terça-feira, 27 de maio de 2014

Portugal: Governo não explica um terço da austeridade para 2014 e 2015



Ana Suspiro - jornal i

O Conselho de Finanças Públicas diz que há medidas de ajustamento de 1661 milhões de euros por especificar no DEO

O Conselho de Finanças Públicas (CFP) detectou medidas no valor global de 1661 milhões de euros por especificar do Documento de Estratégia Orçamental (DEO) apresentado pelo governo em Abril. Na análise a este documento, que estabelece as linhas de orientação para as contas públicas até 2018, o Conselho conclui que as medidas de consolidação orçamental não especificadas representam este ano 1144 milhões de euros (0,7% do Produto Interno Bruto) e em 2015 ascendem a 517 milhões de euros (0,3% do PIB), "o que corresponde a cerca de um terço das medidas permanentes".

Segundo o órgão liderado por Teodora Cardosa, "estes montantes respeitam a medidas para as quais não existe especificação que permita perceber a sua natureza e composição, e consequentemente, avaliar os respectivos impactos". O CFP recomenda que a apresentação das propostas de Orçamento do Estado para 2015 deve ser acompanhada de uma decomposição das grandes medidas e de uma explicação operacional de como serão implementadas. 

Apesar de considerar que o cumprimento do objectivo de médio prazo de um défice estrutural de 0,5% do PIB será suficientes para cumprir a regra de redução da dívida, fixada no tratado orçamental europeu, o CFP sublinha que o DEO 2014 não apresenta uma análise de sustentabilidade da dívida no longo prazo.

O documento assinala ainda que as projecções do Ministério das Finanças para o médio prazo pressupõem um maior contributo da receita para o ajustamento orçamental do que o previsto no DEO do ano passado.  O Conselho avisa ainda que a manutenção de um saldo orçamental previsto para o médio prazo "dependerá crucialmente da capacidade de gerar excedentes primários significativos". 

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