Avante!: Jerónimo
de Sousa contra “política de rapina” do Governo
O secretário-geral
do PCP criticou hoje a "política de rapina" do Governo da maioria
PSD/CDS-PP, que faz da Constituição da República Portuguesa "bode
expiatório", sem deixar de fora o PS porque abriu caminho ao "pacto
de agressão".
"É evidente
que lançam o barro à parede. Exigem tudo para conseguir sempre muito. Este
fatiar sistemático e implacável, quer dos rendimentos do trabalho, que dos seus
direitos, é a institucionalização de uma descarada política de rapina e de
exploração do trabalho, que tem de ser travada e revertida", afirmou
Jerónimo de Sousa, no encerramento da 37.ª Festa do "Avante!", no
Seixal, relativamente aos cortes anunciados na despesa do Estado.
O líder comunista,
num discurso de cerca de uma hora, perante uma plateia de várias dezenas de
milhares de pessoas, no palco 25 de Abril da Quinta da Atalaia, condenou o
anúncio do executivo de Passos Coelho e Portas de "um novo ciclo, uma
viragem na ação do Governo" por se passarem a "apresentar-se como os
mais paladinos defensores do crescimento económico e do emprego".
"É preciso
dizer com total clareza que não aceitamos que, em nome da crise, se possa
invocar o direito de não cumprir a Constituição. Tal como não se pode aceitar
que, em nome da obediência à 'troika', se possa instalar uma espécie de 'estado
de sítio' não declarado ao país", continuou, referindo-se aos dois mais
recentes 'chumbos' do Tribunal Constitucional.
O deputado do PCP
classificou outro ano de funções do executivo, o segundo, como "uma
governação de destruição e desastre nacional", na "aplicação do pacto
de agressão de ruína do país e da vida dos portugueses que o PS e os partidos
do atual Governo concertaram com o Fundo Monetário Internacional, União
Europeia e Banco Central Europeu ['troika'], à revelia do povo".
"Têm muitas
contas a prestar aos portugueses por esta sua errada e ilegítima decisão",
afirmou, destacando que "21% da população portuguesa está a viver abaixo
do limiar da pobreza", e que o Governo conta "com a conivência e apoio
do PS em aspetos centrais".
Para o líder
comunista, "é preciso dizer 'basta' à política da mentira e do
cinismo".
"Pela mão dos
governos do PS e de Sócrates já se desbravava o que o pacto de agressão veio
consolidar (ataque às autarquias, escola pública, Serviço Nacional de Saúde,
despedimentos e congelamento de salários na Função Pública) e que Passos
(Coelho) e (Paulo) Portas se encarregaram de intensificar", considerou.
Jerónimo de Sousa
não admite que "o PS, agora que se avizinham eleições, venha encher o ar
de palavras contra o atual Governo quando, de facto, desenhou e caucionou a
ofensiva em curso".
HPG // MSF - Lusa
Avante!: Jerónimo
pede a Passos para deixar “lamúrias” e “falar verdade”
O secretário-geral
do PCP insistiu hoje para o primeiro-ministro do Governo maioritário PSD/CDS-PP
colocar de parte as "lamúrias" e "falar verdade" aos
portugueses sobre futuros cortes na despesa do Estado.
"Tendo em
conta as eleições de dia 29 (autárquicas), (o Governo) não concretiza qual é o
mal que vai fazer aos reformados e pensionistas, se é corte, se é taxa. Vai
fazer um novo assalto às reformas e pensões. O que entende desse guião do FMI
que pretende uma nova ofensiva no plano laboral", lamentou Jerónimo de
Sousa.
O líder comunista
acusou mesmo Passos Coelho de não estar a "falar verdade", ficando-se
por "meia-verdade".
"Não tem de se
queixar. Deixe-se de lamúrias e diga a verdade ao povo português", exortou
o líder comunista, na Festa do "Avante!", no Seixal.
Para Jerónimo de
Sousa, trata-se de "um Governo que ultimamente vem anunciando que se inverteu
a crise, a recessão, o número de desempregados, sabendo que são meros sinais
que resultam de uma conjuntura", exemplificando com o caso de números
dados como positivos em termos de evolução económica, no caso das exportações,
uma vez que "junho teve 19 dias úteis e julho teve 23... e o país continua
em recessão".
O líder do PSD
acusou hoje a oposição de "esperteza saloia" numa tentativa de ganhar
votos e criticou mesmo o PS por marcar a reabertura parlamentar com a exigência
de baixa de impostos, afirmando haver boas razões para que alguns analistas de
mercado pensem que "volta o desatino e a insustentabilidade" no dia
em que a ‘troika' sair de Portugal.
Relativamente a
nova decisão do Tribunal Constitucional favorável à elegibilidade de candidatos
autárquicos com mais de três mandatos, no caso de freguesias agregadas, o
secretário-geral comunista rejeitou qualquer necessidade de legislação sobre o
assunto.
"Não
consideramos necessária qualquer clarificação. Desde sempre rejeitámos e há as
decisões do TC que correspondem a esse sentido de fazer prevalecer o direito
fundamental em vez da restrição. A melhor forma de julgar a obra não é por
decreto, mas pelo voto das populações", afirmou, criticando, sobretudo o
BE pelas iniciativas de impugnação, com intuitos "reacionários,
protofascistas".
Para o PCP, o
objetivo para as eleições autárquicas, "sem traçar metas concretas, é
obter mais mandatos e mais votos", com a "honestidade",
"trabalho" e "competência" da CDU, que congrega ainda
"Verdes" e Intervenção Democrática
Ao todo, a CDU
concorre em 301 dos 308 municípios, no Continente, Madeira e 12 dos 19
açorianos, estando presente em 2.459 freguesias, mais 186 do que em 2009.
Jerónimo de Sousa
reforçou ainda que "mais de 35 por cento de candidatos são independentes"
das forças políticas que constituem a CDU.
HPG // VM - Lusa
Foto: Miguel A.
Lopes - Lusa
Título PG
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