Díli,
19 fev (Lusa) - Uma exposição fotográfica e com documentos históricos e
atividades informativas marcam sexta-feira em Díli o 73.º aniversário da
invasão japonesa de Timor-Leste, numa iniciativa da organização timorense HAK.
Segundo
informou à Lusa fonte da organização haverá ainda uma palestra para recordar o
impacto da presença japonesa em Timor-Leste, que se prolongou entre 1942 e
1945.
Um
período "marcado por um sofrimento tremendo, especialmente para muitas
mulheres transformadas em escravas sexuais", referem os organizadores.
Apesar
da neutralidade de Portugal o então seu território de Timor-Leste foi invadido
preventivamente por tropas australianas e holandesas em dezembro de 1941.
A
invasão japonesa acabou por se materializar na noite de 19 para 20 de fevereiro
quando uma força liderada pelo coronel Sadashichi Doi chega à ilha de Timor,
entrando pelo lado oriental.
Os
japoneses entraram pela baía de Díli encontrando uma resistência breve na
praia, tendo o grosso das tropas aliadas partido em direção à fronteira com o
lado ocidental de Timor.
A
única resistência militar aliada passou a ser a constituída pela Companhia
Independente 2/2 australiana, um grupo de comandos que atua no interior do
território conjuntamente com voluntários timorenses.
O
Japão que disse estar a atuar em autodefesa, prometendo respeitar a
neutralidade de Portugal - e que sairia da ilha - só abandonou o território
finda a 2.ª Guerra Mundial.
Uma
presença com um impacto imenso na sociedade timorense - estima-se que tenha
havido mais de 40 mil mortos durante a ocupação japonesa.
Na
resistência às Colunas Negras, milícias timorenses armadas pelos japoneses,
esteve um dos nomes mais sonantes da história de Timor-Leste, Aleixo
Corte-Real, um nobre timorense da região de Ainaro.
Depois
de participar em vários combates contra as tropas japonesas foi capturado (em
1943) e fuzilado com toda a sua família.
Aleixo
Corte-Real - que foi usado pelo Estado Novo como símbolo de promoção colonial
já tinha, ainda jovem (1911-1912), lutado ao lado de portugueses contra uma
coluna de sublevados oriundos de Manufahi e comandada pelo liurai Boaventura.
ASP
// DM
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