A
comissão de inquérito teve a primeira audição a 17 de Novembro passado e tinha
inicialmente um prazo total de 120 dias, até 19 de Fevereiro, mas foi
prolongado por mais 60 dias
O
Partido Comunista Português (PCP) pediu hoje ao primeiro-ministro, Pedro Passos
Coelho, para esclarecer a relação de amizade que mantém com o presidente do BES
Investimento (BESI), José Maria Ricciardi.
A
pergunta do PCP integra um leque de questões hoje entregues na comissão
parlamentar de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES) a
personalidades como o primeiro-ministro, o presidente do Banco Central Europeu,
Mario Draghi, o antigo comissário europeu Joaquin Almunia e aos representantes
da 'troika' em Portugal, entre outros.
"José
Maria Ricciardi disse em público, depois de ser interpelado pela comunicação
social sobre o porquê de ter jantado na sua mesa no Fórum Empresarial do
Algarve, em 06 de Outubro de 2014, que era seu amigo pessoal. Este seu amigo
nunca lhe falou na situação que se vivia no Grupo, quando já por várias vezes
afirmou ter entrado em confronto com Ricardo Salgado, muito antes da resolução
do BES?", questionam os comunistas no bloco de perguntas endereçado ao
primeiro-ministro.
"Qual
a sua relação com José Maria Ricciardi, membro de um dos cinco ramos da
família, com fortes responsabilidades na gestão do Grupo e em particular do
BES?", interrogam ainda os parlamentares do PCP na comissão de inquérito:
Miguel Tiago, Bruno Dias e Paulo Sá, este membro suplente.
O
PCP quer ainda que Passos Coelho explique por escrito desde que momento
"se iniciaram contactos, formais ou informais, com membros do Governo
sobre a situação do BES" e do ramo não financeiro do grupo, geralmente
designado por GES.
"É
verdade que foi contactado por Ricardo Salgado, que este lhe leu uma carta e
que o primeiro-ministro a devolveu? Qual era o conteúdo da mensagem?",
questionam também.
A
Mario Draghi, presidente do BCE, os parlamentares comunistas perguntam quando é
que teve conhecimento da situação que se vivia no "BES em particular e no
GES em geral" e se o representante do BCE na 'troika', antes de esta sair
de Portugal, "transmitiu a situação que se vivia no terceiro maior banco
português".
A
comissão de inquérito teve a primeira audição a 17 de Novembro passado e tinha
inicialmente um prazo total de 120 dias, até 19 de Fevereiro, mas foi
prolongado por mais 60 dias.
Os
trabalhos dos parlamentares têm por objectivo "apurar as práticas da anterior
gestão do BES, o papel dos auditores externos e as relações entre o BES e o
conjunto de entidades integrantes do universo do GES, designadamente os métodos
e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".
Jornal
i com Lusa
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