sexta-feira, 26 de abril de 2013

Moçambique: INSENSÍVEL




Verdade (mz) - Editorial

Mido Macia morreu de forma cruel, bruta, torpe e vil, mas não nos lembramos de uma mensagem de condolências à família, do Chefe de Estado, pelo desaparecimento físico do único garante da sua sobrevivência. Também morreu um chapeiro no T3 fruto da acção perniciosa da Polícia da República de Moçambique e o Presidente da República de Moçambique permaneceu quedo e mudo.

Uma análise isenta manda dizer que não é obrigação do PR pronunciar-se em situações desta natureza. Em nenhuma cartilha de governação está escrito que Guebuza devia prestar apoio moral às famílias das vítimas.

Aliás, o Governo não se circunscreve à figura do Chefe de Estado. E seria, da nossa parte, absurdo afirmar que o Executivo liderado por Guebuza não se fez representar. Afirmá-lo, assim sem reservas, seria o mesmo que abraçar de forma eloquente a insensatez. Algo que, diga-se, não é nosso objectivo.

Ao longo da semana morreram dois ícones da música moçambicana, dois redutos da nossa história: Mhula e Lídia Mate. O Presidente da República, mais uma vez, não se pronunciou. Não que seja obrigado, mas julgamos – ainda no campo da moral – que estes dois embondeiros da nossa cultura mereciam uma palavra de apreço pelo que deram ao país e ao mundo.

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