José Manuel Silva
exemplificou com a hepatite C, afirmando que os medicamentos estão a ser usados
de forma diferente consoante os hospitais
Dinheiro Vivo –
foto Jorge Carmona
O bastonário da
Ordem dos Médicos denunciou que há situações de clínicos que estão a ser
proibidos de prescrever os medicamentos que consideram adequados para os seus
doentes.
"Há médicos
que estão, neste momento, a ser proibidos de prescrever aquilo que acham que
devem para os doentes. Isso é, obviamente, inaceitável. Devemos combater as
situações de discriminação", declarou José Manuel Silva na quarta-feira à
noite num debate promovido pela Ordem dos Médicos sobre racionamento e
racionalização de medicamentos.
O bastonário deu o
exemplo da hepatite C, relatando que os novos medicamentos antivirais estão a
ser usados de forma diferente consoante os hospitais, havendo algumas unidades
que não estão a permitir a sua utilização.
Tratam-se, segundo
o bastonário, de fármacos que aumentam a taxa de cura da hepatite C em 30 % a
40 % e que foram aprovados com rapidez pela Agência Europeia do Medicamento
devido ao seu "espectacular benefício na terapêutica" da doença.
Também o presidente
da Associação Portuguesa de Bioética lamentou que haja em Portugal
"hospitais com políticas diferentes" no que se refere ao acesso aos
medicamentos.
"Não podemos
permitir que dois hospitais separados por uma rua tenham políticas diferentes.
Um dá um medicamento num determinado cancro e o outro não dá. Mas afinal quem é
que manda neste país?", insurgiu-se Rui Nunes, que tem contestado o
parecer do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida sobre
racionamento de medicamentos.
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