sábado, 4 de outubro de 2014

Hong Kong: PEQUIM DESESPERA E USA CONTRAMANIFESTANTES DO MUNDO DO CRIME




O golpe é antigo e Pequim recorreu ao figurino folheado e praticado pela maior parte dos ditadores atuais e idos deste planeta: contratar criminosos para atemorizar manifestantes que se oponham aos regimes. Pequim já desmentiu que tenha que ver com estes contramanifestantes em Hong Kong mas certo é que elementos das tríades (máfia chinesa) foram detidos pela polícia nas contramanifestações. É vísivel que Pequim desespera com a tenacidade, justas convicções e persistência dos manifestantes que em Hong Kong não arredam pé das ruas da cidade há uma semana exigindo mais democracia. Algo tão simples quanto ter o direito de eleger quem os governa e dirige os destinos daquela Região Autónoma Económica, assim como Macau – solidária com Hong Kong.

É evidente que o regime na China não é democrático nem coisa diferente de uma ditadura mascarada da chamada “abertura”. Se abertura existe é para o capital, para as grandes corporações globais e grandes corporações chinesas – controladas pelo regime.  Um partido único é quem rege os destinos daquele nobre e imenso povo. O maior país do mundo e o mais povoado tem todas as condições para ser a maior potência global e contribuir para a paz mundial controlando as tendências e ações guerreiras e tantas vezes criminosas dos EUA e de outras pequenas potências associadas. Para isso Pequim tem de percorrer a estrada da democracia e efetivá-la com práticas que se coadunem com as perspetivas democráticas das populações. A abertura só será efetiva quando o partido único deixar de o ser, houver justiça e as eleições se realizarem com um leque partidário inovador que ensine ao mundo ocidental que já passou o tempo da democracia ansilosada que o rege e que até já pouco tem de democracia mas sim de sindicatos (seitas) onde impera a corrupção e as vontades de restritas elites que dominam povos e países à revelia das suas vontades e carências. Caso dos EUA e dos países da União Europeia.

Os cidadãos da China em Hong Kong têm todo o direito de exigir mais democracia, assim como em Macau e noutras regiões. Assim como em toda a China. Os políticos e dirigentes chineses não podem só parecer adeptos da “abertura”, têm de ser também os seus impulsionadores. E a abertura tem de ser rumo à democracia, não só aos negócios e àquilo a que chamam desenvolvimento sem tomar em consideração a qualidade de vida e saúde que tantas vezes é desprezada ao assimilarem os vícios ocidentais absolutamente nocivos e prescindíveis. A China precisa tanto do MacDonalds e dos seus hamburgos como de sarna. E esse é só um exemplo. Mais democracia, isso sim. É preciso por todo o mundo e também na China. Principalmente na China. Agora em Macau e Hong Kong mas também onde o povo queira ser quem mais ordena. Obviamente que essa meta não é possível atingir com um partido único, nem com partidos criminosos, desonestos, corruptos, etc. A China, nesta fase, tem todas as condições para seguir um rumo diferente do que tem sido ditado pelo capitalismo explorador, opressor e assassino dos povos. Essa foi e é a esperança de muitos que no ocidente observam o gigante asiático e o seu rumo. Utópico? Só se quiserem que o seja.

Seguem-se as notícias de hoje sobre Hong Kong. Com recurso à Agência Lusa. (MM/PG)

Governo nega ter recorrido a grupos criminosos para atacar protestos

04 de Outubro de 2014, 18:11

Hong Kong, China, 04 out (Lusa) -- O secretário para a Segurança, Lai Tung-kwok, negou hoje que o Governo tenha recorrido a tríades para atacar os manifestantes, depois de acusações de que infratores contratados invadiram os locais de protesto para instigar confrontos violentos.

Duas das mais movimentadas áreas comerciais de Hong Kong -- Causeway Bay e Mong Kok -- viveram momentos caóticos na sexta-feira, quando grupos atacaram manifestantes que ocupam as ruas de algumas áreas da cidade desde o início da semana.

