Jornal de Angola
O Hospital
Sanatório de Luanda registou este ano 1.590 novos casos de tuberculose, mais
279 do que mesmo período de 2013, disse à Angop o director administrativo
daquela unidade sanitária.
Manuel da Cruz
afirmou que o aumento se deve ao deficiente saneamento do meio e ao consumo
exagerado de bebidas alcoólicas e tabaco.O VIH, referiu, também contribui para
o aumento dos casos de tuberculose por ser uma “doença oportunista que pode
afectar as vítimas da sida”.
Este ano, declarou, foram atendidas 242 pessoas com tuberculose e VIH/Sida.
O Hospital Sanatório atende também pessoas que apenas têm ou o vírus da sida ou
outra doença, como a malária e hipertensão, no âmbito de um programa que
destinado a oferecer à população dos bairros próximos da unidade quaisquer
serviços de saúde.
No mesmo período, o estabelecimento de saúde notificou 314 casos de VIH contra
569 no mesmo espaço de tempo de 2013.
Aquele número está entre os 20.771 casos atendidos em consultas externas no
primeiro trimestre contra 14.196 em 2013.
Manuel da Cruz lamentou a “morte desnecessária” de doentes com tuberculose, que
abandonam a medicação no início do tratamento devido à aparente impressão de
melhoria do quadro clínico, negligência que pode provocar resistência da doença
aos medicamentos.
“A tuberculose tem cura desde que o doente siga de forma obediente a prescrição
médica até ao fim do tratamento”, disse. O abandono de alguns doentes pelos
familiares, realçou, está entre os maiores constrangimentos registados por
sobrecarregar os encargos suportados pelo hospital.
Até segunda-feira de manhã estavam internados 302 doentes, número que cresceu
devido à abertura há 15 dias de duas enfermarias.
Situação no continente
O director regional da Organização Mundial da Saúde para África afirmou que a
tendência crescente de casos de tuberculose no continente foi travada devido ao
aumento da taxa de tratamento adequado.
Numa mensagem, por ocasião do Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose,
assinalado na segunda-feira, Luís Sambo sublinhou que a taxa de mortalidade e o
número de pessoas que não terminam o tratamento continuam em queda.
O representante da OMS apelou à união da região africana à comunidade global em
torno do lema da efeméride para este ano, que é “Alcançar os Três Milhões”,
número de casos da doênçaque se presume não estão diagnosticados.
Luís Sambo alertou que a epidemia em África é fortemente impulsionada pela
pobreza e pela infecção simultânea com o VIH.
As pessoas pobres que vivem com o VIH têm maiores probabilidades de contrair
igualmente a tuberculose, referiu.
Foto: Kindala Manuel
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