A
Ouvidoria das Polícias do Estado de São Paulo encaminhou na última quinta-feira
(31) ao Ministério Público denúncia de que agentes do Departamento Estadual de
Investigações Criminais (Deic) torturaram o manifestante Rafael Marques
Lusvargh de 29 anos. Lusvargh foi detido por policiais civis na avenida
Paulista em 23 de junho, durante protesto contra a Copa do Mundo e permanece
preso.
A
denúncia chegou à Ouvidoria no dia 2 de julho por meio do irmão de Lusvargh e
uma amiga da família. Eles ouviram o relato do manifestante numa das visitas
que fizeram ao 8º Distrito Policial, no Brás, região central de São Paulo, onde
o manifestante cumpre prisão preventiva. De acordo com a denúncia, Lusvargh
teria sido “mantido algemado” e recebido “diversos socos e choques elétricos”.
O
documento afirma ainda que um dos agentes “pisoteou” o braço do manifestante,
ocasionando “falta de sensibilidade na mão”. O agressor é descrito na denúncia
como “sem cabelos e acima do peso”, e possuiria uma tatuagem com a
inscrição Mein Kampf – “minha luta”, em alemão, título da
autobiografia de Adolf Hitler.
Oficialmente,
a denúncia registrada pelos familiares de Lusvargh é a segunda suspeita de
tortura recebida pela Ouvidoria das Polícias de São Paulo desde janeiro. Ambas
teriam sido praticadas por policiais civis. No entanto, pelo menos outros dois
manifestantes dizem ter sofrido torturas e maus tratos pelas forças de
segurança pública após participarem de protestos na capital. Um deles é o
técnico de laboratório Fábio Hideki Harano, 27 anos, detido no mesmo dia que Lusvargh,
e também mantido preso desde então. (pulsar/rba)
Foto:
Fábio Braga
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