Macau,
China, 11 jul (Lusa) - O presidente do Instituto Politécnico de Macau (IPM)
manifestou hoje o desejo de que docentes de português em instituições de ensino
superior chinesas venham a frequentar ações de formação na Universidade de
Coimbra.
Lei
Heong Iok falava à margem da cerimónia de entrega de diplomas de uma formação
destinada a professores de português em universidades chinesas, e do 4.º
seminário de formação em "Interpretação de Conferência - Interpretação
Consecutiva", com formadores da União Europeia. Ambas as iniciativas foram
participadas por 36 professores e tradutores do interior da China.
"Neste
momento talvez seja um sonho meu realizar este curso [de formação para
professores] na Universidade de Coimbra", disse o presidente do IPM, Lei
Heong Iok.
A
maior parte dos docentes de português em universidades no interior da China são
de língua materna chinesa, apesar de também haver professores lusófonos.
"Coimbra
é o berço da língua e cultura portuguesa. Por que não fazer parte deste curso
de formação de docentes em Macau, que é a ponte, e depois na fonte, em Coimbra?
Penso que para eles é útil, é importante", salientou.
O
académico disse que o aspeto económico será o maior obstáculo à concretização
do objetivo, atendendo a que a maior parte dos formandos que se deslocam ao IPM
vem de vários pontos do interior da China, mas que a ideia é
"possível".
"Se
o Governo [de Macau] nos apoiar, e também com o apoio da Fundação Macau, penso
que iremos conseguir", reforçou.
Lei
Heong Iok destacou que o curso de formação de docentes "tem uma grande
importância para Macau, para a China e para a lusofonia".
Já
o diretor do Centro Pedagógico e Científico de Língua Portuguesa do IPM, Carlos
André, falou também na possibilidade de uma das semanas do curso de formação
dos docentes das universidades chinesas poder vir a ser em Xangai.
Lei
Heong Iok referiu ainda que o instituto tem "planos de expansão", os
quais abrangem também o Centro Pedagógico e Científico de Língua Portuguesa,
mas que para isso é preciso mais "espaço".
"Pedimos
ao Governo que nos conceda mais espaço. A Universidade de Macau vai sair
totalmente do atual campus (na Taipa) e o IPM quer instalar-se lá em pelo menos
dois edifícios", afirmou.
Carlos
André apoia o sonho de Lei Heong Iok, que por enquanto ainda não teve resposta
do Executivo de Macau.
"Já
não temos lugar para instalar os nossos docentes todos, se quisermos fazer
formação não temos salas, se quisermos ter uma biblioteca de apoio não temos
sítio para a colocar, se quisermos produzir meios auxiliares não temos onde os
colocar, portanto, estamos a precisar de crescer. E se perspetivarmos que o
centro não é esta estrutura pequena que é agora, obviamente que precisamos de
espaço", afirmou.
Dedicado
à formação de professores, o Centro Pedagógico e Científico de Língua
Portuguesa deverá ver o seu quadro aumentar de três para cinco docentes até ao
final do ano, acrescentou o diretor.
FV
// PJA - Lusa
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