quinta-feira, 3 de abril de 2014

Timor-Leste: ADVOGADO DE EX-GUERRILHEIROS PRESOS APRESENTOU RECURSO




Díli, 03 abr (Lusa) - O advogado de dois ex-guerrilheiros timorenses presos preventivamente por alegadas ameaças ao Estado anunciou hoje ter apresentado no Tribunal Distrital de Díli um recurso para levantar as medidas de coação impostas aos acusados.

"Interpus recurso da decisão das medidas de coação em relação a Paulino Gama e ao comandante Labarik", disse o advogado Paulo Remédios, afirmando que o tribunal tem 15 dias para responder ao recurso.

Paulino Gama (conhecido como Mauk Moruk), líder do grupo Conselho da Revolução Maubere, e José Santos Lemos (conhecido como comandante Labarik), membro do CDP-RDTL, foram detidos numa operação desencadeada pela polícia em cumprimento de uma resolução do Parlamento de Timor-Leste.

O parlamento de Timor-Leste aprovou este mês uma resolução em que pede à polícia para fazer cumprir a lei e a condenar o classifica como tentativas de instabilidade e ameaças ao Estado protagonizadas pelo Conselho de Revolução Maubere e pelo Conselho Popular da Defesa da República de Timor-Leste (CPD-RDTL).

O Conselho de Revolução Maubere exige a dissolução do parlamento, a demissão do Governo, a convocação de eleições, a restauração da Constituição de 1975 e a alteração para um regime presidencialista no país.

O CPD-RDTL é um grupo de ex-veteranos, liderado por António Matak, que se encontra sob termo de identidade e residência, que, após a restauração da independência, realizou várias manifestações em Díli a exigir o reconhecimento da independência proclamada em 1975, bem como a saída das organizações internacionais do país.

Em declarações à agência Lusa a semana passada, o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, reconheceu que aqueles grupos possuíam armas.

"A operação feita pela polícia continua a decorrer por todo o território. Não há ameaças de violência, não há ameaças de confrontos físicos e armados. A população tem reagido bem e as pessoas que receberam fardas têm cooperado e entregado", afirmou Xanana Gusmão, em declarações à agência Lusa.

"A operação só acabará quando vierem entregar as armas", salientou Xanana Gusmão, que acumula também a pasta da Defesa e Segurança.

MSE // APN - Lusa

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