Pedro
Tadeu – Diário de Notícias, opinião
O
primeiro-ministro indignou-se com os jornalistas por, supostamente, dizerem que
a despesa pública está igual a 2011: "Chega a ser patético verificar a
dificuldade que gente que se diz independente tem de assumir que errou, que foi
preguiçosa, que não leu, que não estudou, que não comparou, que não se
interessou a não ser em causar uma boa impressão, em dizer (Maria vai com as
outras) o que toda a gente diz..."
Espero
que a pontuação usada por mim na tentativa de reproduzir a oralidade do tribuno
das Jornadas Parlamentares do PSD-CDS seja fiel ao pensamento exarado...
Adiante.
Confesso,
caro leitor e cara leitora: sou um preguiçoso. Quem preguiça, pensa; logo, eu
preguiço.
Vagarosamente,
portanto, meditei: "Chega a ser patético verificar a dificuldade que a
ministra das Finanças tem em assumir que a carga fiscal vai aumentar em 2015,
que não leu, que não estudou, que não comparou, que não se interessou a não ser
em causar uma boa impressão, em dizer (Maria vai com as outras) o que o
primeiro-ministro quer."
O
ócio recordou-me a paralisia do Citius e a tentativa de culpar uma gigantesca
sabotagem ao sistema, conspirada nacionalmente pelas chefias intermédias dos
funcionários públicos: "Chega a ser patético verificar a dificuldade que a
ministra da Justiça tem em assumir que errou, que foi preguiçosa, que não leu,
que não estudou", etc...
Poupando
trabalho, analiso assim o arranque do ano escolar: "Chega a ser patético
verificar a dificuldade do ministro da Educação em não errar, em assumir que é
preguiçoso, que não lê, que não estuda, que não compara, que não se interessa a
não ser em causar uma boa impressão..." Perfeito, não é?
Resolvo
também cabular sobre as garantias dadas aos pequenos acionistas para investirem
no BES, dias antes do seu colapso: "Chega a ser patético verificar a
dificuldade que (escolher entre o governador do Banco de Portugal, o
primeiro-ministro ou o Presidente da República) tem em assumir que errou, que
foi preguiçoso, que não leu, que não estudou..."
Sobre
as gaffes permanentes de Rui Machete posso comentar, sem esforço e factual:
"Chega a ser patético verificar a dificuldade que o ministro dos Negócios
Estrangeiros tem em assumir que errou..." e por aí fora.
Quanto
a estas críticas de Passos, eu, jornalista mandrião, constato: "Chega a
ser patético verificar a dificuldade que o primeiro-ministro tem em assumir que
errou, que foi preguiçoso, que não leu, que não estudou, que não comparou, que
não se interessou a não ser em causar uma boa impressão."
Obrigado
pela ajuda, ó grande tribuno das Jornadas Parlamentares do PSD-CDS.
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