sábado, 19 de outubro de 2013

Brasil ainda espera "explicações" e uma "correção" por espionagem norte-americana

 


Brasília, 19 out - A revelação de que o Brasil foi alvo da espionagem norte-americana causou uma "sombra" na relação entre os dois países, e o país está ainda a aguardar explicações, afirmou o assessor da Presidência para os Assuntos Internacionais.
 
"Estamos na expectativa de que sejam dadas explicações e sejam feitas as correções necessárias", afirmou o ministro Marco Aurélio Garcia, assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República em entrevista concedida ao sítio online brasileiro UOL.
 
O ministro admitiu ainda que a questão pode afetar as negociações em curso sobre o programa de compra milionário de caças militares que o governo brasileiro tem em curso, com fabricantes dos Estados Unidos, França e Suécia.
 
"Há um ruído a mais, mas essa é uma questão que, pela sua importância, cabe efetivamente à comandante em Chefe das Forças Armadas, que é a presidente", afirmou Garcia, a salientar que o maior interesse do Brasil é ter a garantia de que terá o uso soberano dos equipamentos adquiridos.
 
O ministro recusou ainda as críticas em relação ao fato de o Brasil não ter se protegido para ataques cibernéticos desse tipo nos últimos anos, considerando que esse argumento não pode ser utilizado para "relativizar" a gravidade da espionagem.
 
"Vamos admitir que não tivéssemos [o Brasil] tomado todas as providências necessárias para a proteção, isso não pode ser utilizado com um argumento para relativizar a gravidade de termos sido espionados, o governo, a presidente e a Petrobras", enfatizou.
 
Na opinião do ministro, a espionagem, feita sob o protesto de proteção contra o terrorismo, foi feita de maneira "global" e "abrangente", tanto com fins políticos quanto econômicos.
 
"A ideia [dos EUA] é saber tudo, sobre todos", opinou Garcia, a recordar que houve espionagem inclusive da alegação que a delegação brasileira usaria no momento em que tentou negociar a crise entre o Irão e os Estados Unidos, em 2010.
 
FYRO // PJA - Lusa
 

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