Nova
Iorque, 27 set (Lusa)- O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, disse
hoje à agência Lusa em
Nova Iorque que o país está em negociações com a Austrália
sobre as fronteiras marítimas dos dois países.
"Estamos
em negociações. O
que posso afirmar é que defendemos a nossa soberania e o direito
internacional", disse Xanana Gusmão.
Timor-Leste
acusou formalmente de espionagem a Austrália no Tribunal Permanente de
Arbitragem, em Haia, quando estavam a ser negociados tratados sobre o gás e
petróleo no mar de Timor.
Com
a arbitragem internacional, Timor-Leste pretende ver o tratado anulado, podendo
assim negociar a delimitação das fronteiras marítimas e tirar todos os
proveitos daquilo que considera serem os seus recursos de petrolíferos.
"Estamos
agora numa outra fase, em que os dois países estão a falar", disse o
primeiro-ministro, explicando que "o direito internacional diz que, quando
dois países estão muito próximos, a linha intermédia é que delimita as
fronteiras, o que não acontece neste momento."
"É
isso que queremos", acrescentou o timorense.
Xanana
Gusmão criticou na sexta-feira, durante um discurso proferido na 69.ª
Assembleia-geral da ONU, a Austrália na questão da delimitação da fronteira
marítima entre os dois países e a atuação das multinacionais nos países pobres.
Sem
nunca referir diretamente o nome do país vizinho, Xanana Gusmão alertou, no seu
discurso, para a "necessidade de definir com clareza e seriedade as
fronteiras marítimas entre países à luz do direito internacional".
Paralelamente
à acusação contra a Austrália, o governo timorense iniciou também uma série de
ações judiciais contra empresas petrolíferas por alegada fuga ao pagamento de
impostos provenientes do petróleo.
AYS
// PJA - Lusa
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