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(mz) - editorial
O
país celebrou ontem o Dia das Forças Armadas, data que este ano coincidiu com a
passagem do quinquagésimo aniversário do desencadeamento da Luta Armada de
Libertação Nacional.
Efectivamente,
reza a história que foi a 25 de Setembro de 1964 que o Comité Central da então
Frente de Libertação Nacional (FRELIMO) lançou a palavra de ordem para o início
da insurreição geral armada do povo moçambicano contra o colonialismo
português, depois de goradas as tentativas de obter a independência nacional
por meios pacíficos.
Esta
data reveste-se de particular simbolismo porque rebusca e aviva o espírito dos
notáveis e destemidos jovens patriotas e altruístas, que sacrificaram os seus
sonhos pessoais para se dedicar à causa nacional, escolhendo lutar por
moçambique.
A
justeza e pureza da sua causa fizeram com que a luta armada se transformasse
numa guerra popular, facto que se consubstanciou nas sucessivas vitórias
alcançadas, em todas as frentes, incluindo a diplomática, contra um inimigo
forte que era o colonialismo português, culminando assim na proclamação da
independência nacional a 25 de Junho de 1975.
Hoje,
volvidos 50 anos do desencadeamento da luta armada, novos desafios se colocam
para as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM). É preciso continuar a
garantir a defesa da pátria, da integridade territorial e da soberania nacional
tendo em conta que a nível nacional uma nova realidade política, económica e
social está a despontar.
Em
Moçambique a pluralidade política já é uma realidade. Cada vez mais surgem
relatos sobre a descoberta de novos focos de recursos naturais, sobretudo os
minerais como petróleo e gás. O desenvolvimento económico que se regista está a
elevar o nível de vida dos moçambicanos. Há cada vez mais compatriotas nossos
com emprego, a concluírem estudos superiores e/ou a especializarem-se em
actividades produtivas.
Tudo
isto obriga a que as Forças Armadas de Defesa de Moçambique apostem cada vez
mais na melhoria da sua prestação, o que, segundo palavras do Presidente da
República, Armando Guebuza, deve assentar na formação e capacitação permanente
assim como no seu apetrechamento em termos de meios materiais.
É
assim que na última quarta-feira vimos, na baía de Maputo, a Marinha de Guerra
de Moçambique, um ramo das FADM, a exibir novos meios para a defesa do litoral.
Aliás, a defesa marítima é um dos “novos” desafios das FADM não só por questão
dos recursos ali existentes, como também para fazer frente à pirataria marítima
que tem assolado o Oceano Índico, como a pesca ilegal, tráfico de drogas e
imigração ilegal.
Também
na Força Aérea, novos ventos sopram. Para além da capacitação de jovens
pilotos, o país está a adquirir aviões e helicópteros, que vão ajudar no
patrulhamento aéreo do território.
Estes
meios também serão úteis no socorro dos cidadãos que eventualmente venham a ser
vítimas de calamidades naturais, com destaque para as cheias e inundações,
visto que o nosso país está geograficamente situado numa zona propícia para
este tipo de situações.
Na
passagem dos 50 anos do desencadeamento da luta de libertação nacional, uma
palavra de apreço vai para os 250 jovens que constituíram o primeiro grupo de
guerrilheiros da Frelimo e que foram impulsionadores da insurreição armada que
viria a prolongar-se por desgastantes dez anos.
Vimos,
ontem, alguns desses “jovens” a serem condecorados com a “Ordem Eduardo
Mondlane do 1.º Grau”, a mais alta condecoração da República de Moçambique,
criada com o objectivo de valorizar os actos e sacrifícios extraordinários
consentidos na luta pela unidade nacional e libertação económica, social e
cultural contra o colonialismo e o racismo, pela paz, amizade, solidariedade e
progresso da humanidade.
No
mesmo acto, o Estado moçambicano reconheceu, com a “Ordem Samora Machel do 1.º
Grau” um outro grupo de antigos combatentes, entre os quais o antigo Chefe do
Estado, Joaquim Chissano; o veterano da luta, Marcelino dos Santos, entre
outros.
Bem-haja
o povo moçambicano por saber reconhecer o trabalho destes cidadãos que, com
coragem e sacrifício, souberam elevar bem alto o nome de Moçambique,
contribuindo para a libertação do seu território e do seu povo do jugo colonial
português.
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