O
Governo apresenta hoje à Assembleia da República e à comunicação social o
segundo orçamento rectificativo deste ano, que não contempla mais impostos para
compensar os 'chumbos' recentes do Tribunal Constitucional.
O
Executivo liderado por Pedro Passos Coelho reúne-se em Conselho de Ministros
hoje de manhã e apresentará o orçamento rectificativo à comunicação social no
habitual 'briefing' após a reunião, disse à agência Lusa fonte da Presidência
do Conselho de Ministros.
O
Governo também entrega hoje o orçamento rectificativo à Assembleia da
República, que tem um plenário extraordinário marcado para dia 4 de Setembro
para apreciação e votação do documento. Para a semana seguinte está prevista
uma eventual discussão e votação de normas do rectificativo na especialidade e
votação final global do documento.
O
segundo orçamento rectificativo deste ano foi aprovado em Conselho de Ministros
extraordinário na terça-feira, sem contemplar alterações a nível fiscal para
fazer face aos 'buracos' criados pelas inconstitucionalidades decididas pelos
juízes do Palácio Ratton.
Sem
especificar as medidas propostas no documento, o Governo explica que "a
revisão dos tetos orçamentais é acomodada pela evolução positiva do emprego e
consequente redução da despesa com prestações e melhoria da receita fiscal e de
contribuições para a segurança social, e pelo controlo das rubricas de despesa
fora da despesa com pessoal".
O
Governo assegura que o rectificativo garante "o cumprimento do objectivo
de 4% para o défice público no corrente ano, corrigindo os efeitos decorrentes
da decisão de inconstitucionalidade proferida pelo Tribunal Constitucional (TC)
sobre algumas normas" do Orçamento de Estado para este ano.
A
necessidade de um segundo orçamento rectificativo (o primeiro foi apresentado
logo em Janeiro) foi anunciada pelo Governo depois de, em Maio, o TC ter
chumbado os cortes salariais acima dos 675 euros, a alteração ao cálculo das
pensões de sobrevivência e a aplicação de taxas de 5% sobre o subsídio de
doença e de 6% sobre o subsídio de desemprego.
Estes
chumbos abriram um 'buraco' de cerca de 860 milhões de euros no documento,
segundo disse em Junho a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque.
No
entanto, o Governo não avançou então com um rectificativo porque quis
"estabilizar em definitivo" os mecanismos de substituição "com
que poderia contar" para substituir as medidas declaradas
inconstitucionais, recordou na semana passada o ministro da Presidência,
Marques Guedes.
Há
pouco mais de uma semana, os juízes do Palácio Ratton consideraram
constitucional a reintrodução dos cortes salariais entre os 3,5% e os 10% nos
salários do sector público acima dos 1.500 euros em 2014 e 2015, mas declararam
inconstitucionais os referentes aos anos de 2016 a 2018.
O
TC considerou ainda inconstitucionais duas normas do diploma que cria a
contribuição de sustentabilidade da Segurança Social por "violação do
princípio da protecção de confiança". Este chumbo abre um 'buraco' de 372
milhões de euros no Orçamento do Estado para 2015, segundo contas do Governo.
Lusa,
em Sol
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