quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Situação político-militar do país está controlada, garante ministro da Defesa angolano




JSD - LUSA

Cidade da Praia, 06 set (Lusa) -- O ministro da Defesa de Angola afirmou hoje que a situação político-militar na Guiné-Bissau está controlada pelas autoridades guineenses, admitindo a possibilidade de Cabo Verde, se assim for decidido, poder vir a ajudar na reforma da Defesa e Segurança.

Cândido Van Dunem, que iniciou hoje uma visita de 24 horas a Cabo Verde, escusou-se a aprofundar a situação prevalecente na Guiné-Bissau, negando, porém, que no país no qual Angola mantém uma "missão técnica" de apoio à reforma dos setores da Defesa e Segurança se tenham registado "convulsões".

"Dizer que são convulsões é o ponto de vista do jornalista, não é o nosso. Temos relações com a Guiné-Bissau e, no âmbito da cooperação, temos uma missão técnica que tem como pano de fundo apoiar as Forças Armadas da Guiné-Bissau numa perspetiva da sua reorganização", disse.

"Qualquer que seja a situação prevalecente no interior da Guiné-Bissau é uma responsabilidade do executivo guineense. Tem de ser feita uma análise e avaliação pelo executivo guineense, de que não fazemos parte", acrescentou, sem comentar as exigências políticas de exoneração do primeiro-ministro guineense.

Carlos Gomes Júnior tem sido acusado pela oposição de estar alegadamente envolvido na morte do antigo presidente guineense, João Bernardo "Nino" Vieira.

"Dos dados que temos, a situação está sob controlo das autoridades governativas e nós continuamos a cumprir o nosso papel no domínio da cooperação, enquanto as autoridades guineenses assim o decidirem. Foi isso que acordamos", frisou Cândido Van Dunen, à saída de uma visita de cortesia ao primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves.

Questionado pela Agência Lusa sobre se Angola, através da sua missão, pode ajudar a garantir a segurança de Carlos Gomes Júnior, o ministro angolano lembrou que a "missão técnica" visa, "tão só", apoiar as Forças Armadas da Guiné-Bissau.

"A nossa missão visa apoiar os nossos irmãos guineenses a encontrarem uma nova fórmula, de acordo com a nossa modesta experiência, para melhorarem aquilo que é a performance organizativa das Forças Armadas da Guiné-Bissau", afirmou.

Instado sobre se Cabo Verde poderá vir a tornar-se uma espécie de "retaguarda" das atividades de Angola na Guiné-Bissau, Cândido Van Dunem, sem negar qualquer ação nesse sentido, disse que qualquer decisão caberá sempre ao poder político.

"Cabo Verde é um Estado de direito. É um país que tem as suas normas e regras, as suas instituições previstas na Constituição. Qualquer relação que permita que possa haver algum envolvimento neste domínio, passará por uma abordagem prévia", sublinhou.

"Quando os ministérios da Defesa de Angola e de Cabo Verde assim o entenderem, levarão essa perspetiva aos titulares dos poderes executivos e, estes sim, serão as entidades que podem pronunciar-se sobre isso", frisou, adiantando ainda que o assunto não foi abordado com José Maria Neves.

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