A economia
não-petrolífera de Timor-Leste vai continuar em forte crescimento em 2014 e
2015, conduzida pelos gastos do Governo e pelo desenvolvimento do setor
privado, referiu ontem o Banco Asiático de Desenvolvimento (ADB), em
comunicado.
Segundo o ADB, que cita o relatório sobre desenvolvimento asiático em 2014, nos
próximos dois anos o Produto Interno Bruto (PIB) deve rondar os 8,5 por cento,
o que representa uma pequena subida em relação aos 8 por cento registados em
2013.
"O grande desafio dos fazedores de políticas é transformar o petróleo em
trabalho e serviços que produzam um crescimento sustentável e inclusivo",
afirma, no comunicado, Shane Rosenthal, diretor do ADB em Timor-Leste.
Para o mesmo responsável, "isso implica um investimento a longo prazo no
setor da educação, capacitação e infraestruturas, nomeadamente em estradas,
fornecimento de água potável e eletrificação, sendo o ADB um parceiro empenhado
naqueles investimentos".
Embora o Orçamento do Estado de 2013 tenha aumentado o capital público de
investimento para 800 milhões de dólares, apenas 43 por cento daqueles fundos
foram utilizados, refere o ADB.
O Orçamento do Estado para 2014 eleva 38 por cento a despesa corrente e aumenta
em 47 por cento o capital de investimento do Governo, mas porque a execução
orçamental é baixa o efeito da despesa do executivo no crescimento e na
inflação é difícil de calcular.
Além do crescimento provocado pela despesa pública, o aumento de 13,6 por cento
do crédito ao setor privado e o investimento direto estrangeiro apoiaram o
crescimento daquele setor.
Segundo as estatísticas, o crescimento do setor privado está concentrado na
venda a retalho, venda por grosso, transportes e comunicações, refere o ADB,
salientando que o mercado financeiro continua subdesenvolvido em relação à
concessão de crédito ao setor privado.
O Banco Asiático de Desenvolvimento refere também que a inflação foi mais
moderada em 2013 devido à uma diminuição da despesa pública, à apreciação do
dólar face aos principais parceiros comerciais do país e à diminuição dos
preços internacionais dos alimentos.
A inflação em 2013 foi de 9,5 por cento contra os 10,9 por cento registados em
2012.
Lusa, Em Sapo TL
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