Os manifestantes reivindicam o direito a escolher os candidatos a chefe do Executivo, em 2017, mas Pequim decidiu, a 31 de agosto, que os aspirantes ao cargo vão precisar do apoio de mais de metade de um comité de nomeação para concorrer à eleição e que apenas dois ou três serão selecionados.

A China acusou os manifestantes de desestabilizarem a cidade e de "estarem a sonhar" quanto a uma perspetiva de mudança, num editorial publicado hoje no Diário do Povo, jornal do órgão central do Partido Comunista chinês.

A Amnistia Internacional acusou os agentes da polícia de ação passiva e falha na proteção aos manifestantes.

"Eu reparei que pessoas disseram que o governo fechou os olhos às tríades ou chegou mesmo a colaborar com as tríades. Essas acusações foram inventadas e são completamente excessivas", disse o secretário para a Segurança, Lai Tung-kwok aos jornalistas.

O deputado do Partido Democrata Albert Ho disse que a polícia "parecia mostrar muita brandura para com a ação das tríades".

"Tenho todas as razões para acreditar que essa deve ser a única opção que resta para os que estão no poder em Hong Kong para verem se conseguem retirar os manifestantes do local e limpar a via pública".

"A única forma é permitir a outras pessoas fazerem-no, em vez de serem eles", acrescentou.

O também democrata James To apontou igualmente o dedo às autoridades. "Não posso acreditar que a experiente polícia de Mong Kok não tenha podido identificar os membros das tríades", disse em declarações ao jornal South China Morning Post.

"O governo usou forças organizadas e orquestradas, e até membros de tríades, numa tentativa de dispersar cidadãos", continuou.

Em conferência de imprensa, Lai Tung-kwok salientou que a polícia lida de forma justa com cada um dos protestos e que a polícia iria "verdadeiramente" fazer cumprir a lei.

"Nós não aprovamos nenhuma desta violência. Hong Kong é uma sociedade de Direito. Cada cidadão em Hong Kong deve respeitar a lei. Ninguém quer ver o que aconteceu ontem [sexta-feira]", referiu.

Das 19 pessoas detidas nos confrontos de sexta-feira, oito são suspeitos de pertencerem a tríades.

FV/DM // ATR

Denunciados ataques sexuais a mulheres durante protestos

04 de Outubro de 2014, 17:42

Hong Kong, China, 04 out (Lusa) -- Mulheres que participam nos protestos pró-democracia em Hong Kong estão a ser alvo de agressões sexuais e assédio, segundo manifestantes e a Amnistia Internacional, com a violência a estalar em dois movimentados distritos comerciais da Região Administrativa Especial chinesa.

A Amnistia Internacional acusou a polícia de Hong Kong de "falhar no seu dever" de proteger os manifestantes da violência que eclodiu ao final da tarde de sexta-feira, afirmando que mulheres e raparigas estão a ser alvo de ataques.

Os ataques em causa são "agressões sexuais, assédio e intimidação", refere a organização de defesa dos direitos humanos em comunicado, indicando que os incidentes se reportam aos bairros comerciais de Mong Kok e Causeway Bay.

Os ataques surgiram depois de a polícia ter falhado em controlar os grupos que se opõem ao movimento estudantil e ao 'Occupy' e que atacaram, com recurso a violência, os manifestantes na tarde de sexta-feira.

Uma jovem manifestante contactada pela agência AFP, que se encontrava em Causeway Bay, disse que três amigas suas foram atacadas por um homem anti-Occupy, cujos apoiantes prometeram permanecer nas ruas até que as suas reivindicações sejam atendidas.

Três jovens choravam quando se preparavam para entrar para uma carrinha da polícia.

"Estamos a levar a cabo mais investigações -- estas raparigas dizem que foram indecentemente atacadas", disse o agente no local à agência noticiosa francesa.

