Jornal de Angola -
editorial
O mês de Abril
lembra aos angolanos a sua maior conquista desde o dia 11 de Novembro de 1975,
o alcance da paz.
Em Abril de 2002,
os angolanos foram capazes de arquitectar uma paz que dá frutos todos os dias.
Este é o mês da verdade e da reconciliação. Há 12 anos foi possível calar as
armas da agressão. Mas o alcance da paz custou milhares de vidas, suor, sangue
e a destruição de numerosas infra-estruturas.
Nestes 12 anos de paz a tarefa mais árdua foi a reconstrução e reabilitação de
infra-estruturas e o trabalho de garantir às populações o regresso seguro às
suas zonas de origem. Apesar do grande esforço feito, as grandes cidades ainda
continuam com milhões de deslocados.
O Presidente José Eduardo dos Santos soube, de forma ímpar e inteligente,
promover um clima de fraternidade com o processo de reconciliação e um ambiente
de esperança com a agenda da reconstrução e desenvolvimento. Os números e
realizações em tão curto espaço de tempo demonstram claramente que Angola está
no bom caminho. Com a paz e a estabilidade sucedem-se as grandes vitórias no
domínio económico e social. Abril é tempo de celebrações e boas lembranças.
A paz foi um marco importante na normalização da vida das famílias e das
comunidades. Os angolanos têm confiança no futuro confiança porque sabem que a
sociedade em que vivemos caminha a passos largos para a felicidade e o
bem-estar de todos.
O fim da guerra significou, para todos os angolanos, não apenas o fim do
sofrimento mas sobretudo o início de um novo ciclo para o país, para as
famílias, para as empresas e para cada angolano individualmente.
Com a paz começou um novo período, caracterizado pelo reencontro familiar, pela
reconciliação nacional entre angolanos antes desavindos, pela reconstrução e
reabilitação das infra-estruturas, a desminagem e outras realizações. Estamos
num processo que irreversivelmente nos leva, a cada dia que passa, a melhorar a
condição de vida de cada família em todo o país. As reformas levadas a cabo
nestes 12 anos, proporcionam o ambiente ideal para as actividades económicas.
Hoje Angola é um dos principais destinos para o investimento em África.
A luta para que a água e a luz cheguem a cada agregado familiar conhece
importantes avanços em todas as províncias, embora não faltem diariamente
obstáculos para superar. O aumento da oferta dos serviços sociais básicos e o
incremento dos investimentos públicos desempenham um papel estruturante na
melhoria de vidas as populações.
Com a chegada da paz conquistámos a estabilidade política e entrámos na
normalidade constitucional, que contribuiu para reforçar a democracia.
Numa altura em que Angola vive em paz e estabilidade tornou-se vital o resgate
de valores na mobilização da sociedade para os grandes desafios.
Os valores cívicos, patrióticos e morais devem fazer parte do dia-a-dia de cada
angolano, para que Angola seja um bom lugar para se viver.
A Educação atingiu um nível elevado com a construção de escolas de todos os
níveis e a formação de professores. O grande desafio agora é integrar todas as
crianças no sistema de ensino. A luta pela erradicação do analfabetismo e a
promoção da paridade entre homens e mulheres na sociedade tem sido uma
realidade.
Os níveis são bons relativamente à erradicação do analfabetismo em Angola. As
campanhas de alfabetização, que conhecem ampla adesão por parte das populações,
tornaram-se instrumentos privilegiados para eliminar a pobreza, a exclusão e a
estigmatização.
Entre os desafios que prevalecem constam a necessidade vital de preservar as
conquistas já alcançadas e que não são poucas. O curso da vida dos angolanos
deve ter como foco a preservação da paz e estabilidade, a manutenção do que foi
conseguido e a correcção do que eventualmente esteja mal. Com estes
pressupostos, que não excluem quaisquer outros de utilidade vital a prática
para os angolanos, temos a certeza de que os próximos anos vão ser ainda
melhores. Os 12 anos de paz representam para os angolanos um mundo novo que se
abriu, depois do calar das armas. Depois a morte e da destruição veio a
esperança e a solidariedade. A paz pôs fim ao medo e ao ódio. Hoje todos
circulamos pelas novas estradas do país, sem problemas. A livre circulação de
pessoas e bens foi uma das maiores conquistas da paz. Mas todas foram
importantes.
Os angolanos, há 12 anos, viviam mergulhados na dor e no luto. O cenário das
nossas vidas era a destruição. Hoje temos mesmo um país novo onde, apesar das
dificuldades, somos livres e podemos decidir sobre os nossos destinos.
Valeu a pena lutar pela paz. Foi importante apostar sem vacilar na
reconciliação nacional. Foi sábia a decisão de lançar o movimento de
reconstrução nacional. Hoje estamos melhor que ontem e amanhã vamos viver ainda
melhor. A paz deu-nos a democracia plena.
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