sábado, 4 de janeiro de 2014

Moçambique: AS IMPOSIÇÕES DA RENAMO NAS CONVERSAÇÕES

 

O País (mz)
 
Diálogo polÍtico
 
Renamo propõe o nome de Gilles Cistac para dirigir as conversações com José Pacheco. A lista de mediadores estende-se a Matteo Zupi, um importante padre católico que desbloqueou o Acordo de Roma.
 
No caso improvável de o governo moçambicano vir a aceitar a exigência da Renamo, maior partido da oposição no país, de mediadores e observadores moçambicanos e internacionais no diálogo entre ambos, seria necessária uma mesa muito maior.
 
Na última carta sobre a matéria, dirigida ao Presidente da República, Armando Guebuza, datada de 05 do mês em curso, a Renamo propõe um total de 14 mediadores e observadores.
 
Na carta, cuja cópia a AIM teve acesso, a Renamo quer que o diálogo, que insiste em chamar “negociações”, seja mediado pelo constitucionalista moçambicano Gilles Cistac; bispo italiano Matteo Zuppi ; ex-presidente su-africano Thabo Mbeki; e um representante não identificado da União Europeia.
 
A composição - um moçambicano e três mediadores estrangeiros - é, não por coincidência, a mesma da equipa de mediadores nas negociações de paz havidas Roma entre 1990 e 1992.
 
O mediador moçambicano na altura era o reformado arcebispo da Beira, Jaime Gonçalves, e os três estrangeiros eram todos italianos - Mario Raffaelli em representação do governo italiano, Andrea Riccardi e Matteo Zuppi da Comunidade católica Sant’Egidio. Zuppi foi posteriormente promovido ao cargo de bispo auxiliar de Roma.
 
Quanto aos observadores, a Renamo propõe quatro moçambicanos – o bispo anglicano Dinis Sengulane; o proeminente académico e reitor da Universidade Politécnica, Lourenço do Rosário; o ex-reitor da Universidade Eduardo Mondlane, Filipe Couto; e Alice Mabota, a presidente da Liga Moçambicana dos Direitos Humanos.
 
Na lista de propostas, Renamo avança também seis observadores estrangeiros, mas todos são países no lugar de indivíduos - os Estados Unidos, China, Portugal, Cabo Verde, Quénia e Botswana.
 
Desde Setembro, o governo tem vindo a reiterar que não pretende internacionalizar o diálogo com a Renamo, daí discordar da ideia de convidar observadores estrangeiros, muito menos mediadores.
 
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1 comentário:

Jocildomax disse...

A NEGATIVA DE ACEITAR OS MEDIADORES INTERNACIONAIS DEIXA MUITO CLARA A INTENÇÁO DE MATAR OS OPOSITORES, LONGE DOS OLHOS DO MUNDO, MAS INFELIZMENTE, SENHOR PRESIDENTE, O MUNDO EVOLUIU E HOJE NÁO SE PODE FECHAR OS OUVIDOS A UM DIÁLOGO QUE TODOS SABEMOS É FUNDAMENTAL PARA O DESENVOLVIMENTO DESTA GRANDE NAÇÁO A QUAL, MESMO SENDO EXTRANGEIROS A AMAMOS E ROGAMOS A DEUS QUE MUDE O SEU CORAÇÁO E CONTRIBUA PARA A PAZ.

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