Díli,
03 ago (Lusa) - O Conselho Nacional da Reconstrução de Timor-Leste (CNRT, no
poder) aprovou hoje uma resolução que estabelece um período de transição para a
saída do primeiro-ministro do país, Xanana Gusmão, e uma remodelação no atual
governo.
"O
partido recomendou que o primeiro-ministro chegue até ao final do mandato
(2017) para preparar a nova geração e é preciso também remodelar o governo para
responder às exigências", disse à agência Lusa no final do encontro o
secretário-geral do partido, Dionísio Babo.
Segundo
Dionísio Babo, a decisão sobre o tempo determinado para a transição política
para a nova geração será, contudo, decidida pelo primeiro-ministro, que hoje
afirmou, numa intervenção enquanto presidente do partido, ter decidido pela
remodelação e não pela resignação.
Sobre
a remodelação governamental, Dionísio Babo disse que foram feitas recomendações
para a diminuição do tamanho do atual governo, que tem 55 membros, mas
"cabe ao primeiro-ministro decidir".
Questionado
sobre se a remodelação é para ser feita de imediato, o também ministro da
Justiça afirmou que sim, porque é "preciso responder às exigências dos
eleitores e da população em geral".
"Este
governo é muito 'gordo' e não é muito eficaz por causa da burocracia e não está
a responder efetivamente em termos de prestação de serviço ao povo",
disse, acrescentando que alguns membros do governo têm "má imagem".
Desde
final de 2012, Xanana Gusmão tem reafirmado a sua intenção de abandonar o cargo
de primeiro-ministro.
Em
julho, em entrevista à agência Lusa, o primeiro-ministro de Timor-Leste disse
que vai sair do Governo para contribuir melhor para a construção do Estado, mas
evitou avançar uma data precisa para a sua demissão.
Em
2012, Xanana Gusmão formou um governo de coligação com o Partido Democrático,
liderado por Fernando La Sama
de Araújo, atual vice-primeiro-ministro, e a Frente Mudança, chefiado pelo
ministro dos Negócios Estrangeiros, José Luís Guterres.
Xanana
Gusmão, de 68 anos, foi um dos líderes da luta contra a ocupação indonésia de
Timor-Leste, entre 1975 e 1999, que culminou com a realização de um referendo a
30 de agosto de 1999, que determinou a independência do território.
A
20 de maio de 2002, dia da restauração da independência do país, tomou posse
como Presidente. Em 2007, tomou posse como primeiro-ministro e em 2012 foi
reconduzido no cargo.
MSE
// JLG - Lusa
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