O
presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, acusou, esta
quarta-feira, Portugal e Espanha de terem sido muito exigentes com a Grécia nas
últimas semanas.
"A
Grécia é um exemplo de que essa impressão sobre a Alemanha liderar a Europa com
mão de ferro não corresponde à realidade. Há vários países mais severos que a
Alemanha: Holanda, Finlândia, Eslováquia, os Bálticos, Áustria", disse
Jean-Claude Juncker numa entrevista ao jornal espanhol "El País".
Juncker
declarou que "nas últimas semanas, Espanha e Portugal têm sido muito
exigentes em relação à Grécia", quando questionado pelo jornal sobre se o
tradicional eixo franco-alemão é uma coisa do passado ou se o poderio da
Alemanha é uma realidade na Europa.
Ainda
sobre a Grécia, Juncker disse que Alexis "Tsipras deu um passo
fundamental, pois começou a assumir as suas responsabilidades. Entretanto, tem
um problema, já que terá ainda de explicar que certas promessas, com as quais
ganhou as eleições, não serão realizadas".
Juncker
afirmou que o primeiro-ministro grego "fez as perguntas certas", mas
que "nunca deu as respostas".
"As
eleições não mudam os tratados: é claro que a crise pode ser considerada de
outra maneira. Podemos mostrar maior flexibilidade, mas a vitória de Tsipras
não dá o direito de mudar tudo", indicou.
Referindo-se
ao partido grego Syriza, mas também ao seu aliado espanhol Podemos, Juncker
disse que este "tipo de novo partido, muitas vezes, analisa a situação de
forma realista e enfatizando com precisão os enormes desafios sociais".
Entretanto,
passadas as eleições, estes partidos são incapazes de manter as promessas, de
transformar os seus programas em realidade, de acordo com o presidente da CE.
"As
propostas destes partidos não são compatíveis com as regras europeias. Elas
conduzem a uma situação de bloqueio total", declarou.
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