domingo, 28 de setembro de 2014

Moçambique: DIA DAS FORÇAS ARMADAS. 50º ANIVERSÁRIO DA LUTA DE LIBERTAÇÃO



Notícias (mz) - editorial

O país celebrou ontem o Dia das Forças Armadas, data que este ano coincidiu com a passagem do quinquagésimo aniversário do desencadeamento da Luta Armada de Libertação Nacional.

Efectivamente, reza a história que foi a 25 de Setembro de 1964 que o Comité Central da então Frente de Libertação Nacional (FRELIMO) lançou a palavra de ordem para o início da insurreição geral armada do povo moçambicano contra o colonialismo português, depois de goradas as tentativas de obter a independência nacional por meios pacíficos.

Esta data reveste-se de particular simbolismo porque rebusca e aviva o espírito dos notáveis e destemidos jovens patriotas e altruístas, que sacrificaram os seus sonhos pessoais para se dedicar à causa nacional, escolhendo lutar por moçambique.

A justeza e pureza da sua causa fizeram com que a luta armada se transformasse numa guerra popular, facto que se consubstanciou nas sucessivas vitórias alcançadas, em todas as frentes, incluindo a diplomática, contra um inimigo forte que era o colonialismo português, culminando assim na proclamação da independência nacional a 25 de Junho de 1975.

Hoje, volvidos 50 anos do desencadeamento da luta armada, novos desafios se colocam para as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM). É preciso continuar a garantir a defesa da pátria, da integridade territorial e da soberania nacional tendo em conta que a nível nacional uma nova realidade política, económica e social está a despontar.

Em Moçambique a pluralidade política já é uma realidade. Cada vez mais surgem relatos sobre a descoberta de novos focos de recursos naturais, sobretudo os minerais como petróleo e gás. O desenvolvimento económico que se regista está a elevar o nível de vida dos moçambicanos. Há cada vez mais compatriotas nossos com emprego, a concluírem estudos superiores e/ou a especializarem-se em actividades produtivas.

Tudo isto obriga a que as Forças Armadas de Defesa de Moçambique apostem cada vez mais na melhoria da sua prestação, o que, segundo palavras do Presidente da República, Armando Guebuza, deve assentar na formação e capacitação permanente assim como no seu apetrechamento em termos de meios materiais.

É assim que na última quarta-feira vimos, na baía de Maputo, a Marinha de Guerra de Moçambique, um ramo das FADM, a exibir novos meios para a defesa do litoral. Aliás, a defesa marítima é um dos “novos” desafios das FADM não só por questão dos recursos ali existentes, como também para fazer frente à pirataria marítima que tem assolado o Oceano Índico, como a pesca ilegal, tráfico de drogas e imigração ilegal.

Também na Força Aérea, novos ventos sopram. Para além da capacitação de jovens pilotos, o país está a adquirir aviões e helicópteros, que vão ajudar no patrulhamento aéreo do território.

Estes meios também serão úteis no socorro dos cidadãos que eventualmente venham a ser vítimas de calamidades naturais, com destaque para as cheias e inundações, visto que o nosso país está geograficamente situado numa zona propícia para este tipo de situações.

Na passagem dos 50 anos do desencadeamento da luta de libertação nacional, uma palavra de apreço vai para os 250 jovens que constituíram o primeiro grupo de guerrilheiros da Frelimo e que foram impulsionadores da insurreição armada que viria a prolongar-se por desgastantes dez anos.

Vimos, ontem, alguns desses “jovens” a serem condecorados com a “Ordem Eduardo Mondlane do 1.º Grau”, a mais alta condecoração da República de Moçambique, criada com o objectivo de valorizar os actos e sacrifícios extraordinários consentidos na luta pela unidade nacional e libertação económica, social e cultural contra o colonialismo e o racismo, pela paz, amizade, solidariedade e progresso da humanidade.

No mesmo acto, o Estado moçambicano reconheceu, com a “Ordem Samora Machel do 1.º Grau” um outro grupo de antigos combatentes, entre os quais o antigo Chefe do Estado, Joaquim Chissano; o veterano da luta, Marcelino dos Santos, entre outros.

Bem-haja o povo moçambicano por saber reconhecer o trabalho destes cidadãos que, com coragem e sacrifício, souberam elevar bem alto o nome de Moçambique, contribuindo para a libertação do seu território e do seu povo do jugo colonial português.  

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