segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

João Proença: JUSTIFICAR O INJUSTIFICÁVEL



Carlos Fonseca – Aventar

O líder da UGT estará certamente com problemas de consciência, com graves perturbações da tranquilidade do espírito e da mente. As insónias impedem o “sindicalista” de dormir em sossego, uma noite que seja. Não há ‘Prozac’, ‘Xanax’ ou droga do género que lhe resolva o problema. O médico, coitado, confrontado com a impotência dos fármacos, certamente ter-lhe-á dito: “Oh homem desabafe em público, sem preocupações de dizer a verdade, afirme o que sente e julgue correcto”.

E o Proença não foi de modas. Primeiro, como o vídeo demonstra, veio o lamento de que estes dias não têm sido fáceis para a UGT. Todavia, por ser lamento de escasso impacto, lá acrescentou alguns ludíbrios e sofismas, das quais extraímos um exemplo:~


Esta afirmação, que não passa de tirada demagógica e sem sustentabilidade, junta-se a outras de que Proença se serve para justificar a assinatura do ‘Acordo de Concertação Social”, com a atoarda de que a aplicação do ‘memorando da troika’ seria bem pior – Passos Coelho e o Álvaro, lembre-se, exteriorizaram o entusiasmo de terem conseguido exceder o exigido pela ‘troika’. Alguém,portanto, está a mentir e, neste caso, segundo me parece evidente, é o Proença.

Sem perdas de mais tempo, relembre-se esta notícia do ‘Público’ e os três subtítulos que a estruturam:

Mais fácil despedir.

Mais barato despedir.

Menores subsídios.

Naturalmente e por força da adesão ao ‘Acordo’, é admissível que os últimos dias da UGT podem ter sido difíceis; mas, o futuro, todos os dias, dos trabalhadores e desempregados portugueses serão bastante mais complexos.

João Proença desdobra-se em explicações para justificar o injustificável. Os benefícios do ‘Acordo’ estão todos do lado dos patrões e, obviamente, dos objectivos da política ultra-liberal de Passos Coelho – até o empresário Filipe Botton reconhece que a produtividade, a competividade, o crescimento e o emprego se resolvem com o recurso a outros factores críticos, de que se excluem os custos do trabalho.

Portugal, parece fatilidade, está condenado a viver sob o domínio de ‘deuses menores’, por coincidência divindades diabólicas. Cavaco e Proença são as estrelas do momento!

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