Verdade (mz) - Editorial
Mido Macia morreu
de forma cruel, bruta, torpe e vil, mas não nos lembramos de uma mensagem de
condolências à família, do Chefe de Estado, pelo desaparecimento físico do
único garante da sua sobrevivência. Também morreu um chapeiro no T3 fruto da
acção perniciosa da Polícia da República de Moçambique e o Presidente da
República de Moçambique permaneceu quedo e mudo.
Uma análise isenta
manda dizer que não é obrigação do PR pronunciar-se em situações desta
natureza. Em nenhuma cartilha de governação está escrito que Guebuza devia
prestar apoio moral às famílias das vítimas.
Aliás, o Governo
não se circunscreve à figura do Chefe de Estado. E seria, da nossa parte,
absurdo afirmar que o Executivo liderado por Guebuza não se fez representar.
Afirmá-lo, assim sem reservas, seria o mesmo que abraçar de forma eloquente a
insensatez. Algo que, diga-se, não é nosso objectivo.
Ao longo da semana
morreram dois ícones da música moçambicana, dois redutos da nossa história:
Mhula e Lídia Mate. O Presidente da República, mais uma vez, não se pronunciou.
Não que seja obrigado, mas julgamos – ainda no campo da moral – que estes dois
embondeiros da nossa cultura mereciam uma palavra de apreço pelo que deram ao
país e ao mundo.
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