A
operadora de telecomunicações angolana, Unitel (de Isabel dos Santos),
manifestou interesse em comprar a Guiné Telecom, tecnicamente falida, mas
aguarda pelo lançamento de um concurso internacional por parte do Estado
guineense, disse hoje fonte oficial em Bissau.
Eunice
Lopes Esteves, presidente da Comissão de Gestão e Reestruturação das empresas
Guiné Telecom e Guinetel (ambas detidas maioritariamente pelo Estado, mas
falidas), deu esta indicação aos jornalistas à margem da abertura da primeira
conferência sobre “As Telecomunicações na Guiné-Bissau”.
Na
iniciativa, que deve decorrer até quinta-feira, compareceram alguns potenciais
interessados em adquirir as acções das duas empresas falidas, entre as quais
empresas do Gana, China, África do Sul, Roménia e sociedades de advogados em
representação de outros eventuais interessados, notou Eunice Esteves.
A
presidente da Comissão de Gestão e Restruturação da Guiné Telecom (operadora de
telefones fixos e rede base) e Guinetel (rede móvel), disse desconhecer uma
eventual presença de interesses portugueses na conferência, mas, em relação ao
universo lusófono, admitiu a abordagem por parte do grupo angolano Unitel.
“Em
2011 houve um interesse específico da UNITEL, tivemos alguma conversa”, mas
agora aguardam pela clarificação do cenário no sector, até porque “será feito
por concurso internacional”, aberto a todos os interessados, disse Eunice
Esteves.
O
primeiro-ministro guineense, Domingos Simões Pereira, que presidiu à abertura
da conferência, exortou os responsáveis pelo processo de alienação das acções
das duas empresas a não cometerem os “mesmos erros do passado”, quando o país
se abriu ao mercado no sector das telecomunicações.
“Esperamos
ter a sorte e a capacidade de escolher parceiros sérios e capazes de nos
acompanhar (…), mas, para chegarmos a este ponto, temos que dar provas de
competência, de seriedade e de empenho”, afirmou Domingos Simões Pereira.
Tendo
como objectivo a definição de regras claras que possam atrair “investidores
sérios”, o primeiro-ministro propôs à equipa que coordena o processo que crie e
faça o Governo adoptar uma Carta de Política para o sector das
telecomunicações.
“É
a Carta de Política que nos permite dizer até aonde queremos ir, para depois
discutirmos como é que vamos lá chegar. Se formos imprevisíveis, os parceiros
terão dificuldades em nos acompanhar e a dúvida leva à retracção e é
exactamente essa dúvida que nós temos que ser capazes de evitar”, sublinhou
Simões Pereira.
Folha
8 (ao)
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