Público
Dirigente
socialista remeteu mais comentários sobre intervenção do Presidente no 25 de
Abril para o congresso do PS, que arranca nesta sexta-feira em Santa Maria da
Feira.
O secretário-geral
do PS, António José Seguro, considera que “em vez de unir, o Presidente
dividiu" o país com o discurso que proferiu na quinta-feira na Assembleia
da República nas comemorações oficiais do 25 de Abril. A crítica é conhecida no
dia em que arranca o XIX Congresso Nacional do PS, no qual Seguro deverá
regressar ao tema.
"Com o
discurso de hoje [quinta-feira] o Presidente agravou as divisões existentes no
país e comprometeu a posição de neutralidade que se espera do mais alto
magistrado da nação. Em vez de unir, o Presidente dividiu". A frase foi
dita por Seguro durante uma entrevista ao Expresso, a publicar na edição
de sábado daquele semanário.
Ainda na
quinta-feira, numa conferência de imprensa conjunta com responsáveis do Partido
Socialista Europeu, em Lisboa, o dirigente socialista tinha indicado que no
encontro do PS, que decorre até domingo em Santa Maria da Feira, haverá lugar à
discussão sobre “as consequências políticas” dodiscurso do Presidente
da República na sessão solene do 39.º aniversário da revolução de
Abril.
No discurso de
quinta-feira, Cavaco
Silva pediu consensos e deixou um aviso implícito ao PS: “Se se
persistir numa versão imediatista, se prevalecer uma lógica de crispação
política em torno de questões que pouco dizem aos portugueses, de nada valerá
ganhar ou perder eleições, de nada valerá integrar o governo ou estar na
oposição”. O Presidente insistiu que a “conflitualidade permanente e a ausência
de consensos irão penalizar os próprios agentes políticos, mas, acima de tudo,
irão afectar gravemente o interesse nacional”.
Questionado sobre
os reparos deixados por Cavaco Silva, Seguro remeteu para a reacção
do líder parlamentar do PS. Ainda na Assembleia da República, onde
decorreram as cerimónias, Carlos Zorrinho concluiu que o chefe de Estado “fez
um discurso de cariz claramente partidário e apadrinhou a política de
austeridade do Governo”.
Zorrinho acusou
Cavaco Silva de ter falhado uma possível intenção de “promover o consenso”, ao
ter uma intervenção “marcadamente partidária e de apadrinhamento da política do
Governo”.
Sob o lema “É tempo
de mudar”, mais de 1800
delegados socialistas reúnem-se em congresso entre esta sexta-feira e
domingo. Na reunião magna do PS é certa a reeleição de Maria de Belém no cargo
de presidente do partido. É a única candidata ao lugar.
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