Público
Críticas do
constitucionalista à actuação do Presidente após as legislativas de 2009 e na
actual situação.
O
constitucionalista Jorge Miranda considera que o Presidente da República é
“largamente responsável” pela falta de consenso entre os partidos políticos
portugueses, sobretudo entre o PSD e o PS.
“Custa-me dizer
isto, mas o Presidente da República é largamente responsável por não haver
consenso”, disse numa entrevista, este sábado, à rádio Antena 1 e ao jornal Diário
Económico.
Jorge Miranda
critica o comportamento de Cavaco Silva após as eleições legislativas de 2009,
ganhas pelo PS com maioria relativa, e a forma como tem actuado na crise
actual.
“Não vi, nem
ninguém viu, esforço de aproximação entre os partidos”, disse,
referindo-se ao modo como o Presidente agiu após as eleições que
conduziram à formação do segundo governo de José Sócrates. "A crise já
estava instalada" e "não havia condições para a nomeação" de um
governo minoritário, acrescentou.
Agora, Miranda
esperaria que, para enfrentar o problema orçamental, Cavaco se esforçasse para
que houvesse uma “aproximação entre o Governo e o Partido Socialista”. O
Presidente devia ter "envidado esforços muito significativos na procura de
compromissos", considera.
O
constitucionalista critica igualmente o discurso do Presidente da República na
sessão solene do 25 de Abril, na Assembleia da República. Foi, em seu entender,
“negativo, sem nenhuma réstia de esperança”.
João Ribeiro acusa Cavaco de “não
estar a interpretar correctamente a situação social, económica e política do
país”
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