sábado, 6 de janeiro de 2024

Importante funcionário polaco da UE planeia obstruir a integração da Ucrânia na UE

Um importante funcionário polaco da UE planeia obstruir a integração económica da Ucrânia na UE

Andrew Korybko* | Substack | opinião | # Traduzido em português do Brasil 

O Comissário da Agricultura é movido pela solidariedade com o partido “Lei e Justiça” da Polónia, do qual é membro, pela necessidade de proteger os interesses internos da UE e pelos interesses do bloco na Ucrânia, redirecionando as suas exportações de volta para o Sul Global, a fim de competir com a Rússia. para a participação de mercado como proxy do Ocidente.

O Comissário Europeu para a Agricultura, Janusz Wojciechowski, que é polaco e membro do antigo governo “Lei e Justiça” (PiS) que impôs restrições unilaterais às importações ucranianas no ano passado e que permanecem em vigor por enquanto sob o novo governo, alertou sobre os riscos da livre comércio com a Ucrânia. Segundo ele, o bloco já enfrenta uma crise de excesso de oferta daquele país que prejudica os produtores locais, por isso exigiu cláusulas de proteção e restrições qualitativas para alguns produtos .

Wojciechowski também sugeriu que “os esforços da União Europeia deveriam ser no sentido de apoiar as exportações ucranianas para países terceiros” em vez de para os europeus, argumentando que não o fazer “ajudaria a Rússia a consolidar os seus ganhos militares e económicos”, particularmente no que diz respeito ao seu novo comércio com a Ásia. A razão pela qual abordou esta questão é porque a UE está a debater se deve ou não prolongar o seu regime temporário de comércio livre com a Ucrânia até 2025, como deseja a Presidente da Comissão, Ursula van der Leyen.

Foi avaliado no mês passado que “ As conversações de adesão da Ucrânia à UE são simbólicas e não significarão adesão tão cedo ”, e as últimas observações de Wojciechowski dão credibilidade a essa afirmação. Dada a sua posição, ele pode de facto criar problemas para a sua integração económica na UE, o que é levado a fazer por três razões. Em primeiro lugar, presumivelmente está a assumir uma posição tão forte, em parte por solidariedade com o seu partido político polaco, cujos interesses ele defende informalmente, apesar da sua função ser promover os interesses da UE.

O que ficará de fora da União Europeia?

Richard Hubert Barton* | Strategic Culture Foundation | # Traduzido em português do Brasil | © Foto: REUTERS/José Luis Gonzalez

A tendência de os europeus se tornarem uma minoria na Europa sob a maioria muçulmana parece impossível de ser revertida e é amplamente reconhecida.

"Hordas de migrantes irregulares da África Subsariana” chegaram à Tunísia, “com toda a violência, crime e práticas inaceitáveis ​​que isso implica”. Esta é uma situação “antinatural” e parte de um plano criminoso concebido para “mudar a composição demográfica” e transformar a Tunísia em “apenas mais um país africano que já não pertence às nações árabes e islâmicas”. -- Presidente tunisino Kasir Saied em 21 de fevereiro de 2023

Mobilidade cosmopolita e migração à vista

A primeira tentativa decisiva de inundar a Europa com migrantes maioritariamente muçulmanos ocorreu em 2012. Em Janeiro desse ano, a liderança cosmopolita e não eleita da UE avançou com a sua integração programada no EUROMED. Primeiro, um seminário em Barcelona sob o lema: Guerra e Paz no século XXI. A Primavera Árabe ocorreu um ano depois . Durante o seminário, o Enviado Especial da UE, Bernardino Leon, instou a UE a oferecer uma “nova relação” aos países árabes que passaram pela Primavera Árabe. Esta nova relação deveria basear-se na igualdade de tratamento entre a União Europeia e os parceiros árabes. Na presença do primeiro, Alto Representante para a Política Externa e de Segurança Comum na Europa, Javier Solana, Leon garantiu à Tunísia que lhe será concedida uma relação semelhante a outros países europeus fora da UE, como Noruega, Islândia e Suíça.

