Díli,
25 nov (Lusa) - O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, afirmou hoje
que a visita do ministro da Defesa português a Díli mostra as boas relações
existentes entre os dois países, apesar da expulsão dos juízes portugueses.
"Só
posso dizer que a vinda do ministro da Defesa já indica tudo. Já diz que as
relações entre os dois países, se ficaram um bocado magoadas, não significa que
ficaram um desastre, sobretudo na área da Defesa", afirmou Xanana Gusmão.
O
governo timorense expulsou no passado dia 03 sete magistrados, seis portugueses
e um cabo-verdiano, e um elemento da polícia portuguesa depois dos conselhos de
magistratura de Timor-Leste se terem recusado a suspender os seus contratos de
trabalho por motivos de força maior e de interesse nacional.
O
primeiro-ministro timorense falava aos jornalistas após um encontro de trabalho
de cerca de duas horas com o ministro da Defesa português, Aguiar Branco, que
chegou hoje a Díli para assinar um memorando de entendimento no sector da
Defesa.
Questionado
sobre a forma como o povo timorense interpretou a decisão da expulsão dos
magistrados, Xanana Gusmão disse que no país se vive em democracia e que
"há muitas opiniões às vezes erradas".
O
primeiro-ministro afirmou também que os jornalistas deviam perguntar à
comunidade portuguesa em Timor-Leste se "sentiram magoados" ou se
"sentiram que não deveriam viver" mais no país.
"Hoje
só quero dizer que o ministro da Defesa compreendeu com profundidade todas as
nossas necessidades no sector da Defesa, na área da segurança nacional e só
posso dizer que estou agradecido pela disposição permanente de nos apoiar neste
sector muito importante", salientou Xanana Gusmão.
Quando
questionado se aproveitou o encontro com o ministro português para pedir
desculpa a Portugal, Xanana Gusmão respondeu com perguntas: "Eu ofendi
Portugal? Acha que eu ofendi Portugal?", questionou, visivelmente
emocionado.
"Eu
quero separar as coisas o ministro da Defesa veio cá para falarmos sobre a
Defesa", insistiu Xanana Gusmão.
Para
Aguiar Branco, as "relações entre Portugal e Timor situam-se muito para lá
das relações de Estado", sublinhando que são "relações entre países
irmãos, povos irmãos".
"Na
área da Defesa temos ajudado a construir Timor e portanto, numa área
estruturante e portanto essa construção conjunta que temos feitos há 12 não
poderia deixar de se manter", sublinhou o ministro da Defesa.
"Nós
quisemos aqui hoje voltar a afirmar que essa história comum entre países
irmãos, entre povos irmãos, se mantém para lá daquilo que são as questões de
Estado", disse.
O
ministro da Defesa português sublinhou também que os assuntos relativos à
cooperação na área da Justiça estão a ser tratados entre os ministros das
Justiças dos dois países, que já decidiram fazer uma reforma como a cooperação
acontece naquele setor.
"A
relação em outras áreas de cooperação segue o caminho e o da justiça segue
caminhos diferentes do que aconteceram no passado", disse, sublinhando que
se deslocou a Timor para tratar de assuntos relacionados com a Defesa.
MSE
// APN
Portugal
vai ajudar Timor-Leste a ter capacidade de força aérea
Díli,
25 nov (Lusa) - O ministro da Defesa de Portugal, Aguiar Branco, anunciou hoje
em Díli que Portugal vai ajudar Timor-Leste a ter capacidade de força aérea,
nomeadamente na fiscalização e vigilância marítima.
Portugal
dará "ajuda seguramente na parte que foi agora solicitada, em edificar uma
capacidade de força área, sobretudo com um objetivo específico na fiscalização
e vigilância marítima", que tem de estar "integrado num conceito
estratégico que Timor tem para a sua defesa nacional", afirmou o ministro
da Defesa, quando questionado sobre o assunto.
Aguiar
Branco falava aos jornalistas depois de um encontro de cerca de duas horas com
o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, que acumula também a pasta da
Defesa e onde participaram também o chefe de Estado-Maior da Força Aérea
português, general José António Pinheiro, e o chefe das Forças de Defesa
timorense, general Lere Anan Timur.
Segundo
Aguiar Branco, foi sobre a "forma integrada" que se esteve a falar no
encontro para se definir como em Portugal pode ajudar a "fazer a
edificação dessa capacidade e a formação dos recursos humanos para a
mesma".
A
reunião terminou com a assinatura de um memorando de entendimento para a
criação de um centro de língua portuguesa no centro de formação militar em
Metinaro.
Durante
o encontro, foram também abordados temas como os desafios e ameaças à
segurança, à estabilidade e à paz, a identidade e segurança e defesa da
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e a cooperação técnico-militar entre
os dois países.
O
ministro da Defesa português chegou hoje a Díli para uma visita de menos de 24
horas.
Na
quarta-feira, Aguiar Branco vai reunir-se com o Presidente timorense, Taur
Matan Ruak, com o chefe das Forças de Defesa timorense e visitar o Instituto de
Defesa Nacional.
A
cooperação militar entre os dois países teve início em 2002.
MSE
// APN
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