Díli,
31 mai (Lusa) - O presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Timor-Leste,
Júlio Alfaro, caraterizou hoje o empresário timorense como determinado, mas com
"grandes limitações na experiência profissional" e no apoio ao
financiamento.
"O
empresário timorense tem um caráter muito peculiar, determinado, acredita no
que faz, mas tem grandes limitações na experiência profissional, ausência de
financiamento e falta de uma estrutura técnica eficaz para ajudar a realizar os
negócios", afirmou Júlio Alfaro à Agência Lusa .
Os
empresários timorenses atuam principalmente no setor da construção civil -
atualmente existem cerca de seis mil empresários espalhados por todo o país -
no turismo e na agricultura.
A
proliferação de empresas de construção civil no país está relacionada com a
aposta do Governo timorense na construção de infraestruturas no país essenciais
para provocar o crescimento do setor económico privado e consequentemente o
combate à pobreza.
"Muitas
vezes há vozes que protestam que o empresariado timorense está mais virado para
a área de investimento público, principalmente nas infraestruturas, mas penso
que é muito natural num país novo onde é preciso construir tudo", disse
Júlio Alfaro.
Segundo
o responsável, esta aposta dos empresários deve-se também ao facto de este
setor ser pago pelo Estado e ser uma forma mais fácil de iniciarem as suas
atividades.
"Dada
a ausência de financiamento dos bancos comerciais", os empresários só têm
o investimento público, disse, salientando que a ausência de financiamento
dificulta o início de qualquer atividade.
Para
colmatar a falha, a secretaria de Estado para o Apoio e Promoção do Setor
Privado e o Banco Nacional de Comércio de Timor-Leste assinaram em março um
protocolo para a transferência de 10 milhões de dólares (7,3 milhões de euros)
para facilitar o crédito e reforçar a capacidade financeira dos empresários
timorenses.
MSE
// VM - Lusa
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