Este impulso foi ainda reforçado em Fevereiro de 2012 por uma conferência de imprensa em Bruxelas. Isto aconteceu para dar informação e significado ao encontro do Primeiro-Ministro da Tunísia, Hamadi Jebali (o mesmo que anunciou aos seus compatriotas que possivelmente estariam no Sexto Califado) e do Presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso. Este último, no seu comunicado de imprensa, mencionou uma série de prioridades a serem tratadas. Significativamente, um deles envolveu a retoma do diálogo sobre mobilidade e migração.

Portugal | Baixos salários, pobreza certa


Carvalho da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

A mensagem de Ano Novo 2024 do presidente da República (PR) incorpora, no global do seu conteúdo, a identificação de um amplo conjunto de matérias e desafios políticos, económicos e sociais que estão no centro das preocupações dos portugueses. Pode dizer-se que o PR não fugiu da exposição de problemas - opção que, erradamente, o primeiro-ministro não tomou na mensagem de Natal. Todavia, quando se analisa com atenção o seu conteúdo, constata-se o esquecimento de grandes questões estruturais que estão na origem de alguns problemas expostos. Não se trata de um lapso pontual na reflexão do presidente: o “esquecimento” decorre da sua conceção conservadora sobre a relação entre o social e a economia; sobre o lugar do trabalho e o papel dos trabalhadores; sobre o que é desenvolvimento.

Em toda a mensagem, nem uma vez se encontra referência aos salários (palavra proscrita) de quem trabalha em Portugal. Também as palavras trabalhadores, reformados, pensões, precariedade no trabalho estão ausentes. O PR afirma que “todas as democracias - incluindo a nossa - são inacabadas, imperfeitas, desiguais, deveriam ser menos pobreza, menos injustiça, menos corrupção, menos desilusão dos menos jovens, mais lugar para trabalhar e viver dos mais jovens”. Feita a constatação e o apelo para que os portugueses deem vida à democracia, porque não vai à raiz dos problemas?

Está claro há muitos anos que, se houver trabalho razoavelmente remunerado e vínculos de trabalho mais estáveis, a maioria das pessoas sai da pobreza.

Aproximadamente 10% da população empregada é pobre, fundamentalmente porque tem salários baixíssimos. Mais de metade dos desempregados estão na pobreza. Uma outra grande parte dos pobres são reformados e pensionistas, cujas pensões poderiam ser melhoradas por efeito do reforço das receitas da Segurança Social (e do Orçamento do Estado) vindas do crescimento dos salários e do aumento do emprego. Estas são as grandes questões que criam “a armadilha da pobreza”. Ainda recentemente, um trabalho do Observatório das Desigualdades veio expor estas dramáticas constatações que persistem ano após ano com pequenas variações. É pena que o PR não tenha a coragem (os seus laços de classe limitam-no) de expor aos portugueses a origem dos problemas e forçar compromissos para se sair do enredo.

A persistência na hiperespecialização turística-imobiliária que carateriza o perfil da nossa economia, a continuação de uma estrutura de distribuição da riqueza que cava desigualdades e injustiças, e a ausência de estratégia adequada de investimento bloqueiam aumentos salariais e de rendimentos dos portugueses. Quando se fala em crescimento tem de se falar em distribuição da riqueza, ou não há desenvolvimento. O reconhecimento de que os custos da habitação são escandalosos exige confronto com interesses instalados que estão a sugar os orçamentos das famílias. Não é possível travar a emigração dos nossos jovens, sem melhorar muito salários e condições de vida que lhes estão a ser oferecidas.

Na campanha eleitoral em curso impõe-se dar combate a encenações especulativas em torno de casos e casinhos, tratados com linguagens reles que chegam à náusea e desmobilizam. Exijamos compromissos para aumentar salários e pensões e efetivar a contratação coletiva, para evitar despedimentos, para defender a Escola Pública, o Serviço Nacional de Saúde e o Sistema de Segurança Social, para fazer descer os custos da habitação.

* Investigador e professor universitário

PORQUE CONTINUAMOS A SUBESTIMAR A EXTREMA-DIREITA?

A subestimação da extrema-direita mantém-se. Devemos levar a sério este perigo e não lhe dar nem um minuto de descanso. Ainda vamos a tempo de combater a extrema-direita para o seu crescimento não ser uma inevitabilidade. 

