segunda-feira, 16 de março de 2015

Timor-Leste com 1,7 casos por dia de violência doméstica, segundo maior tipo de crime




Díli, 16 mar (Lusa) -- A violência doméstica é, depois de ofensas à integridade, o crime mais comum em Timor-Leste com um total de 643 casos nos tribunais do país em 2014, ou 1,7 por dia, segundo o balanço anual do Procurador-Geral da República.

O relatório, apresentado hoje no plenário do Parlamento Nacional, refere que se registaram 1.255 casos de ofensas à integridade (42% do total), 643 de violência doméstica (22%), 258 de danos (9%), 250 de ameaças (8%) e 191 furtos (6%).

Segundo este quadro, no início de 2014 estavam pendentes 62 processo de corrupção, tendo entrado 76 outros, para um total de 148, com 34 acusados, 29 arquivados, 13 remetidos para outras secções, deixando 62 pendentes para 2015.

"Do total de 34 casos de corrupção que o Ministério Público acusou em 2014, foi apurado um valor global de prejuízos de 3,56 milhões de dólares", indica o documento.

"Com a intervenção do Ministério Público junto dos Tribunais, o Estado já conseguiu recuperar 352.460 dólares", destaca ainda.

O relatório recorda que a 01 de outubro a Procuradoria-Geral criou o Gabinete do Combate à Corrupção e ao Crime Organizado, que funciona com dois procuradores timorenses "destacados exclusivamente" a este tipo de casos.

Trata-se, explica, de procurar centralizar os processos de corrupção e de crimes organizados.

A corrupção, considera o relatório, "não só prejudica os mais fracos e vulneráveis" mas também "atraiçoa os heróis e guerrilheiros que morreram por Timor-Leste" podendo "causar ameaças à segurança, estabilidade e liberdade de todos".

Em termos gerais, o relatório indica que, no início de 2014 o sistema judicial timorense tinha pendentes 4.037 processos, a que se somaram 3.800 entrados durante o ano.

Desse universo total de 7.837 processos foram acusados 2.118 e arquivados 2.512, tendo ficado pendentes para este ano 3.207.

O relatório destaca o que considere serem "casos mediáticos de repercussão social", que já tiveram uma decisão condenatória do Tribunal.

Entre eles aponta cinco casos de "corrupção e falsificação de documentos", o mais grave dos quais o de Armindo Florindo de Sá, diretor nacional da Segurança Civil, que foi condenado a cinco anos e seis meses de prisão por abuso de poder e peculato.

Destacam-se ainda a condenação a quatro anos e seis meses de prisão de uma funcionária do Ministério da Educação, a pena de cinco anos de prisão a um funcionário do Ministério da Economia e as de cinco anos cada a dois agentes da Policia Nacional de Timor-Leste (PNTL).

Entre outros crimes, destaque para as penas de 30 anos de prisão por dois casos de homicídio e uma pena de 18 anos por violação sexual.
ASP // FV

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