Martinho
Júnior, Luanda (ler textos anteriores)
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– “O que nos une é a ideologia, não a geografia”, dizia António Agostinho
Neto em relação à solidariedade da Revolução Cubana para com o movimento de
libertação em África, precisamente nos momentos mais críticos da luta contra o
colonialismo e o “apartheid”.
Cuba
apoiou como nenhum outro estado os projectos do Programa Mínimo e do Programa
Maior do MPLA e isso deve-se em grande parte à clarividência do Comandante
Fidel.
O
Comandante sabe avaliar a imensa ferida que foi abrindo no âmago da humanidade
um capitalismo selvagem que provocou duas guerras mundiais e deu sequência à
segunda delas, insensível aos desequilíbrios de toda a ordem que seu próprio
processo foi causando, com um enorme cortejo de conflitos sangrentos e inúteis.
A
ferida deu azo à voracidade do próprio homem e do planeta e por isso Cuba
assumiu o repto da luta contra o colonialismo e contra o “apartheid”, como
assumiu a luta contra o analfabetismo e contra a doença, como assumiu sua
própria Revolução e sua própria Resistência.
O
Comandante Fidel soube com a Revolução Cubana não excluir os outros oprimidos
da Terra e por via do internacionalismo agiu ali onde a ferida era maior e mais
profunda!
A
advocacia dos oprimidos da Terra não se ficou pelas palavras: há toda uma obra
ciclópica que nas conjunturas e condições mais adversas se foram forjando e o
que Cuba em termos de contribuição tem dado a África, não tem paralelo.
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– É com os sentidos de África que estou desperto neste 88º aniversário do
Comandante Fidel, pois quando a situação global se torna cada vez mais
degradante, o Comandante é sempre um recurso pela sua lucidez, pela sua
capacidade de sondar o futuro e pelos seus múltiplos ensinamentos.
Muitos
dos jovens que acompanharam a trajectória dos seus pais na FNLA, por via do
COMIRA tiveram acesso à educação por meio de bolsas de estudo postas à
disposição por Cuba, entre os primeiros que logo depois da independência
tiveram oportunidade de as beneficiar.
Para
o Comandante Fidel o resgate de África passava também pela luta contra o
subdesenvolvimento e Cuba não se coibiu de dar a sua contribuição nesse
sentido, com particular empenho na educação e na saúde.
Nas
políticas de paz que Angola tem encetado, Cuba é um acervo inestimável de
inteligência e sensibilidade no âmbito da lógica com sentido de vida.
Esse
é também um legado de Fidel.
Foto:
Neto e Fidel
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