Tiago Castelhano* | Setenta e Quatro

No final de 2016, início de 2017, o debate à esquerda sobre a extrema-direita centrava-se sobre se era um fenómeno passageiro e na terminologia a ser dada ao movimento. Havia então uma absoluta subestimação da extrema-direita e do perigo que representa. Lembremos que a imensa maioria da esquerda e centro-esquerda brasileira e norte-americana consideravam impossível a vitória destes candidatos; depois que não terminariam o mandato; por fim, que se iriam deixar moderar… A história não foi bem assim.

Passados sete anos da vitória de Trump nas eleições de 2016, é já consensual, à esquerda, que existe hoje no mundo uma realidade indesmentível: o neofascismo/extrema-direita é uma corrente global de massas bem organizada e coordenada, não é nem um fenómeno passageiro nem sairá de cena sem uma grande luta. Mas a verdade é que a subestimação da extrema-direita se mantém. Parece que o desacordo provém do desconhecimento sobre o adversário, ou seja, não sabermos realmente o que é a extrema-direita, qual a sua essência nem o que representa o risco de se apoderar do aparelho de Estado. 

O neofascismo não é uma fotocópia do fascismo dos anos 1920 e 1930, embora seja importante também olhar para esse período e retirarem-se lições históricas. Não acho sequer muito proveitoso fazer uma discussão de terminologia sobre o neofascismo/extrema-direita, e não faltam definições para todos os gostos. Nem é estrategicamente correto chamar-lhe populista, porque, além de ser um conceito vago, pode acabar por normalizar a extrema-direita, tornando-a mais simpática aos olhos das massas. Além disso, o populismo é mais uma estratégia política do que uma ideologia, logo existe populismo de esquerda e de direita. Usar o termo populismo para comparar esquerda e direita, chamando-lhes os extremos que se tocam, é uma das estratégias mais usadas pelo centro político. 

O neofascismo/extrema-direita é uma corrente global de massas bem organizada e coordenada, não é nem um fenómeno passageiro nem sairá de cena sem uma grande luta.

Prefiro, então, identificá-los como neofascistas/extrema-direita, mas o essencial é a discussão sobre a sua essência. Porque, se chegarmos a acordo sobre essa questão, entenderemos o perigo que a extrema-direita representa, a forma como a chamamos deixar de ter tanta importância.

A Justiça em Portugal sempre foi aliada do salazarismo... Qual é o espanto?*

MP defende que Costa é suspeito do crime de prevaricação na operação Influencer

Recurso apresentado Tribunal da Relação de Lisboa argumenta que o primeiro-ministro é referido numa escuta como estando "completamente entusiasmado" com uma alteração à lei para dispensar de licenciamento a empresa responsável pelo data center de Sines.

Dora Pires e Gonçalo Teles | TSF

Ministério Público (MP) entende que o primeiro-ministro demissionário, António Costa, cometeu o crime de prevaricação no processo que levou à aprovação do novo Regime Jurídico de Urbanização e Edificação na reunião do Conselho de Ministros de 19 de outubro de 2023.

De acordo com o Observador, em causa estará uma escuta, datada de 13 de outubro de 2023, a João Tiago Silveira, que é advogado do escritório Morais Leitão e coordenou o simplex do licenciamento que acabou por levar à nova lei. Na conversa, Silveira terá dito a Rui Oliveira Neves, que é administrador da Start Campus e seu colega na Morais Leitão, que esteve "com o Costa quatro horas a ver isto na quarta-feira [dia 11 de outubro] e que o gajo está completamente entusiasmado com isto".

"Isto", na leitura do MP, é uma "lei feita à medida" para alegadamente permitir que a construção do data center da empresa, em Sines, beneficiasse da nova lei, ou seja, fosse dispensada do processo de licenciamento urbanístico.

No recurso que apresentou no Tribunal da Relação de Lisboa, o MP entende também que "o Costa" referido na escuta é o primeiro-ministro, pelo que as alterações terão sido diretamente discutidas com o líder do Governo.

O MP defende também que todo o processo foi orquestrado pelo então ministro das Infraestruturas, João Galamba, e que este culminou na aprovação da alteração à lei no Conselho de Ministros de 19 de outubro, uma semana depois da escuta e oito dias após a suposta reunião com "o Costa".

