quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

EXPOSIÇÃO ASSINALA 73º ANIVERSÁRIO DA INVASÃO JAPONESA DE TIMOR




Díli, 19 fev (Lusa) - Uma exposição fotográfica e com documentos históricos e atividades informativas marcam sexta-feira em Díli o 73.º aniversário da invasão japonesa de Timor-Leste, numa iniciativa da organização timorense HAK.

Segundo informou à Lusa fonte da organização haverá ainda uma palestra para recordar o impacto da presença japonesa em Timor-Leste, que se prolongou entre 1942 e 1945.

Um período "marcado por um sofrimento tremendo, especialmente para muitas mulheres transformadas em escravas sexuais", referem os organizadores.

Apesar da neutralidade de Portugal o então seu território de Timor-Leste foi invadido preventivamente por tropas australianas e holandesas em dezembro de 1941.

A invasão japonesa acabou por se materializar na noite de 19 para 20 de fevereiro quando uma força liderada pelo coronel Sadashichi Doi chega à ilha de Timor, entrando pelo lado oriental.

Os japoneses entraram pela baía de Díli encontrando uma resistência breve na praia, tendo o grosso das tropas aliadas partido em direção à fronteira com o lado ocidental de Timor.

A única resistência militar aliada passou a ser a constituída pela Companhia Independente 2/2 australiana, um grupo de comandos que atua no interior do território conjuntamente com voluntários timorenses.

O Japão que disse estar a atuar em autodefesa, prometendo respeitar a neutralidade de Portugal - e que sairia da ilha - só abandonou o território finda a 2.ª Guerra Mundial.

Uma presença com um impacto imenso na sociedade timorense - estima-se que tenha havido mais de 40 mil mortos durante a ocupação japonesa.

Na resistência às Colunas Negras, milícias timorenses armadas pelos japoneses, esteve um dos nomes mais sonantes da história de Timor-Leste, Aleixo Corte-Real, um nobre timorense da região de Ainaro.

Depois de participar em vários combates contra as tropas japonesas foi capturado (em 1943) e fuzilado com toda a sua família.

Aleixo Corte-Real - que foi usado pelo Estado Novo como símbolo de promoção colonial já tinha, ainda jovem (1911-1912), lutado ao lado de portugueses contra uma coluna de sublevados oriundos de Manufahi e comandada pelo liurai Boaventura.

ASP // DM

Sem comentários:

Mais lidas da semana