Coque Mukuta – Voz da
América
A pesquisadora da
organização de direitos humanos Human Rights Watch, Liza Rimli, foi brevemente
detida e impedida de trabalhar em Cacuaco
Rimli encontra-se a
investigar alegada violência da polícia contra vendedoras de rua ( as
“zungueiras), o desalojamento forçado de pessoas e a destruição das suas casas
e ainda o desaparecimento de dois activistas Alves Kamolingue e Isaías Cassule.
Segundo Rimli, o impedimento de exercer o seu trabalho deu-se quando tentava
entrevistar várias vendedoras num pequeno mercado, no bairro da Kaop Velha, em
Cacuaco junto á zona do Mayombe onde recentemente se deram muitos
desalojamentos forçados
Liza Rimli disse ainda que foi transportada como se fosse uma criminosa.
“Viemos de lá escoltados por bombeiros por um carro de civis, por um carro de
polícias com sirenes ligados, um espectáculo, como se estivessem a transportar
um perigoso criminoso que acabaram de apanhar,” disse acrescentando ainda que
não vai desistir do seu trabalho.
A investigadora para os direitos humanos disse a Voz da América que os agentes
que a prenderam acusaram-na de ser “reincidente” por ser a segunda vez
que ela é encontrada a fazer entrevistas.
“É de facto a segunda vez a sermos impedidos por agentes à civil penso serem
elementos do SINFU e outros elementos do estado que ficam aqui para verem quem
entra e quem sai,” disse.
Segundo a pesquisadora, os oficiais do Comando Municipal de Cacuaco, onde teria
estado detida por mais de uma hora, informaram-na que a sua detenção visou
garantir a sua própria segurança já que ela não tinha comunicado
antecipadamente às autoridades policiais a sua visita à zona da Kaop-Velha,
onde foram realojados as vítimas das demolições de Fevereiro.
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