Balneário Público
O verão trouxe a
modorra a Portugal. O que aconteceu e acontece de maior impacto em Portugal são
os bombeiros a morrer que nem tordos. Já lá vão oito (8). A maioria jovens.
Muitos jovens. Rapazes e raparigas. Daqueles que andavam a pensar se o melhor
não seria emigrar porque este país está sem futuro quando se olha para o
horizonte. As brumas da memória Pátria só mostram resquícios de um sorriso
despedaçado que pertenceu a um longínquo Abril de esperança, de liberdade, de
justiça, de democracia… Oh, mas isso foi felicidade que aniquilaram a partir do
momento em que por obra do diabo um maloio Cavaco se sentou na cadeira de
primeiro-ministro (e nem sequer caiu dela como Salazar). Foi aí que tudo
começou a desbotar das cores garridas, alegres, felizes, para o cinzento a que
sempre teimaram a chamar laranja (do PSD). Depois o vermelho (do PS) desbotou
tanto que ficou rosa. E agora também já é cinzento, desde há alguns tempos
inseguros, que datam do momento em que perderam os socialistas. Houve até os
que falaram de “terceira via”, como Blair, Guterres… Terceira via para o quê?
Para o neoliberalismo? Ora, já cá estamos. Para um novo calendário de regimes
fascistas? Ora, estamos quase lá. Perguntam os portugueses “para que fizemos o
25 de Abril” (1974)? “Para isto?” Querem saber. Vão ficar a saber o mesmo
porque são muitos os portugueses votantes que entregaram de bandeja o país à
governança de Cavaco por quase três mandatos. Foi um fartar vilanagem. E, a
modos que como as bestas, lá vieram votando sempre nos mesmos. Uma festança. Um
arraial, com arco e tudo. Os do “arco da governação”. CDS-PSD-PS. Até se
esqueceram do horribilis Cavaco em PM por mais de dez anos – e da fome e
miséria semeada – para depois o levar a cavalgar a Presidência da República, o
governo e a maioria. Cumprindo-se assim o anseio do domínio absoluto. Do poder
absoluto. Do dar aos ricos e roubar aos outros, à maioria. Maioria de cabeças
estouvadas que ingeriram maléficas loas de um conjunto de aldrabões que somente
tinham e têm por objectivo fornecer carne fresca ao esclavagismo em progressão.
E quem se render passa fome, perde habitação, perde tudo. Até a dignidade.
Os estouvados votaram por via das loas. E agora vê-se suas ossaturas na
elegância semelhante à de reputados(as) modelos subalimentados mas que
classificam de beleza. Anda tudo, ou quase tudo, a fumar charros e nos snifes
de vapores etílicos? Parece que sim. Estouvados. Mal é que os que não se
deixaram ir nas loas também estão a pagar muito caro o que os estouvados
decidiram. Só ainda não perderam a dignidade e quase lhes apetece dizer que o
que está a acontecer aos estouvados é muito bem feito. Mas não é. Melhor será
que deixem de ser estouvados e de nem sequer se queixarem de terem votado como
votaram. Há sempre modo de recuperar o país, o povo, a liberdade, a democracia,
a justiça, o 25 de Abril, etc. É só querermos.
Leia mais em Balneário
Público
Sem comentários:
Enviar um comentário