Até hoje não se sabe se a mexida na lei foi ou não concretizada, uma vez que apesar de esta quinta-feira o Presidente da República ter promulgado a lei que isenta algumas construções de licenciamento, não é certo que esta inclua a alteração aprovada pelo Governo. Marcelo Rebelo de Sousa demorou a decidir sobre o diploma - mais do que os 40 dias previstos - e terá negociado algumas alterações, mas a versão final não é conhecida.

Ainda assim, a convicção do MP é a de que o crime de prevaricação existiu desde logo na negociação da alegada alteração e que, mesmo que este não tenha sido consumado, recaem suspeitas sobre o primeiro-ministro.

Contactada pela TSF, a defesa de António Costa apontou apenas que tem 30 dias para recorrer do recurso do MP.

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* Título PG

Portugal | Congresso do PS. Carlos César reeleito presidente do partido

No arranque do 24.º congresso do PS o partido une-se em defesa de António Costa. Este sábado Pedro Nuno Santos vai discursar durante a manhã. Acompanhe na TSF.

6 jan12:08 - Francisco Nascimento

César avisa: “Há sempre muito para fazer e há sempre muito para mudar”

Sobre as eleições regionais dos Açores, Carlos César lamenta que o Governo de direita seja um governo de um jogo “sem rei nem roque” e saúda a candidatura de Vasco Cordeiro: “A mudança de governo nos Açores é decisiva para inverter a degradação financeira, económica e social que ali tem acontecido”.

Olhando para o país, Carlos César avisa que “há sempre muito para fazer e há sempre muito para mudar”, pedindo que não existam ilusões.

“Essa atitude inquieta é a que se espera de um partido como o PS, que agora se fortalece, como se diz na Moção apresentada pelo Secretário-Geral, como “um partido transformador e progressista””, acrescenta.

Carlos César admite que não há espaço para que tudo seja prioridade, “mas devemos estabelecer algumas e governar bem em todos, e, como diz o melhor ditado, não deixando para amanhã o que puder ser feito logo”.

06 jan11:47 - Francisco Nascimento

Carlos César lamenta crise por Marcelo “não ter feito o que politicamente era devido”

Sobe ao púlpito o presidente do PS reeleito, Carlos César, e começa por saudar os delegados e participantes depois de uma escolha “que confirmou a democracia interna” com a eleição de Pedro Nuno Santos.

“Obrigado a todos os que, por estes dias, dão uma prova de unidade para que o partido seja vencedor na sociedade portuguesa”, acrescenta.

Com Pedro Nuno Santos, o PS “honrará as lutas passadas”, mas haverá um “novo folgo” para “fazer melhor do que ainda há para fazer”.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente socialista lamenta que o país “não tenha sido poupado a eleições”, responsabilizando o Presidente por “não ter feito o que politicamente lhe era devido”, ao contrário de Costa.

“Mas o que lá vai, lá vai”, atira.

Carlos César nota que os portugueses querem políticos que deem garantias, sem medo de dizerem o que pensem, “e Pedro Nuno Santos é assim”. Há “caminho feito” e, nesta fase, “tem de haver estabilidade política”.

“O PS tem e apresenta o melhor primeiro-ministro para Portugal”, diz.

Há razões para que os socialistas “se orgulhem” até pelos últimos oito anos de governação com “muita contrariedades produzidas pelo exterior” e com “resultados extraordinários”.

06 jan11:40 - Francisco Nascimento

PSE destaca legado de António Costa

O primeiro a intervir, no segundo dia de trabalhos, é o presidente do Partido Socialista Europeu, Stefan Lofven, que além de lembrar "o bom amigo" António Costa, mostra-se confiante no sucesso de Pedro Nuno Santos.

Stefan Lofven nota também que, ao longo dos últimos anos, Portugal foi "pioneiro na Europa" e Costa "teve um papel crucial para colocar os tópicos principais na agenda".

O socialista lamenta, por outro lado, que a "extrema-direita provoque o medo" e dê lugar à instabilidade.

06 jan11:31 - Francisco Nascimento

Carlos César reeleito presidente do PS

Sem suprepresas, o presidente do PS, Carlos César, foi reeleito para o cargo com 90,36% dos votos. Era o único candidato para a presidência do partido.

