domingo, 7 de outubro de 2012

Milhares de manifestantes em 50 cidades espanholas protestaram contra austeridade

 

i online - Lusa, com foto
 
Milhares de pessoas manifestaram-se hoje em mais de 50 cidades espanholas para defender as reivindicações da Cimeira Social, onde foi decidida uma greve geral para novembro se o Governo não submeter as medidas de austeridade à consulta popular.
 
As manifestações repetiram-se por todo o país para protestar contra a política económica do Governo e contra a proposta de Orçamento do Estado para 2013 que, segundo a plataforma, "está ao serviço da banca".
 
Em Madrid a manifestação decorreu entre a praça de Legazpi e a estação de Atocha e contou com a participação de cerca de 72.000 pessoas.
 
Pouco antes do início do protesto, os secretários gerais das duas centrais sindicais espanholas (CCOO e UGT), Ignacio Toxo e Cándido Méndez, afirmaram que a convocatória de uma greve geral depende do Governo, porque é ele que tem nas suas mãos as propostas para o Orçamento do Estado do próximo ano.
 
Méndez referiu que os sindicatos "insistiram até à exaustão" para que se consulte os cidadãos sobre o caminho escolhido para sair da crise, que considerou ser "um caminho de perdição".
 
Toxo exigiu que seja convocado um referendo sobre os cortes anunciados antes que a situação social se torne "explosiva e insustentável".
 
Segundo o líder da CCOO, os sindicatos espanhóis vão propor à Confederação Europeia de Sindicatos (CES), na reunião de dia 16, a realização de uma "jornada de ação europeia".
 
As manifestações de hoje em Espanha coincidiram com a Jornada Mundial pelo Trabalho Digno, que este ano tem como lema "Juventude sem emprego, sociedade sem futuro".
 
Em Barcelona vários milhares de pessoas manifestaram-se contra as políticas de austeridade.
 
Nas oito capitais das províncias de Castela e Leão, milhares de pessoas protestaram contra os cortes do Governo e reclamaram uma greve geral em novembro.
 
A manifestação de Múrcia juntou cerca de 5.000 pessoas.
 
Em Vitória e Bilbao, no país basco, centenas de pessoas desfilaram pelo centro das cidades empunhando cartazes com frases como "Contra os cortes greve geral" e "Onde estão? Não se vêm os empregos do PP".
 
Em Pamplona juntaram-se organizações coletivas como o sindicato dos estudantes e o Conselho da Juventude, que defenderam a alteração "profunda" das políticas económicas.
Nas principais cidades das Canárias manifestaram-se várias centenas de pessoas que reivindicaram "uma mudança radical" nas políticas do Governo.
 
A manifestação de Gijón, nas Astúrias, terminou com a leitura de um manifesto em que é denunciada a "falta de transparência" e o "ocultismo deliberado" das medidas do executivo.
 
As capitais andaluzas também foram palco de protestos que juntaram milhares de pessoas contra as medidas de austeridade.
 
Na Galiza as manifestações realizam-se segunda-feira porque as autoridades provinciais não as autorizaram para hoje, alegando que coincidiam com a campanha eleitoral.
 
Além da CCOO e da UGT, integram a Cimeira Social mais de 150 organizações, nomeadamente o sindicato de trabalhadores da função pública (CSI-F), a União Sindical Operária (USO) e associações de educação, saúde e imigração.
 

Sem comentários:

Mais lidas da semana