Jornal de Notícias
O ex-presidente da
República Mário Soares considera que a "indignação pode tornar-se
violenta", caso o Governo se recuse a ouvir e a agir "como se nada se
tivesse passado".
"Ficará o
Governo a gozar do silêncio, como fez em 2 de março [dia de
protestos em dezenas de cidades em Portugal e no estrangeiro]? Não creio
que a sua vergonha vá tão longe. Porque, se assim for, a indignação pode
tornar-se violenta", refere Mário Soares num artigo de opinião publicado
no "Diário de Notícias", esta terça-feira.
O antigo presidente
da República acrescenta que não gostaria nada que tal acontecesse. "Mas
quem não ouve e não tem controlo, como o Governo, sujeita-se a tudo", diz.
Mário Soares afirma
que "os portugueses não vão esquecer-se, por muito tempo, do 2 de março,
um misto de profunda tristeza e enorme desespero", e recorda que o Governo
"recusa-se a ouvir os seus compatriotas, sem dizer uma palavra, como se
nada se tivesse passado".
O presidente da
Fundação Mário Soares lembra ainda que, além de agir "sem ter em conta a
sua [do povo] voz", o Governo não ouve "sequer a [voz] do Presidente
da República".
No mesmo artigo de
opinião, Mário Soares critica ainda o Governo de ser um "fiel da
austeridade" e de ignorar "a recessão e o flagelo do desemprego, ao
contrário do que prometeu na campanha eleitoral".
Mário Soares
considera também que as previsões económicas do executivo, que "têm sempre
sido revistas em baixa", "vão continuar a falhar em 2013".
"Se o Governo não cair antes, como espero", afirma.
Sem comentários:
Enviar um comentário