VOA, Washington
Crítico da governação do MPLA, no poder desde 1975, Chivukuvuku diz não ser possível "continuar com uma meia democracia".
O líder da coligação eleitoral Convergência Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE), Abel Chivukuvuku, acusou hoje em Luanda o partido no poder, MPLA, e o Presidente José Eduardo dos Santos de não serem democratas.
"Não se faz democracia sem democratas. Infelizmente para Angola o MPLA não é um partido democrático, o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, não é um democrata e ele foi suficientemente honesto que em várias ocasiões o disse. Numa visita ao Namibe (província) disse ao país que a democracia foi imposta, portanto não acredita. Ninguém vai fazer uma coisa em que não acredita", frisou.
Chivukuvuku, que falava em conferência de imprensa, na apresentação dos Princípios Estruturais para um Programa de Governo, prometeu que em caso de vitória nas eleições gerais de 31 de agosto, "Angola e os angolanos vão ganhar uma verdadeira mudança".
Assentes em oito capítulos, os Princípios Estruturais para um Programa de Governo vão a partir do final deste mês ser apresentados em conferências distribuídas pelo país, para recolherem dos eleitores ideias para um programa de governação.
"Temos que estruturar um país em que os governantes aceitem serem meros gestores temporários indicados pelos cidadãos para gerir os recursos que são de todos os cidadãos em benefício dos cidadãos", defendeu.
Crítico da governação do MPLA, no poder desde a independência em 1975, Abel Chivukuvuku diz não ser possível "continuar com uma meia democracia".
Antes da conferência de imprensa, Abel Chivukuvuku, acompanhado de alguns vice-presidentes da coligação, depositou no Tribunal Constitucional o processo relativo às candidaturas pelo círculo nacional e os 18 círculos provinciais, tornando-se a terceira formação política a apresentar candidaturas.
A apresentação dos processos de candidaturas decorre até ao próximo dia 19, e antes da CASA-CE apenas dois partidos, o Socialista Angolano (PSA) e o Republicano de Angola (PREA) o fizeram.
A UNITA, segundo maior partido da oposição fará a entrega na quarta-feira desconhecendo-se ainda a data em que o MPLA apresentará as suas listas.
Para participar nas eleições gerais de 31 de agosto, os 77 partidos e sete coligações com inscrição regularizada têm obrigatoriamente de apresentar um mínimo de 15 mil assinaturas, incluindo 500 por cada uma das 18 províncias.
As próximas eleições gerais serão as primeiras que decorrerão segundo as novas regras ditadas pela Constituição angolana, promulgada em 2010.
Assim, os cargos de Presidente e Vice-presidente deixam de ser eleitos diretamente, sendo preenchidos pelos candidatos que figurarem no primeiro e segundo lugar da lista do partido ou coligação mais votado concorrente pelo círculo nacional.
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