Artur Queiroz*, Luanda
“Camarada Presidente João Lourenço, não há razões para mexer nos estatutos do partido. Concluirá o seu mandato, mas não terá mais. Em 2026, realizamos o congresso com múltiplas candidaturas e o MPLA será dirigido pelo vencedor. Aproveito a oportunidade para aconselhá-lo a deixar de lado a perseguição aos outros. Somos uma família e devemos amar-nos”. Assino esta declaração mas não é minha. Circula nas redes sociais como sendo uma intervenção de Maria Eugénia Neto, na reunião de sexta-feira no Conselho de Honra do MPLA. Falso. Mentira. A primeira Primeira-Dama de Angola não falou. Nem uma palavra.
Verdade verdadeira é esta declaração de Bento Bento na Lunda Norte: “O congresso do MPLA em Dezembro é o congresso da reflexão”. Reflectir é sempre uma boa ideia e no seio do MPLA impõe-se um reflexão séria sobre as discrepâncias abissais entre os princípios do partido e a governação. Sobretudo a política externa imposta por João Lourenço e acefalamente seguida pelo ministro das Relações Exteriores. As reflexões podem ser feitas ao nível dos secretariados provinciais, não é preciso um congresso extraordinário que tresanda a golpada.
Eu sou um militante adormecido há muitos anos. Às vezes acordo, cumpro esta ou aquela missão e volto a dormir partidariamente. Hoje decidi acordar e vou inscrever-me num comité de acção no Cuanza Sul. Camarada Mara Quiosa, ordene!
O MPLA ganhou as eleições com maioria absoluta. Isso quer dizer que teve mais votos e mandatos do que a Oposição toda junta. Até o Adalberto mentalmente júnior percebe isto. Mas os pedregulhos do grupo parlamentar da UNITA não percebem. E querem subverter a vontade soberana do povo nas assembleias e mesas de voto. A nova composição da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) tem de reflectir a maioria absoluta conquistada pelo MPLA. A UNITA acha que a Oposição deve ter o mesmo número de representantes.
O engenheiro à civil Júnior chamou o Tchiwale e o Numa, fizeram contas de sumir e concluíram que o MPLA só pode ter oito representantes a UNITA cinco, PRS, FNLA e PHA um cada. Claro que o MPLA não aceitou dar de barato a sua maioria absoluta. O assunto foi discutido na Comissão dos Assuntos Jurídicos e Constitucionais e na Comissão de Administração do Estado e Poder Local da Assembleia Nacional. A UNITA foi derrotada. Ninguém aceitou a sua proposta. Levada à votação, os deputados do Galo Negro abandonaram a sala. Como sempre, traem o voto que lhes é confiado e fazem política de cadeiras vazias.
Depois do abandono e da fuga à votação, os pedregulhos do Grupo Parlamentar da UNITA emitiram um comunicado onde reafirmam a sua determinação e empenho “na defesa da Legitimidade Política das urnas e da Legalidade para a consolidação do Estado Democrático de Direito”. À maneira da Jamba, a legalidade e a consolidação da democracia faz-se com cadeiras vazias e fuga às votações. Os sicários da UNITA já estão preparando a cantilena da fraude para as eleições de 2027, nas quais vão ser copiosamente derrotados porque os eleitores perceberam que os deputados eleitos do Galo Negro só servem mesmo para se sentarem à mesa do orçamento de Estado e comerem até rebentar.
Cuba agora é país parceiro do
grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) o que vai ter
reflexos importantes no criminoso bloqueio imposto há décadas pelo estado
terrorista mais perigoso do mundo. Agora mais de metade da população mundial é
parceira da Revolução Cubana. Se o bloqueio continuar, então temos o fracasso
da nova instituição que até vai lançar moeda própria. Lula da Silva já se
colocou do lado dos genocidas, colonialistas e esclavagistas. Caiu no banheiro
e faltou à cimeira na Federação Russa. Mais um que não sabe envelhecer e
resolveu trair tudo e todos. Transformou o BRICS
A democracia custa muito dinheiro mas vale a pena. Baratuchas são as ditaduras. Por isso é importante que os partidos políticos apresentem nas suas listas às eleições, os melhores cidadãos angolanos. Tal só é possível se lhes oferecermos as melhores condições. Temos de lhes dar o melhor. A Assembleia Nacional é a Casa da Democracia. Estão lá os nossos representantes. Os deputados da UNITA ainda não perceberam isso e jamais vão perceber. Porque para eles, as eleições são sempre fraudulentas. Põem em causa a sua legitimidade.
As eleições de 2027 têm de
significar o corte definitivo com essa prática antidemocrática. A UNITA faz
tudo para, eleição atrás de eleição, pôr em causa o regime democrático. O partido
é verdadeiramente uma fraude, sempre consentida e ouvida nos sectores que são
pagos para destruir Angola independente. É altura de acabar com o ciclo de
subversão e traição. A Lei Eleitoral deve ser alterada a tempo e horas. Não
façam como fez a FRELIMO que a alterou em Agosto e as eleições aconteceram
Partidos e candidatos podem denunciar fraudes eleitorais. Mas se os órgãos de Justiça não derem como provadas essas alegações, ficam proibidos de participar nos actos eleitorais seguintes. E pagam coimas pesadas. Não voltam a receber subvenções do Estado. Podem mesmo ser condenados à extinção como são extintos os partidos e coligações que não atingem o número mínimo de votos.
A União Europeia é um antro de
fascistas. É governada pela Internacional Fascista. Não pode mandar
observadores para as nossas eleições. Angola teve fascistas desde 28 de Maio de
1926 até 25 de Abril de 1974. Já tivemos a nossa conta de fascismo. Nenhum país
estrangeiro tem legitimidade nem capacidade para observar as eleições
Nenhum país do mundo tem legitimidade para nos dar lições de democracia, mesmo tendo em conta que João Lourenço anda inclinado para o lado do estado terrorista mais perigoso do mundo. Temos um capital único entre as Nações Livres e Democráticas. Libertámos a Humanidade desse crime hediondo chamado apartheid, na África do Sul. Libertámos Nelson Mandela. Ajudámos a libertar o Zimbabwe e a Namíbia. Julgámos e condenámos os mercenários contratados pela CIA. Ninguém nos dá lições de democracia. Em 2027 não aceitamos observadores estrangeiros, só os nossos. Apenas podem vir convidados que têm de se comportar como convidados. Acabaram as fraudes da UNITA à democracia.
* Jornalista
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