Perth,
Austrália, 19 fev (Lusa) - A Woodside Petroleum anunciou que vai adiar, pelo
menos até final da década, o desenvolvimento do campo de gás Greater Sunrise,
no Mar de Timor, pelo impasse na definição das fronteiras marítimas entre
Timor-Leste e a Austrália.
O
responsável da petrolífera australiana, Peter Coleman, afirmou que é difícil
continuar a justificar gastar dinheiro e tempo no projeto Sunrise, pelo menos a
curto prazo, até que haja certezas regulatórias sobre o projeto.
"Antes
de dar o passo seguinte, precisamos de saber a quem vamos pagar renda. Neste
momento não sabemos qual é o quadro regulatório, não sabemos qual é o quadro
fiscal e por isso não podemos avaliar o projeto e apresentá-lo a compradores
como sendo um projeto viável em que possam estar interessados", declarou.
Coleman
disse que Camberra e Dili continuam sem definir um calendário para a resolução
da disputa fronteiriça, considerando que a mudança de Governo em Timor-Leste
não vai acelerar a resolução do diferendo.
O
anúncio, feito pelo responsável da petrolífera australiana, Peter Coleman - nos
últimos anos a empresa tem feito anúncios idênticos -, está a ser interpretado
como uma forma de pressão sobre os dois países para que resolvam a questão das
fronteiras e sobre Timor-Leste, para que abandone a ideia da construção de uma
unidade de processamento de Gás Natural Liquefeito (GLN) na costa sul da ilha.
Nos
bastidores de toda a questão está o Tratado sobre Determinados Ajustes
Marítimos no Mar de Timor (CMATS), que Timor-Leste declarou ser inválido devido
a atividades de espionagem por parte da Austrália, mas mediante o qual os
'royalties' do campo de 5.1 triliões de pés cúbicos de gás do Sunrise seriam
divididos ao meio entre os dois países.
Caso
uma fronteira marítima seja definida, o campo poderia ficar totalmente em águas
timorenses.
No
seu discurso de tomada de posse, o primeiro-ministro timorense, Rui Maria
Araújo, afirmou que uma das prioridades do Governo é, "à luz do Direito
Internacional, assegurar a definição clara das fronteiras marítimas e também
terrestres".
Na
sua comunicação anual de resultados, Coleman anunciou planos para cortar este
ano mais 300 empregos - já tinha 320 em 2013 - apesar dos lucros da empresa
terem aumentado 38%, para 2,4 mil milhões de dólares.
O
salário anual do próprio CEO aumentou dois milhões de dólares, para 8,5 milhões
de dólares, com mais de três milhões correspondentes a bónus.
O
Greater Sunrise é controlado pela Woodside (o operador com 33%) a que se somam
a ConocoPhillips, a Royal Dutch Shell e a Osaka Gas.
ASP
// ARA
PM
timorense não acredita que Woodside coloque Greater Sunrise na gaveta
Díli,
19 fev (Lusa) - O primeiro-ministro timorense, Rui Maria Araújo, disse hoje à
Lusa estar convicto de que a petrolífera australiana Woodside não vai
"meter na gaveta" de forma definitiva o projeto de exploração do
campo de gás Greater Sunrise.
"Depende
do tipo de gaveta. Se é mesmo na do fundo, talvez acreditasse. Mas eu não creio
que seja isso que vai acontecer", disse à Lusa à saída de uma reunião de
duas horas, o seu primeiro encontro semanal, com o chefe de Estado, Taur Matan
Ruak.
Rui
Araújo, que tomou posse esta semana, reagia ao anúncio pela Woodside Petroleum
de que vai adiar, pelo menos até final da década, o desenvolvimento do campo de
gás Greater Sunrise, no Mar de Timor, pelo impasse na definição das fronteiras
marítimas entre Timor-Leste e a Austrália.
O
responsável da petrolífera australiana, Peter Coleman, afirmou que é difícil
continuar a justificar gastar dinheiro e tempo no projeto Sunrise, pelo menos a
curto prazo, até que haja certezas sobre a regulação do projeto.
"Antes
de dar o passo seguinte, precisamos de saber a quem vamos pagar renda. Neste
momento não sabemos qual é o quadro regulatório, não sabemos qual é o quadro
fiscal e por isso não podemos avaliar o projeto e apresentá-lo a compradores
como sendo um projeto viável em que possam estar interessados", declarou.
O
anúncio, feito pelo responsável da petrolífera australiana, Peter Coleman - nos
últimos anos a empresa tem feito anúncios idênticos -, está a ser interpretado
como uma forma de pressão sobre os dois países para que resolvam a questão das
fronteiras e sobre Timor-Leste, para que abandone a ideia da construção de uma
unidade de processamento de Gás Natural Liquefeito (GLN) na costa sul da ilha.
Rui
Araújo rejeita que haja pressão e considera, que mesmo que isso ocorra, Timor-Leste
não aceitará pressões.
"A
memória do mundo está fresca. Timor não se verga a pressões. A luta da
resistência e tudo o que tem acontecido depois da independência, relembra ao
mundo que Timor não se verga a essas coisas", disse.
Questionado
sobre se é a mesma postura que leva para as negociações com a Austrália, Rui
Araújo disse que a postura "não será em termos de não vergar, mas sim uma
postura de abertura para dialogar".
Nos
bastidores de toda a questão está o Tratado sobre Determinados Ajustes Marítimos
no Mar de Timor (CMATS), que Timor-Leste declarou ser inválido devido a
atividades de espionagem por parte da Austrália, mas mediante o qual as
royalties do campo de 5.1 triliões de pés cúbicos de gás do Sunrise seriam
divididas ao meio entre os dois países.
Caso
uma fronteira marítima seja definida o campo poderia ficar totalmente em águas
timorenses.
Já
no seu discurso de tomada de posse, o primeiro-ministro timorense Rui Araújo
afirmou que uma das prioridades do Governo é "à luz do Direito Internacional,
assegurar a definição clara das fronteiras marítimas e também terrestres".
ASP
// VM
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