André Barrocal – Carta Maior
Em visita oficial a Porto Príncipe, Dilma Rousseff anuncia saída gradual de militares brasileiros das força de paz da Nações Unidas. Retirada, decidida pelo Conselho de Segurança da ONU, começa em março mas só deve ser concluída em cinco anos. Segundo ela, Brasil tem compromisso com desenvolvimento haitiano e vai mobilizar empresários para investir no país.
Porto Príncipe – O Brasil começa em março a retirar parte das tropas que mantém no Haiti desde 2004 e compõem forças de paz das Nações Unidas, a Minustah. E criará um fórum de empresários para analisar oportunidades de investimento na economia haitiana. Esse é o saldo da viagem que a presidenta Dilma Rousseff fez ao país caribenho nesta quarta-feira (1), depois de visita a Cuba.
A primeira etapa de retirada das tropas vai repatriar 288 militares brasileiros que reforçaram a missão depois do terremoto que devastou o país em janeiro de 2010.
A redução do contingente - não só do Brasil, mas da Minustah em geral - foi aprovada no ano passado pelo Conselho de Segurança da Nações Unidas, numa proposta feita à ONU por Estados Unidos e Canadá, segundo fonte do governo que participou da visita de Dilma.
“[A redução] Reflete a nova situação de segurança e estabilidade no Haiti”, disse Dilma, em declaração oficial ao lado do presidente haitiano, Michel Martelly, depois de reunião entre ambos durante a parte da manhã no Palácio Nacional, sede do governo local.
À tarde, Dilma foi até o quartel-general das tropas brasileiras, para conhecê-las. Em discurso para cerca de 300 militares, ela prestou homenagem aos que morreram no trágico terremoto. Disse que o Brasil acredita no diálogo como instrumento de construção da paz e que respeita a soberania alheia.
Pouco antes, Martelly também havia se dirigido ao batalhão para agradecê-lo, mas disse também que espera um dia falar apenas para militares de seu próprio país.
Para Dilma, embora ainda tenha desafios, o Haiti começa a mostrar “avanços nas instituições e na infra-estrutura” e “qualidade” democrática, o que dá segurança para que a ONU já possa deixar os haitianos governarem e decidirem seu futuro sozinhos.
Uma comissão mista, formada por Haiti e ONU, será criada para examinar os efeitos, no longo prazo, da retirada das tropas, que ocorrerá de forma gradual.
A Minustah possui cinco mil homens, dos quais 2,2 mil brasileiros, o maior contingente (18 países participam da frente). Na declaração ao lado de Dilma, Marchelly disse que os dois governos vão trabalhar juntos para construir um calendário de retirada das tropas.
A extinção completa da frente deverá levar pelo menos cinco anos. Segundo a fonte do governo que falou à reportagem, o Brasil, por entendimento da ONU com o governo haitiano, será o último país a se retirar, pois lidera a missão de paz.
Além das tropas militares, existem ainda cerca de três mil policiais, oriundos de 64 países. Estes policiais também vão começar a deixar o Haiti este ano. O Brasil se ofereceu para treinar 100 haitianos para atuar como policiais, numa tentativa de ajudar o país a estruturar sua segurança pública.
Investimentos públicos e privados
A primeira etapa de retirada das tropas vai repatriar 288 militares brasileiros que reforçaram a missão depois do terremoto que devastou o país em janeiro de 2010.
A redução do contingente - não só do Brasil, mas da Minustah em geral - foi aprovada no ano passado pelo Conselho de Segurança da Nações Unidas, numa proposta feita à ONU por Estados Unidos e Canadá, segundo fonte do governo que participou da visita de Dilma.
“[A redução] Reflete a nova situação de segurança e estabilidade no Haiti”, disse Dilma, em declaração oficial ao lado do presidente haitiano, Michel Martelly, depois de reunião entre ambos durante a parte da manhã no Palácio Nacional, sede do governo local.
À tarde, Dilma foi até o quartel-general das tropas brasileiras, para conhecê-las. Em discurso para cerca de 300 militares, ela prestou homenagem aos que morreram no trágico terremoto. Disse que o Brasil acredita no diálogo como instrumento de construção da paz e que respeita a soberania alheia.
Pouco antes, Martelly também havia se dirigido ao batalhão para agradecê-lo, mas disse também que espera um dia falar apenas para militares de seu próprio país.
Para Dilma, embora ainda tenha desafios, o Haiti começa a mostrar “avanços nas instituições e na infra-estrutura” e “qualidade” democrática, o que dá segurança para que a ONU já possa deixar os haitianos governarem e decidirem seu futuro sozinhos.
Uma comissão mista, formada por Haiti e ONU, será criada para examinar os efeitos, no longo prazo, da retirada das tropas, que ocorrerá de forma gradual.
A Minustah possui cinco mil homens, dos quais 2,2 mil brasileiros, o maior contingente (18 países participam da frente). Na declaração ao lado de Dilma, Marchelly disse que os dois governos vão trabalhar juntos para construir um calendário de retirada das tropas.
A extinção completa da frente deverá levar pelo menos cinco anos. Segundo a fonte do governo que falou à reportagem, o Brasil, por entendimento da ONU com o governo haitiano, será o último país a se retirar, pois lidera a missão de paz.
Além das tropas militares, existem ainda cerca de três mil policiais, oriundos de 64 países. Estes policiais também vão começar a deixar o Haiti este ano. O Brasil se ofereceu para treinar 100 haitianos para atuar como policiais, numa tentativa de ajudar o país a estruturar sua segurança pública.
Investimentos públicos e privados
Ao mesmo tempo em que formalizou o início da retirada das tropas, Dilma aproveitou a declaração com Martelly para, nas palavras dela, reafirmar o “compromisso do Brasil com o processo de desenvolvimento do Haiti”.
Por isso, ela destacou o apoio e os investimentos que o Brasil já faz no país, em áreas como geração de energia, reconstrução de estradas, produção da agricultura familiar e consolidação de uma rede hospitalar – esta em parceria com Cuba.
Além disso, Dilma disse que o governo ajudará a organizar um fórum de empresários para examinar possibilidades de negócio no Haiti. Segundo ela, esse tipo de incentivo é particularmente importante agora.
“Na atual crise econômica mundial, países mais vulneráveis necessitam de atenção redobrada, sob pena de serem ainda mais injustamente castigados”, afirmou Dilma. “Não podemos permitir que seja interrompida a trajetória de recuperação do Haiti, em parte obtida à custa dos duros esforços com reconstrução que levou ao crescimento de 6% em 2011.”
Na reunião que tiveram, Michel Martelly pediu mesmo que o Brasil ajude a levar mais dinheiro e investimentos ao país, como falou abertamente na declaração ao lado de Dilma.
Segundo ele, o Haiti pode ser uma plataforma exportadora interessante para indústrias brasileiras, como as do ramo têxtil, que poderiam vender aos EUA com vantagens alfandegárias.
Mencionando a relação de Dilma com a Petrobras – ela já foi presidente do conselho da petroleira -, e pediu que a estatal invista na produçào de etanol e biodiesel no Haiti.
Também pediu que o Brasil ajude a estrutura um programa de combate à fome, nols moldes do extinto Fome Zero, proposta para a qual Dilma deu sinal verde.
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