anos fiz um estudo sobre as Cantigas de Amigo. Ainda hoje tenho uma paixão irrefragável pela poesia trovadoresca da Península Ibérica. Com o pseudónimo Eurico Tiago escrevi, nos anos 80, uns livros onde desenvolvi o essencial das cantigas de escárnio e maldizer. 

O meu poeta favorito é Álvaro Novais, com mais heterónimos do que Fernando Pessoa e mais amante da poesia. O Alvarito foi gerente comercial, guarda-livros, gestor de um botequim no musseque Prenda, trovador, declamador, produtor, realizador e apresentador de um programa radiofónico (Caixa de Fósforos) que ia para o ar aos domingos, na antena do Rádio Clube de Angola, nos anos 50. Menino Artur não estuda, não toma banho, não tem disco! Menino Amado obedece, estuda, não joga futebol com os sapatos novos, tem disco!

O meu escritor de sempre é o Joca Luandense. Quando alguém levava umas grades de cerveja para o Palácio do Jara e ele ficava incendiado, berrava: - Kitó, escreve! Eu abria a máquina portátil hermes baby e escrevia o que ele ditava. Grandes textos! Literatura de primeiríssima. Quando penso nele, fico com pena do Agualusa, analfabeto de pai, mãe e vizinhos. Mas temos de protegê-lo porque tem uma grave deficiência física. Escreve com o mataco e o que sai, são flatulências de quem comeu ginguba com batata-doce. Também comeu qualquer coisa dos diamantes de sangue da UNITA.

 O meu destino de sonho é a Kapopa do Negage. A minha paisagem inesquecível fica entre o Bindo e as colinas de Katunda. Vi jacarés ao sol no Luinga e no Dange, que em Luanda vira Dande. Aprendi com Agostinho Neto que só domos úteis à luta revolucionária se soubermos viver entre as fronteiras da honra e da dignidade. Tudo o que sou e tudo o que sei, devo-o ao Povo Angolano. E só descobri isso porque o MPLA me ensinou. Sou angolano. Anti-português, nunca. Mas quanto mais me insultam e ameaçam, mais eu escrevo o que penso. 

Tomem nota. O comandante da Brigada Vostok, Alexander Khodakovsky, mostrou ontem provas indesmentíveis de que a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) colaborou activamente com as Forças Armadas da Ucrânia e com os nazis  do Batalhão de Azov, mesmo quando já estavam encurralados nas catacumbas de Azovstal.

“Sempre suspeitámos que a OSCE ajudava o inimigo. Tínhamos a certeza de que as suas câmaras de vídeo, abundantemente espalhadas ao longo da linha de contacto, para monitorarem o cumprimento do cessar-fogo, estavam de facto transmitindo informações ao inimigo sobre as nossas acções. Agora temos uma prova indiscutível do envolvimento da OSCE com os nazis. Na inspecção que fizemos a Azovstal  encontrámos um telefone satélite fornecido por eles”, disse Alexander Khodakovsky. Os Media ocidentais não querem saber destas ninharias. Estão virados para a propaganda acéfala e ridícula.

A CIA e o Pentágono deram ordens às assassinas e assassinos do jornalismo para dizerem que a Federação Russa perdeu a guerra. Entre domingo e hoje, só no território da República Popular de Donetsk, tropas da Federação Russa ocuparam Drobyshevo, Kirovsk, Novoselovka (distrito de Krasnolimansky), Yampol, Derilovo, Torskoye, Aleksandrovka, Koroviy Yar, Redkodub, Karpovka, Katerinovka (distrito de Krasnolimansky), Novoe, Novomikhailovka, Scars, Volchiy Yar, Lozovoye, Terny, Belogorovka, Dzerzhinskoye, Ivanovka (distrito de Krasnolimansky), Kolodezi, Novosadovoye, Yampolovka, Shandrigolovo, Zelenaya Dolina, Srednee , Yatskovka e Krymki.

O posto de comando dos artilheiros da 57ª brigada de infantaria motorizada das Forças Armadas da Ucrânia, estava sediado no ginásio de Lisichansk. Fizeram daquele equipamento, armazém de munições. Foi destruído. Mais uma escola atingida para o Biden dizer que o presidente Putin quer acabar com a cultura da Ucrânia porque além de escolas, também bombardeia igrejas e museus.

Alto lá. Isso vi eu em Bagdade (leiam o meu livro EU VI BOMBARDEAR BAGDADE). Na primeira noite de bombardeamentos à capital do Iraque, os EUA e a NATO (ou OTAN) destruíram o Banco Central, o Museu Nacional, pontes sobre o rio Tigre, uma mesquita, uma igreja católica, um bairro residencial moderno construído pela empresa portuguesa Soares da Costa e quase todo o centro histórico da cidade. Tudo numa noite. Por ter ousado contar o que vi, fui empurrado para fora do Jornal de Notícias. E eu, que adoro mandar os patrões à merda, saí e nem lhes dei a confiança de explicar porque nunca mais apareci.

O secretário-geral da OTAN (ou NATO) diz que recebeu uma carta do governo da Federação Russa informando que não queria a organização militarista nas suas fronteiras: “Agora a NATO está nas fronteiras da Rússia. Esse foi o erro de Putin”. Ainda não está. Provavelmente nunca estará. Mas este é o respeito que eles têm pelos estados-membros. A Turquia disse que não aceita a adesão da Finlândia e da Suécia à OTAN (ou NATO). O secretário-geral diz que já entraram!

A nazi que manda na Comissão Europeia pediu hoje em Davo que os países onde existem fundos da Federação Russa ou de cidadãos russos sejam imediatamente confiscados e enviados para a Ucrânia. Já não escondem o que sempre quiseram. Roubar o dinheiro das suas vítimas. Mas era bom que alguém explicasse à Úrsula, ao Borrell, ao Charles Michel e ao Biden que a Federação Russa não é o Iraque, a Líbia, a Síria, O Irão ou a Venezuela. Está visto que querem festa. Os polacos e os lituanos (governos de extrema-direita) hoje pediram aos EUA para mandarem a marinha de guerra “libertar” os portos ucranianos no Mar Negro.

A agência da ONU UNICEF revelou hoje algo que já todos sabíamos. A esmagadora maioria das crianças portugueses vivem em casas não saudáveis. O Tio Célito e o António Costa querem lá saber! É preciso mandar carradas de dinheiro para a Ucrânia. O patrão da Casa Branca mandou. Mas já explicou como vai ser aquela coisa dos 40 mil milhões em ajuda à Ucrânia. Afinal o dinheiro é para armas. E como os EUA vão fornecer a maior parte, a massa fica quase toda em casa. O Reino Unido leva uns trocos e o Zelensky recebe uma comissãozita.

*Jornalista

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