‘Transportados em jaulas’ – Como Israel trata mulheres prisioneiras de Gaza

Fayha Shalash –Ramalá | Palestine Chronicle | # Traduzido em português do Brasil

Esta é uma leitura difícil, mas crítica. As dificuldades colectivas vividas pelas mulheres prisioneiras de Gaza em Israel não têm precedentes, mesmo na trágica história do tratamento dispensado por Israel aos prisioneiros palestinianos. O Palestine Chronicle relata .. 

Os nomes de 51 prisioneiras, detidas ilegalmente pelas forças invasoras israelenses durante a sua operação terrestre em Gaza, foram revelados. 

Este número foi anunciado pela Autoridade Palestiniana para os Assuntos dos Prisioneiros num comunicado, sem confirmar se existem outras prisioneiras detidas secretamente em Israel.

Independentemente do número exacto, porém, os testemunhos recolhidos de prisioneiros libertados revelam abusos, maus-tratos e tortura chocantes. 

O Palestine Chronicle conversou com Lama Khater, de Al-Khalil (Hebron), que foi preso em 26 de outubro e libertado sob o acordo de troca de prisioneiros entre o governo israelense e a Resistência Palestina em 30 de novembro. 

Khater foi detido juntamente com dez prisioneiras de Gaza e testemunhou os abusos a que foram submetidas.

Prisão arbitrária

Khater disse que as condições das prisioneiras de Gaza eram particularmente difíceis, começando com o seu sequestro durante o deslocamento do norte da Faixa de Gaza.

“Eles foram presos aleatoriamente, principalmente no norte da Faixa de Gaza. Os soldados israelitas também detiveram mães, que foram forçadas a deixar os seus filhos com os transeuntes”, sublinhou.

Genocídio: Israel sempre se inspirou na ideologia e procedimentos nazis de Hitler*

Câmara de Gaia (Portugal) censura cartoon

O Jornalista Carlos Narciso escreveu: «Onofre Varela é considerado um dos grandes cartunistas portugueses e viu, agora, um dos seus desenhos censurado. Trata-se de uma crítica à política israelita de ocupação da Palestina e à repressão exercida sobre palestinianos».

Carlos Narciso continua: «Não é a primeira vez que as acções do estado israelita são equiparadas ao genocídio sofrido pelos judeus durante a II Guerra Mundial. Sempre que isso aconteceu antes, as reacções de Israel foram de grande indignação e veemente protesto. Agora, aconteceu o mesmo.

«O cartoon de Onofre Varela acabou por ser retirado da Bienal Internacional de Arte Gaia, onde estava exposto. A Câmara Municipal de Gaia, anfitriã do evento, manifestou agrado pela “retirada” do cartoon, alegadamente “decisão do artista”, sem referir as pressões para que tal sucedesse que foram feitas pela Comunidade Israelita de Lisboa.

Nem todos podem ser Charlie Hebdo.»


* Título PG

Sionismo e África

Na sua ofensiva de charme em África, os sionistas exploram a imagem que querem vender em todo o mundo de serem os representantes legítimos do povo judeu.

Rosa Moro | Al Mayadeen | # Traduzido em português do Brasil

África e a “Guerra Santa” contra o Islão

Desde a sua criação, “Israel” tem procurado aliados e clientes em África, como no resto do mundo. Em 2017, planeou realizar uma cimeira “Israel”-África no Togo, nos moldes das cimeiras na Europa, nos EUA, na Rússia ou na China. “Israel” alardeou que Netanyahu se reuniria com “25 líderes africanos”, mas no final, a cimeira nunca aconteceu porque os líderes africanos não confirmaram a sua presença. Os países africanos apoiam a luta palestiniana e não são facilmente enganados pela propaganda de branqueamento do sionismo. Eles entendem que o sionismo é colonialismo e eles próprios sofreram e sofrem com o colonialismo das potências ocidentais.

Até ao seu assassinato pela NATO em 2011, Gaddafi liderou este apoio à Palestina contra “Israel”. O líder líbio declarou repetidamente que não tinha “nada contra os judeus, mas sim contra o sionismo” e sobre o sionismo também disse que “está por trás de todos os conflitos em África”. Hoje, este apoio à Palestina é liderado pela Argélia e pela África do Sul, que tem uma história muito recente do seu próprio apartheid, pelo que compreendem como funciona o apartheid sionista na Palestina.  

