O primeiro-ministro
de Timor-Leste, Xanana Gusmão, disse hoje que a operação que a polícia
timorense está a realizar contra grupos acusados de desestabilizar o país
decorre sem problemas, mas só termina com a entrega de armas.
"A operação
feita pela polícia continua a decorrer por todo o território. Não há ameaças de
violência, não há ameaças de confrontos físicos e armados. A população tem
reagido bem e as pessoas que receberam fardas têm cooperado e entregado",
afirmou Xanana Gusmão, em declarações à agência Lusa.
"A operação só
acabará quando vierem entregar as armas", salientou Xanana Gusmão, que
acumula também a pasta da Defesa e Segurança.
O primeiro-ministro
explicou também que no início a polícia enfrentou alguns obstáculos, "mas
a população começou a compreender que é necessário contribuir e
participar".
"A democracia
dá direito a tudo, críticas, comentários, mas a democracia não dá direito a
revoluções à Tailândia, à Ucrânia, à Venezuela. Não dá. Há outros meios para
mudar a situação, para exprimir a nossa vontade de mudança, mas nunca com meios
ilegítimos", sublinhou Xanana Gusmão.
O parlamento de
Timor-Leste aprovou este mês uma resolução em que pede à polícia para fazer
cumprir a lei e a condenar o classifica como tentativas de instabilidade e
ameaças ao Estado protagonizadas pelo Conselho de Revolução Maubere e pelo
Conselho Popular da Defesa da República de Timor-Leste (CPD-RDTL).
No âmbito da
operação desencadeada pela polícia, na sequência da resolução do parlamento,
foram detidos preventivamente Paulino Gama (Mauk Moruk), ex-comandante das
Brigadas Vermelhas, e o comandante Labarik, também ex-comandante das Falintil.
O Conselho de
Revolução Maubere, liderado por Mauk Moruk, exige a dissolução do parlamento, a
demissão do Governo, a convocação de eleições, a restauração da Constituição de
1975 e a alteração para um regime presidencialista no país.
O CPD-RDTL é um
grupo de ex-veteranos, liderado por António Matak, que se encontra sob termo de
identidade e residência, que, após a restauração da independência, realizou
várias manifestações em Díli a exigir o reconhecimento da independência
proclamada em 1975, bem como a saída das organizações internacionais do país.
MSE // VM – Lusa –
foto António Amaral
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