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Embora admitam
algumas dificuldades, autoridades guineenses dizem que o país está menos
permeável à entrada de drogas, sobretudo da América Latina. Dados que
contrariam a informação avançada no último relatório da ONU.
Segundo as
autoridades judiciais da Guiné-Bissau, a chegada de droga ao país proveniente
da América Latina e com destino à Europa e à América Central tem diminuído
bastante nos últimos anos.
Os dados avançados
pelas autoridades contrastam com os números publicados no último relatório do
secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon. De acordo
com o documento, o tráfico de droga e o crime organizado aumentou substancialmente
na Guiné-Bissau desde o o golpe militar de 2012.
Apesar de
reconhecer algumas dificuldades no combate ao narcotráfico devido aos bloqueios
internos, o Procurador-Geral da República, Abdú Mané, admite também que houve
uma redução dessa atividade no território guineense.
"Relativa
diminuição" do narcotráfico
"A
Guiné-Bissau está a cumprir aquilo que acordou com a comunidade internacional:
o combate ao narcotráfico", declara Abdú Mané. Diz que é visível uma
"relativa diminuição" do tráfico de droga em território nacional e
acrescenta que "estão empenhados a continuar este combate" apesar dos
meios serem "escassos".
O Procurador-Geral
da República afirma que vão existir sempre bloqueios, mas que "em nome da
honra do país tem que se avançar com estes processos".
Esta semana foram
destruídos 4,4 quilos de cocaína apreendida pela Polícia Judiciária guineense,
entre os dias 30 de março e 28 de agosto, no Aeroporto internacional Osvaldo
Vieira, em Bissau. Uma cidadã cabo-verdiana, um maliano, dois cidadãos da
Nigéria e diversos oriundos da Serra-Leoa foram os traficantes identificados na
introdução desta remessa de cocaína no país.
Daí que Armando Na
Montche, diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ) da Guiné-Bissau, declare
tolerância zero contra criminosos nos próximos meses.
"Desde tráfico
de droga, a outros crimes internacionais ou crimes comuns", nada será
tolerado, afirma. Juntamente com outras forças de defesa, diz o diretor da PJ
que têm que trabalhar para que "os cidadãos possam sentir-se
tranquilos".
Criminosos têm mais
meios que a polícia
Sabendo que
qualquer solução para a instabilidade crónica na Guiné-Bissau deve incluir
ações concretas para combater a impunidade, Abdú Mané aponta a falta de meios
como principal entrave.
"Não podemos
estar a pedir meios aos criminosos para poder combater os criminosos!",
exclama. Diz que é o Governo que tem que garantir esses recursos, mas assume
que em muito dos casos, "é uma luta desigual", pois "os
criminosos têm meios altamente sofisticados que a polícia não tem",
reitera.
Exemplificando como
a criminalidade tem assumido dimensões alarmantes no país, Mané sublinha que a
PJ e a Guarda Nacional detiveram 13 militares e membros daquela guarda,
suspeitos de envolvimento na morte de um cidadão chinês, baleado a 25 de
setembro, depois de alegadamente ter sido abordado por um grupo de
desconhecidos no leste do país.
"Três
elementos da Guarda Nacional e militares estão a ser ouvidos em Gábu",
conta Abdú Mané, com o objetivo claro de combater a "criminalidade
complexa e altamente organizada".
Segundo fontes citadas
em Bissau, o cidadão chinês fazia parte de um grupo de madeireiros que atua na
região de Bafatá, no extremo leste do país.
Na foto: Cocaína
apreendida no aeroporto internacional Osvaldo Vieira, em Bissau
Autoria: Braima
Darame (Bissau) – Edição: Francisca Bicho / Madalena Sampaio
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1 comentário:
A Guine Bissau é bem claro que é um narco estado o senhor Namontche pode perguntar o seu general presidente Antonio Indjai ele sabe melhor que ninguem quando fazia aterrar aeronaves colombianas nas pistas selvas
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