A Amnistia disse que uma mulher que estava presente aquando dos confrontos em Mong Kok também foi alvo de ataque.

"Um homem apalpou-lhe os seios enquanto ela estava sentada com outros manifestantes cerca das 04:00 (09: em Lisboa), disse a organização em comunicado.

"Ela também viu o mesmo homem a atacar outras duas mulheres, tocando nas suas virilhas", quando manifestantes intervieram, acrescenta a Amnistia.

O clima mantinha-se hoje tenso nos locais das manifestações em Hong Kong, com receios relativamente a novas represálias, com os jornalistas a serem apontados também como alvo das mesmas.

DM/FV // ATR

Dois jornalistas da rádio e televisão pública atingidos nos protestos

04 de Outubro de 2014, 17:35

Hong Kong, China, 04 out (Lusa) -- Dois jornalistas da Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK) ficaram feridos em incidentes registados em duas zonas de protesto que concentram milhares de pessoas desde o início da semana, informou a estação.

Um jornalista da RTHK sofreu ferimentos no rosto depois de ter sido atacado por um homem que protestava contra o movimento "Occupy Central" no distrito de Mong Kok, na península de Kowloon.

Mak Ka-wai disse que foi atacado de repente e que um homem lhe deu um murro enquanto ele filmava uma pequena altercação entre apoiantes e opositores dos protestos nas ruas.

O jornalista disse que estava desapontado por a polícia não ter agido em seu socorro. Pessoas no local intervieram e afastaram-no do seu atacante.

Esta noite, outro jornalista da RTHK foi ferido em Admiralty, depois de aparentemente ter sido atingido por um bastão da polícia.

O caso ocorreu quando fazia a cobertura noticiosa de confrontos entre agentes da polícia e manifestantes numa ponte pedonal no exterior da sede do Governo de Hong Kong.
O jornalista foi transportado para o hospital e um relatório médico comprova que sofreu ferimentos no peito.

Um porta-voz da RTHK disse que a estação condena qualquer ato de violência, nomeadamente contra os jornalistas em trabalho.

FV/DM // ATR

Pequim diz apoiar a ação musculada da polícia

04 de Outubro de 2014, 14:28

Pequim, 04 out (Lusa) - Pequim reafirmou hoje o seu forte apoio à polícia de Hong Kong e ao uso controverso de gás lacrimogéneo contra os manifestantes pró-democracia e advertiu que qualquer ideia de importar "uma revolução colorida" na China continental será uma "fantasia".

"Até mesmo os jovens estudantes são obrigados a respeitar a lei. As ações tomadas pela polícia de Hong Kong face ao movimento 'Occupy Central' são absolutamente necessárias para fazer respeitar a lei", escreve o Diário do Povo, jornal do jornal do órgão central do Partido Comunista chinês.

"Face aos manifestantes que ignoram as ordens da polícia, que se precipitam para transgredir os cordões de segurança, e que querem atingir os polícias com os seus guarda-chuvas (...) a polícia não tem outra alternativa senão usar o gás lacrimogéneo", continua o editorial contra o movimento pró-democrata em Hong Kong, considerado "ilegal" por Pequim.

A mobilização na antiga colónia britânica intensificou-se depois de violentos confrontos, no passado domingo, com a polícia, que tentou dispersar os manifestantes recorrendo ao uso de gás lacrimogéneo e de gás pimenta.

"Os polícias de Hong Kong dão mostras de um grande profissionalismo, as ações que eles tomam são necessárias, razoáveis e moderadas, e não há nenhuma razão para contestar a maneira como atuam para fazer respeitar a lei", acrescenta o artigo.

As forças da ordem optaram nos dias seguintes por uma maior contenção perante a designada "Revolução dos guarda-chuvas", que mobilizou milhares de pessoas, sobretudo estudantes, e tem perturbado o normal funcionamento do centro financeiro e comercial da ilha de Hong Kong e do distrito densamente povoado em Mong Kok, na península de Kowloon.

