sexta-feira, 11 de julho de 2014

Politécnico de Macau quer formação em Coimbra para professores de português na China




Macau, China, 11 jul (Lusa) - O presidente do Instituto Politécnico de Macau (IPM) manifestou hoje o desejo de que docentes de português em instituições de ensino superior chinesas venham a frequentar ações de formação na Universidade de Coimbra.

Lei Heong Iok falava à margem da cerimónia de entrega de diplomas de uma formação destinada a professores de português em universidades chinesas, e do 4.º seminário de formação em "Interpretação de Conferência - Interpretação Consecutiva", com formadores da União Europeia. Ambas as iniciativas foram participadas por 36 professores e tradutores do interior da China.

"Neste momento talvez seja um sonho meu realizar este curso [de formação para professores] na Universidade de Coimbra", disse o presidente do IPM, Lei Heong Iok.

A maior parte dos docentes de português em universidades no interior da China são de língua materna chinesa, apesar de também haver professores lusófonos.

"Coimbra é o berço da língua e cultura portuguesa. Por que não fazer parte deste curso de formação de docentes em Macau, que é a ponte, e depois na fonte, em Coimbra? Penso que para eles é útil, é importante", salientou.

O académico disse que o aspeto económico será o maior obstáculo à concretização do objetivo, atendendo a que a maior parte dos formandos que se deslocam ao IPM vem de vários pontos do interior da China, mas que a ideia é "possível".

"Se o Governo [de Macau] nos apoiar, e também com o apoio da Fundação Macau, penso que iremos conseguir", reforçou.

Lei Heong Iok destacou que o curso de formação de docentes "tem uma grande importância para Macau, para a China e para a lusofonia".

Já o diretor do Centro Pedagógico e Científico de Língua Portuguesa do IPM, Carlos André, falou também na possibilidade de uma das semanas do curso de formação dos docentes das universidades chinesas poder vir a ser em Xangai.

Lei Heong Iok referiu ainda que o instituto tem "planos de expansão", os quais abrangem também o Centro Pedagógico e Científico de Língua Portuguesa, mas que para isso é preciso mais "espaço".

"Pedimos ao Governo que nos conceda mais espaço. A Universidade de Macau vai sair totalmente do atual campus (na Taipa) e o IPM quer instalar-se lá em pelo menos dois edifícios", afirmou.

Carlos André apoia o sonho de Lei Heong Iok, que por enquanto ainda não teve resposta do Executivo de Macau.

"Já não temos lugar para instalar os nossos docentes todos, se quisermos fazer formação não temos salas, se quisermos ter uma biblioteca de apoio não temos sítio para a colocar, se quisermos produzir meios auxiliares não temos onde os colocar, portanto, estamos a precisar de crescer. E se perspetivarmos que o centro não é esta estrutura pequena que é agora, obviamente que precisamos de espaço", afirmou.

Dedicado à formação de professores, o Centro Pedagógico e Científico de Língua Portuguesa deverá ver o seu quadro aumentar de três para cinco docentes até ao final do ano, acrescentou o diretor.

FV // PJA - Lusa

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