sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Eurogrupo e Grécia chegam a princípio de acordo: mais quatro meses e sem austeridade adicional




Informação é avançada à Reuters por fonte do governo grego. Acordo não está fechado, mas há base de entendimento - trata-se de um esboço comum.

Liliana Coelho e Susana Frexes (correspondente em Bruxelas) - Expresso

O Eurogrupo e a Grécia já têm um esboço de um texto que poderá servir de base a um acordo sobre a extensão do programa de resgate. A notícia está a ser avançada pela Reuters, que cita fonte oficial do governo grego. No entanto, o processo não está concluído, estando os ministros da zona euro ainda a discutir todas as condições.

O acordo prevê a extensão do programa de resgate por quatro meses, não incluindo medidas de austeridade. O Executivo grego compromete-se também a não tomar nenhuma decisão unilateral, como por exemplo a subida do salário mínimo e  até segunda-feira tem que enviar uma carta que contenha as medidas que pretende levar a cabo.

Entretanto, o comissário europeu para os Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, escreveu no Twitter que estão a ser conseguidos "progressos".

Caso não se alcance esta sexta-feira um acordo, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, pediu ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, para agendar uma Cimeira no próximo domingo. Contudo, a cimeira a acontecer será noutra data, segundo fonte oficial de Bruxelas, citada pela Reuters. "Não haverá cimeira no domingo. Contudo, Donald Tusk não hesitará em marcar uma cimeira do euro, uma vez que considera que haverá uma forma certa de resolvar a situação. Mas antes da cimeira, todas as opções do Eurogrupo devem ser esgotadas", afirmou a fonte.
      
A reunião decisiva do Eurogrupo desta sexta-feira foi atrasada duas vezes: o arranque estava previsto para as 15h00 locais (menos uma em Portugal Continental), depois passou para as 16h30 locais e acabou por começar só depois das 18h00 em Bruxelas (17h00 em Lisboa). Antes do arranque dos trabalhos conjuntos decorreram encontros bilaterais com o objetivo de agilizar o processo.

À chegada a Bruxelas, os sentimentos eram díspares. O ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, disse ter "esperança" num acordo, realçando o longo trabalho do país,  enquanto o presidente do Eurogrupo mostrou-se mais pessimista afirmando que "estava tudo muito complicado". O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, friou apenas que "tudo o que era importante dizer está dito" em relação à Grécia.

A presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, e o líder do BCE, Mario Draghi, preferiram não prestar declarações aos jornalistas antes do encontro. 

Esta tarde, a chanceler alemã e o Presidente francês encontraram-se tarde em Paris, tendo expressado a vontade em continuar um trabalho conjunta pela permanência da na zoan euro.

"A Grécia está na zona euro e deve permanecer aí", frisou Hollande na conferência de imprensa conjunta após o encontro. Já Angela Merkel mostrou-se mais otimista relativamente aos progressos da Grécia, contudo, voltou a alertar para os riscos. "A situação ainda é difícil, por exemplo no mercado de trabalho, mas já começam a ser visíveis os resultados e vamos continuar essa política", destacou a chancelar.

Foto: Reuters

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