Mas os líderes estudantis acusaram os polícias de terem permitido a violência, ao fecharem os olhos, esta sexta-feira, aos ataques extremamente fervorosos contra as tendas e barricadas dos estudantes por parte de pessoas contra o movimento 'Occupy', ações essas que foram participadas por indivíduos suspeitos de terem ligações à máfia.

A própria polícia de Hong Kong confirmou que, entre os detidos, se encontram membros de tríades, como tinham denunciado os jovens.

"Quanto àqueles que querem importar e desenvolver, a partir de Hong Kong, uma "revolução colorida" no interior da China, eles sonham, porque isso não mais do que pura fantasia", lê-se ainda no Diário do Povo.

Numa altura em que Pequim é atualmente descrita como estando preocupada com a propagação de apelos à subversão no país, a internet na China estava hoje fortemente censurada, descreve a agência France Presse.

Sinal do seu nervosismo, continua a AFP, é o facto de esta semana as autoridades chinesas terem detido mais de 20 militantes que tinham expressado o seu apoio aos manifestantes de Hong Kong, segundo associações de defesa dos direitos humanos.

FV/DM // DM

Polícia de Hong Kong detém pessoas ligadas às tríades após ataques às manifestações

04 de Outubro de 2014, 06:28

Hong Kong, China, 03 out (Lusa) -- A polícia de Hong Kong deteve hoje várias pessoas com ligações suspeitas aos conhecidos gangues, designados como tríades, depois de uma série de ataques aos manifestantes pró-democracia, anunciaram fontes policiais no início de sábado (hora local).

A polícia realizou um total de 19 detenções na sequência dos confrontos, dos quais pelo menos oito têm ligações às tríades, foi revelado em conferência de imprensa.

RN // JPS

Estudantes rompem diálogo com governo

04 de Outubro de 2014, 01:36

Hong Kong, 03 out (Lusa) - Líderes estudantis em Hong Kong anunciaram hoje que interromperam o diálogo com o governo local depois da erupção de confrontos nas manifestações pró-democracia em curso há quase duas semanas na Região Administrativa Especial chinesa.

Os estudantes, que exigem a demissão do atual chefe do executivo e que a eleição do novo chefe do governo local, em 2017, seja realizada por sufrágio universal e direto, acusam a polícia de ter permitido que "bandos criminosos" atacassem os acampamentos de manifestantes.

A Federação dos Estudantes de Hong Kong anunciou em comunicado que não teve "outra opção senão romper o diálogo, depois de o governo e a polícia terem hoje permitido atos violentos por elementos de 'tríades' (associações criminosas chinesas) contra manifestantes pacíficos do movimento 'Occupy'".

Em paralelo, testemunhas concordantes citadas pela agência noticiosa AFP referiram-se a agressões sexuais em diversos locais da cidade, considerada uma das mais seguras do mundo.

O movimento pró-democracia exige a instauração do sufrágio universal direto e a demissão do chefe do executivo local, Leung Chun-ying, que consideram uma marioneta de Pequim. A China aceita o princípio do voto livre, mas pretende manter o controlo das candidaturas.

Os estudantes, na vanguarda do movimento, emitiram um ultimato até à meia-noite de quinta-feira para a demissão de Leung Chun-ying. Pouco antes de terminar o prazo, o chefe do governo local recusou a exigência do movimento mas sugeriu o início de um diálogo, que agora fica comprometido.

Antiga colónia britânica, Hong Kong atravessa a mais grave crise política desde o seu regresso à soberania da China em 1997, apesar de manter um estatuto especial. No domingo, a polícia antimotim utilizou gás pimenta e gás lacrimogéneo contra os manifestantes.

Hoje, voltaram a decorrer incidentes entre manifestantes e polícias na zona dos escritórios centrais do governo. Leung Chun-ying lamentou uma situação "próxima da anarquia". "Enquanto sociedade civilizada, não podemos permitir que incidentes se produzam", disse.

PCR (JMR) // JMR

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