Pequim,
30 nov (Lusa) -- A China espera que as relações com Taiwan continuem a ser
"pacíficas", após a realização de eleições locais na ilha, das quais
o Partido Kuomitang (KMT), no poder, sofreu uma pesada derrota que levou à
demissão do primeiro-ministro.
A
intenção foi manifestada pelo porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan
do Conselho de Estado chinês, Ma Xiaoguang, depois de terem sido conhecidos os
resultados das eleições na ilha Formosa, em declarações citadas pela agência
oficial Xinhua.
"Esperamos
que os nossos compatriotas do outro lado do Estreito mantenham os frutos
arduamente trabalhados nas nossas relações e que continuemos juntos a
salvaguardar e a contribuir para um desenvolvimento pacífico das
relações", afirmou.
O
KMT, favorável ao estreitamento dos laços com Pequim, sofreu uma pesada derrota
nas eleições locais de sábado, vistas como um teste para as presidenciais de
Taiwan em 2016.
No
escrutínio, em que cerca de 18 milhões de eleitores foram chamados às urnas
para escolherem os representantes para mais de 11.000 lugares, o KMT perdeu a
liderança de nove cidades e distritos, deixando sob controlo do Partido
Democrático Progressista (oposição) os principais núcleos urbanos, incluindo a
capital, Taipé.
Após
serem conhecidos os resultados, o primeiro-ministro, Jiang Yi-huah, anunciou a
sua demissão, assumindo a "responsabilidade política" pela severa
derrota do seu partido.
O
Presidente de Taiwan, Ma Ying-jeou, nomeará, nos próximos dias, um novo
primeiro-ministro, que será encarregado de formar o novo governo, de acordo com
a Constituição da ilha.
O
regresso do Kuomintang ao poder, em 2008, teve como consequência uma maior
aproximação entre Taiwan e a China, com Ma Ying-Jeou a pôr de lado a retórica
nacionalista do partido em benefício do desenvolvimento das trocas económicas
com a China, primeiro parceiro comercial de Taiwan.
Tal
levou, por exemplo, ao estabelecimento de voos diretos, uma ligação que
anteriormente era feita através de países e territórios terceiros como a Coreia
do Sul, Hong Kong ou Macau.
Contudo,
têm crescido os receios no seio da opinião pública relativamente à influência
da China na ilha.
Um
dos fatores apontados como estando na origem do recuo do KMT, ao qual se soma o
abrandamento económico e a uma série de escândalos alimentares.
DM
(PAL) // DM
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