O País (mz)
Diálogo polÍtico
Renamo propõe o
nome de Gilles Cistac para dirigir as conversações com José Pacheco. A lista de
mediadores estende-se a Matteo Zupi, um importante padre católico que
desbloqueou o Acordo de Roma.
No caso improvável
de o governo moçambicano vir a aceitar a exigência da Renamo, maior partido da
oposição no país, de mediadores e observadores moçambicanos e internacionais no
diálogo entre ambos, seria necessária uma mesa muito maior.
Na última carta sobre
a matéria, dirigida ao Presidente da República, Armando Guebuza, datada de 05
do mês em curso, a Renamo propõe um total de 14 mediadores e observadores.
Na carta, cuja
cópia a AIM teve acesso, a Renamo quer que o diálogo, que insiste em chamar
“negociações”, seja mediado pelo constitucionalista moçambicano Gilles Cistac;
bispo italiano Matteo Zuppi ; ex-presidente su-africano Thabo Mbeki; e um
representante não identificado da União Europeia.
A composição - um
moçambicano e três mediadores estrangeiros - é, não por coincidência, a mesma
da equipa de mediadores nas negociações de paz havidas Roma entre 1990 e 1992.
O mediador
moçambicano na altura era o reformado arcebispo da Beira, Jaime Gonçalves, e os
três estrangeiros eram todos italianos - Mario Raffaelli em representação do
governo italiano, Andrea Riccardi e Matteo Zuppi da Comunidade católica
Sant’Egidio. Zuppi foi posteriormente promovido ao cargo de bispo auxiliar de
Roma.
Quanto aos
observadores, a Renamo propõe quatro moçambicanos – o bispo anglicano Dinis
Sengulane; o proeminente académico e reitor da Universidade Politécnica,
Lourenço do Rosário; o ex-reitor da Universidade Eduardo Mondlane, Filipe
Couto; e Alice Mabota, a presidente da Liga Moçambicana dos Direitos Humanos.
Na lista de propostas,
Renamo avança também seis observadores estrangeiros, mas todos são países no
lugar de indivíduos - os Estados Unidos, China, Portugal, Cabo Verde, Quénia e
Botswana.
Desde Setembro, o
governo tem vindo a reiterar que não pretende internacionalizar o diálogo com a
Renamo, daí discordar da ideia de convidar observadores estrangeiros, muito
menos mediadores.
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1 comentário:
A NEGATIVA DE ACEITAR OS MEDIADORES INTERNACIONAIS DEIXA MUITO CLARA A INTENÇÁO DE MATAR OS OPOSITORES, LONGE DOS OLHOS DO MUNDO, MAS INFELIZMENTE, SENHOR PRESIDENTE, O MUNDO EVOLUIU E HOJE NÁO SE PODE FECHAR OS OUVIDOS A UM DIÁLOGO QUE TODOS SABEMOS É FUNDAMENTAL PARA O DESENVOLVIMENTO DESTA GRANDE NAÇÁO A QUAL, MESMO SENDO EXTRANGEIROS A AMAMOS E ROGAMOS A DEUS QUE MUDE O SEU CORAÇÁO E CONTRIBUA PARA A PAZ.
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