Quando a Organização da Unidade Africana foi transformada na União Africana em 2002, os israelitas tentaram continuar com o seu estatuto de observadores, como tinham feito na organização anterior (fortemente controlada pelas potências coloniais), mas uma coligação de países liderada por Gaddafi opôs-se. isto. Hoje, “Israel” ainda tenta por todos os meios obter tal estatuto e a UA continua a recusar até agora. Mas os sionistas são os mestres em reescrever a história, em conquistar mentes e corações através de subterfúgios e propaganda, muito sibilinos e persistentes.

O estudioso americano Kevin Barrett, que possui doutorado. em estudos árabes, islâmicos e africanos, afirma que os Estados Unidos são uma "colônia do sionismo" quando analisa criticamente a guerra contra o terrorismo do seu próprio governo. Barrett define a “guerra ao terror”, lançada por Bush após o 11 de Setembro de 2001, como uma “guerra santa contra o Islão”. Ele e outros pesquisadores, como James Petras e Stephen Sniegoski, defendem que os EUA, com o lançamento da “Guerra ao Terror”, adotaram a agenda israelense, agindo contra os seus interesses e defendendo os “de Israel”, um tanto inconscientemente, influenciados pelos sionistas dentro e fora da administração Bush, que chegou ao ponto de definir publicamente a “guerra ao terror” como uma “Cruzada” e uma “guerra santa”.

Este plano começou com a ocupação da terra sagrada do Islão, a Palestina, e tornou-se global quando o império dos EUA se tornou parte dele. A nova civilização inimiga designada pelo senhor do mundo já não era a civilização eslava ou russa da Guerra Fria, era agora a civilização árabe. Com a ajuda dos Estados Unidos, o sionismo foi muito mais longe na sua cruzada contra o Islão do que teria feito sozinho.

Angola | Partidos Mortos e Políticos Baralhados – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Portugal é um caso único no mundo. No tempo do fascismo até os mortos votavam no Salazar. Às portas dos 50 anos do 25 de Abril aconteceu um milagre que tem o dedo de Nossa Senhora de Fátima, cujo filho entrevistei há muitos anos. Os portugueses em Março vão votar em dois partidos mortos, enterrados e em adiantado estado de putrefacção, o CDS e o Partido Popular Monárquico (PPM), fundado por Ribeiro Teles, um ecologista, mas agora antro da extrema- direita mais obtusa. Nem nas Ilhas Fiji os eleitores votam em partidos mortos. 

Mas votam em Angola. Nas últimas eleições, os angolanos elegeram deputados do Bloco Democrático partido que já nasceu morto. Cantam a música do Galo Negro e são capachos de Adalberto da Costa Júnior que perdeu o lugar de capacho por manifesta incompetência e graves avarias mentais.

Os sicários da UNITA fizeram das eleições autárquicas o seu cavalo de batalha desde as eleições de 2012, quando foram cilindrados. Pensam que por essa via vão conseguir apoio popular. Estão enganados. Quando os angolanos forem chamados a eleger os seus representantes no Poder Local, a UNITA fica reduzida à votação do Bloco Democrático e outras organizações políticas que não conseguem meio por cento dos votos.

Adalberto da Costa Júnior acaba de anunciar que alertou o Presidente João Lourenço “para as consequências negativas de mais municípios em Angola”. Espantoso! Quem tanto quer eleições autárquicas afinal tem medo de mais municípios e mais províncias! Porque as novas autarquias somadas às que já existem podem ter “consequências sociais e económicas negativas”. A nova Divisão Política e Administrativa (DPA) até pode gerar protestos em todo o país, diz Adalberto.

O líder da UNITA desceu à terra e disse à Voz da América: “Se com 164 municípios não conseguimos ter autarquias, não conseguimos condições sociais para as famílias, não acredito que isso seja possível com o dobro”. Também está contra o desmembramento das províncias do Moxico e do Cuando Cubango. 

A província do Moxico tem 223 mil quilómetros quadrados, Cuando Cubango 199 mil quilómetros quadrados. É muito ou pouco? Portugal tem 92 mil. Bélgica 31 mil. Países Baixos 42 mil. Letónia 64 mil. Lituânia 65 mil. Dinamarca 43 mil. Inglaterra 130 mil.

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