Liberal (cv)
Mais de duas
décadas depois da instauração democrática, o ditador que, com mão de ferro,
mandou perseguir milhares de cabo-verdianos – e que nunca se retratou disso,
nem foi julgado pelos seus crimes -, é agora apresentado como um paladino da
democracia e da liberdade
Praia, 9 janeiro
2013 – Pedro Pires, o homem de chefiou a ditadura de 15 anos de partido único,
vai aos Estados Unidos da América (EUA) falar da “transição democrática” em
Cabo Verde. Pires, que se fez eleger Presidente da República de forma
fraudulenta, participa numa conferência no Wellesley College, de Massachusetts,
a ter lugar na próxima sexta-feira, 11.
A participação de
Pedro Pires no evento, ao que Liberal apurou, está a contar com os bons
préstimos do Consulado Geral, em Boston, que se tem encarregado de toda a
assessoria de imprensa e de contactos com elementos da comunidade
cabo-verdiana, tendo em vista a sua participação.
Não deixa de ser
irónico que, 22 anos depois da instauração democrática, o ditador que, com mão
de ferro, mandou perseguir milhares de cabo-verdianos – e que nunca se retratou
disso, nem foi julgado pelos seus crimes -, seja agora apresentado como um
paladino da democracia e da liberdade.
O “Comandante de
Brigada”, do qual não se conhece nenhum feito em combate, tem sido beneficiário
de uma autêntica campanha de branqueamento que procura esconder o seu lado
negro de perseguidor implacável de adversários políticos, de instigador de
“tribunais populares” e inspirador das torturas e prisões arbitrárias cometidas
pela polícia política da ditadura, precisamente igual aos métodos seguidos
pelos esbirros da PIDE de Salazar e Caetano.
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